Suteki da Nee escrita por Yoruki Hiiragizawa


Capítulo 17
Amar você era o que eu estava tentando fazer...


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: "What hurts the most" da banda Rascal Flatts.



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SUTEKI DA NEE
por Yoruki Hiiragizawa

 

Capítulo Dezessete

Amar você era o que eu estava tentando fazer...

 

O rapaz abriu a porta do apartamento e suspirou pesadamente, encostando-se a esta, exausto. Passara boa parte da tarde, após deixar o colégio, apenas vagando pela cidade sem se importar com a chuva incessante que caía. Reunindo toda sua força de vontade, decidiu ir até seu quarto onde poderia estar sozinho. Ficou espantado quando, ao passar pela porta da sala, encontrou sua mãe e Wei o observando. 

“Xiao Lang, o que faz em casa? Não lhe pedi que esperasse Wei buscá-los para que não pegassem chuva?” – ouviu a mãe lhe perguntar, mas nem teve tempo de pensar em uma resposta. Não que realmente houvesse o que dizer. – “Onde está Sakura?”.

“Na casa dela, provavelmente...” – falou, tentando mostrar-se indiferente. Não era, exatamente, a melhor atitude a ser tomada considerando sua usual superproteção, mas foi o melhor que ele conseguiu pensar em fazer. – “Não foi ao colégio hoje; estava indisposta...” – explicou; sua voz saindo em um fraco sussurro. Observou a expressão de espanto no rosto da mãe, mas não registrou realmente o fato. Sentia-se cansado. Então decidiu se retirar sem dar maiores esclarecimentos.

Ao entrar no quarto, ficou tentado a jogar-se sobre a cama e dormir, mas estava com a roupa encharcada e acabaria ficando doente se o fizesse. Além disso, um banho quente lhe faria muito bem. Não soube dizer, exatamente, o que aconteceu naquele entremeio, mas quando se deu conta, já se encontrava mergulhado no ofurô, encarando o teto com o olhar vago. Tudo estaria perfeito, não fosse o fato de continuar ouvindo a voz de Tomoyo em sua mente.

‘Céus!...’, pensou, mergulhando a cabeça na banheira em uma tentativa de interromper o fluxo de palavras acusadoras da morena. Não que fosse realmente surtir algum efeito naquele caso.

“Ah! Droga!...” – exclamou ao voltar a se erguer quando quase não suportava mais. ‘Que direito ela tem de se intrometer dessa forma neste assunto?’, indagou-se, cobrindo o rosto com as mãos. ‘Se Sakura realmente tivesse alguma oposição ela teria dito. Não foi como se eu tivesse tomado a decisão sozinho...’, contra-argumentou, tentando colocar um ponto final naquele assunto que o estivera incomodando a tarde toda.

Mas não adiantaria e ele sabia disso. Porque não foi com o que Tomoyo disse que suas dúvidas apareceram. Foi muito antes disso. Na verdade elas já o estavam incomodando há algum tempo. Passou as mãos pelos cabelos, levantando-se da banheira; estava decidido a não pensar naquela questão agora. Era a última coisa da qual precisava. Seguiu para seu quarto enxugando-se. Precisava de uma boa noite de sono e, no dia seguinte, quando encontrasse Sakura na escola, veria que suas preocupações eram, na verdade, maiores que seus problemas.

Com esse pensamento em mente, sentou-se na cama e abriu a gaveta da cômoda pegando algumas folhas de papel para origami. Fechou os olhos por um breve momento e, começou a dobrá-las até começarem a assumir uma forma que lhe era bem conhecida.

 

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Shaoran fez uma pausa na história que contava e abriu um sorriso de lado, meneando divertidamente a cabeça.

“Então o maître me encarou como se eu fosse um ser de outro planeta e arregalou bem os olhos antes de conseguir pronunciar, completamente confuso: ‘Desculpe, senhor, mas o que está dizendo?’” – falou, vendo Yamazato e outros colegas rirem discretamente.

“Ele não estava entendendo o que você disse?” – ela ficou indignada. – “E você achando que ele entenderia...”.

“Pois é. E era um legítimo restaurante chinês em Paris...” – ironizou, voltando-se para Mako, uma das meninas da turma. – “Mas, apesar de não saberem identificar os pratos em chinês, o restaurante era bom, como muitos dos restaurantes orientais do centro da cidade...” – comentou erguendo os ombros. – “Se não quiser se arriscar a experimentar a culinária francesa, nem quiser comer  massa enquanto estiver por lá, recomendo também o Isami, que é o melhor restaurante japonês da cidade...”.

“Eu adoro esse restaurante!” – Akio se espantou com um sorriso largo. – “Eu sei que parece ridículo, mas sempre que eu vou a Paris, eu tenho que comer no Isami... A comida de lá tem outro sabor que eu não consigo explicar...”.

“Isso é bem verdade...” – Shaoran concordou, voltando a prestar atenção às perguntas de Mako.

Ela o chamara, assim que ele adentrou a sala, para se juntar ao grupo que se encontrava ali. A princípio, ele pensou que tivesse sido ideia de Yamazato, mas logo entendeu que não. A garota iria a Paris com a família nas férias de verão e queria algumas sugestões de onde ir e onde comer.

Akio aproveitou que o rapaz tinha sua atenção voltada à outra garota para poder observá-lo. Quando chegou à escola mais cedo, estava com um mau-humor terrível, graças a uma declaração nada agradável que seu pai fizera na noite anterior. ‘Na qual eu prefiro não pensar no momento, obrigada...’, inspirou profundamente, tratando de expulsar aqueles pensamentos. Estava satisfeita por, quando Mako a abordou para falar sobre a viagem de família, ter decidido ignorar seus problemas e adotar sua melhor postura de ‘sem sal’ como vinha fazendo nos últimos dias. ‘Não é fácil me manter sorrindo feito uma palerma, mas isso é o que a Kinomoto faria, então...’, teve seus pensamentos interrompidos por Mako.

“Meus pais estão falando sem parar em visitar museus e museus e museus...” – comentou, choramingando e fazendo careta. – “Até agora o programa mais emocionante que meus pais planejaram foi jantar no Moulin Rouge e ver o Cha-cha-cha...”.

“Eu sei do que você precisa para aproveitar bem Paris...” – a ruiva abriu um pequeno sorriso. – “É um pouco afastado da parte nobre da cidade, mas convença-os a visitar o La Bellevilloise, é o melhor ambiente noturno para jovens e...” – olhou para Shaoran que a encarava espantado. – “O que foi?”.

“Eu sempre ia com Eriol e os primos dele ao La Bellevilloise...” – declarou, fazendo-a arregalar os olhos.

“Eu não acredito nisso!” – Yamazato sentiu seu coração acelerar e o encarou com um suave brilho no olhar. Era surpreendente como eles tinham várias coisas em comum...

“Eu sei! É incrível...” – riu-se animado. – “Claro que eu era mais novo e não ficava para aproveitar o clube, mas era ótimo! Eu adorava a programação cult...” – e ele congelou...

"Bom dia, Sakura!"

A frase, pronunciada do outro lado da sala, fez com que ele se calasse de súbito. Ele fechou o sorriso, ficando petrificado no lugar.

Por um momento... um breve momento, ele havia esquecido...

Aquelas palavras pareceram ecoar e pesar sobre ele, preenchendo-o com uma tensão que não estava ali até aquele momento. Sentiu-se estranho e estremeceu de leve perguntando-se quando foi que Yamazato colocara a mão sobre seu braço. Afastou-se do toque da garota um tanto quanto abruptamente, voltando-se lentamente para trás e viu Sakura se sentar e abrir a mochila. 

Ela não estava bem. Mesmo à distância ele conseguia perceber isso e o pensamento de que era sua culpa o fazia quebrar por dentro.

Voltou-se novamente para os colegas, tentando evitar olhar para Yamazato, mas não pôde fazê-lo por muito tempo, pois foi justamente ela quem quebrou o silêncio que se instalou no grupo com a entrada de Sakura na sala. Ela tinha um sorriso afetado nos lábios, o qual ele não percebeu. 

"Eu não sei o que houve entre vocês..." – começou, olhando para Kinomoto que conversava com Tomoyo. – "Mas se está preocupado, devia ir falar com ela...".

Ele sabia o que tinha e o que queria fazer, mas ouvir a sugestão na voz de outra pessoa era tudo o que precisava para impulsioná-lo a agir.

 

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"Bom dia, Sakura!"

Akio estreitou os olhos observando a reação de Li à menção do nome da Kinomoto.

‘O que está acontecendo entre os dois?’, indagou-se, sentindo um frio estranho no estômago que lhe roubava o fôlego ao mesmo tempo em que lhe deixava com vontade de gritar a plenos pulmões. A sensação piorou quando ele se afastou dela, como se fosse venenosa, antes de se voltar para observar a garota.

Aquilo machucava.

Ainda se lembrava de um tempo em que se divertia toda vez que ele tinha a exata mesma reação quando ela entrava na sala, mas não era divertido... Aquilo era cruel... e machucava.

 

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“Bom dia, Sakura!”

Aquela frase tão casual, pronunciada por Tomoyo, fez a jovem abrir um pequeno sorriso ao se encaminhar para seu lugar. Enquanto atravessava a sala, seus olhos notaram que a bolsa de Shaoran se encontrava sobre a mesa dele e inadvertidamente começaram a buscá-lo pela sala. O que ela viu, entretanto, não lhe trouxe um sorriso ao rosto, mas um aperto no peito.

Shaoran estava junto a um grupo de alunos, em volta de uma das carteiras na frente da sala, com Yamazato ao seu lado: a mão dela tocava o braço do rapaz em uma postura de cumplicidade que lhe deixou um gosto amargo na boca.

Desviou o olhar, voltando a encarar Tomoyo, que parecia preocupada. Sorriu levemente, dizendo, ao passar pela amiga, 'que estava bem' e se sentou, começando a retirar o material de sua bolsa.

"Como foi a sua conversa com a senhora Li ontem?" – a morena perguntou curiosa.

"Foi muito bom poder conversar com ela, Tomoyo..." – Sakura abriu um sorriso entristecido, mas genuíno. – "Eu a admiro e adoro ainda mais...".

"Então conseguiram esclarecer a situação? O que vocês combinaram?" – Sakura levou um tempo para responder. Não era uma pergunta tão simples quanto parecia.

"Que eu posso voltar quando eu quiser..." – pronunciou com a voz fraca olhando para Tomoyo que meneou suavemente a cabeça. Não precisava dizer à amiga que não pretendia voltar...

Não voltaria ao apartamento dos Li enquanto seu pai estivesse fora da cidade e, mais importante, não acataria a decisão de Shaoran de regressarem ao que tinham antes. Iria mudar aquela situação: de uma maneira ou de...

Sakura se assustou levemente quando um par de mãos surgiu diante de seus olhos, oferecendo-lhe um pequeno cravo feito em origami. Os orbes esmeralda se fixaram na pequena flor por um tempo que ela não soube determinar. Então, como se acordassem de um transe, percorreram os braços do dono daquelas mãos até alcançarem seus olhos.

“Como está se sentindo?” – ele indagou com a voz fraca. Sakura não precisou de mais que um segundo para perceber o quanto ele estava vulnerável.

“Melhor. Obrigada por perguntar...” – um sorriso se desenhou em seus lábios enquanto ela pegava a pequena flor que lhe era oferecida. Era uma coisa tão simples, tão boba... mas aquele item trazia-lhe um sentimento tão terno ao peito.

“Fico contente...” – ele passou a mão pelos cabelos, mexendo-se desconfortavelmente. Abriu a boca para falar alguma coisa inúmeras vezes, desistindo no último momento. – “Ahm...”.

“Tomoyo...” – Sakura chamou em tom de urgência, virando-se para ela, com a voz repleta de angústia. – “Será que eu posso dar uma olhada no seu caderno de biologia de novo?” – pediu numa tentativa desesperada de pôr um fim naquela situação.

“Ah, claro!” – a morena começou a folhear o caderno à procura da matéria solicitada.

“Eu acho que copiei alguma coisa errada ontem, porque não consegui responder uma das questões e...” – interrompeu-se, quando o rapaz se afastou, caminhando em direção à entrada da sala.

Ela o acompanhou com os olhos até que saísse, fechando a porta atrás de si, depois olhou para Tomoyo com lágrimas não derramadas nos olhos e um grito abafado em seu peito. Em sua mente se afirmava, sem parar, uma única certeza: ‘Acabou! Não dá mais para me enganar agora. Isso foi o fim...’.

 

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Shaoran se encostou à parede ao lado da porta, sentindo sua respiração falhar. Parecia que havia levado um soco no estômago; nunca se sentira tão indefeso em toda sua vida antes. Simplesmente não podia aceitar que seu relacionamento com Sakura tivesse sido reduzido àquilo: palavras custosas, trocadas de forma tão desconfortável. ‘Isso não pode ser tudo o que sobrou do que tínhamos antes...’, pensou angustiado.

“Shaoran, o que está fazendo fora da sala? O sinal de início da aula já vai tocar...” – Yamazaki assustou-o, parando ao seu lado.

“Ah... é, eu sei, mas...” – massageou levemente a fronte. – “Mas eu não estou me sentindo bem. Você pode avisar ao professor Onoda que eu fui à enfermaria?” – pediu ao amigo.

“Ah, não se preocupe. O professor não está no colégio hoje, então nós temos a aula vaga...” - tranquilizou-o com o olhar preocupado. – “Você não parece bem mesmo. Quer que alguém o acompanhe até a enfermaria? Eu posso chamar a Kinomoto e...”

“Não!” – interrompeu-o num sobressalto. Os olhos de Yamazaki se abriram mais do que qualquer um já tivesse visto. – “Não se preocupe. Eu posso ir sozinho...” – virou-se para se afastar.

“Ah, Shaoran!” – o rapaz de olhos pequenos o chamou, entregando a ele algumas folhas. – “São as informações da viagem escolar desse ano. Os professores finalmente decidiram para onde iremos e eu vou dar a notícia à nossa turma agora...” – abriu a porta da sala ainda encarando o rapaz. – “Espero que melhore logo...” – disse antes de entrar, deixando-o sozinho.

 

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Sakura se levantou assim que o sinal para o final da aula tocou, guardou seu material e encarou brevemente o origami que repousava sobre sua mesa. Sem pensar uma segunda vez, virou-se e começou a se afastar, parando ao ser chamada por Tomoyo.

"Você esqueceu isso..." – aproximou-se com a pequena flor nas mãos.

"Não. Não esqueci..." - disse dando as costas à amiga. – "Até amanhã!".

"Mas, Sakura..." – a corista insistiu.

"É melhor não, Tomoyo..." - respondeu afastando-se apressada, antes que mudasse de ideia.

“O que houve com Sakura?” – Eriol perguntou à namorada, que segurava a flor de papel.

"A briga entre eles foi séria, não é?" – Naoko se aproximou de Tomoyo, acompanhada de Chiharu. – "Ela nem quis levar a flor que o Li fez...".

"Não estou entendendo qual a conexão entre as coisas..." – o britânico disse confuso. – "Como é que Sakura não levar uma dobradura indica a seriedade do problema deles?".

"Ah! É mesmo... Você não conhece a história das nadeshikos de papel..." – Naoko começou a explicar, sentando-se no lugar de Sakura. – "Quando estávamos no 9º ano, Sakura teve um problema meio sério e foi obrigada a ficar de repouso por umas duas semanas. Ela e o Li não eram amigos como agora, mas ele já se preocupava bastante com ela e ia visitá-la todos os dias para saber como ela estava." – sorriu de leve, meneando a cabeça. – "Em uma dessas visitas, Sakura comentou que sentia muito a falta da mãe quando adoecia..." – suspirou olhando para a flor que se encontrava sobre a mesa de Tomoyo. – "No dia seguinte, quando o Li apareceu para visitá-la, ele levou um cravo de origami para ela...".

"Espera um pouco Naoko, acho melhor explicar primeiro que o nome da mãe da Sakura era Nadeshiko..." – Chiharu a interrompeu, brevemente, fazendo um olhar de compreensão surgir no rosto do inglês. Era tão típico de Shaoran, esse Shaoran que ele aprendeu a conhecer depois que veio para Tomoeda, fazer esses pequenos gestos. E tão típico de Sakura, dar a algo tão simples um significado tão grande.

"Ah, é!" - a jovem ajeitou os óculos no rosto. – "Bem, a Sakura não costuma ficar doente com frequência, mas, quando isso acontece, ela é derrubada...".

"E, em todas as vezes que ela adoeceu depois disso, Shaoran passou a fazer essas dobraduras..." – Eriol completou a explicação, entendendo o alarme das garotas e ficando preocupado também.

Sorriu levemente quando Tomoyo pegou a flor e guardou-a em seu estojo. Entendia o que levava a namorada a fazer aquilo, era bem possível que Sakura viesse a se arrepender de não tê-la guardado.

 

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Sakura atravessava o parque sem pressa de chegar a casa. Não havia mesmo motivos para se apressar. Ninguém a esperava, não havia com quem pudesse conversar e ela preferia evitar a sensação de solidão que sabia que iria encontrar. Sentou-se em um banco e colocou as compras que fizera no chão, observando as crianças que passavam por ali, barulhentas e animadas depois de um dia ensolarado.

Olhou para o céu. Nem havia percebido como estava limpo e sem nuvens. Os tons carmins e róseos que tomavam o horizonte eram um prenúncio de outro belo dia...

‘Sim, que belo dia...’, pensou ironicamente, sem saber como suportara ficar até aquele momento sem chorar. Vontade era o que não lhe faltava...

“Oi, Sakura!”

Assustou-se levemente e olhou para o lado vendo Yoshida a alguns passos, segurando por uma coleira um grande cão... uma cadela, de acordo com o laço rosa preso ao pescoço. Tinha os pelos dourados, lustrosos e compridos, mas andava um tanto quanto desengonçada.

“Oi!” – sorriu, ao tornar-se objeto de interesse da cachorra, que a cheirava curiosamente.

“Perséfone! Tenha modos...” – o rapaz a repreendeu, fazendo-a se encolher olhando para Sakura com os olhos entristecidos.

“Não há problema!” – sorriu, estendendo devagar a mão até ela, que recomeçou sua inspeção. – “Ela é muito linda! É uma Golden Retriever, não é?” – indagou, vendo-o concordar. – “E tem um nome muito curioso...”.

“É o nome de uma deusa grega ou algo assim...” – deu de ombros, sentando-se ao lado de Sakura no banco. – “Foi ideia de minha irmã, eu não sei...”.

“Perséfone é o nome da esposa de Hades, filha de Deméter e Zeus na Mitologia Grega. Ela era a senhora do reino dos mortos e deusa da eterna juventude...” – Sakura explicou e riu quando Isamu a encarou espantado. – “Meu pai é professor de História e eu gosto um pouco dessa parte de mitologia...” – explicou, acariciando os pêlos atrás da orelha da cachorra. – “Além disso, já ouviu falar de Percy Jackson e os Olimpianos?” – ergueu levemente uma sobrancelha com um sorriso de lado.

“Está explicado, então...” – ele riu, observando Sakura interagir com Perséfone. Ela trazia um sorriso nos lábios, mas ele não conseguia ver o brilho de felicidade refletido nos olhos dela. Suspirou, pensando no que ouviu no colégio mais cedo sobre ela e Li terem brigado.

“O que foi?” – foi pego de surpresa enquanto a observava e meneou a cabeça.

“Você tem jeito com animais...” – comentou com um meio sorriso, tentando disfarçar.

“Eu sempre quis ter um cachorro de estimação...” – sentiu Perséfone repousar a cabeça em seu joelho, pedindo mais carinho.

“Ah, kami... agora ela não vai mais desgrudar de você...” – ele riu levemente. Depois de algum tempo de silêncio em que Sakura acariciava o pêlo lustroso da cachorra, Isamu decidiu comentar. – “Sabe, a Perséfone está esperando filhotes... É por isso que ela está assim tão rechonchuda...” – acariciou as orelhas dela. – “Se você quiser, poderá ficar com um deles...”.

“Sério?” – espantou-se, abrindo um sorriso. – “Eu gostaria muito! Ainda preciso conversar com meu pai a respeito, mas acho que ele não vai se opor...”.

“Está combinado, então...” – piscou para ela, levantando-se. – “Nós temos que ir. Essa mocinha não pode ficar se desgastando muito...”.

“Pode me avisar quando os filhotes nascerem?” – Sakura pediu, levantando-se também.

“Claro! Eu a manterei informada...” – acenou se afastando.

Sakura ficou observando-o carregar uma Perséfone contrariada pela coleira. O sorriso em seus lábios se alargou, iluminando-lhe o rosto ao pensar que logo teria um cachorrinho. Decidiu ir para casa, preparar o jantar enquanto pensava em que nome daria para o filhote. Os problemas e tristezas do dia foram brevemente esquecidos diante daquela pequena alegria.

 

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Sakura voltava do almoço, caminhando lentamente. Os últimos quatro dias se passaram sem grandes acontecimentos, mas deixaram-na esgotada de qualquer forma. Mudar seu padrão de comportamento diante de Shaoran estava sendo mais difícil do que imaginara. Não é que estivesse ignorando a presença do rapaz, apenas não procurava mais a companhia dele. Era incrível ver que ele parecia estar fazendo o mesmo, como se tivessem combinado aquilo. O mais complicado de tudo era lidar com os olhares curiosos e o clima pesado, que surgia entre os amigos quando os dois estavam por perto. Com exceção de Eriol e Tomoyo, ninguém sabia o que acontecera, mas já estavam notando que não foi apenas uma discussão boba desta vez.

Para contornar a situação eles vinham evitando passar o almoço com os amigos. Sakura aproveitava a desculpa de que a ninhada de Perséfone estava para nascer e passava mais e mais tempo com Yoshida. Shaoran aproveitava a existência recém-descoberta de interesses comuns entre ele e Yamazato para conversar com a ruiva.

‘As coisas estão como deveriam, eu acho...’, tentava se convencer, mas isso não impedia que ela se sentisse magoada.

Foi tirada de seus pensamentos ao se aproximar da sala. Tomoyo e Yamazaki conversavam com vozes levemente alteradas e o rapaz parecia muito agitado.

“Você não pode estar falando sério, Daidouji! Não pode fazer isso!” – dizia inconformado. – “Você tem ideia da dificuldade que tive para convencer meus pais a fecharem a lanchonete mais cedo em pleno final de semana para realizar uma festa privativa?”

“Eu sinto muito, Yamazaki, mas a festa não vai acontecer...” – a morena dizia irredutível.

“O que houve? Por que você está fazendo o Yamazaki chorar, Tomoyo?” – indagou, ao se aproximar, com um tom de brincadeira.

“Não é nada...” – Tomoyo começou, mas Yamazaki a interrompeu.

“Nada? Eu não diria que é nada!” – ignorou o olhar repreensivo que a morena lhe deu. – “No sábado do karaoke, Daidouji me pediu para tentar reservar a lanchonete para o aniversário do Li e eu venho tentando convencer meus pais desde então. Ontem à noite eles finalmente cederam e concordaram em fechar tudo mais cedo no próximo sábado, mas a Daidouji está dizendo que não vai mais haver uma festa...”.

“O quê? Como assim, Tomoyo?” – Sakura olhou-a espantada. – “Por que não vai mais...” – interrompeu-se ao ver a expressão no rosto da amiga. – “Eu não acredito nisso...” – meneou a cabeça levemente.

“Eu não vou organizar uma festa para ele, Sakura!” – a corista declarou firmemente. – “Não depois do que ele fez... do que ele tem feito...”.

“Eu fico emocionada por saber que você está do meu lado, mas não precisa exagerar...” – comentou, segurando as mãos da garota. - “Ele é seu amigo também, Tomoyo. Não quero que o trate de forma diferente por minha causa...”.

“Sinto muito, Sakura, mas eu estou revoltada demais para conseguir fazer isso de bom grado. E não seria bom organizar a festa com esse sentimento de rancor... Não daria certo!” – retrucou suavemente.

“Está bem! Não precisa fazer nada...” - Sakura sorriu e voltou-se para Yamazaki que parecia tão desesperado quanto perdido diante da conversa das duas. – “Mas não se preocupe, Yamazaki! Eu vou cuidar disso, pode deixar...”.

“O quê? Mas... Sakura!” – Tomoyo espantou-se.

“Não se preocupe! É só que faz bem mais sentido, não acha? Afinal eu o conheço muito bem e sei de que tipos de coisas ele gosta...” – sorriu tristemente. – “E eu havia mesmo prometido fazer a torta de chocolate de papai para ele. Não pretendo quebrar uma promessa, não importando o que tenha acontecido...”.

“Então... ainda vai haver uma festa?” – Yamazaki indagou meio incerto. – “Tem certeza que quer fazer isso, Kinomoto? Se não quiser eu...”.

“Não se preocupe, Yamazaki. Eu posso cuidar disso sem precisar falar ou me encontrar com ele... como eu faria se fosse uma festa surpresa, por exemplo...” – olhou para frente por sobre os ombros dos amigos. – “Agora é melhor entrarmos, porque o professor está vindo...” – disse, afastando-se.

 

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Shaoran olhou mais uma vez para o cartão manuscrito com a data e as informações do lugar onde aconteceria sua festa-karaoke de aniversário, dali a dois dias. Ele tinha certeza que aquela letra era de Sakura, reconheceria a caligrafia dela em qualquer lugar, mas estava incerto sobre o que aquilo significava. Estavam desde a terça-feira da semana anterior, apenas trocando cumprimentos por educação, o que causava uma ferida profunda no coração do rapaz; ter recebido aquele cartão das mãos de Yamazaki mais cedo o fez quase sangrar por dentro.

“Eu recebi um desses também!” – foi retirado de seus pensamentos ao ouvir uma voz. – “Mas não tenho certeza se fui mesmo convidada ou foi apenas um engano...” – Yamazato sorriu e apontou para o espaço ao lado dele. – “Posso me sentar?”.

“Não acho que tenha sido engano...” – ele se moveu para o lado, abrindo um pouco mais de espaço. – “Quer dizer... contanto que não leve sua madrasta com você desta vez...” – fez com que a garota risse.

“Não precisa se preocupar com isso. Mesmo que ela estivesse na cidade, estaria ocupada demais com outras coisas para se preocupar com o meu círculo de amizades...” – comentou com a voz fraca, franzindo levemente as sobrancelhas, mas logo voltando a exibir um sorriso.

Ficaram em silêncio e Shaoran aproveitou para observá-la atentamente enquanto ela olhava para frente com o ar cansado. Ele havia notado que aquele olhar preocupado estava aparecendo com freqüência no rosto da ruiva nos últimos dias, mas ele não se sentia confortável para questionar qual a razão daquilo. ‘Não é como se fôssemos amigos...’, bufou levemente ao lembrar-se do comentário inconformado de Tomoyo sobre a aproximação entre eles. Apenas aconteceu de ele descobrir que tinham alguns assuntos para conversar, o que era oportuno, uma vez que a morena fazia questão de fazê-lo se sentir persona non-grata entre os amigos.

“Você anda desanimado ultimamente...” – ela comentou, espiando-o de soslaio.

“Deve ser o peso da idade chegando...” – ele brincou passando a mão pelos cabelos. Não queria e não iria conversar sobre seus problemas com a garota. Sabia que ela não iria entender, afinal ela não era... ‘Ela não é Sakura...’, concluiu o pensamento, voltando um olhar atento para Akio.

Pela enésima vez desde a terça-feira anterior, tentou se lembrar o que havia naquela garota que o fizera passar os últimos dois anos tão obcecado. E mais uma vez não encontrava uma resposta. Ela era bonita, isso sem dúvida. Os olhos azuis brilhavam como um par de safiras, os cabelos lembravam-no os fios acobreados da Afrodite de Botticelli e até o perfume caro que ela usava incitava os seus sentidos, mais do que gostaria de admitir. Mas, observando-a bem, não entendia... Não sentia...

E isso o atordoava, principalmente quando pensava em Sakura e na atração desenfreada que começara a sentir por ela; na necessidade que tinha de ouvir sua voz ou sentir o perfume floral dos cabelos... mas isso ele também não entendia... ‘Ou será que sim?...’, perdeu-se em pensamentos, tentando encontrar a resposta para aquele que era seu pior dilema.

Akio sentiu-se desconfortável com o longo silêncio que se instalou entre eles e arriscou espiar o rapaz ao seu lado. Arregalou os olhos com um leve embaraço por causa da intensidade presente nos orbes âmbares que estavam voltados em sua direção, mas logo percebeu que ele não a enxergava. Olhava através dela, como se não estivesse ali.

Sentiu vontade de gritar, de chacoalhá-lo, de esbofeteá-lo e de sair correndo, tudo ao mesmo tempo. No entanto, tudo o que fez foi encolher-se levemente e desviar o rosto, impedindo que ele tivesse qualquer vislumbre da dor que agora sentia.

 

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Naoko entrou na lanchonete e viu o pessoal da turma amontoado nos grupos de sempre. Visualizou Chiharu e Yamazaki junto a Rika, Eriol e Tomoyo conversando perto da cozinha e se aproximou, carregando o pacote de presente que trazia em mãos.

“Onde está o aniversariante?” – indagou olhando em volta.

“É uma pergunta tão boa que ninguém tem uma resposta para isso...” – Chiharu comentou dando de ombros. Todos se entreolharam confusos até perceberem um sorriso de lado no rosto de Tomoyo.

“Qual o motivo do sorriso, meu anjo?” – Eriol a observou curioso, vendo-a conter um riso.

“Eu estava pensando que, se Sakura estava organizando a festa e realmente não falou com o Li, será que ele foi avisado?”.

“O quê? Seria possível que...” – Naoko arregalou levemente os olhos, mas não completou a frase.

“Não. Sakura me pediu para entregar uma cópia do convite a ele, então tenho certeza que ele sabe...” – Yamazaki os tranquilizou.

“Ainda bem...” – Rika conteve uma risada. – “Já pensou se o aniversariante não tivesse sido avisado sobre a própria festa?”.

“Por kami... Seria muito engraçado. Talvez não agora, mas no futuro...” – Chiharu meneou levemente a cabeça.

“É verdade... mas, Tomoyo, ela realmente disse que não vinha?” – Rika indagou com um tom de preocupação.

“Eu confesso ter pensado que ela mudaria de ideia; ou mesmo que estivesse planejando algo quando decidiu organizar tudo...” – Chiharu comentou, expressando os pensamentos de todos os amigos.

“Eu também pensei nisso...” – Tomoyo admitiu suspirando. – “Mas ainda bem que me enganei. Ela está melhor assim...”.

“Ora, Daidouji! Não acha que está exagerando?” – Yamazaki perguntou, fazendo a morena encará-lo seriamente por alguns instantes antes de responder.

“Não quando penso no quanto Sakura foi magoada...”.

“Não acho que ela seja a única que esteja sofrendo com isso...” – o rapaz retrucou com uma curiosidade latente em sua voz. Ficava difícil entender o verdadeiro significado daquelas palavras quando não sabiam o que, de fato, acontecera entre os amigos.

“Não importa. A culpa é dele por...” – Tomoyo interrompeu-se ao ver alguém passar pela porta. – “O que ela está fazendo aqui?” – enfureceu-se. – “Não acredito que o Li teve coragem de...”

“Ele não teve... Foi Sakura quem enviou um convite à Yamazato também...” – Yamazaki corrigiu-a rapidamente, vendo a ruiva aproximar-se quietamente de alguns jovens.

Não muito depois da chegada de Yamazato, todos tiveram suas atenções atraídas pela pequena comoção que se seguiu à chegada do chinês à lanchonete, ouvindo-o explicar, embaraçadamente, que o motivo de seu atraso fora a mãe tê-lo colocado ao telefone para falar com a família em Hong Kong.

Enquanto Yamazaki dava-lhe as boas-vindas, Eriol manteve-se afastado deixando que os outros convidados o cumprimentassem. Pensou, com um sorriso de lado, que Sakura fizera um excelente trabalho ao conseguir dar à festa um ar convidativo e pessoal o suficiente para que Shaoran não ficasse desconfortável ao mesmo tempo em que evitou o clima de “reunião”. Notou quando o amigo o localizou, estando ainda cercado pelos convidados e não falhou em perceber a análise cuidadosa, para não dizer esperançosa, que o rapaz fez de todos os presentes.

 

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Shaoran levou algum tempo para conseguir se desvencilhar dos colegas de classe, não conseguindo fazê-lo antes de cantar a primeira música no karaoke. Ao se afastar do grupo que se amontoava ao redor do aparelho, Shaoran localizou Eriol e as garotas sentados em uma área mais afastada e não conseguiu evitar passar os olhos pelo ambiente procurando por algo. Viu quando o esboço de um sorriso conhecedor se formou nos rostos dos amigos, mas não se importou em tentar disfarçar. Não era mesmo novidade que ele buscasse por Sakura aonde quer que fosse.

Suspirou forçando um sorriso ao se aproximar. Bem que tentara não criar expectativas, mas a esperança de que ela usaria seu aniversário para re-estabelecer a amizade entre eles surgira mesmo assim.

“Então, o que está achando?” – Chiharu indagou, fazendo-o olhar brevemente ao redor.

“Está tudo ótimo!” – ele sorriu levemente. – “Não é espalhafatoso e ao mesmo tempo evita o ar intimista o que permite que todos possam se divertir...”.

“Realmente combina com você e está completamente diferente do que eu tinha em mente quando pensei em uma festa-karaoke.” – Tomoyo comentou pensativa, fazendo o rapaz franzir o cenho em leve confusão. Ela achava desanimador ver o quanto Sakura conhecia o chinês.

“Ainda bem, então, que foi Sakura quem organizou tudo, não é?” – Eriol comentou observando-o atentamente e ignorando o olhar chateado de Tomoyo. Lidaria com a namorada mais tarde, agora precisava confirmar uma suspeita.

À menção do nome da japonesa, Shaoran encarou-o com uma pergunta estampada em seu rosto.

“Ela não virá...” – o inglês respondeu à indagação silenciosa e Shaoran desviou brevemente o olhar, suspirando. Por fim, as esperanças às quais ele se agarrara tão teimosamente caíram por terra.

“Se vocês me derem licença...” – Tomoyo pediu, sentindo-se desconfortável com a reação do chinês. – “Vou dar uma olhada no karaokê...”.

As garotas decidiram acompanhá-la, deixando apenas Eriol para trás com o aniversariante. Por algum tempo nada foi dito entre eles enquanto esperavam que o outro se pronunciasse. E foi o britânico quem decidiu dar o braço a torcer.

“Estás com o olhar de alguém que fez uma grande descoberta...” – Eriol comentou de forma contida.

“Não diria ser algo tão grandioso...” – Shaoran bufou levemente. – “É mais como a aceitação de algo que eu vinha negando...” – disse vendo Eriol arregalar os olhos.

Depois disso ambos guardaram silêncio por alguns instantes em que aquelas palavras estavam sendo medidas e pesadas quanto ao seu significado. Eriol sentiu uma coceirinha de curiosidade percorrer sua língua e estava prestes a satisfazê-la quando Shaoran abaixou a cabeça correndo os dedos pelos cabelos antes de continuar.

“Não tem mais volta, não é?” – não era exatamente uma pergunta Eriol percebeu. – “Eu... eu realmente a perdi...”.

“Mas é algo compreensível...” – o inglês declarou subitamente, atraindo o olhar do amigo. – “Afinal o que achavas que fosse acontecer quando decidiste afastá-la depois de tê-la beijado?”.

“Eu honestamente não sei...” – suspirou pesadamente, como se o ar lhe faltasse. – “Talvez eu tivesse a esperança de que ela se recusasse a se afastar...” – murmurou mais para si do que para o amigo. – “Eu... eu não devia ter feito aquilo...”.

“Tu te arrependes de tê-la beijado?” – Eriol indagou com suspeita. Shaoran arregalou os olhos.

“Não! Eu não devia tê-la afastado...” – admitiu com dificuldade. Era algo tão estranho: apesar de o britânico ser seu amigo mais antigo, ainda era difícil falar sobre aquilo, mesmo que precisasse desabafar. Forçou-se a continuar. – “Eu demorei tanto tempo para perceber o quanto ela é linda, Eriol...” – declarou, fazendo-o se espantar. – “Eu sempre soube a pessoa maravilhosa que ela é, mas o quanto ela é linda... isso me fugiu à percepção por tanto tempo que... quando eu finalmente notei, atingiu-me de maneira tão forte... e eu...” – encolheu os ombros sem saber como continuar.

“Tu a desejaste e por isso a beijaste...” – Eriol declarou, vendo-o confirmar num aceno silencioso.

“Não era certo...” – meneou a cabeça de forma pensativa. – “Desejá-la daquela forma não parecia certo, mas, ao mesmo tempo, era tão perfeito...” – olhava para longe tentando encontrar as palavras e Eriol percebeu o momento exato em que ele as encontrou; segundos antes de encará-lo para dizer. – “De alguma forma, estando com ela, tudo fazia sentido... mesmo antes de eu perceber que... perceber que a amo...”.

 

Continua...

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Notas finais do capítulo

N/A – Aiya, minna!

Depois de mais de... uhm... ‘deixa pra lá quanto tempo’ desde o capítulo 16, apresento a vocês um capítulo novinho em folha. Espero que não fiquem chateados com o que eu vou dizer agora, mas não me arrependo de ter demorado esse tempo todo já que o capítulo saiu exatamente da forma como eu queria. Prefiro que seja assim a permitir que os capítulos sejam rápidos e menos do que ‘perfeitos’ (modéstia à parte) para seus olhos... É bem certeza que amanhã, quando eu for reler o capítulo, vou achar um monte de defeitos, mas o fato é que agora ele está exatamente da maneira que eu o idealizei...

E cá entre nós, ficou lindo não ficou? Vai dizer que não sentiu um friozinho no estômago durante a última cena e que não deu uns pulos e uns gritos de aleluia com a última fala do Li... Admita!

Aconteceu tanta coisa nesse capítulo que eu nem sei por onde começar, então decidi deixar os comentários por conta de vocês. O que acharam?

Uhm... Sobre Percy Jackson e os Olimpianos, obviamente, não me pertencem. E, muito embora eu tenha assistido ao filme (e achado legal para um filme sessão da tarde), ainda não li os livros de Rick Riordan – pretendo fazê-lo em breve. A inserção do comentário foi um pequeno agrado à minha revisora. Foi breve, Rô, mas gostou??