A casa pegava fogo, eu encarava Dio e o mesmo me encarava, uma troca de olhares incompreensível, podia ouvir os pensamentos dele...

“Vá, Aya, vá...”

Mesmo ele dizendo para eu ir embora, não iria sem ele, precisava de Dio comigo, estava completamente só...Mãe, pai, Maria, todos mortos, não poderia viver sozinha

- DIO! VENHA COMIGO! – Gritei com os meus olhos azuis transbordando em lagrimas, não iria mais conte-las

- Aya...Preciso permanecer na casa para meu espirito descansar em paz, vá e seja livre, por favor! – Dio se aproximava para mais perto de mim – Por favor... – Ele falou pegando em minha mão

- Não! Não quero...Ficar sozinha – Disse soluçando e enterrando minha cabeça no ombro do loiro – Venha comigo, Dio

A cada milésimo de segundos que se passavam a casa ia ficando cada vez mais abafada, quente e sufocante, já não aguentava mais ficar ali, retirei minha cabeça do corpo de Dio e encarei aqueles olhos amarelados bem de pertinho, podia se ver o fogo arder fortemente nos belos olhos do loiro, labaredas avermelhadas se misturavam naquela imensidão amarela, não conseguia parar de admirar

Já quase ficando sem ar tentei puxar Dio para fora da mansão, mas ele insistia em permanecer ali, olhei com as orbes azuis arregaladas e desesperadas, a minha respiração ficava difícil, sentia a fumaça descer ardente pelas minhas narinas, estávamos tão perto da porta, porque ele não ia?

Ele se aproximou de meu corpo, colocou a mão em meu cabelo liso e bem preto, passava a mão delicadamente por ele, depois me olhou carinhosamente e deu um meio sorriso

- Vá...Aya... – Ele sussurrou num som quase inaudível, beijou minha testa, abriu a porta rapidamente e me colocou para fora da casa, fechou a porta e uma madeira da parte frontal da mansão caiu em frente á entrada

- Dio...Dio...DIO!! – Gritei de fora do casarão já chorando novamente, na verdade, estava chorando á muito tempo

Passei pela madeira em chamas e entrei na casa, vi Dio desmaiado perto da escadaria, corri até lá enquanto destroços flamejantes caiam por onde eu passava, sem me importar com o perigo que corria fui ao garoto e me ajoelhei perto dele

- Dio...Fale comigo – Falei encostando minha cabeça no peitoral do loiro

Molhava a camisa branca com minha lagrimas, enquanto soluçava loucamente, olhei para seu rosto novamente e beijei de leve seus lábios, o mesmo abriu os olhos lentamente, sorriu de leve e disse:

- Você voltou, Aya – Ele disse como tom de voz fraco

- Voltei...Para ficar... – Disse sorrindo e selei novamente meus lábios aos dele, entrelaçamos nossos dedos e quando nos encaramos novamente a mansão se destruiu em cima de nossos corpos

...

“Eu te amo, Aya...”