Greco-Romana escrita por P3RC4B3TH


Capítulo 15
Batemos em um jogador de basquete




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          Quando fui pegar outro lanche Tresh me acompanhou. Voltamos até a mesa para fazermos a nossa rota de viagem.

          -Ta. A gente então vai para Nevada. -Falei quando me sentei de novo.

          -Assim? Do nada? Sem pistas, fotos, ou sem saber como é o garoto? - Jessy falou.

          -É. A gente vai contar com a sorte. - Respondi.

          -Romana, não temos sorte!

          -Jessy, seja positiva, ok?

          -Eu quero ser. Mas Romana, olha bem. Você nunca viu a criança, e isso foi a cinco anos! Cinco! Ela pode ter morrido. Você está sabendo que esta nadando contra a maré, não é?- Jessy estava certa. Porém, sou teimosa.

          -Eu estou nadando contra a maré, mas e se Netuno não quiser me afogar? -Falei isso sem pensar. Claro que o deus dos mares ia me afogar.

          -Netuno é Poseidon, certo? Olha, é melhor não se iludir. Você quer salvar alguém que não sabe e nunca viu na vida.

          -Obrigada pelo incentivo. Mas eu vou. Decidi isso.

          -Ta, e como vai ser isso? Simplesmente vamos a Nevada?- Tresh me perguntou.

          -É. Tem isso. A gente vai de ônibus até lá e...

          -E porque não de avião? Alguém aqui ofendeu Zeus? -Tresh nos perguntou.

          -Acho que se for de ônibus é melhor, temos um tempo mais longo de viagem, mas pode surgir pistas sobre a criança a caminho. -Respondi.

          -Nova York e Nevada tem muita distancia. Você sabe, não é? -Jay disse.

          -Sei, gente, sei! Qual o problema de vocês? Querem ir ou não? Que droga! A gente vai e já era! -Eu fiquei brava.

          -Ta, calma. -Tresh disse. -A gente vai. Vamos para Nevada, e depois? Que cidades descemos?

          -Capital. Carson City. Depois, pedimos ajuda aos deuses.

          -Ta brincando, né? -Jessy falou.

          -Não. Eu espero que a gente receba ajuda.

          -Romana, você é maluca.

          Sorri.

          -Vamos? Temos que comprar nossas passagens.

          -Vamos em busca do objeto perdido. -Jessy fiz um bico.

          -Já pensou em ser modelo? -Falei para ela.

          -Ãn?

          -To falando sério. Você é bonitona. Tem futuro. Mas você tem que ser modelo de MMA. Tipo, sai desfilando no tatame.

          -Romana, você deveria calar a boca.

          Saímos do Mc Donald's e nosso rumo era sair da Time Square.

          -Gente, olha para trás. Tem um cara de laranja, barrigudo olhando para a gente.- Tresh disse.

          -Você também é barrigudo. -Falei.

          -To falando sério. Olha.

          -Monstro? -Jay falou.

          -Gente, Tresh tem razão. Ta olhando de mais. Vamos. -Todos nós apreçamos o passo.

          Viramos a primeira esquina. O cara não estava mais lá.

          -Ele sumiu. -Falei.

          -É um monstro. Ele provavelmente vai aparecer daqui um minuto. -Jay disse.

          -Ou menos. -O cara barrigudo e de camisa laranja estava na nossa frente. Detalhe, ele tinha uma trança no final da cabeça e o resto era careca.

          -Ei, se você é um monstro, sabe que não tem chance contra quatro de nós, não é? -Jessy disse.

          -Monstro? Que monstro, garota? Tem problemas? -O cara disse.

          -Ãn...como é que é?-Falei.

          -Vocês além de serem pestes ainda são malucos?

          -Cara, quem é você? -Falei.

          -A é! -Ele tirou a do bolço um revolver. -Sou seu advogado, garotinha. Mas como sou um cara de sorte, tenho mais três clientes.

          -A não. Não acredito! -Coloquei a mão na testa. Eu estava dando chilique. -Não! -Gritei.- Porque? Porque? Cara, avisa para aqueles homens que eles são tapados!-Falei.

          -Tapados? Cala a boca. Vem logo, ou atiro no loirinho, no gordo e na garota que é maior que eu.

          -Gordo? Cara, olha para sua pança!

          -E dai? Eu ganho dinheiro e como o quanto quiser, olha para você! Olha para sua canela, é fina!

          -Fina? Vem aqui te chuto o traseiro com ela. Vai doer, e muito.

          -Jay, -Tresh se aproximou de Jay- eles estão discutindo?

          -É o que parece. -Jay respondeu.

          -Vai, vem chutar! Sua canela nem vai fazer cócegas.

          -Claro que não. Sua bunda é grande e gorda!

          -E você? Você é uma mini graveta!

          -Não sou nada! Eu tenho...tenho...

          -Tem caca na cabeça. Vai, vem logo. Cansei de discutir com você.

          -Você começou!

          -Cala a boca. Vem logo aqui eu  atiro neles. -Agora ele estava vermelho.

          -Ta cara, to indo .-E fui andado devagar.

          -Romana! -Jay gritou. -Não pode ir.

          -Posso sim, relaxa. Esse eu dou um jeito facinho. E outra, os caras mandaram o pior agente deles.

          -Cala a boca. -O cara me beliscou.

          -Ou! Gente, ajudem aqui.

          -Não! Eu atiro nela, e depois em vocês! -O pançudo disse.

          Jay deu um paço em minha direção. O cara me segurou pelo pescoço e mirou na minha cabeça.

          -Socorro! -Gritei. Não achei que aquele cara bobo fosse fazer algo.

          -Era só o que nos faltava. Não termos monstros na nossa cola, mas sim um bando da mafiosos fajutos na nossa cola. -Jessy disse. Concordei, mas ainda estava com medo de levar um tiro.

          O cara começou a me arrastar o mais depressa possível. Eu ia juntos com seus movimentos, mas de repente passamos porque um outro homem de terno parou e disse:

          -O chefe disse que ela agora pode ficar sobre meu controle.

          -É? Certo, eu passo. Mas só porque ela é chata. Boa sorte. -Assim, passou a arma para o cara e ele saiu correndo.

          Imaginem Tresh correndo. Só que Tresh mais barrigudo. E claro, Tresh na versão feia. O cara era estranho, e simplesmente me largou.

          -Você parece ser mais perigoso. -Falei.- Pode largar a arma se quiser.

          -Quem disse que eu preciso? -O cara quebrou a arma com apenas uma mão. Eu soube naquele minuto, que estava em uma encrenca bem maior.

          -O-o-u...

          -Romana, graças aos...-Era Jay falando, acompanhado de Jessy e Tresh.- O cara quebrou uma arma na...

          -Jay, estamos em apuros. -Falei.

          -Estamos! -Devolveu.

          O cara era um monstro, isso percebi quando olhei para os olhos dele. Era o primeiro em um dia. Até que despistamos alguns.

          O cara começou a crescer. O terno que ele estava começou a rasgar todinho.

          -Além de tudo estriper? Cara, cade o respeito?

          -Romana, sua lerda! Saia de perto dele. -Tresh gritou. Ele estava certo. Estava com tempo para sair de perto dele.

          -Estamos em quatro, fugimos ou corremos?-Perguntei quando cheguei perto deles.

          -Pegamos ele, sem dúvidas. -Jessy disse sorrindo com um desdém de guerra, afinal, ela era filho dela. Marte. Ares para os gregos.

          -Cerquem ele. -Tresh gritou.

          Quando o monstro se transformou na sua verdadeira forma vimos uma coisa horrível.

          Ele era mais alto que Jessy na sua forma normal. Mas quando olhamos de novo, ele tinha quase três metros.

          -Ciclope. -Jay disse.- Esse vai dar trabalho.

          Ele além de ser alto, era horrível. Ele me lembrou os filhos de vulcanos- Hefesto para gregos- não que eles fossem feios. Vou ser franca, tinha uns garotos daquele chalé que eram bonitos. Os filhos do deus tinham massa muscular e as mãos ásperas. Só de olhar para aquele ciclope deu para ver que ele tinha uma mão de ferro. Acho que a não dele era maior que a minha cabeça.

          -Hora de morrer -O ciclope disse.

          -Jessy, você é quase compatível ao tamanho dele. E ai?- Falei.

          -Eu vou pelas costas. Alguém pega a perna.

          Ele agora tinha um sorriso bem do mal. E avançou para cima de mim. Eu peguei uma das facas que estavam presas em minha meia. Apenas esperei o golpe. Mas ele não veio. Ele parou. Jessy estava nas costas dele com uma de suas flechas na suas costas.

          -Isso não me machucou. -Disse o Ciclope.

          -Tive uma ideia. -Sai correndo em direção ao grandão. Peguei a faca que estava em minha mão e enfiei no seu tornozelo no momento em que ele estava sapateado para tirar Jessy de suas costas. Depois de fazer isso, parece que ele nem sentiu dor. Mas sair correndo dali já que eu não era tão tonta.

          -Jessy! -Gritou Tresh. -Desça dai.

          -Não. Eu vou matar ele! -O ciclope começou a rir.

          -Dessa agora, eu tenho uma ideia.

          Depois que Jessy desceu das costas dele eu peguei minha Adaga e mirei no olho dele. Mas cabei acertando o canto da testa. Para ajudar, minha Adaga ficou presa.

          -Como vai pegar de volta?-Disse Jay.

          -Eu não faço a minima...

          Nessa hora vi só uma lâmina atravessar a barriga do monstro e aparecer nas costas.

          -Como...como o Tresh...

          -Fez aquilo? -Disse Jay também espantado.

          -Boa! -Jessy disse. Só que ela estava com um pequeno ferimento na mão.

           O ciclope caiu de joelho. Tresh rapidamente pegou minha Adaga. Como não sabíamos se o grandão ia se levantar de novo, saímos correndo.

          Os cidadãos Nova Iorquinos que estavam por ali viram a ação destorcida pela névoa. Então um homem agarrou o braço de Tresh e disse:        

          -Porque acertou um jogador de basquete?

          -Cara, ele queria me fazer como bola. Desculpe .-Tresh se soltou e continuamos correndo mais depressa que podíamos.

          Continuar a correr até onde achávamos que estávamos seguros demorou. Não aguentei mais correr e parei.

          -Romana, vamos.-Disse Jay.

          -Irmos? A onde? Cara, eu to acamada. -Minha respiração estava apressada.

          -Eu sei, também estou. Temos que chegar ao terminal rodoviário.

          -A gente vai chegar, agora calma.

          Depois de sentarmos na frente de uma loja por quinze minutos, Jay achou melhor irmos logo ao terminal rodoviário.


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