Murtagh colocou uma calça e blusa, chamou Nasuada, pediu para Sophia a levar para a cozinha, pois precisava fazer uma coisa. Que não fazia a quase 20 anos. Andou pelo castelo até uma porta vermelha com a fechadura dourada. Cuidadosamente abriu as duas portas. Era uma sala praticamente fazia. No final dela, perto de uma janela, repousava uma armadura vermelho-fogo, forjada pro ele mesmo. Galbatorix havia dado uma toda preta a ele, mas preferiu jogar fora e forjar uma para si mesmo. Ao lado da armadura estava a espada que roubou de seu meio-irmão, e que pertencia a seu pai. Zar'roc. Que literalmente significava desgraça. Eragon havia usado a espada, e trouxera glória ao nome. Era a vez dele. Lentamente pegou a bainha, colocou no cinto e embanhou a espada. Pegou a armadura, colocou em um alfajor e desceu. Comeu alguma coisa na cozinha, e fechou todas as portas dali. Murmurrou alguns encantamentos e foi para a sala do trono. Nasuada observava as pinturas.

–Foi nesse lugar que havia o buraco. - ela falou.

–Não podemos fazer nada ainda. Mas prometo que terá sua vingança.

–E por que eu ia querer isso. Eu não quero vingança. - ela falou olhando séria para ele.

–Não? Eles destruiram sua capital, e vão instalar a destruição novamente.

Ela pareceu pensar.

–Não gosto de chamar isso de vingança.

–Claro. Sophie?

Sim? perguntou a menina-gata aparecendo do lado do Cavaleiro.

–Suas coisas. Vou colocar em Thorn.

Aqui.

Eles arrumaram tudo.Trianne estava impaciente como sempre, mas já estava pronta. Nasuada ia fazer um espelho, mas um barulho a alertou. Colocou a mão no cabo.

–Eka ai fricai Shur'tugal. - ele falou alto.

Uma figura veio correndo. O dragão vermelho não impediu a figura baixinha ao passar por ele, nem quando pulou nos braços de Murtagh.

–Murtagh! - gritava a garota ainda nos braços do Cavaleiro.

Ele delicadamente a tirou dos braços e a encarou.

–Fiquei tão preocupada! Tentei falar com meu pai, e vir antes, mas ele não deixou. Sabe como é, sendo protetor como sempre.

Nasuada encarava os dois, e encarou Murtagh por um longo tempo.

–Você seria? - perguntou Nasuada.

–Você! - ela falou gritando. - Eu vi quando estava fugindo daquelas coisas... qual era o nome mesmo? - ela fez cara de pensativa. - Ah! Sim, Lethrblaka, não é? Eu falei para o meu pai que tinha visto um dragão ser perseguido mais ele não me ouve!

Nasuada a olhava intrigada. Tinha a mesma personalidade falante de Trianne.

–Mas aquelas coisas não seriam as montarias dos Ra'zacs? Achei que titio tivesse matado os ultimos. O que está acontecendo Murtagh? - ela perguntou, olhando para os alfajores. - Vocês iam embora? Mas eu acabei de chegar! Quero conhecer seu castelo.

Nasuada agora olhava brava para a garota morena na frente dela.

–Terá de voltar outra hora para ver Murtagh, estamos de saída.

Ela olhou para Murtagh, quase ordenando que ele a obedecesse. Mas não podai deixar a garota ali sozinha.

–Nasuada... - ele começou, mas foi interrompido.

–Você é Nasuada? Ah! - gritou a morena dando um abraço nela. - Não acredito que é você! Por que não me disse antes Murtagh? É uma honra conhecê-la!

Agora Nasuada estava confusa. Os dragões pareciam rir da cena.

–E quem é você? E o dragão? Adorei a cor das suas escamas. Você é até cintilante! Será que eu podia...

–Chega! - falou Murtagh segurando os ombros da morena. - Pode por favor voltar para casa?

–Mas Murtagh! Demorei tanto tempo para convencer meu pai! - ela olhou piedosa para Murtagh.

–Murtagh. - Nasuada falou com tom de advertência.

Ele alternava o olhar entre as duas.

–Precisamos ir, se quiser ver Murtagh volte outra hora...

–Nasuada, eu não posso deixá-la aqui sozinha.

Nasuada bufou.

–Posso saber quem é ela, já que é tão importante assim?

–Claro, ela é Ismira...

A postura brava dela sumiu do seu rosto.

–A filha de Roran?

Ismira assentiu.

–Papai fala bastante de você Nasuada.

–Desculpe, eu não quis ser rude, é que nós realmente precisamos partir. - Nasuada disse vermelha.

–Está parecendo que sim, não é? - ela disse tristonha.

Nossa intenção era sair cedo. Não sabemos ainda para onde vamos. Acho que não iriamos muito longe mesmo. falou a menina-gata.

–Então quer dizer que vão ficar? Eba! - ela começou a dar pulinhos.

Nasuada assentiu derrotada.

–Mas amanhã sairemos cedo sem atrasos.

O dia passou com Ismira explorando o castelo, ao lado de Nasuada, já que não teve tempo. Trianne e Ismira ficaram amigas, e Ismira insistiu em dormir como seu tio fazia: na barriga do dragão. Murtagh se preparou para dormir, mas dessa vez não sonhou com nada.