Não Estou Mais Sozinho... escrita por Perfil Inativo


Capítulo 48
Embora?


Notas iniciais do capítulo

Quase chorei.



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Nasuada acordou com o sol alto, provavelmente marcando meio dia. Espreguiçou-se e com relutância se levantou. Tomou um banho rápido, comeu frutas e pães, e se foi para o terraço, onde seu dragão roxo descansava enroscado em um galho de árvore, como um grande pássaro. Riu e se aproximou de seu focinho quente. Lembranças da noite passada voltaram á sua mente. Estranhou quando o elfo a chamou para um passeio noturno. Depois achou até fofo o feitiço que fizera, e até o beijo. Adorava muito a companhia dele, era divertido, inteligente e educado. Mas realmente não esperava por aquilo. Pensava que relacionamento entre elfos e humanos era proibido. Mas não pode não pensar nesta possibilidade, afinal, ele era um Cavaleiro. Havia gostado, sem dúvida, mas... estava confusa. Sua mente estava a mil por hora. Não parecia... certo. Parecia extremamente errado ter

Algo com Deondinus. Ele era diferente, só que ela não sabia de quem exatamente. Não sabia quem era o seu homem certo, e não sabia como poderia dizer que o elfo era errado. “Que complicado!” exclamou.

Ele não é o homem que está conectado a ti. falou seu dragão.

Como é?

Não é ele que está conectado a ti.

Eu ainda não entendo.

Alguém que lhe completa. Sua outra metade, essas coisas.

E como sabe que ele não o é?

Não sei como sei, só sei que sei.

Nasuada riu com a própria confusão do dragão ante as palavras. Mas ponderou sobre a possibilidade. Decidiu que se manter ocupada fisicamente seria melhor, manteria sua mente concentrada em outra coisa, a evitando pensar no ocorrido. Pegou sua espada nova, e desceu. Encontrou na porta um “buquê” de lindas tulipas e uma carta. Nunca havia visto a letra de Murtagh, mas sabia que aquela carta era dele. Trianne aproximou sua cabeça das flores.

Thorn. ela sussurrou.

Está achando que ele as colheu para ti?

Não sei. Depois do que ele falou, poderia ser um pedido de desculpas.

Nasuada voltou sua atenção para a carta. Não havia nome, mas sabia que era dele. Nunca vira sua letra, mas sabia que era dele.

Não sei como sei, só sei que sei. repetiu a frase de sue dragão.

Pegou a carta e começou a lê-la.

Para Rainha Nasuada.

Primeiramente, peço para que não me odeie. Niernan e Heily ficaram noivos, como sabe, e eles quiseram a mim e a Thorn como padrinhos, coisa que Thorn achou engraçado. Não pensei duas vezes em aceitar. Eu os vi se tornarem fortes guerreiros, e tenho certeza de que esta união somente se deve á minha pequena “missão” de atacar o exército de Ra’zac enquanto iam em direção á Tronjheim. Eles decidiram a data do casamento e será no dia de lua cheia deste mês. Eu resolvi partir imediatamente. Sinto muito não poder me despedir de uma forma melhor. Por isto, peço que não me odeie por partir tão precipitadamente. Depois do casamento... eu não sei. Acho que vou voltar para meu castelo. A guerra acabou, graças á nós, e por isso, logo a paz retornará. Tens contigo dois Cavaleiros e vários elfos para a reconstrução de Ilirea, e pressuponho que não seja mais necessária a minha presença. Não quero dizer que nunca mais nos veremos (considerando a vida longa que temos), mas não vejo motivos para ajudar na reconstrução. Por mais que me doa, e em Thorn, está na hora de nos despedirmos. E as flores, são para Trianne. Thorn as “colheu” como um pedido de desculpa.

Atra esterní ono thelduin, Nasuada, Trianne.

Adeus.”

Na primeira parte da carta, havia ficado feliz pelo casal anão. E ficou feliz ao ver que talvez, a rivalidade entre Murtagh e os anões tivesse sido deixada de lado. Realmente seria engraçado ser afilhado de um dragão. Já na segunda parte... lágrimas grossas rolaram pelo rosto delicado dela. Como... ele fora embora? Era óbvio que ela o queria perto. Mas por que queria? Ele a havia protegido – mesmo contra a vontade dela – da guerra, com medo de perdê-la. Mas ela não era frágil! Mesmo assim, fora um gesto de carinho gigantesco. Seu dragão a rodeou, a cobrindo com uma asa. Mas tudo o que conseguia ver eram as lágrimas. Seu peito estava ardendo como fogo, e seu coração pareceu quebrado. Seu dragão emitiu um rosnado triste. Pode sentir o quanto ela estava triste. A primeira reação de Trianne ao sentir sua Cavaleira beijando Deondinus fora sair de perto de Bluetr – que estava com a cabeça encostada na dela em uma parte afastada – e soltar fogo nele. Sentiu-se traindo Thorn. Ela havia abertamente gritado que amava o dragão vermelho. E quando o mesmo pareceu não se afastar ante isso... Ela teve esperanças. As duas tiveram. De dor e tristeza, os sentimentos de Nasuada passaram para ódio. Levantou-se e quase ordenou para seu dragão que fosse ver Arya. A encontrou em um dos seus jardins. Teria apreciado a visão se não estivesse tão atordoada.

-Arya! – gritou Nasuada.

A mesma se assustou. Sim, ela sabia. Nasuada andou até ficar cara a cara, e Fírnen que estava deitado se endireitou.

-Você sabe, certo?

-D-do que, Rainha?

-Murtagh e Thorn. – sua voz ficou trêmula. – Foram embora?

Arya assentiu. Ela começou a se desesperar.

-E você simplesmente o deixou ir? – perguntou indignada,

-Não poderia fazer nada. Ele é livre, pode fazer o que quiser.

Nasuada sentiu como se tivesse levado uma facada no coração. Quis manter a compostura. Novamente ele a abandonou, e novamente ela iria chorar por ele. Suas pernas bambearam e caiu de joelhos. Trianne rugiu inquieta.

-Ele...

A Rainha, um pouco espantada se sentou ao lado dela e a colocou em seu ombro. As lágrimas caiam na túnica prateada da elfa. A esta altura, Arya percebeu como o Cavaleiro a tinha afetado. Ele fora um tolo. Ela o correspondia, mesmo sem saber. E Nasuada o amava? A dor em seu peito dizia isto. Queria ele ao seu lado de todos os jeitos possíveis. Como um amigo, irmão, parceiro em batalhas e companheiro.

-Você gosta mesmo dele, não é? Eu vi isso quando conseguimos ganhar de Galbatorix. Olha, ele sente o mesmo por ti. Os dois se amam, e não percebem isto. Seria cômico.

-Quanto tempo eles partiram?

-Três horas. Vão passar em Kirtan e atravessar o deserto Hadarac.

Ela se encolheu colocando os braços envoltos das pernas. Suspirou.

-Eu queria que tudo fosse mais fácil.

-Pode ser, basta quere.

-Não. Eu preciso reconstruir Ilirea. Tenho um reino para cuidar. Não posso ir atrás dele.

Arya percebeu a tristeza nas palavras dela. Sentiu-se igual a ela. O Cavaleiro que queria estava tão distante.

-Façamos o seguinte: venha comigo e eu lhe tirarei seu tormento.

-Como? – perguntou Nasuada a encarando.

-Vamos voar para longe. Ir até alguns rochedos, passear pela floresta, caçar, tu escolhe. Vamos esquecer-nos de tudo por um dia.

-Por que disse “vamos esquecer”? Ah... não sou a única a não ser correspondida aqui? – perguntou um pouco mais animada.

Quando a elfa corou, Nasuada exibiu um pequeno sorriso e se levantou.

-Então vamos!

-Sim! – falou Arya.

As duas montaram em seus dragões e voaram pela cidade. A dor ainda não havia sumido do coração dela, mas a sensação de leveza ajudava um pouco. Ouvira uma vez, seu pai lhe dizer que por mais que seja difícil de acreditar, a guerra aproximava as pessoas. Elas lutavam juntas por uma causa, e para Nasuada, a fizera perceber os reais sentimentos por Murtagh. Quis desistirr da coroa e correr atrás dele, de sua felicidade. Uma lágrima teimosa escorreu a lembrando de que não seria certo fazer isso. O dever sempre viria antes de sua felicidade.

Pequenina... vai passar. Dias melhores virão.

É o que eu espero.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Sei ser dramática quando quero! *-*



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