Não Estou Mais Sozinho... escrita por Perfil Inativo


Capítulo 28
Quatro dias.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Murtagh não precisou acordar cedo naquele dia. Seu dragão havia saído das montanhas, e estava caçando. Havia dois guardas do lado de fora do abrigo, que o acompanhavam para onde ele ia. Não sabia se o seguiam por ordens de vigiá-lo ou se era para sua segurança. Provavelmente o primeiro. Colocou uma túnica verde escura, e pediu para o levarem em algum refeitório. Estava com fome, e não esperou seu dragão, já que este não poderia ir até a cidade. Pode observar o maravilhoso lugar. Viu também alguns soldados andando por ai. Andou até um pequeno restaurante, onde lhe serviram porco assado com legumes. O Cavaleiro comeu com gosto. Perguntou aos guardas se poderia ajudar em algo, como por exemplo, nas forjas. Tinha sua própria no seu castelo. Sentiu um pouco de falta dele. Na verdade, sentia falta de muita coisa. Gostava da sua vida calma e sem problemas de quando estava lá. Mas de maneira alguma se arrependera da escolha de se juntar a Nasuada. Ele preferia ela viva, sem poder tê-la, do que morta. Os guardas lhe disseram que era basicamente um insulto usar a forja de outro anão. Ele ficou quieto e deu uma volta pela cidade. Iria treinar os anões em arco e flecha um pouco mais tarde. Enquanto andava, encontrou uma criança anã um pouco afastada do mercado. Ele se aproximou, e a ouviu chorar.

-Ei criança. - ele falou na mesma língua que ela. - Por que choras?

A criança, um garoto de cabelos pretos e olhos verdes o encarou. A idade dos anões era bem dificil de ser distinguida, mas ele calculou que seria bem jovem.

-E... eu perdi minha mãe. - ele soluçou.

-Quer ajuda para achá-la?

O anão abriu um pequeno sorriso.

-S-sim. Quem és tu?

-Murtagh. Shur'tugal... Argetlam. - ele falou mostrando a palma.

O sorriso do garotinho se alargou.

-Então é você? Que legal!

Murtagh se virou para os guardas.

-Posso?

Eles assentiram, e andaram pelo mercado, enquanto o garotinho anão lhe contava sobre a família deles. O Cavaleiro viu uma anã forte andando apressadamente com um pequeno casaco na mão, e tinha o rosto preocupada. Ele pegou o garoto e colocou no ombro.

-É a sua mãe?

-Sim. Mamãe! - gritou o anão.

A mulher se virou, mas a expressão ainda era preocupada. Ela o abraçou forte,

-Nunca mais faça isso, me assustou.

-Desculpa, mas o Argetlam me ajudou a te procurar! - ele falou puxando a mãe para perto de Murtagh.

Ela o encarou um pouco duvdosa. Poderia culpá-lo pelo desaparecimento do filho, mas não parecia querer isso.

-Ajudas-te meu filho?

-Sim senhora.

-Por que fizeste isso Argetalm?

-Por que... não poderia deixar uma criança chorando. Sentiria-me horrível se não o ajudasse.

A resposta pareceu chocar a anã, que agradeceu e foi embora. Murtagh voltou para Farthen-Dûr onde os anões o esperavam. E teve uma surpresa. Encontrou seu dragão conversando com uma anã robusta de cabelos incrivelmente loiros, que estavam trançados. Ela sentava na pata de Thorn, e os outros anões estavam um pouco mais longe.

Novos amigos? perguntou o Cavaleiro.

Esta anã é diferente. Não teme minha força. Não por hora.

Cuidado ou Trianne vai fcar com ciúmes.

O dragão bufou, e seu Cavaleiro se aproximou.

-Olá, eu sou Heily. - disse a anã.

-Muito prazer, sou Murtagh. Veio se juntar á nós?

-É o que eu gostaria.

Quando seu dragão falou que ela era diferente, estava certo. Logo de cara foi a que mais teve sucesso com o arco e flecha. Não tinha mais que 70 centímetros, mas tinha força de vontade e coragem. Os outros a olhavam abismados enquanto ela acertava a maioria das flechas. Até o Cavaleiro se surpreendeu. Isso pareceu motivar os outros anões, que não desistiam. Acho que era difícil para eles verem uma anã sendo melhor que eles, não que tivessem essa coisa de machismo. Era engraçado. No final do dia, o Cavaleiro ficou muito contente com o progresso dela, e com os outros.

-Estou contente do que fizeram hoje. Vou comunicar Orik, e amanhã vou ensinar como acertar alvos de longa distancia. Devem ir dormir.

Nieran e Heily foram embora conversando animadamente.

Formam um belo casal. comentou o dragão.

Sim, é uma pena que estejamos em guerra. Volto logo.

Cuide-se.

Murtagh foi até o castelo, e alguns chefes ainda estavam na mesa discutindo com Orik. Assim que Orik viu o Cavaleiro ficou um pouco menos preocupado, pois este tinha um sorriso relaxado.

-Com vão as aulas? -perguntou o Rei.

-Ótimas. Encontrei uma ótima arqueira.

-Dizes uma anã? - perguntou um chefe.

-Sim. Seu nome é Heily, e é a melhor dos alunos até agora.

-Um pouco estranho. - falou outro chefe.

-Isso é normal. - falou Arya do espelho. - As mulheres têm um pouco mais de facilidade com os arcos.

-Fala isso por ser um elfo. - retrucou um chefe.

-Não, em todas as raças isso ocorre. Geralmente usavam as mulheres humanas como arqueiras, enquanto os homens brandiam suas espadas. Fico contente com isso. - terminou a elfa.

-Até agora não vimos nenhum sinal do inimigo. Podemos descansar, enquanto eles não vêm. - falou o Rei.

Murtagh saiu da sala e se dirigiu para a montanha. Quando saia, Arya o chamou novamente. Ele se aproximou da imagem, sendo que apenas havia ele e Orik no recinto.

-Eu soube do que fizera hoje.

-Sobre?

-A criança. - ela falou. - Por que fizeste isso?

-Duvidas de mim também? Achei que não tinha mais rancor sobre mim.

-E não tenho Murtagh. Só não esperava que fizesse isso com uma criança anã.

-E também não esperava por isso. - comentou Orik.

-Eu não podia. Como iria me sentir ignorando o choro de uma criança? Não poderia. Mesmo se fosse um... Urgal filhote, eu o faria. Não aguentaria ficar com a consciência pesada.

Arya sorriu para o Cavaleiro, e o Rei o dispensou. Ele se aproximou do dragão, que estava na frente do espelho onde estava Nasuada. Queria dar a volta, mas sabia que os dois não podiam de fato conversar.

-Rainha.

-Olá. Como está sendo a viajem?

-Ótima, estava indo deitar.

-Onde é que você está? Parece uma caverna.

O Cavaleiro engoliu em seco. Como iria explicar a ela?

-Está escuro. Estamos perto do rio. Boa noite.

-Boa noite.


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