Um minuto, isso é mais que o necessário para acabar com nossa vida, seja na realidade ou em apenas um fato fictício como é o caso deste. Copiando fatos ultrapassados da realidade vamos dar chance aos clichês ... E este começa com um chocar de testa e tórax na esquina da Baker com a Fourtíria. Uma rapaz de altura duvidosa e cabelos curtos esbarrou na única pessoa com a qual jamais desejaria olhar na cara.... clichê, quem sabe?

E estendendo os momentos que precederam a queda do mascarado e o reflexo ágil do moreno foram quase transcendentais se comparados à troca de olhares. Segurando o pulso do mascarado e sentindo a textura de uma pele bem mais macia e frágil da que deveria ser a de um homem, em fração de segundos o moreno franziu o cenho e puxou-o. Tufão Negro ... o temível era tão .... feminino?!

- Sasuke-dono ... - o chefe da milícia prestou reverência.

- O que esta acontecendo? - a voz autoritária fez o "Tufão" encolher-se e puxar seu braço de leve, recebendo um apertão em seu pulso.

- Me largue, moleque! - bradou a voz forçada.

- Sasuke-dono, pedimos seu perdão mas ele estava escapando e ...

- Vem! - cochichou Sasuke puxando- a direção à uma r1 Yamaha preta. Sentou-o e puxou o estranho para a garupa de sua moto e cantou pneu deixando várias suplicas para trás. A fuga não levou nem cinco minutos , porém, para um certo coração acelerado na garupa da moto pareceram dias... Dias vivendo como um fugitivo na garupa da moto de um estranho.

Pararam na sombra de um viaduto, perto ao rio que corria frívolo em seu caminho. Já fazia meses que um tal "Tufão Negro" assolava o poder de Madara, agitando a plebe com uma rebelião e palavras bonitas.... Sasuke, único na linha de sucessão ao poder absolutista dos Uchiha interessava-se neste assunto... Quem seria o tal que garantia-lhe muitas risadas ao ver seu tio sempre controlado, descontrolar-se em tempestades de humor ferozes. E agora estavam lá - frente à frente - e o Uchiha - sucessor deveria admitir o tal Tufão deixava muito a desejar! Não tinha altura ou porte que pudessem assustar um homem robusto. Tinha corpo esquio e frágil de mais. Aos lugares fugares aos quais a pele branca ressaltava pelas frestas da roupa denunciavam-lhe alguém muito branco. As mexas rosadas que caiam por cima da máscara branca eram de um tom vermelho claro, associavam-se ao rosa. Mas, pelos céus, quem teria cabelos de cor tão distinta? O cheiro de cerejeiras que a pessoa à sua frente emanava era embriagante. Os olhos esmeraldas - ele já tinha prestado atenção em olhos tão verdes e impetuosos assim antes? - encaravam-no, a posição de mãos e jogo de pés denunciavam que o homem a sua frente estava 'em guarda' e aquilo por baixo da capa negra era realmente uma espada? Sujeito curioso!

Porém os pensamentos do mascarado ( Ou seria Samawaru ? Ou Sakura-hime? Como denomina-lo (a) ?)  Não estavam obstantes ao de nosso cavaleiro Uchiha. Apesar da posição clara e dos reflexos de quem esperava um ataque certeiro - o mascarado permitia-se estudar o homem à sua frente. Alto e forte, porém de porte esguio, trajava roupas negras e um sobretudo de igual cor. Colete vermelho e blusa azul por baixo. O brasão que ostentava em seus pescoço era claramente Uchiha... Malditos.

- O que quer? - indagou o mascarado. O jogo de palavras começaria.

- Nada, apenas te ajudei! - afirmou, meio abobado.

- Não lhe pedi ajuda! - cortou, dando as costas e andando.

- Tisc... Mas que abusado! - Sasuke sorriu, soberbo.

Deixando nosso "Romeo" de baixo da ponte - literalmente - acompanhemos o mascarado e seu caminho de volta a sua casa. Retirou a máscara, embolou-a com a capa e segurando a mesma no antebraço como se fosse um casaco, voltou a andar nas ruas, em cada esquina, cautelosamente. Tomando cuidados para que ninguém percebesse a espada que carregava em sua cintura. Adentrou certo teatro pela porta dos fundos - procurou não fazer barulho - enquanto seguia para a porta secreta que havia no "backstage" do palco.

- SAMAWARU! DESGRAÇADO!  - Recebeu um chute nas costelas por uma figura  infantil. Konohamaru e seus 1o aninhos.

- Hama .... isso doí! - disse o menino de cabelos claros escorregando pela parede.

- Samawa-chan, chegou? - perguntou Ino, saindo de trás da parede aparentemente sólida;

- Ino... oi! - cumprimentou o jovem rapaz, jogado no chão , sofrendo de dores.

- Samawa-chan, tudo bem?

- Apenas ensinei-o a respeitar o Konohamaru-sama! - disse a criança sorrindo.

- Que horrível! - repreendeu a loira, ajudando o maior a se por de pé e entrando para a porta secreta. Levou-o escorado até seu quarto e fechou a porta atrás de si. O rapaz jogou-se na cama e fitou o  teto.

- Quantas vezes vou ter que lhe dizer para parar com essas aventuras? - a loira começou a briga.

O rapaz deu a língua insolentemente e voltou a encarar o teto.

- Sakura-hime .... - ralhou a loira.

O rapaz sentou-se e puxou a peruca e cabelos realmente rosas escuros caíram até sua cintura.

- Quem é esta ? - indagou a rosada,  fazendo careta.

- Não faça birra , Sakura ...

- Tisc! - voltou a jogar-se na cama com as roupas de menino.

Ino voltou a arrumar as coisas para banho de sua amiga quando foi cortada por uma pergunta atípica.

- Né... Ino.... Por quê eu uso roupas de menino?

A loira travou. Podia responder-lhe se não tivesse sido uma decisão 'daqueles' caras esconderem o passado da Hime dela, ela não podia contar sobre a 'quebra de contrato' nem sobre a 'noite sangrenta'.

- Bem ... - sentou-se ao lado de sua amiga - É que ....

- Já sei, já sei ... só quando fizer 18 anos .... Tá bom! - ela deu os ombros e levantou-se, despindo-se e indo em direção ao banheiro.

As coisas ficariam piores dali para frente! Cada vez piores ...