Alguns meses se passaram desde que a obra começara. Antes as pessoas passavam por ali apenas para dar uma olhada, hoje já é possível entrar, passear pelos extensos corredores ou simplesmente apreciar a vista do magnífico edifício que a escola se tornara.

Por fora era uma construção de quatro andares revestida de cimento e pintada completamente de azul, com faixas brancas para marcar os pavimentos. Era possível notar a diferença do número de janelas nos andares. Isso era devido ao fato de que nos dois andares superiores havia mais aposentos do que nos dois inferiores.

Ao entrar no terreno da escola, ia notar uma humilde trilha de pedras, que em certo ponto formavam um circulo cujo centro era tomado por uma fonte. Continuando por essa trilha chegaria às portas. Portas de correr feitas de vidro deixavam ver o interior da escola. Era como qualquer outra escola, se você quer saber. Corredores, que com certeza, durante a troca de aulas, estariam cheios e barulhentos. Várias salas de aula eram distribuídas pelos dois andares inferiores. Se seguisse em frente, conseguiria encontrar escadas que levariam para os próximos andares, e se seguisse direto para o terceiro, ou talvez o quarto, perceberia que existem mais salas em ambos andares.

A ala dos dormitórios se encontra nos dois andares superiores. No terceiro andar, encontra-se o dormitório feminino, onde as portas possuem numeração com placas de cor vermelha e números brancos. Já no quarto andar, as placas eram de cor azul com números brancos, pois ali era o dormitório masculino.

Mas antes mesmo de acabar de descrever esta escola, devo informar um detalhe que acabei esquecendo. Vista de cima, perceberá que o edifício tem o formato de um grande H e olhando melhor, verá que o formato do terreno é um T. TH, a sigla para Talent Hidden. Onde os talentos de nossos jovens poderão florescer de forma que talvez consigam alcançar, enfim, seus sonhos. Mas a pergunta que deve responder para entrar aqui não é “Qual o seu talento?”. Provavelmente, o certo seria...

Are you ready?

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– Agradeço a todos aqui presentes! É com honra que apresento a vocês a mais nova escola de música de Tóquio! – Disse Morgana ao microfone, não conseguindo tirar seu grande sorriso do rosto.

Ela encontrava-se em cima do palco que havia no auditório da escola. A seu lado encontravam-se alguns professores e a diretora, pois seriam eles que iriam tomar conta da escola. Seu trabalho, que era apenas desenhar a planta e apresentar os projetos para a empresa, já estava feito. A sua frente encontravam-se várias cadeiras, cujo estavam ocupadas por futuros estudantes e por pais dos mesmos. Todos estavam ali para a apresentação que ia ser feita sobre a escola. Seriam exibidos slides variados, explicando regras, uniforme, eventos.

Sentados na primeira fileira, 20 alunos em especial demonstravam tamanha felicidade. Alunos estes que foram escolhidos pela senhora Morgana para receberem 50% de desconto na mensalidade da escola e alguns benefícios a mais. Que alunos são esses? Tão fantásticos alunos serão apresentados ao longo desta história.

– Que a jornada musical de vocês comece! – Falou a senhora Morgana, finalizando assim a reunião de apresentação.

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Primeiro dia de aula. Correria, falatório, apresentações. Tudo era novo, desconhecido. E é claro, jovens adoram coisas novas, não é mesmo? Mas por onde será que devemos começar nossa história?

Seria um grande erro esquecer de comentar que as vozes estavam muito altas, mas algumas pessoas pararam de conversar quando o som de um microfone sendo ligado foi ouvido pelos corredores.

– Uhul! Finalmente achei essa droga! – Disse uma voz feminina. O som era emitido por pequenas caixas de som espelhadas por toda a escola – Eeeeeai galera! Primeiro dia de aula! Quem ai está a fim de fazer uma festa de inicio de ano e me convidar?

Algumas risadas ecoaram pelos corredores, junto com murmúrios. Segundos depois se ouviu o som semelhante ao de uma porta sendo aberta e a voz voltou a falar.

– O que... – Um barulho alto de algo caindo fez com que alguns alunos tapassem os ouvidos –EI!

– Desculpe alunos, nossa querida aluna entrou sem permissão na sala de transmissões da escola – A voz de uma das professoras foi ouvida, o que causou mais risadas pelo azar da aluna – Vim aqui para anunciar que quem quiser se inscrever em algum clube, por favor dirija-se ao segundo andar e procure a diretoria com a ajuda do mapa da escola que se encontra em frente as escadas. Vocês poderão inscrever-se no Conselho Estudantil, Clube de Esportes, Clube de Literatura, Clube de Teatro, Clube de Xadrez, Clube de Informática e o Clube de Jornalismo. Vocês... – Ela parou de falar e um murmúrio foi ouvido e logo continuou – Ok, admito que é uma boa ideia. Também poderão se inscrever para o Clube de Rádio. Vocês terão três dias sem aula para arrumar suas coisas e para conhecerem melhor a escola. É só isso. Tenham um bom dia.

O som do microfone sendo desligado foi ouvido e o barulho voltou aos corredores. Alguns se encontravam correndo ou andando em direção a diretoria, lugar que neste momento a professora Jane arrastava uma garota de longos cabelos azuis e olhos da mesma cor. Estava fortemente presa pelo pulso e seguia a professora com a cara emburrada.

Após algum tempo chegaram à diretoria, uma pequena sala onde havia duas escrivaninhas de trabalho, ambas com computadores e abarrotadas de papéis, porem apenas uma estava ocupada. Uma mulher que aparentava ter uns 30 anos que tinha o cabelo ruivo e encaracolado estava sentada na escrivaninha escrevendo alguma coisa em seu computador, mas parou ao ver a professora Jane entrar na sala

– Olha quem eu achei na sala de transmissão senhora Claydir! – Disse a loira soltando o pulso da garota – Bye bye.

Assim que ela saiu da diretoria, a ruiva levantou o olhar de seus papéis e olhou para a garota a sua frente. Deu um simples sorriso e perguntou:

– Seu nome, por favor.

– Victórie Carolline – Respondeu a jovem de cabelos lisos.

– Victórie... Onde vi esse nome – Claydir voltou a olhar os papéis novamente, vasculhando-os até pegar um em especial, uma lista de nomes na verdade – Ah, sim! Você faz parte do grupo dos 20 especiais, certo? O que estava fazendo na sala de transmissão?

– Dando bom dia para o pessoal – Respondeu Victórie dando de ombros – Sou uma pessoa educada.

– Não gosto muito de deboches senhorita Carolline – Claydir disse com uma voz severa, mas ainda exibia um sorriso – Como é o primeiro dia de aula, não irei lhe advertir. Que isso não se repita, sim?

– Claro... – Victórie respondeu de um jeito monótono – Já que estou na diretoria, poderia me inscrever logo no clube de rádio.

– Registrada. Acho que agora você já pode ir procurar seu dormitório.

Victórie saiu da sala da diretora e foi em busca de seu quarto, mas não existe apenas Victórie nesta enorme escola, certo? Pois neste momento, um vulto de cabelos loiros levemente bagunçados, estava a correr entre os alunos tentando ao máximo não esbarrar neles. Era aluno demais para o primeiro dia, ele pensava, era realmente impressionante como a escola conseguira um grande índice de matriculas tão rápido. Mas é claro que o fato de ela ser construída pela Syst Music ajudava, e muito.

Chegou as escadas um pouco ofegante e se apoiou ao corrimão, se não seria levado pelo bando de alunos que corriam para os dormitórios. Afrouxou um pouco a gola do uniforme. Ele o achava meio sufocante. Continuou a subir as escadas até que, finalmente, conseguiu alcançar o terceiro andar, mas quando olhou para o lado e viu que se encontrava no dormitório feminino, deu um suspiro e voltou a subir a escada, ou melhor, tentar subir.

Enquanto subia, tirou um pequeno papel da bolsa, onde informava o número de seu quarto. Corredor A, quarto 01, ele leu. Chegou no quarto pavimento e olhou para os lados. Na saída da escada, ao olhar para os lados, era possível ver duas porta. A da esquerda era o corredor A, e a da direita era o B, coisa que informava uma placa ao lado da porta, que ele leu com um pouco de dificuldade, já que havia algumas cabeças no caminho. O bom que não havia apenas alunos na escola hoje. Alguns pais estavam aqui conhecendo a escola, ainda.

Seguiu para o corredor A e viu que a porta dava para um corredor que se estendida para ambos os lados. Ótimo, agora só faltava achar o quarto. Esquerda ou direita? Ele não estava com a menor vontade de ter que voltar tudo novamente caso errasse o caminho. Suspirou e decidiu seguir pela esquerda. Foi olhando os números nas portas. 10, 09, 08... E iam diminuindo. Isso significava que havia acertado o caminho. Chegou às ultimas duas portas do corredor e entrou na de número 01.

Olhou para o quarto enquanto entrava. Não era um quarto ruim... Havia uma cama de solteiro e um beliche em partes opostas do quarto. No lado do beliche, logo ao seu lado, encontrava-se um armário com três portas, o que era bom, pois não ocupava tanto espaço. Ao lado estava uma pequena geladeira, onde provavelmente só haveria garrafas de água. Para o lado da cama de solteiro, existia uma escrivaninha simples de trabalho, que no momento estava vazia, e mais para o meio do quarto havia um sofá, que seria bom para assistir a TV que estava presa um pouco alto na parede.

Ele ia observar mais detalhes no quarto, mas sentiu o cheiro de álcool pelo quarto. Olhou ao redor, mas não achou ninguém. Foi em direção à janela para ver se vinha de algum lugar por perto. Botou a cabeça para fora e se surpreendeu. O andar era mais alto do que imaginava. Recolheu a cabeça novamente para o quarto e se assustou ao ouvir um grunhido.

Quando pensava que havia sido apenas sua imaginação, ouviu o barulho de uma porta se abrindo e virou a cabeça em direção ao armário. De lá saiu um garoto de cabelos negros terrivelmente bagunçados que usava um suéter preto por cima do uniforme. Seus olhos verdes eram envoltos por algo que parecia delineador preto e ele segurava uma pequena garrafa de saquê.

– Droga, pensei que só garotas iam ser aceitas nas vagas especiais, e que eu tivesse tido sorte – Ele revirou os olhos e tomou um gole de saquê – Seu nome?

– Tenho certeza que existem regras contra bebidas alcoólicas na escola... – Comentou o garoto loiro.

– Por acaso você é um dos ratos do Conselho para se apegar a regras? – O outro perguntou dando de ombros – Sou Micael Bonjoni, e você é?

– Jared O’Lair... – Ele respondeu, ignorando o comentário sobre o Conselho. Virou a cabeça um pouco para o lado para enxergar o armário aberto atrás de Micael – Bebeu tanto que desmaiou dentro do armário?

– Claro que não – Disse Micael rindo – Lá dentro eu não seria incomodado. Já estou acostumado com bebidas.

– Ok então... – Disse Jared. Decidiu ignorar Micael e se jogou na cama de solteiro, decidindo tirar um cochilo.

Micael suspirou e soltou uma risada cínica, voltando novamente para dentro do ármario, deixando o quarto silencioso.

Para um primeiro dia, não estava tão ruim. Três dias sem aula para conhecer a escola, e o primeiro ainda estava no começo. E é claro, muitas pessoas ainda podem aparecer...

–Alunos-

Nome: Victórie Carolline

Gênero: Feminino.

Idade: 15 Anos.

Primeiro Ano – Ensino Médio.

Nacionalidade: Inglesa.

Atividades Escolares: Clube de Rádio.

–x-

Nome: Jared O’Lair.

Gênero: Masculino.

Idade: 16 Anos.

Segundo Ano – Ensino Médio.

Nacionalidade: Brasileiro.

Atividades Escolares: Clube de Literatura.

–x-

Nome: Micael Bonjoni.

Gênero: Masculino.

Idade: 16 Anos.

Segundo Ano – Ensino Médio.

Nacionalidade: Francês.

Atividades Escolares: Clube de Jornalismo, Clube de Esportes.