P.O.V Bella Swan

— Seguinte, vou ao hotel onde Zaa está hospedada, levamos as coisas dela lá pra casa, e depois encontramos com vocês no mercado — falei, enquanto estávamos parados no portão da casa dos Black.

— Pra que ir ao mercado? — Emm perguntou, rodando a chave de seu Jeep no dedo.

— Para de ser lerdo Emmett, nós vamos fazer trilha, precisamos comprar água, biscoitos, repelente, essas coisas! — Tan, respondeu, sem paciência.

— Já que iremos passar no mercado, podemos aproveitar e comprar vodkas— Nahuel disse, mostrando uma identidade falsa.

— Pra que vodka? — Alice, perguntou.

— Festinha na floresta — Seth, respondeu e deu um "toque" na mão de Nahuel.

— Então vamos? — Nathy perguntou, recebendo acenos de confirmação como resposta.

Zafrina e eu aproveitamos o caminho até o hotel para conversarmos e nos conhecermos melhor. Ela me contou que no Brasil existem poucas equipes, e por isso eles competiam em outros países da América Latina.

Chegamos ao hotel em que ela estava hospedada, e nós duas mesmo conseguimos colocar todas as malas dentro do carro e logo depois fomos em direção à minha casa.

Entrei em casa ajudando Zaa com as malas, encontrando meus pais no sofá, assistindo qualquer coisa na TV.

— Mãe, pai, essa é Zafrina, amiga minha e da Nessie. Ela veio do Brasil e vai ficar aqui em casa, ok? — falei, arriando as malas no chão.

— Tudo bem querida, Nessie ligou e explicou tudo. Bem vinda, Zafrina. Sou Reneé e esse é Charlie — Minha mãe disse, com um sorriso doce, se levantando e vindo abraçar a brasileira.

— Prazer senhor e senhora Swan, eu não quero incomodar, mas Nessie e Bella insistiram tanto — Zaa disse, sorrindo timidamente.

— Que isso querida, você não incomoda! Fique à vontade, a casa é sua — Papai disse.

— Obrigada! — Zaa respondeu.

— Vamos Zaa, vou te amostrar seu quarto — falei, puxando a mesma, juntamente com as bagagens.

— Que amor! — escutei minha mãe dizendo, enquanto subíamos.

— Gostaram de você! — comentei sorrindo.

— Que bom! — disse, aliviada.

Mostrei o quarto que Zafrina ficaria. E enquanto ela se instalava no seu novo quarto, fui para o meu, colocar um tênis, já que estava de salto. Aproveitei e coloquei uma calça leggin e peguei uma mochila para por as coisas que compraríamos no mercado. Saí do quarto ao mesmo tempo em que Zaa saia do dela.

— Pronta? — perguntei.

— Pronta! — concordou, fazendo um joinha.

— Vamos fazer trilha, não voltaremos muito tarde — falei para meus pais, enquanto passava pela sala.

— Tomem cuidado! — Papai disse — Onde está Nessie? — perguntou.

— Na casa do Jake. Tchau! — me despedi, e puxei Zaa em direção ao meu carro.

(...)

Entramos no mercado e os meninos ficaram encarregados de pegar as bebidas, enquanto as meninas e eu fomos pegar garrafinhas de água, biscoitos, frutas e repelentes.

Nos encontramos no caixa do mercado, e ficamos na fila conversando sobre banalidades. Depois de pagarmos as compras dividimos o conteúdo nas mochilas que cada um levava consigo.

Nos dividimos em 3 carros da seguinte forma. Tanya ia comigo e Zafrina no meu carro, enquanto os meninos iam todos no Jeep com Emmett, e Alice e Nathy iam juntas no Porshe amarelo da baixinha.

Eu ia seguindo Emm pelo caminho, pois eles que sabiam onde era a tal trilha, com Alice me seguindo logo atrás.

Pegamos uma estrada que ia em direção a La Push, porém saímos da mesma depois de certo ponto e entramos numa estrada de terra. Estacionamos os carros, depois de cinco minutos na estrada, e então entramos na trilha e começamos a andar.

— Gente, preciso fazer xixi — falou Emm, depois de uns 10 minutos andando.

— Emmett, você é homem, pode ir atrás da árvore ou sei lá! — Rosalie, respondeu o óbvio, continuando a andar.

— Me esperem aqui! — ele disse, e foi para atrás de uma árvore.

— Pra onde nós estamos indo, exatamente? — Alice indagou, se encostando na Nathy.

— Eu conheço uma campina, não é muito longe daqui. — Jasper explicou, bebendo um gole de sua água.

— Acho que eu também conheço, é aquela que tem uma cachoeira perto?— Ed perguntou.

— É, essa mesma! — respondeu, Jasper.

Revirei os olhos. Qual é a desses meninos que sentiam prazer em andar no mato procurando clareiras? Sabia que Jasper gostava desse tipo de atividade, e sempre o achei louco por isso. Agora Edward entrou para o time dos loucos também.

Ficamos conversando um tempo enquanto esperávamos o Cullen mijão, até que eu me desliguei da conversa e prestei mais atenção na floresta, era fascinante, dava para ouvir o som dos pássaros e de outros animais ao longe.

Eu não gostava realmente de sair desbravando as matas de Forks, mas eu adorava uma boa trilha. Ver todo esse verde mais de perto — se é que é possível, afinal, é Forks, todo lugar é verde — e conseguir enxergar os mais diversos detalhes da fauna e flora do ambiente, era uma sensação incrível pra mim.

— AAAAAAHHHHHH CORRAM, CORRAM! — Emm, saiu de trás da árvore, gritando.

Ficamos paralisados por segundos, até todos se entreolharem e começarem correr como loucos, sem ao menos saberem o motivo.

Agradeci mentalmente por todo o condicionamento físico que eu tinha, pois começamos a correr justamente na parte em que a trilha se inclinava e virava uma subida. Se eu fosse sedentária, certeza que estaria morta.

Para não ficar sozinha, subi correndo atrás deles também, e finalmente chegamos aonde era a tal campina.

— Que lindo! — Tanya falou, olhando a clareira.

— Concordo plenamente. — Zaa disse, se jogando na grama.

— Emmett, o que você viu? — perguntei ofegante, me apoiando nos joelhos.

Ok, talvez eu não estivesse no melhor momento físico, pois todos estavam plenos e eu estava sem ar. Precisava voltar a treinar com urgência.

— Um anão, ele estava atrás de mim! — Emm respondeu, tremendo levemente.

— Você me fez subir essa trilha correndo, por causa de um anão? — Nathy gritou vermelha de raiva

— É sério, ele queria me matar! — Emm implorou, fechando os olhos

— Emmett, se tivesse um anão atrás da gente, nó veríamos! — Seth disse, já sentado também.

— Mas é verdade! — Emm disse, já se preparando para discutir e provar que estava certo.

— Tudo bem Emm, acreditamos em você! — Jasper o cortou, prevendo a palestra dramáticas que o grandão ia começar.

Depois de admirarmos o local, esticamos uma toalha estilo "piquenique" enorme e colocamos nossas mochilas, comidas e as bebidas em cima dela.

Rosalie, Alice, Nathy e Zaa deitaram na grama e começaram a conversar sobre alguma coisa, enquanto os meninos jogavam frisbee. Tan estava sentada debaixo de uma árvore, lendo "O Morro dos Ventos Uivantes”. Sorri, eu que tinha indicado o livro pra ela.

Sai andando, procurando a tal cachoeira que Jasper e Edward falaram, e não precisei ir muito longe para ouvir o som da água caindo. Não ficava muito longe da campina, já que eu ainda estava ouvindo o pessoal falar e rir.

A cachoeira era linda, a água era de um azul cristalino, e as árvores em volta deixava tudo mais "mágico". Deitei-me na relva e fechei meus olhos, sentido a leve brisa que batia no meu rosto.

— Seria uma pena se alguém jogasse você na água! — sorri, ao reconhecer a voz.

— Exatamente, mas ninguém vai me jogar na água — respondi rindo, abrindo meus olhos.

— Tem certeza? — Edward perguntou, andando na minha direção como um predador.

— Edward, não! Por favor — pedi, mas era tarde demais. Ele me pegou no colo e pulou comigo na água.

— Eu.Vou.Te.Matar. — gritei, e pulei em cima dele tentado afoga-lo, de brincadeira claro.

— Você não devia ter feito isso! — ele disse soldando uma gargalhada, e jogou água na minha cara, fazendo minha boca formar um "o" perfeito.

— Então é guerra! — declarei, e joguei nele de volta, começando uma pequena guerrinha de água.

Ficamos jogando água um no outro por uns minutos, até trocarmos de brincadeira e ficarmos tentando fazer as pedrinhas pularem mais de uma vez sobre a água.

— Chega, eu cansei! — falei saindo da água e me sentando em uma pedra.

— Está com frio? — perguntou, se sentando do meu lado.

— Um pouco — fui sincera.

— Eu te esquento. — falou me abraçando de lado.
Talvez tenha sido coisa da minha cabeça, ou sei lá, mas juro que percebi certa segunda intenção na frase dele.

— Obrigada — falei corando, devido aos meus pensamentos.

— Sabe de uma coisa, eu já descansei! — falou de repente, mas antes de eu conseguir responder alguma coisa, Edward começou a fazer cócegas em mim.

— Ed, para favor! — pedi gargalhando alto, mas foi em vão, pois quanto mais eu pedia mais cócegas ele fazia.

P.O.V Tanya

Fechei o livro que estava lendo e passei a prestar mais atenção nas pessoas. Os meninos estavam jogando queimado agora, juntamente com as meninas.

Impressionante como eles estavam se tratando como se fossem "melhores amigos". Mais impressionante ainda o fato deles falarem com todos os outros, exceto seus próprios irmãos, chegava a ser patético.

Suspirei e olhei em volta, procurando o que fazer, já que não estava no clima pra jogos. Procurei por Bella com os olhos e não a achei, dando falta de Edward também. Acho que estou perdendo alguma coisa, pensei

Me levantei e resolvi procurar a cachoeira, não aguentava mais ficar sentada debaixo daquela árvore. Andei e um pouco e achei o lugar que queria, era muito lindo, passei por Bella e Edward e eles nem me viram, parecia que estava dentro de uma bolha só deles.

Dei a volta na cachoeira, andando pelas pedras e achei uma gruta, parecia uma mini caverna, que ficava escondida atrás da cascata de água que caia. Como não dava pra ficar em pé dentro da mesma, me sentei na "porta" e coloquei meus pés dentro da água.

— Eu sei que tem alguém aí! — falei depois de um longo tempo encarando meu reflexo na água, enquanto sentia aquela sensação de que estava sendo observada.

— Não é muito inteligente da sua parte ficar aqui sozinha! — me tremi toda ouvindo aquela voz — Vai que o anão que estava atrás do Emmett venha atrás de você! — Nahuel disse, com um tom brincalhão, saindo de trás de algumas pedrss, que ficavam perto da gruta.

— Se aparecesse por aqui iria apanhar! — tentei ser curta e grossa, mas a tentativa foi totalmente um fracasso.

Fala sério, eu sou apaixonada por esse menino desde o meu primeiro ano, como conseguiria ser grossa com ele?

— Hum, valentona — se sentou do meu lado, olhei na direção dele e ergui uma sobrancelha, tentando manter a pose indiferente — Posso te fazer uma pergunta? — me olhou depois de um silêncio constrangedor.

— Claro — suspirei, passando minha atenção para a água novamente.

— Por que você finge ser uma pessoa que não é? — perguntou, e eu desviei meu olhar pro rosto dele, enquanto arqueeava uma sobrancelha de novo — Quer dizer, eu sei que você não é sempre essa menina mal-humorada, grossa e fria. Sei que por trás dessas características, existe uma Tanya legal e gentil com as pessoas.

— Quem te garante isso? — olhei nos olhos dele — Você não me conhece, Nahuel. Talvez todas as coisas que Renesmee deve falar de mim para você seja verdade — falei entre os dentes.

— Nessie não fala nada sobre você — afirmou e eu ri sem humor. Até parece, pensei — E eu garanto que você não é assim! Vi como você age com meu irmão e suas amigas. Você parece ser gente boa Tan, então se puder me responder, eu ia ficar bem feliz.

Respirei fundo olhando nos olhos dele. Olhos esses que pareciam enxergar a minha alma. Não pude negar o arrepio que percorreu minha espinha, me dando conta de toda a intensidade que estava naquele gesto.

— Eu sinceramente não sei. Acho que meio que vesti uma máscara, pra me fazer de durona, eu não quero que ninguém me magoe de novo — respondi sincera, abaixando a cabeça.

Era pra eu ficar irritada com ele se metendo na minha vida? Talvez. Mas depois que ouvi meu apelido saindo da boca dele, de uma forma tão carinhosa, não consegui mentir.

— Te entendo e não vou te julgar por isso! — sorriu pra mim, se aproximando — Eu gostaria muito de ser seu amigo, posso?

— Pode — respondi rindo.

— Pode contar comigo sempre, e pode ser você mesma perto de mim também — falou — Sei que esse papo é clichê, mas eu estou falando sério!

— Ok — respondi ainda rindo.

Cm certeza isso era um sonho. Nahuel meu amigo? Quem diria.

— Sua risada é tão bonita. Posso te dar um beijo? — perguntou como n quer nada, me olhando com expectativa.

Na mesma hora a minha risada cessou e eu engoli em seco. Como assim ele queria um beijo? Mas que tipo de beijo? E como assim ele pergunta como se perguntasse se eu queria uma bala? Puta merda! Eu estava nervosa.

Respirei fundo umas três vezes. Não tinha motivos pra ficar nervosa, era só um beijo, provavelmente no rosto, nada demais nisso.

Timidamente acenei com a cabeça e o observei se aproximar mais ainda. O nervosismo voltou quando ele colocou a mão esquerda na minha nuca e deixou seu rosto a centímetros do meu.

Ele olhou no fundo dos meus olhos e sorriu antes de encostar sua boca na minha. Automaticamente fechei meus e dei passagem para ele aprofundar o contato.

Com toda certeza isso era um sonho! Sua língua invadiu a minha boca devagar, explorando cada centímetro da minha cavidade. Sorri levando minhas mãos até os cabelos castanhos dele, o puxando mais para mim, sugando os seus lábios e deixando que a minha língua explorasse a boca dele com vontade e desejo, tomando o comando.

Era óbvio que eu já tinha imaginado como era beijar o cara pelo qual eu sou apaixonada. Mas confesso que meu cérebro nunca conseguiu idealizar algo tão bom como realmente era. Parecia tão certo que eu ficaria ali por anos.

Infelizmente minhas preces não foram ouvidas e tivemos que nos separar para respirar. Maldito oxigênio! Ah se eu fosse um ser sobrenatural e não precisasse de ar.

— De agora em diante, eu serei seu anjo da guarda pra você. Prometo! — Nahuel disse ofegante, encostando sua testa na minha — Se depender de mim, ninguém vai te magoar mais.

— Por que você me beijou? Quer dizer...Por que que você me beijou na boca? — não consegui me segurar.

— Algo me disse que eu precisava te beijar. E eu não me arrependo — ele disse — Mas não se preocupe, é sem compromisso. Pra fortalecer a amizade — sorriu, colocando uma mecha dos meus fios loiros atrás da orelha.

— Sem compromisso! — concordei sorrindo.

— Vamos? Está começando a ficar frio aqui. — se afastou, olhando o céu.

Caminhamos até a campina conversando e chegando na mesma, encontramos o pessoal conversando e bebendo as vodkas que os meninos compraram. Bella e Edward já havia se juntado à eles. Nahuel e eu nos juntamos a eles também e começamos a beber, os únicos que não bebiam era Jasper e Nathy.

Não precisamos de muitos copos de vodka para ficarmos animados. Alice e Bella só sabiam rir. Rosalie e Zafrina estavam cantando "We Are The Champions" com Edward e Sethfazendo uns barulhos estranhos, tentando acompanhar a música. Nahuel e eu estávamos abraçados — parecendo realmente dois bêbados — contando piadas. Ok, nós estávamos bêbados realmente.

— Eu quero ver você acertar essa. O que o tomate foi fazer no banco? — perguntou, e eu neguei com a cabeça — Foi tirar o extrato! — respondeu rindo, e eu o acompanhei nas risadas.

— Caaara que engraçado — falei dando dois tapinhas nas costas dele — Posso te falar uma parada?

— Pode

— Posso mesmo? Tipo, posso mesmo? — perguntei e logo depois soluçando — Você é muito legal — falei e ele me abraçou mais.

— Você também Tan, eu te gosto muito! — ele disse.

— AAAAAAAHHHHH, É ELE, É ELE!!! — Emm gritou, apontando para um anão feio, que saia do meio das árvores.

Puta merda! O susto que eu levei fez todo álcool do meu corpo evaporar.

— AAAAAHHHH — gritamos e saímos catando nossas coisas de qualquer forma.

— Ele é um daqueles Oompa Loompas, do Willy Wonka!! — Bella gritou, enquanto andávamos de costas, sem tirar os olhos do anão.

— É só chamar ele de grandão, que ele se amarra! — Seth disse.

— Ei vocês! — ele gritou, andando na nossa direção.

— Corram! — gritei e descemos o trilha correndo.

Em algum momento da descida eu tropecei num galho e só não fui ao chão pois Edward estava perto e me segurou, me colocando nas costas e me carregando até onde estavam os carros.

Só me dei conta disso, quando ele me largou dentro do Jeep, junto com Jasper, Alice, Emmett e Nahuel. Os outros também entraram apressados nos outros dois carros e fomos em direção a casa dos Black, que era a mais próxima.

— Ele esta nos seguindo! — gritou Emm, olhando pelo retrovisor.

— Pisa nesse acelerador Emmett!! — Alice gritou e foi o que o grandão fez.

Chegamos na casa do Jake ao mesmo tempo em que os outros. Entramos correndo na mesma, estávamos parecendo até uma cavalaria. Espero que o sr e a sra Black não estejam em casa pra ver a bagunça que estávamos.

— O que está acontecendo? — Renesmee perguntou, descendo as escadas com Jake.

— Um anão. Mata. Atrás da gente. Fofinho. — todos falaram juntos, enquanto a campainha tocava.

Jake foi atender a porta e quando ele abriu a mesma, relampejou e o anão apareceu.

— AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH