A Lâmina Escarlate escrita por Tiagobm


Capítulo 2
Prólogo-Um Assassinato A Luz Do Luar


Notas iniciais do capítulo

Reviews= Autor happy =).



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Acordo no que era para ser o melhor dia de minha vida. Era. Visto-me ansioso pelos acontecimentos que virão, hoje, Lice será minha.

Desço apressado as escadas de minha pequena casa e corro em direção ao café da manhã servido. Devoro a refeição em questão de segundos e já me preparo para sair de casa quando dou de cara com minha mãe. Ela me olha desconfiada e pergunta:

-Aonde você vai com tanta pressa logo de manhã? Esqueceu que tem casa Theo?

Não tenho tempo para ficar enrolando minha mãe, preciso ser rápido e objetivo. Respondo apressado:

-Estou cheio de tarefas para fazer hoje mãe, não tenho tempo para conversar.

Ela parece, assim como eu, estar sem disposição para discussões. Simplesmente dá os ombros e diz:

-Vocês crianças de hoje em dia são muito apressadas.

-Ei! Eu já tenho quinze anos, em breve serei um homem.

-Que seja filho, que seja. Apenas tome cuidado. E não falte a aula de esgrima ou seu pai lhe botará para dormir com os animais do estábulo!

Geralmente, os dias na pequena vila de Florin são bem calmos. Mas, hoje, todos estão animados com o aniversário do fundador do povoado, logo, o movimento pelas ruas de terra está intenso.

Abro caminho entre as dezenas de homens e mulheres que caminham apressados pelas ruas para comprar coisas de última hora para as festividades da noite. Preciso chegar à floresta que rodeia a vila.

Após cerca de meia hora, finalmente chego ao meu destino. Diferente de Florin, a floresta se encontra em um tranquilo silêncio. Sempre gostei de andar por entre as árvores e pensar, mas, hoje, eu tinha trabalho a fazer.

Passei a tarde inteira trabalhando com a madeira até conseguir fazer meus presentes. Termino de entalhar a última figura e percebo que perdi horas naquela floresta, estou atrasado.

Volto para casa e me arrumo para a noite. Em questão de minutos já estou arrumado para meu encontro. Vou em direção à pequena praça no norte da vila e a vejo me esperando.

Lice estava, como sempre, linda. Seus cabelos dourados caiam nos ombros formando ondas amarelas, como num mar de sol. Ao ver-me, ela sorri e acena.

Apresso o passo e aceno de volta. Abro um sorriso e digo assim que chego ao seu encontro:

-Boa noite Lice. Você está linda hoje!

Ela cora e responde:

-Obrigada Theo, é muita gentileza. Bom, de onde você quer ir para ver o show de luzes?

-Eu sei de um lugar no alto da colina com uma vista incrível. Que tal?

-Me parece ótimo!

Andamos conversando através das curtas ruas iluminadas por lamparinas e enfeitadas para a celebração. O clima é de total diversão e descanso. Pobres tolos.

Finalmente, após atravessarmos a floresta, chegamos ao topo da colina que dá uma visão ampla de todo o vilarejo, é uma vista muito bonita.

Sentamos na grama verde para fazermos a contagem regressiva para a meia noite. Nessa hora os magos contratados começarão a conjurar magias no céu tornando a noite um espetáculo de luzes.

Lice olha para mim e diz sorrindo:

-É realmente um lugar muito bonito Theo. Acho que teremos uma visão privilegiada.

Interrompemos nossa conversa ao ouvirmos os gritos vindos da vila, estão começando a contagem regressiva. Eu nunca gostei muito desses shows, mas, ela gostava e isso era o suficiente.

Conto mentalmente junto com a multidão, dez segundos para conquista-la. Mas, de repente, a contagem para. Alguma coisa está errada. Não me lembro da contagem ter parado em nenhum outro ano, isso é estranho.

Quase como que para confirmar meu medo, começo a ouvir ruídos na floresta sombria atrás de nós. Lice olha para o lado rindo, embora eu possa notar certo nervosismo em seus olhos, e diz:

-Está querendo me pregar uma peça Theo? Querendo se vingar do susto que eu te dei semana passada?

Tento parecer calmo, de repente a floresta escura e ruidosa já não parece um cenário romântico, e sim, um palco de uma história de horror.

Logo os ruídos começam a aumentar, assim como a tensão. Eu devia ter trazido meu florete. Maldição. Lice começa a ficar realmente nervosa e segura a minha mão. Bem, agora já não parece ruim estar nessa floresta.

Mal tenho tempo de aproveitar o momento, olho para o lado e percebo algo nos arbustos ao nosso redor. Não estamos sozinhos.

Levanto em um salto pensando em alguma reação. Minha companheira parece não entender o que está acontecendo, mas, levanta também.

Parecendo notar minha meus movimentos, o homem sai do arbusto, acompanhado por mais dois... Hum... “Amigos”. Estão todos com sorrisos perversos em seus rostos. Aproximam-se devagar, como que apreciando o momento.

Observo suas roupas. Pretas com um símbolo estranho nos ombros, um “A” dentro de um círculo cortado por um “X” desconheço de onde vem aquela marca, mas, não me parece coisa boa.

Sussurro no ouvido de Lice:

-Escute-me, por favor. Quando eu falar para correr, você corre sem olhar para trás e sai em busca de ajuda.

-Eu não vou deixa-lo para traz!

-Certo, fique comigo e morreremos juntos sem ninguém saber! Se você buscar ajuda talvez tenhamos uma chance. Faça o que eu digo Lice.

Ela acena com a cabeça. Pego o coração esculpido em madeira no meu bolso, o qual eu passei a tarde toda fazendo, e respiro fundo. Eles dão mais um passo. Estão perto. Perto demais.

Não há mais tempo, a hora é agora. Grito com força “Corra!” e arremesso o presente para Lice no rosto do homem mais próximo. No mesmo instante, Lice desce a colina correndo.

Aproveitando que os homens desconhecidos estavam atordoados por minha ação, vou em direção a um segundo e dou-lhe um chute no estômago.

O terceiro vem por trás, mas, rolo pelo chão para ficar longe de seu alcance. Pego um galho de está caído no chão. Não é a melhor das armas, mas acho que, em situações como essa, até mesmo um pedaço de madeira é algo mais confortante que lutar sozinho de mãos vazias.

Meu oponente atingido pela escultura parece já ter se recuperado do susto, mas está zangado. Ele saca uma curta espada de seu cinto e parte em minha direção.

Com velocidade ele desfere uma estocada em direção à minha barriga. Dou um pequeno salto para a direita para desviar do golpe e bato com a madeira com toda a força no rosto do homem.

O galho quebra ao entrar em contato com seu rosto, deixando uma grande marca vermelha em sua bochecha. Enquanto ele cambaleia para trás, pego a espada de sua mão e corro para longe, já é um começo. Estou armado.

Agradeço mentalmente ao meu pai por todas as aulas de esgrima que ele me obriga a ter. Falando nisso, acho que hoje dormirei com os animais do estábulo...

Posso não ser o melhor dos esgrimistas. Mas, eles estavam longe de serem os melhores captores. Observei a cena , estou cercado por dois homens armados recuperados do meu ataque surpresa e um desarmado com raiva no coração;

Preciso ser rápido, não consigo parar de pensar em Lice, se ela se machucar não vou me perdoar. Será que ela está bem?

Estou tão concentrado em meus próprios pensamentos que não percebo um quarto homem vindo devagar por minhas costas.

Sinto um forte impacto na cabeça e, logo após, sinto-a molhada. Levo minha mão ao cabelo e, ao retirá-la, percebo que está encharcada de sangue.

Aos poucos me sinto tonto. Tudo o que consigo fazer é visualizar a imagem de minha amada em minha mente e vê-la, aos poucos, escurecer.

Estou morto?


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Notas finais do capítulo

E então, está ficando legal?



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