Resistentes escrita por Joice Santos


Capítulo 67
Capítulo 66 – Medo. Revelações. Fim.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores. Estou aqui com mais um capítulo, acho que o mais aguardado por vocês, né? É nesse que tudo vai ser revelado e finalmente vocês vão saber qual segredo o Carlisle, pai da Rose, queria falar antes de morrer. E também vão saber o que vai acontecer com nossas queridinhas Bree e Jane. espero que gostem :) Nos vemos lá em baixo. E antes que eu me esqueça.. Este capítulo depois de muito atraso e esquecimento meu é TOTALMENTE Dedicado a Rosii Greene. Amora desculpa mesmo ter esquecido das outras vezes, tá? Esse capítulo é todinho seu! :DD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352053/chapter/67

Pov. Narrador

O carro conversível preto de luxo parou em frente à casa onde, lá dentro, o clima era de conversas amigáveis e familiares.

Bree não deixava transparecer a ninguém o quanto estava ansiosa pra ouvir o toque da campainha e, como ela mesma disse ver o circo pegar fogo.

E assim aconteceu.

–Eu atendo. – Rose disse se levantando, indo em direção à porta.

Um sorriso brotou nos lábios de Bree. Pra quem estava ali poderia pensar que ela apenas estava feliz, aproveitando a companhia da amiga. Mas não, ela estava ali para algo muito mais profundo. Mais perigoso.

Rosalie nem se deu ao trabalho de certificar quem era antes de abrir a porta. Há 30 minutos havia pedido uma pizza e pensou que deveria ser o entregador. Assim que abriu a porta, seu rosto ganhou uma expressão de espanto e instantaneamente tentou fechar a porta de novo. A bota preta de cano longo e salto se colocou como bloqueio entre a soleira e a porta, impedindo-a de trancá-la novamente.

–Vamos lá Rose, isso é jeito de receber as visitas?- a voz de Jane soou preguiçosa e debochada.

Ela forçou a porta, empurrando contra Rosalie e entrando na casa onde, obviamente, não era bem vinda.

–O que você pensa que está fazendo, Jane? Saia da minha casa agora ou vou chamar a polícia. - Rosalie tentou soar autoritária, mas estava assustada por dentro. Falava baixo pra não chamar atenção de todos na sala. Sua ameaça não surtiu efeito algum em Jane.

Em sua cabeça aquilo acabaria ali. As duas brigariam e pronto. Jane sairia toda nervosa como sempre. Mas não. Aquilo iria muito além do que ela imaginava.

–Aham, eu estou morrendo de medo. Poupe-me!– Jane debochou. –Hoje quem faz as ameaças aqui sou eu. – sua voz mudou para um tom baixo e perturbador. Os olhos fixos em Rosalie, como se assim pudesse fazê-la queimar.

Jane retirou a arma do bolso do sobretudo marrom que usava, apontando-a na direção de Rosalie. Ela recuou alguns passos, mas Jane a acompanhou.

–Jane, por favor, abaixa essa arma. Vamos conversar... – Rosalie falou. O medo explícito em sua voz.

–Conversar? Agora você quer conversar? – Jane riu e bufou. – Você não quis conversar quando roubou o Emmett de mim.

Era notável que Jane estava perturbada, louca. O olhar dela direcionado a Rose era diabólico, mas se tocava no nome de Emmett logo sua expressão mudava para de uma adolescente apaixonada, mas com um olhar vago, como se repassasse na mente os momentos que viveu com ele. Poucos momentos, e que foram cheios de brigas e birras de menina mimada como ela era.

Na sala...

Emmett e Kate começaram a estranhar o fato de Rosalie demorar tanto para receber apenas uma pizza na porta. Eles se assustaram ainda mais quando ouviram os murmúrios de Rose e Jane no outro cômodo.

Emmett se levantou para ver o que estava acontecendo, mas já era tarde. Jane entrou na sala, fazendo Rose de refém apontando a arma na direção de sua cabeça.

–Jane?! Abaixa essa arma agora. – Emmett tentou soar sério, autoritário, mas por dentro estava desesperado ao ver sua esposa cortinando tamanho perigo. Não só ela, mas todos que estavam naquela sala.

–Oi Emm. - Jane sorriu como se nada estivesse acontecendo. Realmente ela era insana. Não desviou a arma nem um segundo sequer da direção de Rosalie, mas olhou rapidamente pra Emmett. Em seu olhar para ele notava-se a paixão doentia que sentia.

–Emmett... – Rosalie tentou fala, mas soluçou quando uma torrente de lágrimas invadiu seu rosto. Ela já passara por um perigo tão grande quanto este e graças a Deus havia escapado com vida. Mas aquilo?! Aquilo estava acontecendo na frente de sua família, de seus filhos. E ela não queria que suas crianças presenciassem algo terrível que lhe poderia acontecer.

Como há algumas horas atrás estava tudo perfeito, calmo? Como na noite anterior havia sido tudo tão maravilhoso e agora o inferno parecia ter se instalado na casa dela?

As perguntas ecoavam na mente de Rosalie.

–Cala a boca! E para de chorar, sua imbecil! – Jane gritou balançando a arma na direção de Rosalie. Ela apertou os olhos com força temendo que Jane fizesse o disparo.

–Por favor, Jane, deixe meus filhos saírem daqui. – Rosalie implorou. Se tivesse que morrer, morreria. Mas Kebi e Kellan não mereciam passar nada disso.

Kate segurava Kebi no colo protetoramente. Kellan estava sentado no sofá olhando para as costas do pai sem nada entender. Emmett estava posicionado de pé em frente a ele, tentando impedir que Jane sequer colocasse os olhos em seu filho.

Todos naquela sala apavorados com Jane, menos Bree, que fingia um falso pânico pra não deixar transparecer o quanto se divertia com aquilo.

Kate sussurrou para Kebi ficar quietinha, que tudo logo ficaria bem. Mas no fundo ela não tinha essa certeza. Ninguém ali tinha certeza do que aconteceria no final.

Os olhinhos impacientes de Kellan procuravam a mãe e quando encontrou, ele esticou os bracinhos enquanto abria e fechava as mãozinhas na expectativa de que Rose o pegasse no colo. Ele via a mãe chorar e sabia que sempre que chorava ganhava colo e logo se acalmava. Quem sabe se ficasse perto da mãe ela não pararia de chorar?

Rosalie fez menção de ir em direção ao sofá e pegar seu menino nos braços quando viu, mas Jane a censurou com um coçar de garganta, suficientemente alto e claro, pra que ela soubesse que não deveria mover nenhum músculo.

Percebendo que o colo de mãe que tanto queria lhe foi negado, Kellan abaixou os bracinhos começando a chorar. A boquinha tremendo formando um biquinho, as bochechas vermelhas e os olhinhos castanho-escuros cristalinos com as lágrimas.

–Ah não! Alguém faz esse moleque calar a boca? Se eu não faço. – Jane deu um passo na direção do sofá em que Kellan estava, mas Emmett avançou para mais perto dela, se colocando ainda mais entre a louca a sua frente e seu bebê.

–Nem pense em tocar no meu filho. – Emmett falou com a voz áspera.

–Não me diga o que fazer ou eu mato a sua mulherzinha, ok?! – Jane puxou o braço de Rosalie, cravando as unhas cumpridas na pele branca.

–Mamãe? – Kebi se pronunciou pela primeira vez depois de tanto ouvir discussão. Ela não podia ver, mas sentia o desespero de sua mãe, pai e irmão que agora chorava baixinho.

–Ah, agora a outra? – Jane revirou os olhos. – Você já é bem grandinha pra querer o colinho da mamãe, né garota!

Kebi se encolheu ainda mais no colo da tia-avó, soluçando de tanto chorar.

–Para de chorar, cegueta!- Jane gritou irritada com o choro da menina.

–Não fala assim da minha filha! – Rosalie gritou nervosa em meios às lágrimas. Não suportava o fato de ouvir alguém ofendendo sua menininha.

–Grita de novo e eu atiro no meio da sua testa. – Jane falou com a voz controlada. Tão controlada que chegava a assustar.

Emmett tentou se aproximar de Jane e lhe tirar a arma, mas ela virou a cabeça na direção dele e começou a puxar o gatilho para acertar em Rosalie.

–Vai arriscar mesmo Emmett? Eu não estou brincando. – Ela falou arqueando uma sobrancelha. – Sabe Emm, eu sempre te amei. Era pra ter sido o NOSSO casamento. Mas você a escolheu. Ela tinha que entrar no nosso caminho e estragar nosso amor. Eu sei que você me ama e nós vamos começar uma vida nova, juntos. – O discurso atormentado de Jane tomava conta da sala. – E vamos começar agora.

O barulho do gatilho sendo puxado se fez presente. O disparo ainda não havia sido feito quando Kate gritou.

–ELA É SUA IRMÃ!

Todos pararam estáticos.

–Como é que é, velha? – Jane perguntou achando graça da situação.

–Vocês são irmãs, Jane. Você não pode matar a Rosalie. Vocês são filha do mesmo e pai e mesma mãe. Por favor, para com isso. – a voz de Kate saia desesperada.

Jane encarava o chão. Os olhos perdidos no vazio como se absorvesse aquilo. Rosalie olhava confusa para Kate, assim como Emmett.

Bree também estava confusa, temendo que seus planos não se concretizassem com tamanha revelação.

–Tia... – Rosalie tentou falar. Mas estava confusa de mais para formar uma frase coerente que fosse.

–Carmen estava grávida de Jane, mas assim que ela nasceu, entrou em uma forte depressão pós-parto. Carlisle não sabia o que fazer. Ainda estava no começo da carreira médica como cardiologista, não ganhava muito. Tinha que cuidar de você e ao mesmo tempo da esposa doente. – Kate explicava olhando para Jane. – Foi aí que eu me lembrei de um casal de amigos meus que moravam na Itália, mas na época estavam passando uns dias em Phoenix. Eles não tinham filhos e já haviam mencionado o fato de tentar adotar. Foi com muita relutância que meu irmão te entregou a eles Jane. Ele sabia Aro e Athenodora eram boas pessoas, ricas e que cuidariam bem de você.

Todos ouviam a história que Kate contava chocados. Os olhos de Jane agora encaravam Kate. No olhar um misto de raiva, tristeza e desespero. Como se nunca soubesse quem ela era de fato, como se tivesse perdido sua identidade e estivesse num mundo desconhecido.

Kate continuou.

–Três anos depois, Carmen estava bem. E engravidou de novo. E assim que Rosalie nasceu, junto, voltaram todos os problemas de Carmen. A depressão, a bebida e os remédios. Mas dessa vez Carlisle disse que não iria se desfazer de sua filha. Ele sentia uma enorme culpa por ter te dado pra eles, Jane. – Kate falou com tristeza e culpa na voz. Seus olhos eram piedosos e ao mesmo tempo pediam perdão para Jane. - Bom, depois de 5 meses do nascimento da Rosalie, Carmen faleceu. Acho que foi por isso que meu irmão sempre foi tão cuidadoso e protetor com você, Rose. Ele sentia culpa por ter errado no passado e ter te privado de crescer com a irmã. – Kate falou as ultimas palavras olhando para Rosalie. Ela ainda estava com uma expressão confusa.

Sua vida realmente tinha virado de ponta-cabeça da noite para o dia.

Jane era sua irmã? A pessoa que mais a odeia, que está em sua casa com uma arma apontada pra sua cabeça é sua própria irmã?

Não. Aquilo não fazia sentido algum para Rosalie. Mas era a verdade. E tanto ela, quanto Jane teria que aceitar.

Ninguém havia percebi que Jane chorava, até que ela gritava desesperada.

–Não! Não pode ser verdade! NÃO!

O corpo dela se curvava tamanha confusão, raiva, e transtorno que sentia. Ela não queria aceitar que a pessoa que ela mais odeia na vida tenha laços de sangue com ela. Laços tão fortes. Laços de irmã.

Jane já havia abaixado a arma, mas não soltado.

Foi então que Bree resolveu agir. Aquilo, para ela, já estava fora de controle.

–Jane nós viemos aqui pra dar um fim nesta história. Não, pode deixar a essa história idiota do passado nos parar. – ela falou.

Mais uma vez todos ficaram confusos. Bree e Jane? Juntas?

–Bree... Você...? –Rosalie estava a ponto de desmaiar tamanha confusão.

Sua amiga estava metida nisso tudo contra ela?

–Isso mesmo Rosalie. Já chega de mentira por aqui. Já que a velha aí resolveu abrir o livro e contar tudo eu não posso ficar de fora, não é?! – ela sorriu sinicamente. - Sim, eu a Jane sempre estivemos juntos nisso tudo.

–Achei que você fosse minha amiga. Por quê? – Rosalie só queria entender. Entender o porquê de Bree estar por trás desse inferno. Ela confiava em Bree. Achava que elas eram amigas. No final, Alice sempre esteve certa.

–Por quê? – Bree devolveu. – Porque você sempre teve tudo e eu não. Porque você sempre foi a melhor aluna da faculdade e eu não. Sempre teve as melhores amigas, notas, atenção dos professores e eu não. – Bree despejou nervosa em cima de Rosalie tudo que guardava desde a época da faculdade. – Eu me formei, fui pra Seattle, arrumei um emprego de merda numa livraria.E numa bela viagem pra Itália com minha amiga Victória nós conhecemos Jane. Bom, a Vic já a conhecia e mencionou que nós da tínhamos algo em comum. O ódio por você. E foi assim que planejamos tudo, inclusive o sequestro da sua pode filhinha.

Rosalie olhava pasma a frieza com que Bree falava cada palavra. A inveja e o ciúme sempre tão presente na voz, nos atos, e só agora Rose percebia isso.

–Sim, fomos nós. Era só pra dar um susto na menina. Mas você foi lá e meteu a polícia no meio. Sorte que ninguém achou nada contra nós.

Bree bufou. Jane ainda continuava tentando assimilar a realidade a sua frente. Seu transtorno era tanto que chegara a se ajoelhar no chão, apenas ouvia, ou talvez estivesse perdida em seu mundo doentio.

–Quando voltei pra Port Angeles, com ajudinha da Jane, descobri que você estava casada e com uma filha. – ela revirou os olhos. – Você sempre teve tudo, Rosalie. Tudo. Marido perfeito, casa perfeita, filhos perfeitos. E eu nada. NADA! – ela gritou. –Agora chegou a vez de fazer justiça.

Bree deu um sorriso de vitória. De vingança.

–Vamos Jane, atira. Atira logo! – Bree cutucou Jane. Tentou tirar a arma da mão dela, mas não conseguiu.

–Vamos garota, não amarele agora. Você não queria o Emmett? Essa é sua chance. Se você não fizer, eu faço.

Bree forçou Jane a se levantar. Tentou mais uma vez tira a arma da mão dela.

Jane se levantou, mas parecia não querer mais terminara aquilo.

–Espera Bree. – Ela falou enquanto Bree puxava a arma de sua mão.

Bree sussurrou um “Temos que terminar o que começamos” para Jane e puxou a arma, que estava entre elas, com força.

O barulho do disparo preencheu a casa.

Rosalie correu, pegando Kellan no colo e o abraçando com força. Kate apertou Kebi ainda mais em seus braços. Emmett se juntou a esposa, abraçando-a protetoramente.

Tudo isso aconteceu em questão de segundos. O corpo de Bree caia quase que em câmera lenta no chão. Ela ainda respirava.

–Não, não era pra ser assim. Não era! – Jane estava desesperada. – Emmett, meu amor, faz alguma coisa.

O transtorno psicológico de Jane já havia avançado pra um nível muito maior do que alguém ali podia imaginar.

Os minutos seguintes passaram rápidos.

Jane estava encolhida num cato chorando quando a ambulância chegou junto com os carros da polícia.

–Emmett não deixa eles me levarem. Eu te amo! Nós vamos ser felizes juntos, meu amor!

Ela gritava enquanto dos polícias a levavam algemada para o carro.

Bree havia sido levada com urgência pela ambulância que Kate chamara. Ela ainda estava viva.

O choque que tudo aquilo, toda aquelas ameaças, perigo, revelações, invejas e ódio, havia causado naquela família era impossível de ser evitado.

Agarrada aos dois filhos Rosalie chorava. Em parte ainda assustada, mas, na maior parte, aliviada por tudo finalmente ter acabado.

Quem sabe agora, com Jane e Bree presas, não teria paz?

Era por isso que ela ansiava. Assim como Emmett.

Ver sua esposa na mira de um revólver não fora nada fácil. Ele preferia ter que trocar de lugar com ela, ao vê-la ali, frágil e desprotegida.

Mas agora as coisas se encaminhariam para melhor. Todas as causas de seus tormentos foram finalizadas.

Cabia a eles agora superarem mais essa fase transtornada para seguir em frente.

E com o amor que sentiam um pelo outro, pela família, conseguiriam.

Mais do que nunca precisariam um do outro, não só para se apoiarem, como também as crianças. Tão pequenas, quase sem nada entender, haviam presenciado tamanho horror e aflição que fora atribuído a sua família. A eles.

Quem sabe, quando essa poeira abaixasse, os corações se acalmassem e tudo fosse finalmente absorvido, eles poderiam ter seu tão esperado final feliz?

Bom, era por isso que aquela família, tão unida e amorosa, torcia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Não me matem, por favor. Gostaram da grande revelação? Você esperavam por isso? acho que não né? muahaha ;)) Então, este capítulo foi o Penúltimo e na próxima semana será Ultimo capítulo da Fic. É...vamos dizer adeus. Então, é isso. Nos vemos nos comentários. Se puderem recomendem :) Obrigado e Beijooos :33



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Resistentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.