Pov. Rosalie

A noite passada, assim como todas as outras da minha vida ao lado de Emmett , fora perfeita. Ouvir a cada beijo o quanto ele me amava e sentir esse amor era maravilhoso. Inexplicável.

Dormimos com nossos corpos colados a noite toda. Minha cabeça apoiada e seu peito forte. Parecia que ali era exatamente o lugar para ela. Cada curva daquele corpo perfeito se encaixava perfeitamente ao meu e eu só podia agradecer por tê-lo junto comigo.

Acordamos esta manhã já escutando os gritinhos de Kellan, e Kebi nos chamando. Sorrindo, desci da cama após dar um beijo calmo em Emmett.

Tomamos café todos juntos. Kellan se lambuzando na cadeirinha de alimentação com a papinha.  Kebi não ficava atrás nessa sujeira toda. Seu rostinho branco estava com gotas de chocolate e farelo de biscoito por todos os lados, fora a blusinha do pijama que já estava com respingos do chocolate quente que ela bebia.

-Kebi, meu amor, coma mais devagar. Está se sujando toda. Porque tanta pressa? – perguntei rindo enquanto tirava uma mecha de cabelo dela que caía no rosto quase tocando o copo com chocolate.

-Por que hoje é sábado, mamãe. – falou simplesmente, agora com uma torrada na mão.

- E o que tem isso?? –perguntei sem realmente saber o motivo.

-Hoje o papai não vai tlabalhar aí a gente vai poder blincar muitão. –Kebi falou sorrindo, seus olhinhos até se fecharam. Ela estava linda com as Marias-chiquinhas feitas em seu cabelo já tortas e desmanchando por ter dormido.

Emmett sorriu ao ouvir a empolgação da filha. Se há uma pessoa no mundo com a qual Kebi gosta de brincar essa pessoa é Emmett. Pode ter quantos amigos forem, para minha princesa, se divertir com o pai é bem mais legal.

Kellan todo animadinho com nossos sorrisos atirou a colherzinha com a papinha na mesa respingando em minha camisola e no rosto de Emm. O danadinho do meu pequeno abriu grande um sorriso com alguns dentinhos se sentindo satisfeito com o que havia feito.

-Tá bom, isso aqui já virou guerra de comida. Emm, eu dou banho na Kebi enquanto você arruma tudo aqui, ok? E você, seu Kellan, fica aqui quietinho com o papai, sem detonar a cozinha da mamãe.  – falei sorrindo.

-Vai lá Rose, eu dou um jeito nesse sapeca aqui. – Emm falou, pegando Kellan no colo e o colocando no carrinho que estava parado na entrada da cozinha.

Peguei Kebi e subi as escadas com ela no colo.

XXXXX

Eu estava penteava os cabelos de Kebi no quarto dela.  Eu sentada em sua cama e ela sentada entre minhas pernas.

As longas mechas castanho-douradas da minha princesa caíam como cascatas pelas costas até seu pequeno quadril.

-Ei ursinha, acho que já está na hora de cortar seu cabelo. – falei, passando a escova outra vez, alisando as mechas enormes.

-Mas mamãe eu não quelo ficar com o cabelo curto, vou palecer caleca. Eu gosto dele assim, glandão. – ela falou toda preocupada, segurando duas mechas do cabelo de cada lado.

-Não, meu anjo. Você não vai parecer careca. – tive que rir com isso. – Só vão cortar alguns dedinhos. – a tranquilizei.

-Agola a senhora quer cortar meu dedinhos, mamãe? – Kebi falou colocando as mãozinhas embaixo das pernas, na tentativa de esconder os dedinhos gordinhos de mim.

Ri outra vez e a puxei para meu colo.

-Mas é claro que a mamãe não quer cortar seus dedinhos, bebê. –peguei sua mãozinha e a beijei. – É apenas um modo de falar. Eu garanto que você vai ficar mais linda ainda. Você não quer ficar mais bonita?

-Quelo sim. O Quil falou que eu já sou muito linda, sabia? – ela falou sorrindo, toda orgulhosa por receber elogios do amiguinho.

-Ai meu Deus, o Quil falou isso? Que danado, hein?! – falei fazendo cócegas nela. Kebi gargalhou em meus braços enquanto meus dedos cutucavam sua barriguinha.

Emm apareceu na porta do quarto dela sorrindo.

-Então, qual o motivo de tanta risada?  - perguntou, rindo da cena.

-Papai, a mamãe vai me levar pra cortar os dedinhos do meu cabelo aí eu vou ficar mais linda, sabia?! – ela se apressou em contar ao pai, confundindo as palavras. Coloquei Kebi sentada na cama ao meu lado.

-É quase isso. – eu ri. – Vou levá-la ao cabeleireiro. O cabelo dela está enorme. – expliquei, passando a mão do meio até as postas do grande cabelo castanho-dourado da minha princesinha.

-Ah, entendi. Mas não deixem cortar muito, amor. Os cabelos da minha ursinha já são perfeitos. – Emm falou olhando pra Kebi com um brilho nos olhos. Depois piscou pra mim e sorriu.

Sei que Emmett adora cabelos cumpridos.

-Claro que não. Como ela tentou dizer, só alguns dedinhos. – eu sorri. – Emm...?

-Oi?!

-Cadê o Kellan? – perguntei sentindo falta do meu príncipe.

-Ó ele aqui. Onde mais estaria? – Emm olhou pra baixo, abrindo mais a porta dando espaço para o meu pequeno entrar.

Kellan deu passinhos apressados quando meu viu, vindo em minha direção tropeçando nas próprias pernas gordinhas. Quando chegou perto de mim, bateu as mãozinhas em minha perna.

-Búúú! – Kellan exclamou fazendo um biquinho adorável, depois sorriu. Aqueles grandes olhos castanho-escuros me encarando, fazendo meu dia ficar mais feliz.

-Ai que susto, meu amor. Você tava sapecando por aí com o papai, é? – falei o pegando nos braços e o apoiando de pé sobre minhas pernas. Sacudi seu corpinho o fazendo rir. Meu bebê estava só de fraldas.

-Mamã.. – Ele balbuciou, colocando as mãozinhas em minhas bochechas.

É uma sensação tão prazerosa, mais do que perfeita, ouvi-lo me chamar de mamãe. Escutar suas palavrinhas, mesmo que não as falasse corretamente. Ainda assim, nada ofuscava o quão maravilhosos eram aqueles momentos.

Puxei-o para mais perto, lhe dando um abraço apertado e um beijo estalado na bochecha gordinha.

Quando voltei a encarar meu marido notei que ele nos observava com um lindo sorriso.

-Vamos sair para almoçar? – ele perguntou, vindo se sentar ao meu lado na cama, colocando Kebi em seu colo.

-Claro, assim depois já fico no cabeleireiro com Kebi. – respondi.

-Eba, vamos sair pra papa. – Kebi exclamou toda sorridente, batendo palminhas.

-Papá.. – Kellan balbuciou, esticando os bracinhos na direção de Emm, abrindo e fechando as mãozinhas.

-É eu sou seu “papá”, mas não esse papa que sua irmã falou. – Emm riu e pegou nosso pequeno no colo. – Vou vesti-lo para podermos ir, ok?

-Tá bom. Vou pegar minha bolsa e vamos.

Todos prontos, entramos no jipe e seguimos rumo ao restaurante.

XXXXX

-Ok, Emm. Eu te ligo assim que terminarmos aqui pra você vir nos buscar. – Falei através do vidro, já do lado de fora do carro. Eu segurava a mão de Kebi, e estávamos em frente ao salão do cabeleireiro.

Emmett iria com Kellan a uma loja de esportes depois o levaria ao parque.

Entrei com minha filha e esperamos sentadas no sofá que viessem nos chamar. Não havia nenhuma cliente ali, a última acabara de sair quando entramos.

Enquanto esperávamos, me lembrei de como Bree foi simpática e elogiou minha família ao nos encontrarmos no restaurante. Conversamos por poucos minutos, lhe contei que iria levar Kebi para cortar os cabelos e ela fez questão em indicar o salão de uma prima dela. Disse que era ótimo e devíamos ir, e que depois perguntaria a moça se realmente aparecemos por ela. Não quis fazer essa desfeita então aceitei o endereço que ela me passou.

Os minutos se passaram até uma mulher apareceu na sala de espera onde estávamos e nos chamou.

Entramos em outro cômodo onde havia várias cadeiras próprias para salão de beleza e coloquei Kebi sentada na que a moça indicou.

Outra mulher, com cabelos vermelhos e óculos, entrou na sala. Ela usava uma boina com aba na frente. Talvez, só por um minuto, achei que a conhecesse.

Ela colocou uma espécie de avental em Kebi. O silêncio dominava o local, tirando o barulho dos carros lá fora, até que minah filha o quebrou.

-Mamãe? – minha bonequinha me chamou, querendo ter certeza de que eu realmente estava ali e também estranhando tudo aquilo.

-Tudo bem, meu amor. Eu estou aqui e isso é apenas para não cair os fiozinhos do seu cabelo em sua roupa. – lhe tranquilizei.

A moça pegou uma tesoura na gaveta da penteadeira com um enorme espelho em frente à cadeira que Kebi estava sentada. Não vou negar que por um segundo fiquei arrepiada vendo aquela tesoura prata aberta indo em direção aos cabelos de minha filha.

-Não é para cortar muito, só as pontas, ok? – fiz questão de lembrá-la. Ela apenas assentiu.

Nesse momento meu celular tocou. Comecei a vasculhar minha bolsa a sua procura. Mas então o toque parou.

Quando voltei a olhar minha filha, vi uma grande mecha de seu cabelo se destacando no piso branco do chão.

-Você está louca? Eu expliquei que não era para deixar curto. – gritei, me levantando e chegando perto da mulher. Uma pequena mecha do cabelo de Kebi estava pela metade.

A mulher deu de ombros e voltou a aproximara tesoura de Kebi.

-Ah não! Pode tirar essa tesoura de perto da minha filha! – segurei sua mão.

-Eu sou a cabeleireira aqui, queridinha. – ela respondeu e foi então que reconheci aquela voz. Aquela maldita voz que não me deixa em paz.

-Jane? – soltei seu braço, confusa.

-E aí Rosa?! Ops! Rose. – ela deu uma risadinha, retirando os óculos e a peruca vermelha, revelando assim os verdadeiros cabelos louros.

-Você é louca, doente, ou sei lá o quê?! Que tipo de pessoa faz isso?

- O tipo de pessoa que se vinga de humilhações públicas. Ou você acha que me esqueci do fez na Faculdade? – ela me olhou com raiva.

-Eu apenas joguei seus planos contra você. – falei e ela revirou os olhos. – Quer saber? Não vou discutir. Você é doente, precisa de tratamento.

Tirei minha filha da cadeira, a prendendo em meus braços num forte abraço protetor, depois beijei o topo da cabeça.

-Mas só aviso uma última vez: Nunca mais encoste seus dedos nojentos em minha filha. Está ouvindo? Você não me conhece, Jane. Você acha que me conhece, mas não conhece. Já perdi toda minha paciência com você, sua louca.

Falei cada palavra olhando nos olhos castanhos dela.

Saí o mais rápido possível dali com minha filha, deixando uma Jane nervosa, batendo o pé, para trás.

-Mamãe o que aconteceu com meu cabelo? – minha pequena perguntou colocando a mãozinha na cabeça, sua voz embargada pelo choro.

-Nada, meu amor. Só uma louca que cometeu um errinho. Mas sabe quem vai dar um jeito nisso? A tia Alice. – falei lhe acalmando, passando a mão por suas costinhas.

-Agola eu to feia? – ela perguntou triste.

-Não, princesa, você é linda. É impossível ficar feia. Não se preocupe, a tia Alice vai ajudar a gente a consertar isso.

Atravessei a rua com minha pequena chorosa nos braços. Paramos em uma pracinha ali perto e liguei para Emm.

Em 5 minutos ele já estava conosco e lhe contei o que havia acontecido. Tive que segurá-lo para que ele não voltasse lá e batesse em Jane. Faltou um triz para ele chamar a polícia. Não precisava de mais confusões por hoje, poderíamos pensar melhor em quais atitudes tomar depois. No momento fazer Kebi se sentir melhor e sorrir era prioridade.

Liguei para Alice, lhe contando também do incidente e dizendo que precisava de sua ajuda. Alie me indicou o cabeleireiro dela e disse que nos encontrava agorinha lá.

Emmett fez questão de entrar conosco assim que chegamos. Ele estava com um Kellan todo lambuzado de algodão-doce no colo.

Não tiramos os olhos de Kebi nem por um minuto enquanto um homem baixinho e muito simpático cortava os cabelos dela. O rapaz elogiava o quão fofa era nossa filha e como Alice era uma ótima cliente há tempo dele. Pelo visto, Alie era VIP ali.

No final o estrago não fora tão grande. O rapaz conseguiu dar um jeito, fazendo um corte em “V” já que a tal mecha cortada pela metade havia sido na lateral do cabelo.

Como sempre, minah princesa continuava linda.

Terminamos, paguei o corte e fomos embora, recebendo pedidos do tal rapaz para que voltássemos sempre que precisássemos. Ele até elogiou meu cabelos louros e que adoraria fazer algo para deixá-lo ainda mais bonito. Tive que rir.

Entramos no carro assim que me despedi de Alice e lhe agradeci pela grande ajuda. Só queria chegar em casa bem com minha família.Colocar minha princesinha na cama e fazê-la dormir tranquila.

Jane sabe como me atingir, sabe que atacando meus filhos e Emmett estará atacando a mim. Sabe que vai doer mais ainda mais do que fazer algo diretamente para mim.

Ela está ficando descontrolada. Não tem dó nem de uma criança e faz o que tiver que fazer para me destruir. Não sei de onde vou tirar forças, mas vou conseguir. Se ela pensa que vou dar mole, deixá-la prejudicar o bem estar da minha família por seus caprichos inúteis, está muito enganada.

Vou fazer o possível e o impossível para proteger minha família. E desse amor que tenho por eles que vou tirar forças.