Sonho De 100 Dias escrita por Liebe Engel


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

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 “Mesmo não tendo assas, eu posso voar” E Gabriel ficou tão leve quanto seu pensamento, flutuo fugindo pela janela do quarto.

Os ventos nórdicos arrastavam-no para longe contudo, em apenas mover os braços, de tão leve, controlava a direção. Pousou sobre uma nuvem, tão macia e gélida em teus pés que pôs-se a correr o mais rápido possível de forma que os fios de cabelo rubros eram carregados para trás e o ar entrava tão facilmente que parecia não estar respirando. Penetrou com os pés o mais fundo que pode na berrada da nuvem e atirou-se de cabeça no vazio, era uma sensação que ninguém havia experimentado jamais, despencou até bem próximo e ficou a ouvir os lamentos de uma criança que perdeu para os céus seu balão.

“_Mãe, meu balão! Pega mamãe!” 

“_Você poderia ter sido menos desleixada, agora pare de escândalos que estamos no meio da rua.”

A mãe não podia-lhe dar atenção, tão pouco recuperar o objeto entretanto, a Gabriel era permitida tal proeza. A criança poderia ter sido mais cuidadosa, a mãe poderia ter amarrado o fio em seu pulso mas, não pensaram que aquilo aconteceria recupera-lo seria sua boa ação do dia, caminhava sobre o vento perseguindo na imensidão azul o balão até por fim captura-lo e trazer para sua dona.  

“_Seu balão”

A menininha ficou perplexa com que mirava, um rapaz voando? Esfregou seus olhinhos marejados para certificar-se de que não a iludiam e mesmo feito isso não acreditava neles.

“_O senhor é um anjo?”

“_Por que pergunta-me isto?”

“_ O senhor voa”

“_Sim  sou livre para voar mas, qualquer um pode fazer isso. Sua mãe está se afastando cuidado”

Ela acenou e correu atrás da mulher, seus olhos cotiam o brilho de mil sois dentro si outrem não teriam o visto, mas, ela recusou-se a guardar em si o segredo. Gritou para o mundo inteiro, então Gabriel temendo ter aquele pequeno momento de prazer roubado de si escondeu-se atrás de uma árvore, chocando-se contra ela.

Habitava naquela arvore uma família de pardais e do ninho a mãe afastou-se a procura de alimento, eram tão frágeis e delicados os filhotinhos que quando Gabriel os avistou, sentiu muita necessidade de dar-lhes algum carrinho, contudo, quando fez leve menção de toca-los a Senhora Pardal mergulhou histérica bicando-o. Mesmo não sendo um de seus predadores poderia ferir os filhotinhos ou mata-los por pura diversão, como mãe os protegeria daquele perigo

“_Porque quer ferir meus bebes criatura flutuante?”

“_Perdão, só queria acaricia-los por serem uma gracinha. A senhora tem belos bebes”

 “_Obrigada mas, não posso permitir que sejam tocados uma que não tem resistência alguma”

“_Entendo”

Ficava mais frio a medida que entardecia de forma que a pele de Gabriel azulava-se principalmente nas extremidades, os pássaros retornavam aos ninhos e crianças saiam da escolas deixando as ruas um pouco mais agitadas que quando decolou e isto o preocupava um pouco.

A senhora pardal acolhia os filhotes abaixo das assas abraçando-os, naquele momento perguntou-se o quão quente e acolhedor era aquele abraço afinal os pequenos aninhavam-se tão confortavelmente daquela forma.

“_Senhora Pardal tenho frio abraça-me também?”

Naturalmente assustou-se com a pergunta intrépida do rapaz, como o abraçaria ele sendo tão grande?

“ _Claro que não, como poderia? Tenho problemas demais em abraçar apenas meus filhos pare de falar temeridades.”

“_Perdão  já vou indo, está ficando frio” Dispersaram-se com sorrisos e sentou-se então junto a um galho de árvore soluçando e tremendo de frio. Suas roupas eram leves e frescas se alguém o abraçasse o frio desapareceria e poderia ele continuar a voar livremente.

 “_Por que chora rapaz?”

“_Tenho frio, senhora árvore”

“_E por que não vai para casa cobrir-se?”

“_ Sou impedido. Se o fizer não continuarei livre como estou”

“_ Existe algo que possa fazer para que não continue a chorar? Você me parece gentil e amigável contudo, preciso hibernar pelo inverno.”

“_ Me abraça?”

“_Sou uma árvore que fala mas, não pode mexer-se contudo, se for de sua vontade abraça-me o quanto quiser para parar com as lagrimas.” 

Incomodava o falatório de Gabriel, ainda mais que seu choro, e a árvore apresentava-se um pouco sonolenta  a cerca do clima. Ele não ficaria muito tempo a abraçando ou parado sobre ela, tinha todo o mundo para conhecer no menor tempo possível afinal não ficaria leve a vida inteira.

“_ Seu abraço é muito acolhedor e quentinho é muito ruim ter que partir mas, fico grato por fazer um amigo.”

“_Faço minhas tuas palavras rapaz”

Pegou impulso em um dos galhos atirou-se aos céus rodopiando movimentando-se o mais espontaneamente possível, não lembrou-se de na vida ter experimentado algum prazer como este. Como nada dura eternamente um clarão vindo do sol engoliu-o e quando abril novamente os olhos já não era tão leve nem tão livre.

Estava inerte seu quarto sem poder mover-se ou sair dele afinal, era paraplégico e necessitava de alguns aparelhos para realizar coisas simples como respirar. Tinha sido apenas um sonho mas, mesmo assim o deixou feliz. Sonhos eram o que tinha de mais importante e o que o aproximavam de um deslumbre da liberdade que o libertava de seu suplício existencial.

“Balões são livres para voar estando longe de quem os ama, pássaros nunca podem se distanciar do ninho e árvores possuem raízes que as fixam no solo, eu entretanto, mesmo não podendo-me mover posso sonha e nos sonhos sou a mais livre de todas as criaturas existentes porque a liberdade é bem maior que simples ir e vir, disto tenho certeza” 


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Notas finais do capítulo

Triste



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