A Garota De Bronte escrita por Milk Shake


Capítulo 21
XX


Notas iniciais do capítulo

Não pude revisar!! AAAah me perdoem! O XXI está em andamento... Ships Nacey preparem o coração hahaha



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352002/chapter/21

Desde o meu pequeno teatro no refeitório, eu não tinha visto Nate. Eu me sentava entre Augustus e Libby na quarta fileira das arquibancadas da quadra aberta. O jogo ainda não havia começado. Alyss e Natalie estavam nas fileiras da frente, onde ficavam coladas ao banco dos jogadores que ficavam de reserva, mas todos os jogadores ainda se preparavam dentro dos vestiários. Dos dois times.
O mascote do colégio interno Bronte era uma coruja e o da Stoneclock era um rinoceronte ameaçador. Os alunos de ambas as escolas faziam apresentações dentro das fantasias engraçadas, um provocando o outro, forjavam uma falsa luta para atrair a atenção da plateia. Depois de toda a brincadeira, se cumprimentaram e se dirigiram cada um para o respectivo lado. E então as líderes de torcida da Stoneclock começaram a sua dancinha típica no gramado com direito a grito de guerra. Elas usavam um short-saia acinzentado com detalhes dourados. Só de ver as cores do colégio, senti inveja por nosso uniforme ser tão cafona.  Após a apresentação delas, foi a vez do nosso colégio. As líderes de torcida eram grande maioria do terceiro e segundo ano, só uma garota era do primeiro ano: Summer. Realmente, ela era muito bonita e seu cabelo laranja claro se destacava em meio a tantas loiras e morenas. As líderes de torcida do Internato Bronte eram corpulentas e treinavam duro para entrar na equipe desde o primeiro ano. A maioria fazia aula de teatro junto comigo. A roupa delas era bonita, uma mistura de azul e vermelho. Eu nunca tinha visto as lideres de torcida em treinamento porque cabulava a maioria das aulas de educação física. Ninguém merece acordar mais cedo só para isso.
Enquanto as garotas se retiravam do gramado, procurei por Nate nas arquibancadas. Ele não estava em lugar algum. Augustus pareceu perceber o que eu estava fazendo porque ele segurou a minha mão.

- Deixe. – Ele apertou a minha mão mais forte. – Ele vai esfriar a cabeça. Acho que não vai assistir ao jogo.

Eu puxei a minha mão, soltando a de Augustus, ele virou para o lado e segurou um riso de deboche. – Eu não entendo você. Sério. – Libby virou-se na cadeira, ouvindo a súbita mudança de tom de Augustus. – Primeiro aquela cena toda no refeitório e agora você me rejeita. Qual é o seu problema?

Eu o fitei perplexa. Por que homens são tão burros?! Ele não era capaz de entender que eu estava me sentindo culpada em relação ao que fiz com o pobre do Nate? E sem contar o drama todo do Jacob e do anuário... Ah, me esqueci. Eu não tinha dito nada disso para ele. Precisava ter uma conversa séria e esclarecedora com Augustus mais tarde, se ele não me perturbasse mais com perguntas idiotas.

- Eu só tô de cabeça cheia agora, não quero pensar nisso ok? – Disse me voltando para o gramado. Os jogadores já estavam em campo, o time do Bronte estava vestindo calções azuis, camisetas e meiões vermelhos. Os da Stoneclock vestiam camisetas cinza com detalhes amarelos nas laterais, o calção e as meias eram amarelos.

O treinador caminhou até o centro do gramado e apitou para o início do jogo.

A bola começava com os visitantes, um garoto loiro tocou para um moreno, eles andavam em zigue-zague driblando os nossos jogadores, furando a nossa defesa. O mesmo garoto loiro correu com a bola e chutou para o gol. Por sorte, nosso goleiro, Malcom, era muito bom. Ele fez uma defesa maravilhosa e impediu um gol, mas não demoraria muito para que os Stoneclocks marcassem um gol se a coisa continuasse do jeito que estava, perderíamos de 9 a 0.

Demorou quinze minutos para o loirinho marcar o primeiro gol. Cinco minutos depois, para a minha surpresa, Jacob fez uma defesa maravilhosa em um dos atacantes e passou para um garoto do terceiro ano, um pouco moreno de sol e que tinha uma espécie de gingado divertido.  Ele marcou um gol maravilhoso que até eu levantei para gritar. O jogo ficou empatado até os trinta e cinco minutos, quando o time adversário marcou outro gol no pobre Malcom que já deveria estar cansado de se jogar na grama defendendo os chutes potentes do craque dos Stoneclock.

Todo esse tempo havia passado e eu ainda não vira Nate em lugar algum. Comia uma barrinha de chocolate impacientemente.

Libby estava com as bochechas riscadas de vermelho e azul e balançando duas bandeirinhas escritas “BRONTE ARRASA”. Ela parecia estar torcendo de verdade. Peter, que estava no banco, se virava de tempo em tempo para olhar Libby, ela não reparava pois focava toda a sua atenção no jogo, mas eu podia ver o sorriso maroto dele ao vê-la gritando “Isso Bronte! Vocês conseguem! Esmaguem eles!”. Eu não contaria isso a Libby, pode ser meio egoísmo da minha parte, mas Peter quebraria o coração dela. Ela era sensível demais para se envolver com ele. De repente a multidão gritou mais uma vez, um garoto do segundo ano marcara mais um gol.

- Isso! – Libby levantou do meu lado e começou a gritar.

Augustus ria descontroladamente e batia palmas.  – Acho que vocês têm chances de passar para a próxima fase. – Ele disse entre risadas perto do meu ouvido por causa da barulheira.

- Eu acho que não! – Respondi gritando.

O treinador apitou e o primeiro tempo acabou. Alguns alunos se levantaram para repor o seu estoque de refrigerante. Libby saiu para comprar mais pipoca doce, pedi para ela comprar uma barra de chocolate para mim. Augustus não saiu do meu lado.

- Jacey eu estava pensando... – Ele começou, eu me virei para olhar nos seus olhos azuis. – Depois que tudo isso acabar, o que você acha de sair para jantar comigo? – Ele desceu os olhos para a minha boca. Ele esticou a mão e chegou mais perto de mim. De repente me lembrei do dia que ele me beijou no terraço do prédio das garotas e me derreti como manteiga. Fechei os olhos e esperei que ele me beijasse... – Está sujo. – Ele passou o polegar pelos meus lábios e depois mostrou para mim. – Viu? Chocolate. – Ele ria como um garotinho. Não sabia se era do meu comportamento ou se era por causa do chocolate. Fiquei imaginando se ele me beijaria de novo. Só se você pedir ele dissera naquele dia. E eu respondia não espere por isso mas estava começando a me arrepender... Mas é claro que nunca pediria para um garoto me beijar, é se humilhar demais... Mas será que eu estava apaixonada por Augustus? Não! Eu pensei no que fiz para Nate e me senti culpada mais uma vez por querer beijá-lo mas... Augustus era bom nisso. Virei-me emburrada para frente no banco e fitei o campo vazio, a não ser pelas líderes de torcida que dançavam e faziam acrobacias malucas.
Alguns minutos depois, Libby voltou com o meu chocolate, um copo de 500ml de coca-cola para Augustus e um pote jumbo de pipoca, não me pergunte como ela conseguiu trazer tudo aquilo para o estádio.

- A fila estava enorme. – Ela se sentou no banco e derrubou um pouco de pipoca. – Uffa! E ai o que está achando do jogo? Falando nisso cadê o Nate? Ele sumiu no intervalo. Para onde será que ele foi? – ela falava comendo.

- É... Eu não sei... – Estava com medo de alguma pipoca mascada caísse em cima de mim. – Eu também estou preocupada.

Augustus do meu lado soltou o ar poeticamente. Ah! Eu queria matá-lo por me irritar tanto assim!

O treinador apitou mais uma vez e o segundo tempo começou. Após vinte minutos de jogo, um jogador do time adversário cometeu uma falta acidental e um dos atacantes do Bronte acabou torcendo o tornozelo, Peter entrou no seu lugar. O jogador adversário recebeu cartão amarelo. Peter cobrou a falta do seu lugar e errou o gol. Inútil. Libby suspirou decepcionada. Ele olhou na direção dela e abaixou a cabeça. Passados mais três minutos, o loirinho muito bonito do Stoneclock marcou outro gol. Um belíssimo gol, senti vontade de pular, mas estaria sendo uma traidora e senti medo dos alunos a minha volta atirarem copos de refrigerante e cachorros-quentes em mim. Então fiquei quieta.

Mais alguns minutos de puro passe e drible, Bronte marcou um gol. Estávamos empatados e faltavam cinco minutos para o fim do jogo. Um empate era mais do que eu esperava para esse jogo de hoje. Na verdade esperava um monte a zero. O tempo foi passando e os jogadores começaram a ficar mais apreensivos. Três minutos... Dois minutos... Um minuto... E nada. O treinador acrescentou mais um minutos ao jogo. E ainda estava no empate. Mesmo se o Bronte passasse para a próxima etapa, levaria uma surra. Se estávamos sofrendo assim no primeiro jogo... Imagina a goleada que tomaríamos do próximo time? O motivo do mascote do internato ser  uma coruja era porque éramos bons em estudar, não nos esportes. E, de repente, para a minha surpresa, um garoto de cabelos lisos e castanhos driblou um zagueiro, depois outro e mais um até que inacreditavelmente chutou a bola. Foi tudo em câmera lenta. A arquibancada estava em um silêncio profundo. O som metálico da bola batendo na trave e segundos depois balançando a rede foi o começo de uma gritaria ensurdecedora. Então o treinador marcou o fim do jogo. Peter marcara o gol da vitória. 4 a 3 para o Bronte.

- Ai meu deus! Eu não acredito nisso! Jacey nós ganhamos! – Libby estava elétrica. Ela subiu em cima do banco e levantou os braços, agitando-os acima da cabeça.

Augustus levantou-se também e começou a bater palmas. Fiz o mesmo.

De repente, enquanto todos os jogadores estavam comemorando na quadra, um estampido ecoou dentro do campo e alguns alunos começaram a correr e a gritar. Congelei ao perceber que se tratava de um tiro. Olhei para Augustus e vi a cor sair de seu rosto. Libby do meu lado engoliu em seco e se abaixou. Subi na bancada para ver o que tinha acontecido e um monte de gente se aglomerava no campo em cima de alguém que eu não conseguia reconhecer. Olhei na direção do som e fiquei desesperada. Finalmente eu tinha encontrado Nate.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu espero que gostem!
~Veronica



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Garota De Bronte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.