Ela queria mudar o mundo com sua poesia. Vivia em um canto isolado da cidade, morava em uma rodoviária suja em Nova York, vivia em uma sala abandonada. A tarde ficava lá presa naquela sala, só escrevendo poesias. Mas nada era bom para ela, a menina jogava os papeis no chão e voltava a escrever. Quando ficava cansada levantava-se e olhava no olho mágico da porta e via todos os dias uma família que passava feliz e sorridente. Ao contrario da pobre menina que só vivia a escrever.

Ela se perguntava será que isso é uma obsessão?Ela só escrevia coisas sobre sua vida! E sua vida era infeliz sem nenhum acontecimento. Será que era por isso que suas poesias não eram tão boas? Muitas coisas se passavam no pensamento da garota. Será que ela teria que sair dali para suas poesias melhorarem?

Ela não conseguia mais pensar em o que fazer, estava com fome. Havia muito tempo que ela não comia e suas roupas estavam rasgadas seus cabelos negros agora estavam volumosos e compridos batendo nas canelas. Suas volumosas mechas negras tapavam seu rosto pálido e sem vida, nunca foi aberto um sorriso em sua face triste. Sua única lembrança de infância era uma foto velha e surrada que ela colocava debaixo de sua cabeça quando se deitava em cima da mesa, que agora estava toda cheia de cupins e quase caindo.

Não se dava conta do tempo que escrevia nem dos dias que se passavam, nem os meses que se arrastavam. A menina poesia nunca soube quanto tempo ficará ali só sabia que seu único sonho, o único que ainda tinha em sua cabeça era de se tornar um grande poeta, mas como ela conseguiria? Não tinha mais força para pensar. Um dia era uma semana, uma semana era um mês, um mês era um ano e um ano era uma eternidade que parecia que nunca passará. Não tinha razão para viver não tinha nada com que se preocupasse... Nada.

Seu único prazer era olhar a família sorridente que algum dia haveria tido, e escrever sobre quando foi para Nova York estava em primeiro lugar, mas após ver que aquilo não traria nada deixou em segundo plano.

Ela sonhava em ser uma mulher rica e poderosa, mas vela agora não revelaria nenhuma mulher rica ou fina, só traria uma imagem sem graça e melancólica para sua vida.

Como? Explique-me como? Como ela mudaria o mundo com sua poesia? Explique-me? Como, se ela mal conseguia pensar em alguma coisa. Levantou-se da cadeira e foi em direção à porta, ela berrava com dor e agonia:

–Estou com fome me ajudem! – Lagrimas escorriam pela sua face, manchando seu rosto.

Mas ninguém a ouvia.

Caiu no chão e fechou seus olhos como se estivessem dormindo.

No outro dia os policiais abriram a sala abandonada e viram o corpo da menina da poesia.

Olharam para o corpo e viram muitos papeis em volta dela, começaram a juntar e viram as belas poesias que ela escrevera. Após de recolher o corpo levaram a um poeta sua poesias ele publicou as e em fim a menina da poesia ficou famosa, apesar de sua morte.

A menina da poesia não conseguia ver a beleza de suas poesias, claro que não estavam perfeitas, mas estavam maravilhosas.

E a única coisa que aconteceu em sua vida foi que ela estava totalmente obcecada pela perfeição, nada mais que isso, deixando se perder em seus pensamentos.