Claro fogo sombrio

O vento chamusca

De fogo é o rio de fios

Os meus castanhos que aos seus buscam.

A clara que pele, o oculto coração

Por dentro e por fora

Em você, sempre em comunhão.

Vê, sai de teu cabelo fumaça

Sempre que o Senhor sobre nós assopra

Seu olhar por mim passa

Seus olhos, duas manoplas.

Fita-me, teu pensar através,

Meu pulmão assou

As costelas de leve sobre a aresta

É impensado o passo que eu dou.

Meu ser aguado no teu fogo afoga,

É minha vez agora.

Eu não cogito nem imagino ir embora.

Está em mim, presa como cola.

Teu beijar em mim, como assola,

Meu pesar em ti, como nos atola.