Ago(u)ra escrita por


Capítulo 110
25/10/2014, 22:16.


Notas iniciais do capítulo

Eu indico a ouvir a trilha sonora de Another Earth, do Fall On Your Sword durante a leitura deste poema e posteriormente à ela.

Também afirmo que seria adorável da sua parte se visse o filme [no caso, em portugês, denominamo-lo A Outra Terra].



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Eu imagino
Presumo em uma quantidade dosada de imaginação
O que seria
Como seria
Se houvesse outro eu em outro lugar.
Tento não parecer muito ridículo à minha própria concepção
No entanto a ideia de uma duplicidade
Uma possível sincronização
A existente possibilidade de quebra desta

Fascina-me por dentro.

A vida é um território inexplorado
Nunca tivemos tempo para rever
Ou repensar
Compreender o que estamos fazendo
Enquanto estamos no nosso estado comum
O estado automático.
Jamais paramos no meio da rua
Para pensar em como agimos mediante situações x
E situações y
Muito menos para ver o que dissemos a alguém
Ou o modo como agimos para com o próximo
Um equívoco que nos poderia ter custado
Todas as batidas do coração que nunca vieram.
Nunca paramos para pensar em como não sabemos nada
E em como pensamos saber tudo
Se nem mesmo a concepção do tudo possuímos.
Tudo é tão vago.
Olho para o céu, em dias em que me perco na minha realidade
artificial
E me disponho a tentar conhecer a grandiosidade
A estupenda e desconhecida voz do Universo.
Onde estamos?
Porque aqui estamos?
Qual é a nossa verdadeira parada final?
Onde está o sentido em permanecer aqui, na Terra,
quando podemos buscar o que não conhecemos?
O que nós não vimos ainda?
O que deixamos passar?
Por eu não sei de nada disso?
Inspiro este ar inodoro sem convicção
E procuro assimilar aquilo que quero entender
Tudo se embola quando paramos para pensar
Entretanto, no fim de tudo isto.
Ao terminar desses questionamentos sem pé nem cabeça
Torno a refletir a respieto da questão gênese
O que eu faria se visse eu mesmo caminhando na rua?
Como seria a vida?
E as coisas que nela há?
Torceria eu para os Brewers sem nem mesmo conhecê-los?
Pensaríamos as mesmas coisas?
dividiríamos as mesmas memórias?
compartilharíamos dos mesmos sentimentos e das mesmas predileções?
nossos corpos se movimentariam em igualdade e sincronia?
seríamos amigos ou inimigos?
será que se, quando acontecesse o encontro, acabaríamos por anular um ao outro
como numa fração de números iguais?
o que poderia mudar?
quem nós seríamos?
QUEM NÓS SOMOS?

QUEM SOU EU?

Bem,


É uma boa pergunta.


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Notas finais do capítulo

"Fjögur píanó"
"Rhoda's Theme"



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