*Tenten*

Eu estava em pé com a ajuda de minha mãe e uma fisioterapeuta. Já era a quinta sessão em dois dias que eu estava tendo e não via a hora de conseguir andar sozinha sem a ajuda de muletas ou outra pessoa. Sorri brevemente ao observar meu progresso, já conseguia sentir as pernas movendo-se lentamente, passo-a-passo e um sorriso de felicidade brotou em meu rosto e no de minha mãe.

Após terminar a sessão eu fui colocada para descansar. Mesmo que eu queira andar o mais rápido possível, eu fico cansada facilmente com poucos esforços. Olhei para minha mãe que bebia calmamente um copo de água mineral.

- Mãe. – chamei-a. – Sabe quando o Neji volta de Paris?

- Parece que eles estão chegando hoje. – respondeu minha mãe. – Pelo menos foi isso que a Hinata me contou.

- Não quero que ele saiba que voltarei a andar. – falei vendo um olhar confuso de minha mãe. – Quero fazer uma surpresa para ele. Pode conseguir que minhas sessões de fisioterapia sejam no horário das aulas?

- Claro. – respondeu abrindo brevemente um sorriso sobre aquela expressão confusa. – Pode deixar.

Quero fazer uma surpresa para ele. Mostrar o quanto posso progredir. E só de pensar que antes erámos apenas conhecidos. Tipo, eu sempre fui muito amiga da Hinata e conheço o Neji desde que me conheço por gente, mas mesmo assim nunca fomos muito amigos antes. Agora, nós estamos namorando. Isso é um grande passo. Certo, sempre gostei dele, mas achava que não daria certo, e o modo como minha mãe contou-me que ele ficou quando soube do acidente me deixou meio que contente. Quem conheceu o Neji cerca de dois anos atrás poderia jurar que ele estava diferente, pois nunca vi ele se preocupar com alguém assim.

*Ino*

Finalmente! O avião aterrissou e estou aqui pegando minha enorme mala de rodinhas na cor roxo vibrante enquanto converso com Sakura. Não acredito que minha amiga e Sasuke juntos, isso é tão fofo. Ver que todo mundo da turma já tem um par, e lógico que eu também, mesmo que seja algo escondido de todos, como dizem, tudo que é perigoso é mais gostoso.

Despedi-me de Sakura entrando no carro que estava estacionado na saída do aeroporto. Meu pai viera me buscar pessoalmente, certo, recebi uma mensagem dele quando ia partir de Paris e dizia que queria dar-me uma noticia muito importante. Suspirei profundamente antes de olhar através do vidro fumê. Gaara estava lá fora nas garras de Sari, que raiva!

- Ino? – chamou meu pai. – Como foi de viagem?

- Bom. – respondi simplesmente. – O que queria me contar?

- Quando chegar, conversamos. – apenas disse. – Sabe que odeio falar quando dirijo.

- Sei muito bem disso. – resmunguei enquanto colocava os fones de ouvido e ligava a primeira música que tinha na minha lista de reprodução.

Chegando a casa, desci do carro com minha mala e subi logo para o meu quarto. Joguei a mala em qualquer lugar, depois arrumaria aquelas roupas. Joguei o celular na cama e desci as escadas, eu estava curiosa sobre o que meu pai queria falar comigo.

- O que queria falar comigo? – perguntei quando o avistei de costas na beira da lareira antiga.

- Ino, é sobre seu casamento. – resmungou e eu fechei a cara, odiava falar daquela coisa. – Algo realmente... Sério!

- O quê?

- Não se casará mais com Itachi. – resmungou baixo e eu arregalei os olhos de surpresa. – Fugaku ligou para mim. Itachi não se casará mais.

- Quer dizer que estou livre desse casamento arranjado? – perguntei já sorrindo ao ver que ele apenas acenou positivamente. Mas ai uma coisinha veio a minha cabeça. – Mas, e a empresa como fica?

- Teremos que pensar em algo depois. – resmungou. – A Flores & Cia permanece do mesmo jeito.

Subi para meu quarto toda animada! Tinha que falar para Gaara! Peguei o celular e rapidamente enviei uma mensagem.

(celular on)

- Gaara não vai acreditar no que eu acabei de saber.

- O quê?

- Não vou mais me casar. Fui liberada desse casamento maldito!

- Como assim?

- Itachi disse para o pai dele que não casaria; e assim, eu fico livre disso.

- Merece uma comemoração, que tal irmos à pizzaria mais tarde?

- Ok. Sete horas. Eu passo na sua casa.

(celular off)

Joguei-me de costas na cama sorrindo bobamente. Era a melhor noticia que eu já recebi na vida.

*Neji*

Do aeroporto fui direto ao hospital. Não ficaria um minuto a mais sem vê-la e saber como ela estava.

Entrei no quarto de uma única vez sem me importar realmente com quem estava lá dentro.

- Tenten. – falei.

- Oi Neji. – respondeu – Como foi de viagem?

- Muito triste e entediante sem você lá. – respondi abraçando-a e depositando um selinho em seus lábios. – Como você está aqui?

- Melhor. – respondeu – Saber que não vou mais andar é algo que me deixou meio cabisbaixa e tristonha, mas depois eu vi que isso era melhor do que estar morta. Neji...

- O quê? – perguntei.

- Quero te mostrar uma coisa. – resmungou enquanto retirava a coberta sobre as pernas. – Mãe, pode me ajudar aqui, por favor?

A mãe dela veio auxilia-la a fazer algo e pediu que eu levantasse da cama onde estava encostado e fosse até perto da porta. Tenten então pediu que eu fechasse os olhos e obedeci.

- Pode abrir. – falou cerca de um minuto depois.

Abri os olhos calmamente e não pude acreditar naquilo que vi. Tenten estava em pé com o auxilio de sua mãe perto da cama onde há um minuto estava deitada a falar de como se sentira quando soube que não andaria mais, e agora isso!

- Tenten... – murmurei – Como?

- Não é só isso. – resmungou soltando-se de Aya e vagarosamente, passo-a-passo aproximando-se de mim. – Também estou andando.

Abracei-a rapidamente. Coloquei minha cabeça na curva de seu pescoço e logo depois senti o local úmido. Eu estava chorando.

- É a primeira vez que vejo você chorando. – falou sorrindo. – Espero que seja algo bom.

- Tenten... – murmurei – Que bom que está bem. Eu tive tanto medo.

- Shii. – murmurou – Você é um Hyuuga, deveria dar mais valor ao seu orgulho.