All I Need escrita por Katherine Marshall


Capítulo 5
The meanest guy is you


Notas iniciais do capítulo

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Saí quase correndo daquele shopping, e senti lágrimas quentes brotarem em meus olhos. Lágrimas de raiva, eu estava com muita, muita raiva mesmo dele. Como pode uma pessoa ser tão grossa e estúpida como ele? Idiota, infantil, ridículo, estúpido, babaca. Minha vontade era de voltar lá e dar um soco na cara dele. Mas, como sei que não sou muito forte, ele provavelmente iria rir, e eu não passaria por isso. Não, ele não iria rir. Ele me odeia tanto que nunca ri pra mim, nem que seja da minha cara. Idiota, idiota e idiota, mil vezes idiota. É isso que ele é.

Pego um táxi, falo onde moro para o homem assim que ele pergunta e depois fico em silêncio, mordendo o lábio para não deixar as lágrimas caírem, não na frente de um desconhecido. Logo sinto o gosto de sangue se formar...

Pago o taxista assim que ele me deixa em casa, e subo correndo para o meu quarto, tiro minha roupa com raiva, quase rasgando-a e vou direto pro banho. É a única coisa que me faria relaxar agora.

Eu odeio ele. Pensei nos vinte minutos em que fiquei debaixo do chuveiro, logo que sai coloquei uma roupa qualquer de ficar em casa, e liguei o computador. Ouço meu celular tocar. Era a Laura.

– Oi. – Digo dando um suspiro.

– O que aconteceu, menina? Você sumiu, não atendeu minhas ligações, não deu satisfação pra ninguém, pensei que tinha sido assaltada.

– Desculpa, não vi que você tinha me ligado... Ah, seu irmão não te disse?

– Não... – Disse com uma voz de quem estava confusa, depois mudou para reprovação. – O que ele fez?

– Ele está aí perto?

– Sim.

– Ótimo... Bom, ele não fez nada, é só que... Só é um seco, grosso, e fica com cara de raiva pra mim o dia inteiro, Laura. E isso acabou me irritando, sabe? Parece que ele me odeia, mas eu não fiz nada para ele, nas festa eu estava bêbada e...

– Já entendi tudo. – Disse me interrompeu. – E você tá certa. Não liga, ele é invocado, quando não gosta de alguém, não gosta mesmo.

– E é isso que me deixa mal, sabe? Você é a única pessoa que eu converso aqui, e toda vez que eu for ver você agora tenho que ficar aturando a irritação do seu irmão. Ótimo.

– Relaxa, ele não vai estragar nossa amizade. – Sorri ao ouvir a palavra amizade, pois também já a considerava uma amiga. – E você vai se acostumar, e ele também, com a presença um do outro. É uma questão de tempo. Quer vir dormir em casa hoje?

– Hum, não sei se é uma boa ideia...

– A gente fica só no meu quarto, ele não vai incomodar. – Disse dando ênfase no não vai. – Não é, Pedro? Para de ouvir minha conversa só um minutinho, é pedir demais? Tem que ser meu guarda costas dentro de casa também? Ótimo, obrigada. Desculpa, Bia, continuando... Ele não vai nos incomodar, vem, por favor. – Falou com um tom de voz de uma criança pedindo um doce para a mãe.

– Tudo bem, eu vou. – Disse, dando-me por vencida e rindo.

– Eba! Então oito horas, combinado?

– Combinado.

– Vou ficar esperando, tchau, beijo!

– Beijo.

Desliguei o telefone e, ao olhar pro relógio e ver que eram ainda seis e meia, deitei na cama, tentando descansar um pouco, tentando dormir pelo menos meia hora, mas, não consegui. Então levantei e comecei a arrumar minhas coisas pra levar la. Pijama, travesseiro, escova de dente e uma roupa para por amanhã. Vesti pra ir lá um shortinho jeans branco com estampa de flores minúsculas, super fofo. Deixei o cabelo solto, passei um rímel, coloquei uma camiseta branca lisa, e por cima jaquetinha de malha aberta, num tom de bege bem clarinho, e optei por uma sapatilha nude. Coloquei um colar, e uma pulseira, não chamativos, passei rímel e gloss e estava tudo pronto. Desci as escadas para jantar antes de ir, meu pai tinha feito lasanha.

– Como foi seu dia, pai?

– Ótimo, e o seu, minha filha?

– Bom também... Saí com a Laura, uma amiga que fiz no baile ontem.

– Laura do que?

– Não lembro, vi no facebook mas realmente não lembro... M alguma coisa. Ela mora aqui perto.

– M e mora aqui perto... Müller?

– Isso, Müller!

– Ah sim, é de família muito boa.

– Ah. – Disse rindo, é claro que meu pai ia querer saber sobre a família das minhas companhias, e etc.

Assim que terminei de jantar fui escovar os dentes, depois me despedi de meu pai, e liguei para Laura.

– Ei! – Disse assim que ela atendeu.

– Oi, tá vindo?

– É que... Eu não sei aonde você mora. – Disse rindo.

– Ah é. – Ela riu também. – Vou pedir pro Pedro te buscar.

– Nã...

– Relaxa. – Ela me interrompeu. – Ele vai ser legal, confia em mim.

– Tá, né.

Desliguei o celular e fiquei na frente de casa com minha mala nas mãos, parecia que eu não ia ficar um dia lá e sim semanas, mas isso era por causa da coberta e do travesseiro. Ele não demorou, fui até o carro e sentei no banco de trás, para caber minha mala. Fomos o caminho até a casa dela quase todo em silêncio, exceto por Pedro ter dito:

– Tá indo de mudança? – E riu. Era a primeira vez que ele riu pra mim, mas parecia falso, irônico, não pude definir.

– É que tem travesseiro e coberta aqui dentro...

Ele não respondeu, e depois disso chegamos. A casa era enorme, muito bonita.

– Biaaa! Que bom que chegou. – Disse Laura com seu jeito animado de sempre me abraçando. Estávamos na sala, e no sofá estavam sua mãe e seu pai, nos encarando e sorrindo. – Mãe, pai, essa é Beatriz. Beatriz, esses são meus pais!

– Prazer, ouvimos muito falar de você. – Disse o pai dela sorrindo.

– O prazer é todo meu. – Respondo num sorriso.

– Sinta-se em casa, Beatriz. – Disse a mãe dela com um sorriso.

– Obrigada. – Sorri pra ela, quando vi Laura estava me puxando e estávamos subindo as escadas, logo estávamos no quarto dela.

– Pode deixar suas coisas aí. – Disse apontando pro lado da cama dela. Deixei, assim como ela pediu, depois ela me puxou pra outro lugar, uma sala e... Meu Deus. Eles tinham um cinema em casa. Não era exatamente como um cinema de shopping, mas mesmo assim, era demais! Uma sala enorme cheia de poltronas, um telão grande, e num canto uma máquina de fazer pipoca. – Que filme quer ver?

– Sei lá, qual tem?

– Qualquer um, menos os que ainda estão no cinema, infelizmente. Se não eu nunca iria em um.

– Posso ver filme também? – Disse Pedro, entrando na sala.

– Claro, meu amor. – Respondeu Laura, cinicamente. – Até porque infelizmente a casa também é sua. Mas por que? Sério que toda vez que eu tiver com a Bia você vai ser meu guarda costas? Até dentro de casa? Ela não é uma drogada!

– Mas é a menina que deixou você bêbada no baile, vai saber se ela tem alguma coisa escondida.

– O quê??? – Eu perguntei alto, quase gritando. – Meu Deus, você é maluco. Você nem me conhece.

– Pra sua informação, Pedro, ela não me deixou bêbada. Eu é que deixei ela. Quando eu a vi, eu já estava louca demais! Pena que meu irmãozinho não estava lá pra ver, devia estar ocupado demais fazendo outras coisas, não é? – Ele ficou com uma expressão séria no rosto, quase medo.

– Tá, desculpa, Beatriz.

– Hã? Acho que não ouvi, repete.

– Sim, você ouviu.

– Tá pedindo desculpa pelo quê exatamente? Por ser grosso, por...

– Só por te julgar sem conhecer. – Ele disse me interrompendo. – Mas isso não quer dizer que vou ser legal com você, só desculpa.

– Claro, até porque seria bom demais pra ser verdade, você sendo o menino mais chato que eu conheço.

– Gente, hello! Eu tô aqui. Vamos ver que filme? Perguntou Laura erguendo os braços como quem quer dizer "me vejam."

– Jogos Vorazes. – Eu já tinha visto o filme umas doze vezes, mas nunca conseguia me enjoar. Nem do filme, nem dos livros.

– Ah, esse eu já vi. – Laura falou desanimada.

– Mas eu não. – Disse Pedro.

– Tá, tá bom.

Ela colocou o filme, que mal tinha começado e meus olhos estavam aguados... Estava na parte que Katniss e Peeta se cumprimentam por serem os tributos do Distrito 12, e dá pra ver os olhos do Peeta aguados. Eu queria muito chorar, e ia, mas segurei ao lembrar que Pedro estava ali, e que provavelmente veria. Tarde demais, uma lágrima caiu, olhei para ele e... Como pensado, ele viu. Estava olhando diretamente pra mim, parecendo estar nem aí pro filme, eu só não sabia por quanto tempo.


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