Bad Apple escrita por Alek


Capítulo 1
Branco ou Negro? Ou talvez escarlete?


Notas iniciais do capítulo

Bem, tecnicamente é uma história trágica e, se você não entender, leia de novo.Se fizer muita confusão na sua mente, não leia.
Eu realmente não sou muito fã da Miku, então, fãs da Miku aqui do Nyah!, por favor, ou não leiam ou me desculpem.
Realmente amo a Cul, a aparência dela é, na minha opinião, uma das melhores (talvez porque gosto de rebeldes, rs).Enfim, estou enrolando muito.
Boa leitura.
*Aqui o link da música, original (1) e dublada (2).
1-http://www.youtube.com/watch?v=kU3Y1sU53lc
2-http://www.youtube.com/watch?v=uxOEnqcAIcc



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Não sei a quanto tempo estou a adimirar a neve que cai lá fora. Sempre fui solitária, uma pessoa estranha, uma ruiva de cabelos flamejantes repicados que gosto de deixar preso em uma cidade de morenos com cabelos verdes presos em twintails e lisos, sem controle para brigar com a neve e o vento uivante que cai lá fora, consequentemente caindo nos olhos e impossibilitando a visão.

O tempo aqui passa rápido, mas percebo as coisas de um jeito lento, minha cabeça fica girando o tempo todo por causa da exclusão, mas nada disso importa mais.

Mesmo contra mim, veja só, o tempo
continua a correr me deixando para trás enquanto
giro sem parar, minha alma se esvaindo
lentamente até que eu não mais perceba.

Minhas pernas estão dormentes de tanto ficar sentada, mas não sei ao certo se quero mexe-las ou não. Eu tento, mas não consigo.

Minha mente da voltas e voltas, mas não vejo nada além da neve, tudo está branco, e não me resta nada em me agarrar. Uma lágrima solitária corre entre minha tempora, mas não estou a fim de secá-la. É apenas uma lágrima, o que tem de mal? Tirando o fato de que ela é negra.

Tento me mover, mas as sombras não me deixam,
minha mente escorre sem volta aos confins do tempo.
Não consigo ver, ou sentir, o mundo ao meu redor
se esvaiu, me restou vazio.

Não sei se cochilei ou não, mas sei que algumas pessoas no cômodo olharam para mim de um modo estranho. Murmurei algo, mas não me importo com o que seja isso, só sei que elas olharam para mim e começaram a cochichar entre si.

Não quero saber o que elas falam, sei que me deixará triste. Não quero sentir esse sentimento ruim, apenas quero ficar em paz.

Talvez se eu parasse de tentar ser uma pessoa boa e alegre, pare de me importar tanto com isso. Para que serve um sorriso se vale apenas para nos entristecer? Nada.

Será que dormi? Talvez um sonho ruim?
As palavras que emiti não importam para mim.
Eu não quero mais sentir, não quero me entristecer.
se eu deixo de sorrir, talvez pare de sofrer.

Entra uma pessoa na sala, acho que a única pessoa que gostou de mim até agora, Yuuma.

Ele nunca muda, ainda está com aquela katana apoiada nos ombros. Por que ele não me corta com ela? Seria fácil e rápido, e todos os problemas comigo e com ele se afastariam.

– Cul? Cul? Está me ouvindo?

Viro para ele sem encará-lo, se ele quer falar comigo porque não vai direto ao assunto?

– Cul, olhe para mim, por favor, tenho um recado importante.

O olhei. E ele parecia estar abalado, havia tristeza em seus olhos, provavelmente por minha causa, mas meu coração já não presta mais atenção nessas coisas, estou perdida em pensamento há tempos.

Mesmo se você tentar alcançar meu coração,
tão perdido que ele está, não lhe dará atenção.


– Cul, a prefeita Miku quer falar com você, posso deixá-la entrar?

Realmente, o que aquela megera quer comigo? Tento mover a cabeça, se conseguisse, tudo poderia mudar, mas não dá, os pontos pretos em meus olhos aparecem.

Até que consigo mover a cabeça, e ela entra, carregada de cores, porque ela não veste branco para combinar com a frieza de suas palavras?

– Saia daqui, está causando muito alvoroço na minha cidade. Para fora, e nunca mais volte, desgraçada.

Se eu pudesse me mover... Quando saio da cadeira, todas as cores se tornam preto, e a escuridão é minha guia para o branco do frio.

Se realmente me mover, todo o mundo mudará,
Pois as cores vão ceder, tudo em preto tornará.

Saio da casa, de frente ao vazio, é inútil tentar escapar, todavia pelo poderei tentar sair daqui.

Me dirijo ao centro da cidade, e fico relutante em continuar. Sei que o futuro reservou algo para mim, só não sei o que, será que eu preciso mesmo me arriscar? Se eu continuar andando e seguir em frente com a vida, será que continuarei tendo um lugar nesta?

Acho melhor tentar, porém estou cega de luz, por isso não posso responder a essas perguntas, nem sei o que isso irá acarretar para mim.

É isto o que eu quis para mim mesma? Não sei responder, é tudo confuso demais.

O futuro está por vir, vale a pena eu tentar?
Temo que se progredir, não encontrarei lugar.
Isso vai me machucar? Vai me tornar infeliz?
Não sei mais como dizer, será que um dia eu quis?

Não estou com vontade de continuar, já avancei bastante, as pessoas me olham de esguelha novamente, sei que elas me acham uma louca, mas não posso aceitar isso, não sou uma louca, nem uma demente, nem nada do tipo, porque é tão difícil elas compreenderem isso, as pessoas não são apenas o que as aparências dizem.
Ao invés de me preocupar com isso, ergo a cabeça e continuo em frente, se eu mudar a minha vida... Talvez tudo em volta de mim morrerá, minhas malditas lembranças desse lugar terrível irão embora com a neve que cai.

Tudo se converterá ao branco intenso, e não ligo com o que as pessoas irão pensar se eu ficar branca também.

Eu não quero mais correr, me cansei até de andar.
As pessoas ao redor, não consigo aceitar.
Se em frente eu caminhar, se eu conseguir mudar,
Minhas cores vão morrer, tudo em branco tornará
.


Chego á entrada, tudo corre rápido demais, estou sendo deixada para trás novamente, e essas pessoas sugam minha alma até esgotá-la. Não quero perceber isso, não irá servir para nada.

Bem, se eu ultrapassar essa faixa irei me livrar de tudo, e serei livre, ou isso é apenas uma ilusão criada por essa luz ilusória.

Patético, eu ser guiada por uma ilusão.

Mas o que posso fazer?

Mesmo contra mim, veja só, o tempo
continua a correr me deixando para trás enquanto
giro sem parar, minha alma se esvaindo
lentamente até que eu não mais perceba.

Essas sombras criadas pelos cabelos balançando agitadamente com o vento não me deixam mover nada, e minha cabeça dá voltas novamente.

Não vejo nada, a mesma cena caótica se repete, mas tudo é tão vazio que me dá arrepios.

Ou talvez seja apenas a brancura que me envolve como uma camisa de força, sem brechas.

Tento me mover, mas as sombras não me deixam,
minha mente escorre sem volta aos confins do tempo.
Não consigo ver, ou sentir, o mundo ao meu redor
se esvaiu, me restou vazio.

Será que quando fui criança tive algum pressentimento disso, não me importa mais para onde eu vou, talvez continue triste para sempre, mas não posso ver nada, então não tenho cereza.

A escuridão ainda me guia, mas ela se esvai de repente, me deixando com um sorriso desgraçado no rosto. Se eu já estraguei minha vida, para que preocupar-me se estragar mais um pouco?

Me sinto meio estranha, mas acho que é natural para quem não tem mais nada que a segure no mundo, ou na vida, ou nos lugares, ou no universo como um todo.


Será que dormi? Talvez um sonho ruim?
As palavras que emiti não importam para mim.
Eu não quero mais sentir, não quero me entristecer.

se eu deixo de sorrir, talvez pare de sofrer.

Yuuma corre arás de mim mais uma vez, acho que não contei a ele sobre minha desistência.

– Cul, espera um pouco. Se você quiser eu deixo você ficar na minha casa. Não que eu não ache que você saiba se virar sozinha, mas talvez você queira ficar na companhia de uma pessoa.

O encaro com meus olhos avermelhados. Nada do que ele diz faz sentido. Ah, se ele soubesse. Meu coração está há poucos minutos desde anos escurecidos, e não o ouço, apenas respondo com minha voz que dizem que parece com a da prefeita com rinite:

– Obrigada, mas acho melhor você não se envolver com uma "bruxa".

– Não fale de si mesma assim!

– Não fui eu, foram as pessoas. E se eu não faço objeções, significa que não tem nenhum significado para mim. Podem me chamar do que quiser, não ligo mais.

– Cul... Pelo menos pegue isso, é o mínimo que posso fazer.

Ele me entregou uma maçã escarlete. Bem escarlete. Ela era bem gorda e parecia suculenta, mas não movi um centímetro para pegá-la. Talvez se tivesse feito isso, ele não jogaria a maçã para mim e seu cabelo rosáceo não pareceria tão negro, seu sorriso não pareceria tão frio embora ele foi caloroso, e seus olhos verdes não pareceriam tão hipnóticos como uma floresta proibida, embora eles oferecessem calor, segurança e esperança naquele momento.

Sim, eu poderia mudar meu mundo se aceitasse aquela proposta, porém não o fiz, fui tão idiota, entretanto nada disso importa agora.

Mesmo se você tentar alcançar meu coração,
tão perdido que ele está, não lhe dará atenção.
Se realmente me mover, todo o mundo mudará,
Pois as cores vão ceder, tudo em preto tornará.

Peguei a maçã no ar e virei de costas. Não iria desperdiçar essa preciosa fruta do pecado antes de terminar meu ato pecaminoso.

Se eu pudesse me mover para outro lugar, se abrisse um pequeno espaço na minha visão carmim, talvez pudesse ter evitado tudo. Mas não, sou teimosa demais para isso. Poderia ser tudo apagado da memória de outros, mas não da minha, talvez eu caísse na visão escarlete até morrer congelada, mas não faria isso.

Tentador, mas não.

Vingança é mais tentadora.

Se eu conseguir mover, se eu conseguir mudar,
Nada mais existirá, tudo se apagará,

Essa casa luxuosa, depois das trilhas sinuosas, tudo fora do padrão do branco intenso, são tantas cores que me dão dor de cabeça, ridículo.

A casa azul-bebê com detalhes em amarelo-limão e rosa é horrível, porém não tem câmeras nem seguranças, o que facilita minha entrada.

Talvez esse seja um momento muito importante na minha vida, mas não me importa. Só me interessa o que eu tenho que fazer. Nada além disso.

Vou ficar triste e infeliz depois disso, ou já estou ou vou ficar nos próximos minutos, as emoções são iguais.

Nostalgia.

Ela está em uma sala, tomando café calmamente. Não nota minha presença, e a maçã se encaixa com perfeição em sua boca. É inútil lutar a partir do momento em que você não pode respirar, mas, mesmo assim, o que ela poderia fazer?

Seu corpo cai com um baque surdo, rio após isso. Nem para cair na minha frente com dignidade ou me xingar uma última vez. Não sentirei sua falta, uma das pessoas que se tornaram responsáveis por isso foi ela, eu apenas aprendi a responder.

Lavei a maçã, ela deve estar em boas condições para eu comê-la aonde vou, não é?

Tenho certeza que devo ir para o inferno depois disso, mas não ligo, pois assim que pulo da janela a única cor que vejo é branco. Um branco infinito, a mesma estrada sinuosa, a fachada da cidade que eu tanto temia na minha frente, e uma surpresa inesperada.

Infeliz eu posso estar, infeliz posso ficar,
Quando tudo terminar, tudo em branco tornará.

Não sei mais quem é essa pessoa.

– Cul? O que houve com você? Esse seu sorriso está estranho.

Não reconheço nada, não sei que cores essa pessoa está usando, nem qual seu nome, nem seu sexo, nada.

Nem quem é aquela que ele chamou de Cul.

Talvez um cumprimento? Nunca saberei nem me interessarei.

– Oe, Cul, olhe para mim, não finja que não sabe quem eu sou.

Olhei para ele com um olhar pesado, carregado, ou apenas penetrante. Queria que ele calasse a merda da boca, não posso ouvir o chamado do céu que não reconheço mais.

Aquele zumbido inaudível e irritante e, ao mesmo tempo, prazeroso.

Olho para o céu, procurando quem deve ter feito isso, mas não sei quem devo enxergar, está tão... Claro.

Se eu pelo menos pudesse enxergar esse mundo, seria tão mais fácil.

Mas não é.

Talvez seja.

Ou não.

O mundo em que estou nesse momento poderia mudar se eu enxergasse a pessoa que me chama, mas caio de joelhos olhando o chão. Um pouco da neve derreteu, me deixando ver um pedaço de terra vermelha. Tão... Convidativa.

As cores poderiam viver, e eu viveria para sempre na escuridão, mas estou fadada a ficar em um jardim, perdida entre rosas vermelhas e orquídeas negras, violetas de cor violeta e essa maçã que não sei quem me deu. Além disso o céu é negro com uma lua estranhamente brilhante.

Tem uma lado bom, o jardim prende minha atenção, mas a maçã é tentadora, e se eu a comer, cairei em um abismo infinito de escuridão intensa.

Mas se eu a enxergasse no meio de tudo, a cidade ficaria colorida, e não branca. Contudo, no fim, tudo em preto se converterá.

Eu não sei quem é você, eu não sei mais quem sou eu,
eu não sei quem devo ver nesse céu que me perdeu.

Eu havia perdido tudo, mas meu sonho continua vivo. Apenas espero que alguém possa me salvar desse jardim negro, pois senão irei cair na escuridão dessa terrível maçã.

Não sei porque estou aqui, nem conheço ninguém, apenas quero sair daqui o mais rápido possível.

Se ao menos enxergar, o meu mundo mudará,
Pois as cores vão viver, tudo em preto tornará.

Cul.

Já que agora a maçã me deu meu nome de volta.

Cul dos cabelos flamejantes, olhos rubros e sorriso caótico.

Tão... Ruim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, se não gostaram, bom, vou tentar fazer melhor da próxima vez. Mas espero mesmo que tenham gostado.
Sayonara o/