Feridas que o Tempo não Cura escrita por Lais Cristina
O homem estava sentado na mesa, bebendo. Relembrar coisas que estão guardadas a sete chaves na memória pode ser difícil, ainda mais quando as lembranças são dolorosas. E quão dolorosas elas seriam...
* Flash Back... *
- Equipe seis: Jiraya! Orochimaru! Tsunade! Levantem-se e vão para a Sala Seis!
O trio não parecia muito satisfeito em geral. Mas, como frios deveriam ser o ninjas, firmemente responderam ao antigo sensei:
– Hai!
Caminharam em silêncio pelo corredor. Buscavam calmamente a Sala Seis. A calma rendia um total desânimo. O de aparência serena, porém concentrada em demasia, hesitou, mas decidiu quebrar o gelo incrustado em todos, porém não foi muito sutil.
- Então é isso. Não me atrapalhem demais.
O mais agitado, de cabelos brancos e olhos pequenos, retrucou sem pensar:
- Ei, branquelo, duvido que você me vença numa batalha! Seu...
Foi interrompido por um soco ágil, e mais dolorido do que o físico.
- Cale a boca, Jiraya! Você foi sempre o piorzinho...
Dentro de si, algo machucava mais que o galo na cabeça. Ambos voltaram ao silêncio. Era fim de tarde, o Sol se punha. Chegaram à sala. A garota de cabelos louros abriu timidamente a porta. Sentado em uma das mesas, estava o sensei. Sarutobi.
- K-konichua, sensei! – Disse a garota.
- Konichua. – Se pôs de pé. – Vamos ao monumento Hokage, por favor.
- Hai. – Responderam todos rapidamente.
* Fim do Flash Back... *
O homem bebeu o último gole de sakê e deixou 20 Ryou na mesa. Foi saindo levianamente em direção ao monumento Hokage, muito maior agora, do que naquela época.
* Flash Back... *
- Quero que se apresentem.
Firmemente, Tsunade se levantou.
- Eu me chamo Tsunade! Quero provar que as mulheres também podem se tornar grandiosas shinobi! A coisa que mais gosto é de cuidar do meu irmãozinho! A coisa que menos gosto é de ver uma guerra!
- Eu me chamo Orochimaru. Minha meta não é da conta de ninguém. Eu gosto de saber que sou um perito em jutsus. Eu não gosto de gente fraca.
- Meu nome é Jiraya! Minha meta é ser um shinobi poderoso e respeitado! A coisa que eu mais gosto, haam... É de ir nas termas! A coisa que menos gosto é quando não tem nenhuma mulher lá...
Tsunade explodia, Orochimaru ignorava e Sarutobi-sensei via graça.
- Bom, vejo vocês amanhã! Tragam todos os materiais necessários, nós teremos um teste.
* Fim do Flash Back *
O homem andava tristemente em direção as tais termas que tanto amara há anos atrás.
* Flash Back *
- Hoje teremos um teste. Porém, não será um teste fácil. Passarão se merecerem. Tentem pegar os sinos de mim. Venham com a intenção de me matar. Os que não conseguirem serão castigados.
- Hai! – disse o trio.
- No três. Um... Três! – O sensei se esquivou.
Rapidamente o garoto de pele branca fez vários selos.
- Ninpou: Adaga da Cobra Assassina.
Uma espada muito pontiaguda subiu de sua garganta para fora. O sensei permaneceu atento, o outro garoto e a garota se mostravam surpresos, meio enojados. Orochimaru foi de encontro ao sensei que se defendeu com uma kunai.
- * Pensei que seria mais simples... De onde esse garoto tirou essa idéia? Será que a criou?! * - Pensa o sensei.
A garota se esperta.
- Orochimaru! Vamos trabalhar juntos!
O menino de cabelos ouriçados e brancos sente novamente aquela dor. Sentia-se excluído. Tsunade e Orochimaru iam se ajudar e ele ia ficar olhando? Não mesmo. Seus olhos se estreitaram e ele tirou silenciosamente uma kunai e uma bomba de fumaça do bolso. A essa altura o sensei já tinha que se preocupar em se defender dos socos e facadas mortais dos outros dois. Tsunade sente o braço latejar. Sobrecarregara o músculo. Ela pára ao lado da briga. Jiraya vem correndo com a kunai numa Mao e joga a bomba de fumaça, impedindo a visão dos outros três. Quando a fumaça se dissipa o sensei vê que o garoto cortara os fios que prendiam os sinos à sua cintura. Com leve efeito sonoro os sinos caem no chão. Jiraya havia escorregado para longe dos sinos.
- Tsunade! Pegue-os!
A menina pega os dois sinos e estende a mão com um deles para Orochimaru.
- Muito bem! Jiraya vai ficar amarrado naquele tronco até amanhã cedo!
- Mas fui eu que...!
- Pshhh! Não vejo nenhum sino na sua mão!
Tsunade balança seu sino em sinal de superioridade. Todos viram as costas e Jiraya abaixa a cabeça. Algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto.
***
Um pouco mais adiante, Orochimaru, Tsunade e o sensei estão voltando para a cidade.
- Ei, menina!
- Hai, sensei!
- Volte até lá e solte o garoto.
- * Saco. Por que ele não vai?! Assim eu ia ficar sozinha com o Orochimaru! * Hai!
A menina vai voltando.
***
Quem sabe ele não fosse assim tão estúpido. Conseguira ao menos desamarrar as cordas que o prendiam e se sentara olhando o Pôr-do-Sol.
- Você já se soltou seu babaca!
Aquela voz. Ele se vira rapidamente.
- Tsunade! O que você...?
- O sensei mandou eu vir te soltar... Bom já vou indo então...
Ela vira as costas.
- T-tsunade...
- Que foi?!
- Nada.
- Então não me chame, Baka!
Ela sai andando e ele se deita na grama.
- Eu te amo... – Diz num sussurro inaudível. Mas não para ela.
Ela apressa o passo com vontade de chorar.
* Fim do Flash Back... *
Ele sentia agora aquele mesmo aperto no peito. Ele ainda a amava.
Continua...
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