Find Me and Stay [Hiato] escrita por soulsbee


Capítulo 1
Rotina


Notas iniciais do capítulo

[...] A vida não foi feita para ser a rotina, tampouco programada para seguir o que desejamos. Ela foi feita para nos surpreender a cada decisão, cheia de erros e acertos, de caminhos sombrios e vazios [...]

Bem vindo ao primeiro capítulo oficial de Find Me - Sim, eu editei 80% desse capítulo e inclui o "Apresentações" aqui, - espero que descubra que, nem tudo é o que parece, acompanhando a história desse casal unidos logo quando nasceram, mas com problemas inimagináveis...



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Sempre fui o tipo de garoto tranquilo que nunca se importou com o numero de garotas que pegou em um dia e com quantas ficou no outro dia. Gosto de viver dia após dia fazendo o que gosto: Escrever minhas histórias, na tentativa vaga de organizar meus pensamentos conturbados, gosto de fazer meus amigos rirem, gosto de zoar com a galera, e isso sempre fez algumas pessoas me chamarem de gay, mas o apelido realmente começou no fundamental, após meus amigos terem encontrado um caderno onde eu escrevia algumas coisas sobre as garotas pelas quais me apaixonei.

As conclusões deles e esses apelidos mudaram quando namorei com algumas delas, duas, mais especificamente, por isso que sempre é valido dizer que não se deve julgar alguém antes de conhecê-lo...

Sempre tenho milhares de perguntas sem respostas, afinal, sou um escritor - mesmo iniciante - entretanto, uma das minhas maiores perguntas sem uma resposta convincente é: "Por que não se tem tudo o que se deseja?”.

Há meros 17 anos venho tentando inúmeras e falhas vezes encontrar resposta para minha dúvida... Até aceitar uma única frase plausível: “Porque só se tem o que se merece...”.

Sou Dean Muller, jovem garoto americano, nascido em Oklahoma 18/02/96, cursando o primeiro ano do ensino médio, cheio de sonhos e dúvidas. Sou magro, mas forte e pouco musculoso, não chego aos pés dos atletas, como também não chego aos pés de uma vassoura, sou somente magro... Tenho olhos cor verdes-escuros, cabelos castanhos médios, 1,83, branco e tenho uma mentalidade tão infantil quanto séria dependendo da situação...

Enquanto pensava sobre minha vida e refletia sobre algumas coisas, notei o quarto se encher de luz solar, iluminando-o por completo. Isso significava que mais um dia de aula estava prestes a começar...

Admito não me importar em gastar algum tempo dentro da escola, obtendo mais conhecimento, ao menos, as aulas de literatura eram essenciais para o desenvolvimento da minha escrita, pois a imaginação sempre foi fértil, só não gostava de acordar 06h00min da manhã e andar por dez minutos incansáveis.

– Tudo bem... Você não vai conseguir dormir mais... – Disse a mim mesmo, esforçando-me ao máximo para levantar da cama que me chamava ainda mais para si.

Joguei primeiro o pé direito para fora seguido pelo esquerdo, entretanto, meu cansaço era tanto que, ao invés de me por de pé logo em seguida, deslizei pela cama batendo o rosto diretamente contra o chão – Acordado?! – Ironizei ao sentir o nariz latejar um pouco.

Arrastei-me até o banheiro, como um zumbi, e tomei um banho rápido e gelado o suficiente para me acordar por completo. Sai tremendo do chuveiro tateando todos os cantos do banheiro a procura de uma toalha - pois não gostava de acender a luz de manha pelo fato de queima meus olhos – ao encontra-la, embaixo do gabinete, enrolei-me na mesma e corri para o meu quarto em busca de uma roupa para vestir; Jeans preto, All star, camisa branca e um xadrez preto e vermelho.

Desci as escadas, passando pela sala e pegando minha mochila no trajeto e as chaves de casa antes de seguir para a garagem e pegar minha bicicleta "ainda farei meu pai me dar minha bicicleta" e pedalei até a escola, levaria 10 minutos se eu fosse rápido.

Observei as casas, tipicamente americanas, com suas cercas brancas separando um jardim do outro, enquanto seguia para o meu destino, sentindo a brisa fria de uma manhã cálida tocando meu rosto.

Pedalei ainda mais rápido, dobrando a esquina da escola e chegando há poucos minutos no estacionamento daquele edifício antigo, onde deixei minha bicicleta, olhei para o relógio de pulso e, apenas para variar como em qualquer outro dia, estava atrasado.

Peguei meu celular para confirmar os horários e vi que ele estava atrasado, revirei os olhos, sai correndo em direção à sala de química para tentar chegar a tempo de fazer a prova bimestral que valeria metade da minha nota.

– Sai da frente! – Gritava enquanto corria. Praticamente, todos saíram da minha frente, mas, em uma curva qualquer dos corredores, tropecei em algo macio e ambos caímos no chão. Assim que me recompus descobri quem era: Claire

– Não olha por onde anda!? – Perguntou furiosa enquanto se levantava.

– Você é surda? – Retruquei batendo minhas mãos em minha camisa, tirando o pó do chão.

– Sempre idiota, não é praga? – Esse era o apelido que ela me dera desde que me conheceu há cinco anos quando estávamos na 5ª série... Só para constatar, entramos atrasados no 1º ano escolar devido alguns meros problemas...

– E você sempre mimada – Revirei os olhos, levantei-me em seguida. Ela deu de ombros e respondeu:

– Você é um caso perdido – Deu as costas e continuou andando com sua amiga Sophie que, por sinal, era bonita. Uma loira alta com o corpo delineado de olhos verdes...

Balancei a cabeça, deixando todos os pensamentos paralelos de lado, voltando o foco para o que estava fazendo e novamente voltei a correr em direção à sala de química, localizada no final do corredor. Parei na porta e bati na mesma, o professor, quando me viu, revirou os olhos e acenou um não com a cabeça.

– Por favor! – Pedi e ele recusou novamente.

Quando eu ia pedir segunda vez ele veio até mim e, muito grosso, perguntou:

– Qual é a 5ª regra?

– Quando o professor entrou na sala não é permitida a entrada dos alunos atrasados... – Respondi – Mas meu celular estava com o horário errado, eu perdi a ho...

– Você já mentiu melhor. Dean, não existe exceções. – Ele me interrompeu, entrou na sala e bateu a porta na minha cara.

– É uma prova bimestral, desgraçado. –Sussurrei.

Vendo que não tinha mais jeito, caminhei frustrado até o refeitório e sentei-me em uma cadeira no canto esquerdo. Observei ao meu redor e encontrei Sophie sentada em uma das mesas próximo à lanchonete, pouco depois Claire apareceu e jogou diversos livros sobre a mesa. As duas começaram a rir, porém logo começaram a estudar, aparentemente, para todas as matérias. As provas nessa época sempre eram um saco...

– Vai, corre agora, mas, da próxima vez, te garanto que você não vai sair ileso! – Alguém gritava na entrada do refeitório causando um pequeno tumulto.

Olhando para aquela direção, vi meu amigo Peter correndo para longe de Bryan, o capitão do time de futebol americano. Ele se achava o máximo somente pelo fato de ter aquele título e ser completamente musculoso atraindo a atenção de todas as garotas antipáticas da escola. Bryan andou até o outro lado do refeitório e, no caminho, deu uma piscadela para Sophie deixando-a totalmente envergonhada e sorridente e mandou um beijo para Claire que o ignorou completamente mexendo um pouco em seu ego. Se não fosse pela careta que ele havia feito com a indiferença de Claire, eu já teria quebrado a cara dele.

– L-I-N-D-O! – Sophie gritou milhares de vezes enquanto Claire a ignorava e se aprofundava mais ainda em seus estudos, balançando a cabeça em negação pela amiga.

Inquieto em meu lugar e balançando a perna de um lado para o outro, irritado e impaciente, levantei-me e fui na direção delas com a intenção de zoar um pouco e tira-las do sério, apenas para variar um pouco.

– Está precisando de um óculos melhor? - Perguntei entre os risos para Sophie.

– Ai seu sem graça – Ela resmungou e eu respondi com uma careta.

– Numa boa? Me erra, praga– O tom que ela colocava em “praga” me tirava completamente do sério, mas aquilo não iria acabar com a minha diversão, pelo contrario, me deixava ainda mais com vontade de perturba-la.

– Qual é nerd mimada... Não sabe brincar? - Provoquei em um tom debochado fazendo-a fuzilar-me com o olhar. Amava quando ela fazia isso, era a demonstração de afeto mais próxima que tínhamos.

– Escuta aqui protótipo de germe, eu não estou a fim de brincar hoje. - Foi seca, fria e rude, ao menos, tentou ser, porem, para mim aquela foi uma cena engraçada de Claire tentando parecer ameaçadora.

Logo em seguida o sinal da segunda aula tocou, seria a aula de Biologia e eu não queria me atrasar para essa prova, pois era o mesmo professor de química, ele apenas mudava de sala.

Deixei-as de lado, segui para o corredor oposto do refeitório, indo para a ultima sala e, ao entrar nela, sentando no fundo, na penúltima carteira na frente do meu amigo Peter e, enquanto ele não chegava, eu me divertia tacando bolinhas de papel em todo mundo, principalmente em Sophie que chegou logo em seguida. Ela nunca descobriu quem era que jogava bolinhas nela, mesmo com Claire tendo total consciência, ela nunca contou. Às vezes, raramente, sentia vontade de agradecê-la por nunca me entregar para os outros.

– Cara... O Bryan quase me matou hoje – Peter foi para o seu lugar e começou a conversar comigo. Não perguntei nada, apenas fiz um sinal qualquer para que ele prosseguisse. – Ele ficou meio nervoso porque a Megan estava conversando comigo...

– A Megan? – Disse em alto tom, algumas pessoas me encararam não pelo tom de voz que usei e sim pelo nome pronunciado.

– Fala baixo! – Pediu. – Sim, ela. Ela queria umas colas para alguns trabalhos...

– Dinheiro – Pude perceber alguns cifrões aparecendo em meus olhos. Digamos que nós vendíamos alguns trabalhos escolares mesmo não sendo os mais estudiosos, tirávamos notas razoavelmente boas o suficiente para passar tranquilamente de ano.

– É... Só que você sabe, ela é a “ficante” principal dele e como ele gosta de provar todos os dias o quão macho é... - Sussurrava com medo de alguém ouvir e ir contar a fofoca para o atleta.

– Olha só quem está ai! – Bryan surgiu rapidamente do nosso lado e fez com que Peter se levantasse de seu lugar apavorado. – Falei que você não iria escapar - Ele segurou deu um soco no lado direito do rosto do meu melhor amigo derrubando-o em sua mesa. Instantaneamente, levantei-me e revidei socando a lateral do rosto de Bryan deixando-o completamente nervoso. Eu havia brincado com a fera e agora pagaria pelo meu erro – Olha só, a namorada do franguinho ficou nervosa. – Zombou sem emitir reação alguma de dor

Soquei seu estomago fazendo-o recuar por alguns segundos, porém, logo em seguida, ele acertou um dos seus mais fortes socos em meu rosto deixando-me parcialmente desnorteado. Recompus o mais rápido que pude e revidei com mais um soco em seu peito sem surtir efeito algum, pois, enquanto tentava acerta-lo novamente, ele já havia me dado outro soco no rosto que me fez quase cair e, para finalizar, deu uma joelhada no estomago que, definitivamente, me pôs no chão.

Senti o gosto de sangue em minha boca, passei a língua entre os dentes para ver se não havia perdido nenhum deles, por sorte, todos estavam lá. O sangue vinha, aparentemente, pelo o que eu sentia, do meu nariz que estava escorrendo e da minha garganta. Olhei para cima e não enxerguei nada direito, só podia ouvir alguém discutindo com ele.

– Já chega! – Uma voz conhecida ordenou.

– Como alguém pode se importar com um verme como ele? – Bryan indagou inconformado.

– Não importa, vá embora! – Foi ainda mais firme. Por 5 segundos senti medo dessa pessoa que, no final, deduzi ser uma garota pelo som de sua voz.

– É, você tem razão, já fiz o bastantepor hoje. Alias, Claire, eu adoro as garotas difíceis – Maliciou o final da frase dando a entender que, um dia, a teria e esse dia nunca chegaria se dependesse de mim. Eu realmente gostava dela e fazia de tudo para chama-la sua atenção, mas fazia do jeito errado, entretanto, mesmo não a tendo, tentava irrita-la para fazer sorrir no final das contas, mas nunca dava certo...

– Eu nunca vou ficar com você – Divertiu-se ao dizer aquilo. Alguns alunos gritaram em uníssono, colocando lenha na fogueira. Eles não prestavam.

– Claire... – Sussurrei seu nome. – Não vale a pena – disse com pouco ar. Esfreguei as mãos em meu rosto tentando recuperar minha visão e, aos poucos, consegui. Levantei-me um pouco para tentar respirar.

– Porque você fez isso? Estava com distúrbios mentais, praga!? – Ela disse aquela palavra em um tom normal que nem surtiu efeito perto da preocupação que estava sobrepondo sua voz.

– Sei lá, impulso – Respondi. – Está preocupada comigo? Um verme? – Perguntei com as sobrancelhas arqueadas, interessado na resposta.

– Ah, me poupe, eu estudei o dia inteiro para a prova e não estou a fim de ouvir o professor dizer que foi adiada por culpa de um idiota qualquer – Revirou os olhos – E você é uma praga, não um verme. – Corrigiu-me com um leve sorriso.

– Obrigado pela compaixão. – Sentei-me no chão com as pernas dobradas.

– Disponha. – Ela sairá do meu lado, mas antes de voltar para o seu lugar perguntou – Você está bem?

– Eu já passei por coisas piores... – Suspirei, olhei para a minha camisa e vi que ela estava ensopada de sangue. Tirei-a deixando a camiseta branca, manchada por alguns respingos do liquido, enquanto utilizava a xadrez para limpar o rosto.

A consideração dela por mim foi estranha e, ao mesmo tempo, me dava falsas esperanças de que, no fundo, ela realmente se importava comigo. Era enlouquecedor não saber o que ela pensava de mim, pelo menos, se soubesse poderia tentar fazer algo diferente, mas, nunca conseguiria mudar esse jeito desastrado. Por isso, precisava de um dia que fosse com ela para mudar seus pensamentos a meu respeito.

Ninguém entende, nem mesmo Peter me compreende por completo, ele acha Claire meio “sem sal” acha que ela não tem beleza nenhuma, apenas um óculos fundo de garrafa e aparelhos estranhos, ele não vê além disso, não vê a garota incrível que ela é... Às vezes, nem eu mesmo vejo, entretanto, ainda sim gosto dela.

– Dean, obrigado – Peter agradeceu repetidas vezes, suspirando aliviado por não ter sido “morto”.

Simplesmente, terminei aquele dia de péssimo humor, entediado, machucado e de saco cheio. Assim que o sinal da ultima aula tocou, fui para casa andando com a bicicleta ao meu lado, pois não conseguia andar nela por estar sem equilíbrio.

Foram longos 25 minutos até a minha casa e mais alguns truques para tentar esconder o machucado dos meus pais, indo diretamente para o meu quarto e me trancando lá para assistir uma maratona inteira de filmes, ou tentar, pois peguei meu caderno e comecei a escrever algumas coisas que vieram em minha mente até não aguentar mais e cair no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado mais do capítulo desse jeito, mais completinho. Irei fazer o mesmo com outros e avisarei conforme publico a continuação da história...
Enfim, é isso, não esqueçam de deixar seus comentários lindos



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