Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 31
Novo dia


Notas iniciais do capítulo

Você já pensou que, algumas coisas foram necessárias acontecer para que chegar nessa incógnita?

Bom, é isso ai, a história fez 1 aninho no começo desse mês - nem parece que estou escrevendo a tanto tempo - e tudo isso graças a vocês que me motivaram todos os dias.
Alpist, você me presenteou com a recomendação e eu te presenteio com um capítulo novo :) espero que goste!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/351591/chapter/31

Acorde - Ouvi uma fraca voz no fundo da minha mente dizendo isso, repetidas vezes, forçando-me a abrir os olhos aos poucos, deixando aquela maldita luz branca cegar-me instantaneamente, como sempre. Já deveria estar acostumada com a sensação de acordar atordoada em um hospital.

Depois de algum tempo abrindo e fechando os olhos algumas vezes, aguardando eles se acostumarem com a claridade do ambiente, olhei à minha volta com dificuldades, sentindo meu peito queimar como se aquele liquido ainda corresse em minhas veias como um veneno.

Era uma sensação terrível, parecia que eu estava em chamas e que minha pele estava desgrudando de meu corpo, como se eu estivesse sendo cortada. Sentia meu coração pulsar freneticamente dentro de mim, a respiração falha e as mãos tremulas. Era diferente de qualquer remédio que havia tomado, de todos os pesadelos e visões que tive, aquilo estava me consumindo e sabia morreria se permanecesse muito tempo ali.

Levantei-me na maca, surpreendendo-me por não estar presa a nenhuma fita, como na noite anterior. Olhei a minha volta mais atenta, tentando encontrar o dono daquela voz, mas nada vi, além de um quarto branco com paredes almofadadas. Essa me surpreendeu. Ri mentalmente ao dar conta de que estava em um quarto psiquiátrico, ou melhor, em um dos quartos mais isolados de todos os outros, daqueles que te impediam de tentar qualquer coisa contra si mesmo.

A única porta dali estava entreaberta enviando um convite explicito para sair dali. Foi o que fiz. Cambaleando, levantei-me daquela maca gélida e marchei até a porta, batendo algumas vezes na parede. Pus metade do corpo para fora, olhando o corredor cinza com algumas luzes brancas e uma porta de vidro no final escrito “Refeitório”, de um vermelho sangue e letras bem grandes.

Enquanto caminhava para lá, sentia meu coração doendo, não só por culpa daquela medicação e sim por Robert, por saber de sua traição, mas, mesmo depois de tudo aquilo, ainda não conseguia acreditar que ele era o responsável por tudo isso. Ele era o meu amigo, meu melhor amigo, não podia acreditar que ele fora capaz de algo tão cruel comigo... Não conseguia e, quando tentava, sentia algumas lagrimas se formarem ao redor de meus olhos, querendo escorrer e queimando quando saiam de mim.

– Por aqui – Aquela mesma voz ecoou no fundo da minha alma, quando cheguei à porta do refeitório, seguido de um vulto que atravessou meu corpo indo em direção à outra porta a esquerda.

Senti um calafrio horrendo percorrer meu corpo quando aquele fantasma me atravessou. Foi uma experiência curiosa e assustadora ao mesmo tempo, afinal, nunca havia sentido um contato tão próximo assim.

Logo após, reparei nos outros pacientes dali e naquela sala que havia entrado há pouco tempo. Ela seguia o mesmo tom acinzentado do corredor, com algumas mesas redondas e cadeiras brancas as cercando, um balcão onde estavam alguns enfermeiros que não estavam dando a mínima para as pessoas dali e dois seguranças na porta de saída, a direita de onde eu estava e o lado oposto pelo qual o fantasma sairá.

– Nem pense nisso! – A voz surgiu novamente, assustando-me dessa vez. Era como se ela tivesse previsto que eu iria ignora-la e dar um jeito de passar por ali e fugir desse lugar.

Revirei os olhos, dei de ombros e aceitei que deveria fazer aquilo se quisesse ter paz para depois escapar. De fato, já estava enlouquecendo. Nunca em sã consciência eu iria atrás de um fantasma, nunca, mas agora parecia que não havia nada a perder e que aquilo era minha única saída.

Enquanto marchava para o lugar indicado, notei algumas pessoas, tão pálidas quanto eu e com um olhar vago, fitavam-me atentos. Depois de um tempo, notei que eles eram fantasmas enlouquecidos que vagavam por ali tentando encontrar alguém que pudesse conversar com eles e liberta-los e, quando notaram meu dom, algum deles vieram para cima de mim.

Coloquei meus braços na frente do corpo em uma tentativa falha de empurra-los para longe seguido de um grito que escapou sem querer, atraindo a atenção de outros pacientes, esses vivos, que me encararam como se eu tivesse algum distúrbio mental – de fato, caso o contrario, não estaria ali – mas eles me olharam como se eu fosse a mais bizarra de todos dali o que era frustrante, uma vez que, em cinco minutos, havia notado diversos casos críticos de loucura.

Segui para a outra porta, dando de cara com um campo aberto, próximo a uma pequena floresta que, ironicamente, parecia ser a mesma em que aconteceu aquelas mortes do acampamento - como se elas fossem diferentes umas das outras -. Ao menos, acreditava estar no condado de Koochiching, caso o contrario, não sabia onde estava.

Sentei no gramado verde musgo, úmido pela fina garoa que caia ali naquele momento. Ignorei o fato de estar com uma roupa branca e que ela ficaria completamente suja de terra depois, afinal, aparência era a ultima coisa que importava ali.

Peguei meus cabelos fazendo um pequeno rabo de cavalo, notando que eles estavam mais avermelhados do que o comum, parecendo puxar um vermelho sangue ao invés do habitual, colocando-os para dentro da touca que puxei.

Esfreguei minhas mãos algumas vezes, abraçando os meus joelhos e balançando um pouco para espantar o frio que parecia tomar conta do meu corpo a cada segundo que passava. Comecei a pensar nas chances de sair dali o quanto antes, mas aposto que meus pais haviam voltado para o escritório logo que eu fui atrás de Violet, sendo assim, eles não faziam a menor ideia de onde eu estava, como sempre.

Não que eles não fossem bons pais, pois eles eram. Quando criança, sempre convivi ao lado deles, como uma família feliz, claro, eles trabalhavam, mas não tanto quanto agora. Antigamente, eles tinham horários controlados e trabalhavam para viver, agora... Eles viviam pelo o que faziam e esqueciam que eu existia. Talvez, ter 17 anos os faziam pensar ter idade o suficiente para me cuidar sozinha ainda mais quando não ia mais para a escola e só saia de casa para ver Robert. Sim, eles achavam que eu estaria sempre segura, quando, na verdade, não era o lado de fora que me assustava e sim o lado de dentro.

Desde o episodio da floresta, fui algumas vezes a mais para a escola antes de ser afastada dela por tempo indeterminado. Tentei levar tudo numa boa, dentro do possível, mas todos dali me encaravam como se não fosse para eu ter sido a única sobrevivente, como se eu fosse à única culpada e monstro. Aqueles meses seguintes foram os piores, até agora.

Tudo vai melhorar – Ouvi-a novamente.

– Uhum – Dei de ombros lançando um olhar para o céu nublado sentindo aquela garoa fina e maravilhosa tomar conta de meu rosto, parecendo limpar minha alma aos poucos.

– Sério... Acredite – E então aquela voz saiu da minha mente e surgiu ao meu lado, junto do espirito de uma garota morena de cabelos cacheados.

– Eu te conheço... – Murmurei fitando-a atentamente, tentando me recordar algum lugar onde eu possa tê-la visto.

– Você me viu em seus sonhos... – Respondeu – Finalmente consegui te encontrar pessoalmente – Pareceu se aliviar – Você tem uma mente difícil, sabia? – Indagou com um olhar irônico.

– Claro. – Ri baixinho balançando a cabeça de um lado para o outro.

– Não só pelo seu dom, mas... Existem pessoas que tentam controlar sua mente, então, quando tempo passar uma mensagem... Ou qualquer outro como Maddox... – Dizia quando a cortei imediatamente perguntando:

– Como você conhece Maddox?

– Somos espíritos... E eu sou uma das peças desse quebra-cabeças. – Deu de ombros revirando os olhos por ter sido cortada – Continuando. Algumas pessoas estão tentando te confundir para conseguir o que querem... – Ela fez uma longa pausa, escolhendo quais seriam as próximas palavras que diria. Permaneci em silencio ouvindo-a e deixando a água refrescar ainda mais minha mente – Sendo assim, as poucas informações que conseguimos te transmitir que possa ajuda-la a se lembrar de tudo, vai pela metade e você acaba interpretando elas totalmente errado e, no final, tudo o que você viu até agora não é metade do que realmente aconteceu...

– Você estar viva já foi um dos erros, certo? – Perguntei ao me lembrar que, em meus sonhos, eu deveria acha-la para salva-la e não que ela seria um espirito.

– Na verdade não. Eu morri naquele dia, fazendo contato com você. Eu sou uma espécie de bruxa – Explicou. – Digo em relação a todas as lembranças que você tem do acampamento... Quase todas estão erradas...

– E por que você está me dizendo tudo isso? – Indaguei. Oras, todos escondiam as verdades de mim, pois eu deveria descobrir ou então tudo daria errado então, do nada, um espirito aparece e me conta essas coisas, assim, sem mais nem menos.

– Porque eu posso te ajudar a mudar tudo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como prometido, trouxe um novo capítulo na data estipulada, estou apenas um dia atrasada, mas ainda no prazo. Prometo que agora as coisas vão fluir de novo.
Espero que tenham gostado. Agora, vou tentar mudar um pouco as coisas e dar uma pequena mexidinha em alguns pontos que ficaram faltando ainda.
Até a próxima, não esqueçam os dias de postagens :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Forever & Ever" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.