Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 24
Linhagem


Notas iniciais do capítulo

Vou voltar a seguir o sistema semanal de postagem até chegar no fim u.u eu espero, só depende da inspiração, porque né? Mas garanto que já tenho uns 5 prontos aqui só esperando para serem postados.
Enfim, eu vou me focar bastante na descendência da Hayley e vocês já devem ter percebido isso só pelo título. O Jared vai fazer uma pausa e deixar o Rob voltar um pouquinho e também vou explicar alguns pontos misteriosos do passado dela e deixa-los curiosos e em dúvida sobre outras.

Também comecei uma nova história que envolve os seres sobrenaturais, quem estiver interessado em ler ta aqui o link :
http://fanfiction.com.br/historia/445044/Dark_World/



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Linhagem

– Pai me deixe na casa da vovó – Quase implorei. Não queria ter que ir no velório e encontrar alguns tios e primos que vi poucas vezes na vida, nem ouvi-los dizer “ Como você cresceu? Está linda! “, perguntas simples e fúteis apenas para puxar assunto o suficiente para perguntar “ Está namorando?” Odiava isso.

– Está bem, agora pare de repetir isso a cada cinco minutos! – Resmungou irritado.

Estávamos a algum tempo já na estrada, mas a cidade não era muito longe dali, era vizinha na verdade e tinha poucos habitantes, menos de mil, ou seja, todos se conheciam, basicamente, e meia cidade estaria no velório da minha avó, já que ela era uma das moradoras mais velhas e amigáveis dali, pelo menos, meus pais diziam isso e eu via nas poucas vezes que fiquei com ela.

– Olha, Robert e vocês podem passar a noite na casa enquanto sua mãe e eu resolvemos tudo no necrotério. Nada de bagunça, nem ficar acordada até muito tarde e fuçar em coisas que não lhe convém – deu suas ordens como se eu ainda tivesse 7 anos de idade.

– Ta legal pai. – Suspirei cansada de ouvir aquilo toda vez que eu ia para algum lugar novo ou a casa de alguém.

– Chegamos. – Ele estacionou o carro na frente de uma casa enorme, de três andares, feita completamente de madeira e com uma varanda enorme e com duas cadeiras de balanço ali na frente, em outra época, ela poderia ser chamada de casa dos sonhos e perfeita para qualquer família morar, mas agora, ela estava caindo aos pedaços, sombria, vazia e tenebrosa.

Sai do carro seguida de Robert que pegou as malas na mão do meu pai e seguiu em direção à varanda deixando-me sozinha com meu pai.

– Tome cuidado, tudo bem, eu sei que sua mãe gosta do Robert e vocês se conhecem a muito tempo, mas... – Sabia como ele terminaria a frase, ele não confiava muito em meu amigo desde o acampamento, ele não teve culpa, pelo menos, era inocente até se provar o contrario, mas depois do incidente, meu pai, mesmo distante se preocupava com tudo.

– Pai, ele não vai fazer nada comigo... – Fui firme passando-lhe confiança.

– Eu espero... – Disse distante. Ele me abraçou com força e me deu um beijo na testa entrando no carro e o ligando.

Fui até a varanda da casa e acenei um tchau para eles, mas minha mãe estava dormindo e não viu. Abri a porta com a chave encontrada debaixo do tapete e tateei a parede procurando o interruptor de luz.

– Isso dá calafrios... – Robert disse colocando as malas em um canto qualquer da sala escura.

– Eu me lembro de ter visto essa casa antes... – Refleti ainda procurando o interruptor.

– Você já veio aqui – Ironizou

– Não, de eu ter vindo para cá a pouco tempo atrás... – Encontrei o interruptor e o apertei ligando uma luz amarela bem fraca que dava um toque diferente a casa.

Os moveis pareciam ser do inicio do século passado, madeira maciça, uma lareira enorme, tapete de pele de urso, paredes em um tom neutro, longas cortinas de seda, alguns candelabros e quadros gigantes nas paredes, era estonteante, a única coisa que a trazia para esse século era a televisão grande em cima de uma estande no canto da sala. Do lado esquerdo existia uma mesa de jantar gigante, cercada por alguns candelabros e cadeiras enormes, parecidas com a realeza, e um enorme piano de cauda no centro, próximo a escada.

– Nunca julgue pelas aparências... – Robert observou maravilhado.

– Uhum... – Olhei para a frente e encontrei uma escada gigante de carpete vermelho que fazia uma bifurcação, nos levando para corredores opostos. – Não me lembrava disso... –Procurei por todos os cantos da minha memória alguma lembrança dessa casa, mas não encontrava nada parecido com isso. – Por onde começamos? – Perguntei me lembrando do foco principal.

– Pelo lugar mais temido: O sótão! – Disse agitado e correndo para a escada pulando alguns degraus.

– Claro, onde todos os seus medos se escondem... – Murmurei não gostando muito da idéia, sempre tive péssimas imagens com esses lugares da casa, repleto de bichos, poeira, moveis velhos, tralhas e, o pior de todos, assombrações de todos os tipos prontas para sugar nossas vidas.

Subi as escadas de mal humor, um pouco assustada com a idéia, mas controlando meus pensamentos e emoções e olhei para os corredores vazios e sombrios, seguindo o mesmo estilo de moveis do andar de baixo, repleto de portas marfim.

Segui pela direita, subindo em outro lance de escadas, pequeno, mas seguindo os padrões da anterior. O andar de cima não tinha nada de muito especial, apenas algumas mesas de jogos e dois quartos vazios.

– Aqui – Robert me chamou para baixo de um alçapão. Ele puxou a corda e desceu uma meia escada de madeira, meio podre e soltando farpas. Era evidente.

Ele subiu primeiro com dificuldades e receoso de quebrar algum pedaço dela e cair, até chegar no topo e desaparecer novamente em meio a escuridão. Respirei fundo e reuni coragem. Coloquei minha mão na madeira sentindo sua fragilidade e os pés no primeiro degrau sentindo-o ranger embaixo de mim. Puxei mais ar, enchendo meu peito, enquanto reunia mais um pouco de coragem para subir.

Espirrei no momento assim que pisei no sótão, estava completamente empoeirado, abandonado a muito tempo atrás, fazendo jus à todos os outros que vi em filmes de terror. Rob ligou a lâmpada iluminando alguns moveis ainda mais velhos e uma estante, com um enorme espelho rachado, em evidencia.

Não pensei duas vezes, fui direto nela e abri suas gavetas, todas encontravam-se vazias, exceto uma. A ultima possuía uma caixa de madeira com um cadeado velho protegendo-a de curiosos, como nós. Procurei a chave por cima dos moveis, mas não obtive o menor sucesso.

Forcei o cadeado sentindo suas dobradiças moles e enferrujadas, puxei-a com toda a minha força abrindo a caixa e encontrando alguns diários de couro e fotos amareladas datadas e com algumas frases atrás.

– Agora você lê algo chocante, a luz começa a falhar, ouvimos um barulho no andar debaixo e uma entidade começa a nos perseguir! – Robert disse o enredo de um típico filme de terror, fuzilei-o com o olhar, apavorada com a idéia disso poder acontecer, afinal, comigo, coisas estranhas aconteciam sempre. – Estou falando sério – Olhou-me com um pequeno sorriso torto no rosto. – Ah, abra logo essa coisa – Deu de ombros e foi procurar mais coisas pelo sótão.

Soltei a tira de couro marrom abrindo o diário e exibindo a primeira pagina amarelada com algumas letras borradas, seria um trabalho árduo entender tudo aquilo, pois sua escrita parecia ser de outro século e muito pequena com vários ornamentos. Era linda.

Setembro, 5 de 1925

Hoje completa cinco anos que me casei, finalmente tudo parece estar dando certo para mim e estou construindo uma família perfeita. Minha primeira filha está para nascer e espero que ela não tenha problemas.

Pulei algumas paginas ignorando alguns parágrafos desnecessários parando em uma que falava sobre o nascimento da primeira filha, acreditava ser por ali onde deveria começar.

Junho, 9 de 1926

Annabeth nasceu a pouco mais de um mês, uma garota sadia, linda, loira de olhos castanhos escuro, assim como o pai Thompson, ela estava livre de qualquer problema e isso me deixava menos preocupada, na verdade, estava aliviada em ver que ela não sofreria o mesmo que eu com essa doença. Isso é maravilhoso, estou vivendo um sonho do qual não desejo acordar, o pesadelo se foi, estamos livres para sermos felizes.

Passei mais algumas paginas procurando pelo próximo filho ou filha, notar se havia algo de diferente e se ela dizia mais sobre a doença ou qualquer coisa que a deixava tão preocupada.

Fevereiro, 17 de 1929

John nasceu, é um garoto lindo, vai ser galanteador e romântico assim como seu pai, também aprenderá a tocar piano, assim como Annabeth, alias, assim que ela aprendeu as primeiras palavras não para mais quieta, vive em total agitação e perturbando John em seu berço enquanto descansa. Ele é tão parecido quanto o pai, cabelos pretos, olhos castanhos, pele alva... Fiquei aliviada por não notar nada diferente nele, aliviada por ele estar livre, assim como sua irmã.

Como assim livre? Livre de que? Por favor, preciso encontrar algo que me ajude...

Maio, 2 de 1931

Richard está orgulhoso pelo nascimento de nossa terceira filha, Abigail, por ser a primeira a se parecer um pouco comigo, loira, alva e olhos ocre. Queria estar tão animada com ele, entretanto, as mudanças começaram a acontecer e eu estou ficando apavorada com o que pode acontecer, porem, até agora ela não mostrou nada de diferente, nenhum sinal da doença.

Outubro, 31 de 1931.

Odiava quando esse dia chegava, era o pior do ano. As crianças estão se divertindo muito lá fora, seguindo as tradições de todo Halloween. Annabeth está chorando em seu quarto por não poder sair e não ter uma explicação digna, mas ela não pode saber a verdade ainda, ou talvez nunca saberá, não importa, apenas devemos passar essa noite dentro de casa, pelo nosso próprio bem.

Coloquei algumas coisas na porta, não que resolva, mas manterá todos os males afastados, garantira nossa segurança por essa noite, só espero que as crianças não acordem quando as coisas piorarem..

.

Novembro, 1 de 1931

Foi um pesadelo, assim como em todos os outros anos, a casa começou a tremer, algumas coisas quebraram e o quadro da minha mãe desapareceu junto dos outros enteados mortos a algum tempo atrás. A maioria pela febre que nos atingiu no inicio do século e os outros possuíam algumas manchas de sangue. Sabia o que isso significava, mas era árduo aceitar esse fato, minha irmã mais nova iria morrer por alguma tragédia, ela não havia nada haver com isso, mas tendo o sangue que tem...

– Como anda a pesquisa? – Robert perguntou se sentando ao meu lado e me fazendo pular de susto. Estava muito imersa naquilo que esqueci onde estávamos.

– Nada, só o dia a dia de uma mulher meramente comum e de seus filhos... – Suspirei frustrada.

– Algo mais?

– Ela só citou sobre uma doença e tem muito medo de seus filhos nascerem com ela... – Aquilo martelava muito em minha mente, queria compreender o que era e existiam milhares de possibilidades, pois naquela época qualquer doença desconhecida era uma aberração à sociedade.

– Bem, não fique frustrada, você tem mais... – Ele mexeu nos outros diários dentro da caixa contando-os em voz baixa – quatro para ler. – Disse por fim. – E talvez mais alguns, se eu os encontrar perdidos debaixo de algum assoalho. – Riu.

– É, tem tantos outros... Deixe-me continuar – Pedi voltando a me focar no objeto em minhas mãos.

Avancei algumas paginas pulando alguns outros breves anos, nada de importante, cada dia possuía um pequeno parágrafo contando como foi seu dia, como seus filhos estão crescendo e isso não me ajudaria em nada. Parei em um texto mais longo e complexo, muito manchado, provavelmente ela chorou enquanto escrevia.

Outubro, 25 de 1933

Margaret nasceu no pior dia de todos, uma sexta feira 13 e bem nesse maldito mês! Ela tem a doença, ela esta infectada por essa maldição que nos persegue, seus olhos azuis como o céu da meia noite e cabelos avermelhados revelam isso. Richard está maravilhado pela nossa semelhança, mas ele não entende como isso é terrível, não entende como isso irá afeta-la no futuro e seus descendentes. Não sei como isso funciona, sei apenas que um de cada linhagem é atingido, pensei que isso não fosse acontecer com ela, mas desde o inicio da gravidez senti algo diferente.

Minhas dores, meus pesadelos, todos se intensificaram, pareciam anunciar isso, Maddox esteve presente algumas vezes, observando meus filhos de longe, gostava dele, mas não queria que ele se aproximasse demais, agora, ele ira se acomodar no sótão e esperar os primeiros sinais da doença aparecer para confirmar a trágica noticia.

Não sei o que fazer, o Halloween está chegando e agora, com duas, infectadas será ainda pior e tenho medo das próximas eliminações ainda tenho algumas instruções da minha mãe, mas não sei se serão demasiadas suficiente para nos salvar.

Minha avó estava doente.

Como assim? – Perguntou do outro lado do quarto. – Que tipo de doença?

– Eu não sei, ainda vou descobrir, agora, mais do que nunca!


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Notas finais do capítulo

É isso ai, ficando com um pouco de dúvidas? O que estão achando?
Não deixem de comentar e até mais u.u
Ah, e só avisando, semana que vem não sei se vou publicar, tenho pronto e talz, mas é Natal e logo depois o ano novo... Vou pensar u.u



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