Quinn. escrita por Mariana


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Quem conhece a musica diga "Hey". uashuahs'



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 Quinn, a menina esperta, Quinn a menina responsável, Quinn a filha caçula de Russell e Judith, a pequena irmã de Francine, a princesinha do mais velho, Tyler.

 A garota estava com a porta do quarto fechada e trancada, estava tudo escuro. Ela respirava com dificuldades, ela terminava uma lição de casa e ouvia uma noticia na rádio local. Ela andou até o banheiro que havia em seu quarto, em sua mão um pequeno canivete.

 Quinn está sentada no banheiro, fazendo marcas em seu corpo, seus tornozelos sangram. E a dor é menor do que parece, quando ela se corta, ela se esquece...

 Viver em dor, ninguém entende, tentar ser forte em todo, e cada, amanhecer.

Um de seus amigos já se foi, muito mais do que uma ocorrência policial.

Ninguém entende, não a olhem assim com esse semblante de bom samaritano, como se toda essa dor fosse diferente, você não sabe, não entende.

E quando os antidepressivos e calmantes não fazem mais efeito Quinn sabe que a loucura está presente, sente a essência estranha do que é a morte.

De quando em quando é um novo tratamento, mas o mundo continua sempre ruim. Medo de voltar para casa à noite, dos homens que se esfregam nojentos no caminho de ida e volta da escola, a falta de esperança, o tormento de saber que nada é justo e pouco é certo, saber que estamos nos destruindo por pouco e que a maldade está anda sempre por perto. A violência e a injustiça que existe contra todas as meninas e mulheres. Um mundo onde a verdade é o avesso e a alegria já não vem mais.

Quinn voltou para o quarto, cercada por seus discos e seus livros, seu cansaço. Ela é como um pássaro trancafiado na gaiola, mas ainda querem ela cante como antes. Sim ela é um pássaro trancafiado na gaiola, mas algum dia ela consegue fugir, quem sabe até voar pelo caminho mais bonito. Quinn só tem 14 anos.

 Naquela noite, ela olhou para o radio relógio, pegou seu pequeno caderno, abriu uma pagina em branco, datou e adicionou hora atual. Intitulou de “Coisas que Sei” antes de pegar a caneta, ela limpou as mãos na calça jeans.

1: Eu quero estar perto de tudo que acho certo, até eu mudar de opinião.

2: O conhecimento é minha distração.

3: Meu radio relógio mostra o tempo errado.

4: Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado, ninguém sabe mexer na minha confusão.

5: Meu munda está fechado para visitação, não aceito turistas, ninguém para se meter na minha opinião...

6: O medo mora perto das ideias loucas.

7: Seu eu for, eu vou assim, não vou trocar de roupas. É minha lei.

8: Quanto mais eu mexo, mais afundo em mim.

9: Coisas que eu sei, são coisas que antes eu somente não sabia.

Quinn estava se sentindo tonta, perdera muito sangue naquela tarde. Ela desmaiou. 

Tyler fora chamar a sua irmãzinha para o jantar, mas a garota não respondeu, nem abriu a porta. Ele ficou preocupado, desceu as escadas e encontrou os pais e Francine.

- Onde está a Quinn?

O homem mais velho, que estava engravatado, e com os cabelos extremamente penteados perguntou.

- Ela não abriu a porta, nem respondeu.

- Judith, vá chamar essa garota.

 A loira mais velha subiu as escadas, parou no corredor e pegou a chave reserva do quarto da caçula, a chave era escondida dentro de um vaso de flores.

 A mulher abriu a porta do quarto e encontrou sua caçula debruçada contra a mesa de estudos, os lábios fechados, olhos fechados, cabelos bagunçados e pele fria. Pele fria como mármore. Ela puxou a menina e a observou, a blusa estava manchada de sangue, as meias azuladas que estavam cobriam os pés da garota estavam ensopadas do liquido vermelho. Judith soltou uma espécie de lamúria, seus olhos azuis se encharcaram e grito partiu de sua garganta. Era a coisa mais horrenda e dolorosa de se ver.

 Os outros membros da família Fabray, que esperavam na mesa de jantar, correram para ver o que estava ocorrendo.

Francine entrou em desespero, buscou o telefone e ligou para a emergência. Tyler estava em choque, era sua garotinha ali.

- Irmã, irmãzinha, pare de brincadeira.

Ele realmente esperava que a menina iria se levantar e dizer que tudo era uma pequena brincadeira...

 Russell mordeu os próprios lábios e caiu de joelhos perto de sua filha, segurou a mão pálida de Quinn dentre as suas. Não chorou, apenas começou a rezar baixinho.

O radio velho da garota fez um barulho estranho e Tyler, com toda a fúria que estava presente, socou o aparelho, que ao invés de se partir apenas começou a tocar. Era uma daquelas bandas que sua irmã gostava, Radiohead. Ela sempre gostou daquilo, sempre...

A emergência chegou, uma aglomeração de vizinhos começou a se reunir na porta. Os “amiguinhos” de Quinn olhavam tudo com curiosidade, lá estavam Mike, Tina, Noah...

- Senhor Fabray, o que houve com ela?- a garoto puxou os braços do homem- O que houve com a Quinn?

O homem não respondeu, apenas entrou na ambulância e seguiu para o hospital.

/=/

Todos vestidos de preto, olhavam o caixão de tamanho médio. Tyler e Judith estavam devastados, Francine olhava tudo sem acreditar realmente, Russell não estava presente, o homem estava em estado em choque, não conseguia levantar-se.

 Nenhuma criança estava presente, bom, apenas uma menininha baixinha, de grandes olhos marrons e olhava tudo um pouco assustada, ao seu lado um rapazinho de grandes olhos azuis e que fazia lembrar ao Pinóquio.

- Você não deveria estar aqui mocinha.

  Francine murmurou para a morena.

- Quinn era minha amiga, eu quero estar aqui...

/=/

Ninguém nunca entendeu o por que, nem buscou respostas. A única coisa que descobriram é que a pequena loira vivia em uma constante e frustrante insatisfação. Quinn, a menina de 14 anos, tinha depressão profunda.

Ela morreu, não existia mais, devastou sua família, deixou um mundo para trás. Suas anotações e historias foram guardadas por Tyler, ele fez do quarto da loira um pequeno santuário.

Como cheguei a citar antes, a menina era um pássaro engaiolado, mas naquela noite de 4 de abril ela conseguiu sua carta de alforria, sua liberdade, seu voo.

As palavras em sua lapide foram escolhidas de acordo com o que era escrito no seu caderninho.

“Quinn Fabray, um pássaro ao caminho da liberdade...”

Fim.


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Notas finais do capítulo

É isso aê, vlw. Vou ali me esconder, pq ta mt horrível.



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