What Would You Do If I Said I Love You? escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 8
Loving him is like...


Notas iniciais do capítulo

Perdê-lo foi azul como eu nunca havia conhecido
Sentir a sua falta foi cinza escuro, completamente sozinha
Esquecê-lo foi como tentar saber sobre alguém
Que nunca encontrei
Mas amá-lo foi vermelho
Amá-lo foi vermelho
—Red, Taylor Swift



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/351492/chapter/8

Eu havia ido para casa dopada por vários remédios sem sentido algum que os médicos praticamente enfiavam na minha garganta. Eu me lembro até de ter elogiado o cabelo de Andie e feito algumas confissões lamentosas para o meu pai na noite passada, alguma coisa como: "Meu Deus, como pôde abandonar eu e minha mãe? Nós ficamos tão sozinhas em um bairro normal, e em uma escola atrasada enquanto você ficava em Back Bay pagando uma pensão minúscula?"

Eu ainda estava deitada em minha cama, revendo esses momentos, quando o celular tocou na cabeceira de minha cama. Eu não pude evitar, era quase automático, esperar ouvir a voz de Rick assim que colocasse o celular no ouvido. Mas, é claro, não era ele. Ele nem ao menos tinha o meu número.

–Ei! July?

Mãe? -Questionei, me sentindo ridícula. Como se não conhecesse mais a voz estridente de minha mãe.

–Ah, querida... Sinto tanto sua falta, Sunshine. -Ela ria soluçando.

Sunshine era o apelido que minha mãe tinha me dado, embora não tivesse nada a ver comigo. Dava a ideia de uma pessoa feliz.

–Eu também. -Disse, me levantando da cama inacreditavelmente macia e aconchegante que meu pai havia me comprado para quando eu viesse dormir na casa dele. Na antiga casa dele, antes de Andie existir na minha vida.

Dei uma boa olhada no quarto enquanto minha mãe falava sem parar no meu ouvido. Era pintado de amarelo com adesivos de borboletas roxas na parede. Em um canto, um grande quadro com uma foto minha de quando era criança. No outro canto, uma mesa com um notebook lilás em cima. Na parede à minha frente, um armário enorme o qual eu jamais conseguiria ocupar metade.

–E os garotos? Já conheceu algum? Me disseram que os de Back Bay são lindos! -Ela riu.

Eu corei imediatamente, quase visualizando Rick na minha frente.

–Não. Bem, tem esse cara, um empregado do meu pai. Ele é até legal, mas no máximo vai dar para um casinho de férias. -Franzia a testa enquanto falava e ela riu do outro lado da linha.

–Querida, só porque não deu certo comigo e com seu pai não quer dizer que não vai dar para você também. -Ela disse, calma.

–Isso realmente não me comove mais, mãe. -Menti. - É só que Rick não é o cara para mim.

–Hmm, Rick. Nome forte, gostei. -Ela disse e eu pude sentir o sorriso por trás das palavras.

Como eu explico que eu nunca vou ser tão boba quanto ela para me apaixonar pelo cara errado na hora errada?

Depois de conversar mais sobre outros assuntos banais, sem nada em especial particularmente com minha mãe, eu me despedi dela e desliguei o telefone.

Encarei a tela do celular por algum tempo antes de jogá-lo na cama, mesmo sendo jogá-lo na parede o que eu realmente queria. Uma simples conversa tinha sido o suficiente para me desmoronar. Não havia chance de eu me apaixonar por Rick. De forma alguma eu permitiria isso e eu tinha que acabar com tudo hoje.

Peguei meu casaco cinza favorito no guarda-roupa, perfeitamente arrumado por alguma camareira.

Encarei o relógio em meu pulso.

3:30 pm

Deus, eu havia dormido tanto? Fui no banheiro e arrumei o cabelo, deixando-o solto depois de várias tentativas de bagunçá-lo. Talvez, se ficasse mais feia, Rick não falaria mais comigo. O problema era que o meu cabelo não ficava bagunçado, simplesmente caia como uma cascata marrom que terminava em azul-vivo pelas minhas costas depois de sacudi-lo de todas as formas que eu podia imaginar.

Escovei os dentes três vezes, como de costume, e passei um pouco de batom claro. Em seguida pensei melhor e lavei a boca, escolhendo uma camisa branca que ia até pouco acima do joelho e um short que ia até alguns centímetros abaixo desta. Coloquei um maiô também, por precaução.

Quando desci até a cozinha fui informada por uma camareira que meu pai e Andie já haviam saído.

–Ah, legal. O que tem pra comer? -Perguntei, erguendo ansiosa as sobrancelhas.

–Temos algumas torradas e bolo. Quer que eu faça um ovo? -Ela sorriu para mim.

–Não precisa, dona. Eu ajeito meu café, onde fica a cozinha? -Eu olhei ao redor e ela me indicou com a cabeça uma porta marrom. -Obrigada.

Mal reparei na cozinha, apenas tinha certeza que tinha um design moderno e compacto. Comi rápido algumas torradas e deslizei para a sarjeta da porta. Depois de me perder duas vezes no jardim achei a saída da casa.

Droga! Onde fica essa bosta de clube?

Acenei para um táxi e perguntei ao motorista se ele sabia onde ficava o clube de Back Bay.

–Ah, fica pertinho. Ande só um quarteirão e vire a direita. -Ele disse, desanimado, como se eu estivesse o matando de tédio.

Acenei com a cabeça e esbocei um "obrigada" com os lábios. Depois girei nos calcanhares para seguir o caminho indicado.

Enquanto andava, tremendo e desejando que tivesse colocado uma calça jeans ao invés do short inútil. Treinei a conversa que teria com Rick na minha cabeça várias vezes.

É só chegar, "Rick, eu não tô procurando alguém. Na verdade estou muito bem sozinha. Espero que ainda possamos ser amigos.". Não, muito previsível.

Ajeitei a alça do maiô por baixo da camiseta, acelerando o passo. Logo havia chegado no clube e não fazia ideia do que falar. A arquitetura deste era realmente adorável.

Andei sob o arco de pedra até parar em um tipo de balcão de informações. Uma atendente ruiva e bem magra me atendeu depois de algum tempo.

–Viu um garoto bem alto mesmo, talvez já adulto, com olhos verdes intensos e muito forte. -Inchei as bochechas, inconscientemente.

–Ah, aquele ali? -Ela indicou com a cabeça por sobre meu ombro.

Virei-me automaticamente.

Sim, é ele.

Rick estava sentado em um banco, apoiado na parede, os olhos calmos fechados. Provavelmente dormindo, ou cochilando. Mas eu achava bem capaz que só estivesse relaxando, como quando eu estava conversando com ele no jardim. Eu até ficaria decepcionada em não ver seus olhos grandes e verdes, mas existiam coisas bem mais, hmm, chamativas para se prestar atenção momentaneamente.

Rick estava sem camisa, os músculos perfeitamente esculpidos à mostra e a pele dourada parecia brilhar. Eu não conseguia responder a mulher, ou virar a cabeça ou até mesmo desviar os olhos. Balancei a cabeça, tentando sair do transe.

–É, obrigada. -Disse enquanto caminhava até ele. Não estava muito longe.

Sentei ao seu lado, no banco.

–Ei, Rick. Desculpa a demora. -Murmurei.

Ele abriu os olhos, relaxados. Quase vi uma faísca de animação, mas pode ter sido um engano.

–Ah, oi pequena. Área da piscina ou de campo? -Ele disse, a voz rouca já se tornava tão familiar para mim...

–Depende. Piscina aquecida? -Questionei.

–Só mais tarde.

–Campo.

Andamos por algum tempo, em silêncio.

–Então, o que aconteceu ontem? -Ele perguntou.

O encarei, era tão alto! Tive uma vontade quase irresistível de segurar sua mão, mas ignorei.

–Tive um ataque cardíaco.

Ele parou e me fitou, me fazendo parar também.

–Ataque? -Ele repetiu, incrédulo.

–É tipo, Buuuum! -Eu disse, colocando as mãos no coração e em seguida fazendo mãos de jazz.

–Como pode estar tranquila assim? -Ele perguntou, erguendo uma sobrancelha.

–Podia ser pior, vamos lá.

–Hmm. Certo. -Ele segurou minha mão, com força e entrelaçando nossos dedos.

Essa era a hora perfeita para acabar com qualquer coisa que eu tinha com ele. Mas permaneci imóvel enquanto ele me puxava para si, em pleno corredor público.

Ah, que seja. Por que não posso ter um caso de verão?

Sabia que estava me enganando. Eu deixaria isso virar muito mais que um "casinho" de verão, mas só conseguia pensar na boca de Rick, à centímetros da minha.

Ele segurou minha cintura com mais força para si, colando seus lábios nos meus. Deus, percebi o quanto sentira falta daquilo.

–Ei, Rick. Corredor público. -Murmurei, sorrindo.

–Tem razão. Conheço um lugar melhor.

–Hmm, melhor não ter nenhuma malícia implícita nisso.

–É impossível não ter pensamentos maliciosos com você por perto. -Ele riu.

–Que mentira. -Eu sorri.

–Nada. Mas vou dar meu melhor para respeitar sua honra, donzela. -Ele murmurou, sua voz parecia estar cada vez mais rouca.

–Melhor mesmo.









Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "What Would You Do If I Said I Love You?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.