What Would You Do If I Said I Love You? escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 4
Don't let me go


Notas iniciais do capítulo

Cuz you make me feel like i've been locked out of heaven for too long...



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Ele me fitou, ligeiramente surpreso, e eu tinha certeza de que iria me abraçar. Mas ele não o fez. Apenas me fitava, como se para guardar cada sarda, cada traço de meu rosto e em especial meus olhos. Ficamos assim, estáticos, por algum tempo até que eu balbuciei, a voz embargada:

-Rick, meu pai está esperando. Eu preciso ir. -Amava o som de seu nome sendo pronunciado e aquilo me assustava levemente.

-Certo. -Sua voz saiu calma enquanto ele esboçava um sorriso e ele fez um leve aceno com a cabeça, indicando a casa bege enorme à dois metros.

Eu sorri, mas na verdade estava procurando algum lugar para me esconder. Odiava me sentir daquela maneira, confusa, querendo agradar alguém. Como à apenas alguns segundos atrás eu era a pessoa mais feliz e calma do mundo?

-Obrigada, pelo favor. -Emendei a segunda frase, rápido.

Ele riu, uma risada rouca e relaxada, e eu senti minhas bochechas corando enquanto me afastava dele. 

Rick estava completamente fora de meus padrões e, se eu permitisse, o que certamente não tinha a menor chance de acontecer, ele iria quebrar meu coração sadicamente. 

Quando finalmente encontrei a entrada da casa já me encontrava envolta pela nuvem de umidade do ar e o frio contra meu suéter, nada apropriado para o clima congelante de Boston.

Coloquei algumas mechas de cabelo novamente sobre o pescoço, tentando aquecer a área. Então bati na porta de mogno, frustrada, com o punho. Meu pai atendeu em poucos segundos e me encarou dos pés à cabeça.

-Cadê seu gorro? -Ele questionou. 

Essa não era a pergunta que eu imaginara que ele iria fazer, Não parecia a pergunta que qualquer pai faria quando encontrasse sua filha que poderia ter fugido para qualquer lugar.

Mas eu não sabia nem ao menos a resposta dessa pergunta. "Droga! Deve ter caído quando Rick me empurrou na árvore." Mordi o lábio inferior.

-Não sei. Fiquei um tempão nesse bosque idiota que você chama de jardim e tudo o que você pergunta é sobre o gorro? -Rebati, entredentes.

-Não quer entrar? -Ele mudou de assunto, impedindo uma discussão calorosa para a qual eu já estava pronta.

Mas eu certamente não estava pronta para entrar em seu lar com Andie. Apenas concordei com a cabeça, em um movimento brusco, e me enfiei na casa.

Lá dentro as paredes eram brancas, mas iluminadas por luzes amareladas me dando uma sensação de calor. No teto grandes lustres  brilhantes se destacavam. O cômodo todo tinha várias pinturas lindas espalhadas pelas paredes e duas esculturas no centro.

"Deve ser a sala de estar." -Conclui, analisando uma mesa pequena no cetro e ao redor vários sofás cor de vinho.

-Como encontrou o caminho? -Ele questionou, abrindo caminho por meu lado para pendurar o casaco em um cabide na parede da direita. 

-O jardineiro, Rick, acho, me ajudou. -Eu disse, tentando aparentar descaso. 

-Rick? Quer dizer John? -Ele se virou para me encarar.

-Não. Quero dizer Rick. -Eu bufei.

-O jardineiro se chama John. -Ele ergueu as sobrancelhas. -Os amigos dele até o chamam de J., por isso me lembro bem. -Ele concluiu. 

-O nome dele é John Richard. -Uma voz feminina surgiu atrás de mim. Era Andie.

-Que seja. -Murmurei, confusa. -Por quê ele estava aqui até agora?

-Acha que esse jardim não dá trabalho? -Ela riu.

Eu à lancei um olhar frustrado ( Quem a havia chamado, afinal?), mas ela não percebeu. Estava ocupada demais, aparentemente flertando com meu pai. Bem na minha frente.

Foi aí que as ânsias de vômito entraram na minha vida.


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