Ela tem rosas tatuadas em suas costas, tem aroma de nicotina impregnado no casaco de couro preto, possui cabelos da cor do Sol longos e levemente ondulados. Não liga para o que pensam dela, ela acaba por viver em seu mundinho. Gosta de loucuras e consequências. Álcool é seu verdadeiro amor e companheiro, ela não se permite amar ninguém. Seu toque causa destruição, ela termina por criar seu próprio abismo. Ela não tem liberdade, seus pensamentos causam a sua prisão. Ela às vezes canta sua solidão, mesmo sabendo que ninguém pode ouvi-la. Felicidade é uma palavra que muito raramente aparece em seu dicionário. Se era ri de algo, foi porque aquilo a deprimiu em um passado não tão distante. Seu olhar azul da cor de um céu nublado transmite muito mais sentimentos do que suas meras e poucas palavras, ela quase não fala. Deita-se na cama às 5 da manhã, encolhe-se debaixo do edredom quente, entretanto não consegue fechar os olhos, pesadelos reais a deixam acordada. O café puro, a nicotina e a bebida alcoólica são vícios que ela não consegue largar. Jonathan, seu único amigo além de criticar seus vícios, escreve cartas e mensagens divertidas tentando ser engraçado , porém nenhuma jamais a conseguiu fazer rir. A dor é seu parasita, habita seu corpo, intensifica a sua tristeza. Garota quebrada, garota triste, perdida, ela tem vários codinomes, mas nenhum chegou a descrever o que ela era realmente. Sua identidade por fim desapareceu, os únicos restos que sobraram foram as lágrimas que deixou escorrer. Você pode pensar que lágrimas não duram para sempre, elas somem, porém lágrimas de um anjo nunca serão esquecidas, ainda mais as de um anjo triste.