Enterro Prematuro escrita por Jose Rodrigo
Notas iniciais do capítulo
medo e dor.
A pobre Laura gritava atormentada com aquelas imagens destorcidas de si mesma ,caída sobre um chão frio e úmido ,sua alma clamava pela misericórdia de uma sanidade que lhe dava as costas .
A madrugada seguia seu curso lentamente,as forças lhe faltavam ,a sua frágil voz havia lhe abandonado.os lagartos do dia agora eram enormes dragões que se alimentavam de almas ,quando ela ousava olhar pela janela ,um espantalho lhe observava atentamente absorvendo toda a sua coragem.
Laura era uma menina fria e melancólica ,suas vestes negras só refletia sua alma fria e sem vida.Laura passava dias em seu quarto desenhando fantasmas,demônios e anjos amaldiçoados .
Laura costumava selar as portas de seu mundo com uma certa freqüência ,mais sempre mantendo uma fresta para a realidade , em seu mundo existia apenas dor,a dor, era a força principal que o movia , mais isso não era uma coisa ruim,mais sim a capa que a protegia da dor mortal.
Os monstros que ela criava estavam ganhando força cada dia mais,seus sonhos foram se difundindo com a realidade e se misturando com os pesadelos ,o resultado eram os piores ,anjos com asas de morcego, fadas com sede de sangue,serpentes em chamas.
Então Laura passou a cavar covas em seu quintal para enterrá-los , sonhos defeituosos só causam problemas,em meio de tantas covas Laura cavou a sua pois acreditava que sob a proteção das sombras os anjos não poderiam tacá-la,a cova de Laura funcionava como sua “fortaleza de solidão”,pois era lá que ela se escondia com sentia medo,seu refugio do mundo dos humanos.
Um certo dia Laura estava comendo uma maçã e cortou seu dedo em uma faca se deu conta que sangrava ,que sentia dor física , que estava exposta a morte, que a imortalidade não lhe foi ofertada, isso a fez surtar enlouquecer consideradamente com tal pensamento,até aquele momento a morte nunca havia sido um pensamento que ele costumava considerar ,ela acreditava que sua alma a sua percepção superior aos dos seres comuns , a deixava isenta da morte .
Aquele pensamento a atormentava dia após dia e deixava seus sonhos desorientados ,sem controle algum e expostos a qualquer força externa ,presa em seu quarto sozinha em casa , as vozes se confundiam com seus pensamentos , as paredes vibravam , o chão estava prestes a engoli-la , as sombras erguiam –se das paredes e do chã tentando alcançá-la,Laura tentava sair do quarto desesperadamente mais seus esforços eram em vão .
A pobre Laura caio fraca e ofegante no sórdido chão , que ria de sua agonia , dragões entravam pela janela e as luzes tentavam queimá-la,seu sangue que inexplicavelmente se soltava de seu corpo, se misturava com a tinta azul da parede que derretia e tentava engoli-la..
Com um esforço inacreditável Laura conseguiu se soltar do chão devorador, e correu pelo corredor que se espremia tentando impedi-la ,haviam cobras nas escadas que ameaçavam derrubá-la a qualquer momento.
Ofegante e quase sem forças por baixo de uma chuva que caia com tamanha força,ela conseguiu chegar ate seu tumulo que ela havia cavado para se proteger dos anjos,com tamanho medo e desespero suas mãos percorriam ferosmente a terra molhada para cobrir seu corpo, mais que infelicidade a cova estava funda de mais a chuva fazia a terra pesar mil vezes mais pesado que de costume , seu corpo estava sendo tragado pela lama , que estava levando seu corpo cada vez mais pro fundo da cova que ela mesma havia cavado.
Aos poucos sua vida foi se diluindo,enquanto encarava sua mais nova amiga ela declamava “o corvo’’ de Edgar Allan Poe pensava em seu enterro prematuro,e na ironia de perder sua vida da mesma forma que enterrava seus mais insanos sonhos.
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coitadinha