POV Elena

– Você fez o que? – Bonnie me olhava estupefata.

– Ora, eu disse a ele o que eu estava sentindo. A função dele não é ouvir o que eu estou sentindo e me ajudar a me dar com esses sentimentos? – Sorri sarcasticamente para Bonnie, enquanto contava a minha investida em Stefan Salvatore.

– Seria, desde que os SEUS sentimentos não estivessem envolvidos por ele. E se ele resolver não ser mais seu psicólogo?

– Duvido muito, Bonnie. Eu vi que eu mexo com ele também.

– Meu Deus, o que fizeram com minha amiga? Te deram uma dose de alto confiança e ousadia no hospital, foi?

– Cale a boca, Bonnie! – Arremessei um travesseiro na direção dela, que estava escolhendo uma roupa para eu poder ir para a faculdade. – Eu só estou tentando tocar minha vida e deixar o luto. Stefan me faz bem e eu acho que estou apaixonada por ele, então nada mais do que justo eu lutar pelo cara que eu quero, não acha?

– Claro amiga, e eu te dou todo apoio, você sabe disso. Agora, senhorita, se apresse em vestir essa roupa. Estamos atrasadas para a aula do Alaric.

Bonnie havia escolhido um vestido leve e soltinho para mim, junto com uma sapatilha e logo eu já estava vestida e já estávamos a caminho da faculdade.

– Você tem certeza que está preparada para isso? – Bonnie me questionava com um sorriso de apoio em seu rosto.

– Tenho, Bon. Eu preciso recomeçar minha vida. Meus pais e Kath não ficariam felizes em saber que eu parei minha vida dessa maneira. Tenho que seguir em frente. – Dei um suspiro pesado e parei observando a entrada da faculdade. – Vamos?

– Vamos. – Bonnie me deu seu braço, enquanto íamos em direção da secretária pegar meu horário de aula.

Quando estávamos perto da cantina, alguém tropeçou perto de nós, se apoiando em mim para não cair.

– Oh meu Deus, me perdoe! Eu sou muito desastrada e estou nervosa e perdida também. – a moça loira sorriu, enquanto se aprumava e arrumava o cabelo. – Hey, meu nome é Caroline. Caroline Forbes. – disse estendendo a mão.

Estendi a mão para cumprimenta-la. Ela era loira e pálida, mas tinha um belo rosado natural em suas bochechas. Seus olhos eram de um azul claro lindo e ela se vestia muito bem. Parecia uma "mini-barbie-desajeitada", e também ser uma pessoa simpática e até legal.

– Elena. Elena Gilbert e essa é minha amiga Bonnie Bennet – levei a mão para o lado de Bonnie, a indicando a Caroline.

– Prazer em conhecê-la, Bonnie. – A loira sorria.

– O prazer é meu, Caroline! – Bonnie sorria também.

– Então, vocês poderiam me dar uma ajudinha? Eu estou começando aqui hoje e não sei onde fica a secretária.

– Estamos indo para lá, se quiser nos acompanhar... – Eu respondi.

– Sério? Nossa, muito obrigada. Esse campus é muito grande e um perigo para novatos como eu.

Rimos todas juntas. Caroline apesar de aparentar ser patricinha, tinha um bom senso de humor, e automaticamente gostei dela. Bonnie parecia compartilhar de minha opinião também.

– E qual curso você faz, Caroline? – Perguntei enquanto caminhávamos em direção a secretária.

– Publicidade e propaganda, estou no 6º período, e vocês?

– Seremos colegas de turma então! Estamos no mesmo período do mesmo curso. – Bonnie respondeu.

– Sério? – Um sorriso grande se abriu no rosto da mini-Barbie – Graças a Deus, pelo menos já conheço duas pessoas da minha turma. Tudo bem se eu me sentar perto de vocês durante as aulas?

– Claro! Tranquilo! Venha, vamos pegar nossos horários.

Peguei a mão de Caroline tentando deixa-la confortável. Eu já havia passado por aquela situação de ser “a novata” da escola, quando tive de mudar de escola no ensino médio, então eu a entendia muito bem.

Durante o caminho, eu e Bonnie aproveitamos para conhecê-la melhor. Descobrimos que ela tinha vindo de Nova York e que morava com um parente, pois seus pais viviam viajando pelo mundo. Ela havia terminado o namoro por lá, mas pelo seu tom de voz, percebi que ela ainda gostava do cara. Apesar de gostar muito de moda, ela tinha optado por fazer publicidade por causa de sua mente criativa e ansiosa. Disse que gostava de fazer amigos, apesar de ter poucos, mas que valorizava cada um deles. Era realmente uma pessoa fácil de conviver e se lhe dar. Entre um assunto e outro, ela dizia coisas engraçadas e sem sentido que fazia eu e Bonnie dar boas gargalhadas. Sim, eu ia gostar de ter Caroline como amiga e acho que Bonnie também.

Chegamos em frente à sala de Alaric, e me deparei com quem menos queria.

– Mas olha quem está de volta, se não é a louca, suicida e idiota da Gilbert, a retardada da Bennet e uma novata que provavelmente não sabe com quem está andando! – Rebekah estava na porta da sala impedindo nossa entrada.

Olhei severamente aquele lixo de pessoa, de cima a baixo. Aquele anão de jardim não iria mais infernizar a minha vida.

– Você pode fazer o favor de sair da porta e nos deixar passar? – eu disse com um sorrisinho sarcástico.

– Não, estou bem aqui. Primeiro eu quero infernizar vocês. – Rebekah me respondeu com um olhar desafiador.

– Escute aqui ô sem noção... – Bonnie tinha começado a falar e andar na direção de Rebekah, mas eu a segurei e interrompi.

– Não, não, Bonnie. Não perca seu tempo, nem saliva com esse tipinho insosso e nojento de gente. Venha, vamos arranjar um lugar para Caroline. – Segurei a mão de Bonnie e de Caroline, enquanto as puxava sala dentro, empurrando Rebekah no caminho.

Ela não se deu por vencida e veio atrás de nós.

– Presta bem atenção no que eu vou te falar, Gilbert – Rebekah me olhava enfurecida – a próxima vez que você me der um empurrão, eu não vou ter dó de você.

– Preste bem atenção VOCÊ, Mikaelson. – me virei soltando as mãos das meninas, para poder ficar de frente para ela. – Eu não sou um brinquedo seu para você manipular, humilhar e fazer o que quiser com ele, e se de agora em diante você não quiser arranjar encrenca, acho bom você deixar eu e minhas amigas em paz. Não ouse se aproximar de nós, não ouse se dirigir a nós, ou as coisas ficarão feias para o seu lado.

Um silêncio tomou conta da sala, enquanto todos olhavam para nós e Rebekah passava de branca para vermelha. Ela estava enfurecida. Assim que ela deu um passo em minha direção, a voz de Alaric surgiu na sala, a fazendo parar.

– Hei, hei, hei! O que está acontecendo aqui? – Ele se enfiou no meio de nós duas nos observando.

– Nada não, Alaric. Eu e Rebekah só estávamos acertando algumas coisas. – Disse sorrindo cinicamente, enquanto me virava e me sentava em meu lugar.

– Era só isso mesmo? – Ele questionou novamente.

– Era sim, Saltzman. Só um acerto de contas. – Rebekah respondeu me fuzilando com os olhos.

– Acho bom mesmo. – Alaric disse. – Como vai Elena? Sente-se melhor?

– Muito melhor, professor, só tomando cuidado com os pontos, mas fora isso, está tudo nos conformes. Senti falta da faculdade e de sua aula de história!

Alaric Saltzman apesar de novo, era o nosso professor de história e de pintura nas atividades extracurriculares. Ele era o professor com quem eu mais me dava bem, e tínhamos uma saudável amizade desde quando eu tinha entrado na faculdade.

– Fico feliz em saber, Gilbert, mas saiba que você perdeu muito conteúdo e que vai precisar correr atrás se quiser passar comigo nesse semestre. – Ele sorria para mim enquanto falava.

– Tenho total noção disso professor, mas tenho certeza de que a minha amiga Bonnie aqui vai me ajudar, não é? – Me virei olhando para o lado onde Bonnie estava sentada.

– Claro! – Bonnie sorria timidamente. – Tudo para que Elena não fique para trás. – Ela riu abertamente, enquanto os outros da turma riam baixinho.

– E você ai atrás? – Alaric perguntou para Caroline que estava sentada atrás de mim. – É novata, certo?

Várias cabeças viraram em direção a Caroline.

– Sim, sim. Meu nome é Caroline Fobes e eu vim de Nova York. – Ela respondeu.

– Ah, Nova York! Tenho belas lembranças de lá. – Saltzman disse em um tom sonhador. – Bem, seja muito bem-vinda a Mystic Falls, espero que goste de nossa cidade e faculdade. – Falou por fim sorrindo. – Vamos dar inicio a nossa aula então?

***

As aulas passaram rápidas e quando eu menos esperei, já estávamos nos encaminhando para a última do dia. Caroline continuou comigo e com Bonnie, e dessa vez foi a vez dela fazer um questionário sobre nós duas para nos conhecer. Ela perguntou sobre nossos pais, ficando um pouco sem graça depois de eu contar que era órfã. Perguntou sobre namorados, nossos planos futuros e várias outras coisas, por fim, perguntando sobre o pequeno incidente que havia ocorrido mais cedo entre eu e Rebekah. Contei a história a ela desde o inicio, e ela ficou horrorizada, e como ela mesma disse “enojada” com o anão de jardim que Rebekah era. Disse a ela que eu e Bonnie não éramos muito queridas nem populares na faculdade e se ela não quisesse ser rejeitada logo no inicio, era bom não ser vista conosco, mas para minha surpresa, ela revelou que não se importava com isso, e se nós a aceitamos de primeira, ela também nos aceitaria com fama ou não. Ela era realmente uma pessoa muito boa e muito amiga.

Nossa aula já tinha acabado e eu, Bonnie e Caroline já estávamos indo embora, quando uma voz conhecida gritou meu nome na porta da faculdade. Virei-me para ver quem era.

Ah não...

– Elena, eu fiquei sabendo que você tinha voltado! Como você está? A gente pode conversar? – Matt me fitava com aqueles olhos azuis após ter nos alcançado.

– Oi Matt. Eu estou melhor, obrigado. – Disse secamente, me arrependendo ao ver sua expressão triste e de quem se desculpava.

Eu poderia culpar Matt por ter escolhido Rebekah como namorada, mais não poderia culpa-lo por seus atos de louca. E no final, eu ainda o amava muito como amigo.

– Olha Matt, precisamos sim conversar, mas é melhor não ser aqui. Você sabe como sua namorada é, e...

E como se tivesse sido convocada, Rebekah apareceu atrás dele.

– Ora, ora, Vadia Gilbert, mal voltou para a faculdade e já recomeçou a dar em cima do meu namorado de novo? Temos certas contas para acertar.

Revirei meus olhos.

E lá íamos nós ao segundo round daquele dia.