Sweet Like Cake. escrita por Porcelain


Capítulo 2
1x02.


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito? KKKKKKKKKKKKKK Espero que não xDEsse capítulo ficou um pouco grandinho, mas eu adorei ele! Acho que tem umas coisinhas engraçadas e bastantes metáforas legais, provavelmente vocês vão gostar. Agora que tal vocês lerem a continuação da -nem tão fabulosa- nova vida do Kurt Hummel em Lima?



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Cheguei no McKinley atrasado, tentando andar o mais rápido que aquelas botas brancas e meus pés doloridos permitiam. Meu corpo é mesmo um preguiçoso. Só por que eu finalmente consegui entrar em um sonho profundo sem sonhos – sejam eles terríveis ou não, não significava que precisava praticamente entrar em coma!

Eu andava pelos corredores o mais rápido que podia, vendo se daria tempo de chegar na segunda aula. E então assim que os sinais bateram, os corredores do McKinley se tornaram um formigueiro humano. Tentei andar por entre as pessoas sem esbarrar em ninguém, pena que este pensamento sumiu da minha mente assim que esbarrei em uma garota e nós dois caímos derrubando todos os nossos livros no chão.

“Ei! Por que você não olha por onde anda?!” – A garota disse, passando a mão na cabeça por onde eu provavelmente havia atingido.

“Foi sem querer, desculpa! E... Nossa, amei a sua boina.” – Comentei de modo inconsciente. A garota loira de olhos um pouco grandes riu, pegando seus livros e se levantando.

“É, eu também gostei dessas suas roupas. Você é bem estiloso.” – Ela comentou. – “Ah, sou Sophie Rivera, mas pode me chamar de Sophie”.

“Obrigado, são todas de grife.” – Sorri tentando não parecer esnobe com o comentário. – “Seu cabelo é lindo, Sophie. E seus olhos também, por maiores que eles sejam.” – Ri, torcendo logo depois para que a garota não me socasse. – “E eu sou Kurt Hummel, mas pode me chamar só de Kurt”.

“Ei, meus olhos não são grandes!” – A loira disse, um pouco irritada. – “E obrigada, Kurt. Qual é a sua aula agora?”.

“Francês, e a sua?”

“A minha também!” – Ela riu. – “Então vamos juntos, antes que você acabe esbarrando em outra pessoa também”.

Então Sophie pegou meu braço e me guiou até a sala onde teríamos a aula de francês. Eu olhava para todos os lados, claro, com medo de levar outra slushie de surpresa. Nos sentamos um ao lado do outro. Eu estava nervoso como sempre, não sabia o que esperar de um novo dia de aula. Pude avistar a cheerio que havia jogado uma slushie no meu rosto no dia anterior, ela sentava ao lado de uma garota loira de cabelos curtos com uma tiara vermelha, que também usava um uniforme de cheerio.

Eu não estava conseguindo me concentrar na aula, tudo o que a Srª Willy falava pareciam pequenos sussurros dentro da minha mente bagunçada com tantas vozes que se misturavam. Rachel discutia os motivos de ser uma estrela para uma garota qualquer, que implorava por um pouco de silêncio. Sophie desenhava o Bob Esponja com uma setinha que ligava o nome “Srª Willy” ao mesmo.

E então, no meio de tantos devaneios desnecessários, lembrei do que Arthur me dissera ontem. Aquilo sobre ser o “maioral” significava o quê mesmo? Arranquei silenciosamente uma folha do meu caderno, e, com uma caneta azul, comecei a escrever na mesma e a amassei em uma bolinha de papel, jogando em Sophie discretamente.

Antes que a loira se levantasse falando “quem foi o filho da puta que jogou isso em mim?” acenei para que ela soubesse que tinha sido eu. Sophie olhou pra mim com um suspiro e abriu a folha, lendo-a e logo após começou a escrever com sua letra preguiçosa com uma caneta rosa qualquer.

Continuamos com essa conversa silenciosa pelo papel até o sinal tocar.

“Quer mesmo ser cheerio?” – Perguntei pra garota, assim que saímos da sala. Sophie estava com um sorriso empolgado no rosto, enquanto eu tentava disfarçar meu nervosismo parecendo simpático.

“Claro que sim! Podemos ficar dançando com uniformes sexys e ainda vamos ter o respeito de outras pessoas!” – Sophie parou em frente ao seu armário, abrindo-o e tirando alguns livros dali. Reparei que dentro do seu armário bagunçado existiam fotos de um garoto loiro, provavelmente o namorado dela.

“Já vou avisando logo que não sei dançar direito, e provavelmente não vou ficar nada sexy usando um uniforme de cheerio.”

“Também não sei dançar, mas a gente pega o jeito! E, vamos Hummel, sua bunda é super sexy. Nem vão reparar na dança quando você aparecer remexendo ela dentro daquele uniforme justo.” – A loira não pode deixar de dar uma risada, enquanto eu olhava pra ela com o rosto ruborizado.

“Sério que minha bunda está tão sexy assim?” – Toquei discretamente a mesma, apalpando-a por cima da calça e tentando não sentir cócegas. – “Bom, já que você diz, fico mais aliviado”.

“Vai ficar tudo bem, e agora que é o intervalo podemos falar com a Charlie pra fazermos nossa audição!”

“Charlie? Quem é esse? O treinador das cheerios?” – Perguntei, um pouco confuso. Sophie gargalhou.

“É, quase isso”. – E então a garota me puxou em direção à quadra, onde tudo o que se conseguia ver eram um grupo de cheerios com corpos perfeitos correndo enquanto balançavam aquele uniforme vermelho e curto. Merda, eu não conseguiria ser tão sexy naturalmente nem se colocasse uma máscara do Taylor Lautner.

“CORRAM MAIS RÁPIDO! ACHAM ISSO DIFÍCIL? TENTEM SUBSTITUIR SUE SYLVESTER, TRABALHAR POR MEIO PERÍODO, TER UMA IRMÃ GRÁVIDA E REVOLTADA E AINDA POR CIMA TIRAR NOTAS BOAS!” – A garota de cabelos curtos com a tiara vermelha de tempos atrás gritava com um megafone que fazia um barulho ensurdecedor. Sophie se aproximou da mesma com um sorriso simpático. – “Ah, oi Sophie! Veio assistir as cheerios sofrendo na minha mão?”

Não pude deixar de notar o sorriso sádico nos lábios da loira.

“Eu vim fazer audição pras cheerios, com o Kurt.” – E então Sophie me puxou bruscamente para o seu lado. Sorri tentando parecer simpático, porém acho que dei a impressão de que estava parecendo um garoto esnobe.

“Não sei se aceitam cheerios homens, até por que seria muito constrangedor eu correr por aí usando uma saia curtíssima, sem falar que não sou tão sexy e não sei dançar tão bem, mas...”

“Calado, Hummel”. – Sophie tampou minha boca. Charlie começou a andar ao meu redor, como se fosse um leão prestes à dar o bote em sua presa fraca.

“Não precisa saber dançar. Com uma bunda dessas, você compensa”. – A loira riu.

“Viu? Não falei?” – Sophie sussurrou, cutucando minha barriga. Soltei um suspiro de alívio, seguido de um sorriso mais natural e não tão forçado como antes.

“Nós vamos dar o nosso melhor, Charlie! Quer dizer, pelo menos eu, a Sophie ainda não se recuperou totalmente do tédio na aula de francês.” – Olhei para a garota ao meu lado, que tentava despertar de seu sono passando a mão no rosto. Charlie riu, virando-se para as cheerios e posicionando o megafone de frente para sua boca.

“DESCANSO DE 5 MINUTOS. E QUANDO VOLTAREM QUERO VER MAIS BUNDAS E MENOS MOLEZA!” – Ela gritou. Todas as cheerios imediatamente pararam de correr, caindo no gramado e se arrastando até o vestiário como se fossem zumbis. A garota latina que me deu as boas-vindas jogando uma slushie no meu rosto não se segurou em cantarolar “Aleluia” antes de entrar no vestiário.

“Então, me mostrem o que podem fazer.” – Charlie sorriu maliciosamente. Sophie respirou fundo e então escolheu uma música em seu celular, colocando-o no chão com cuidado. Logo a música “Fergalicious” começou a tocar em um volume consideravelmente alto. Enquanto Sophie improvisava na dança do robô, eu tentava parecer sexy com a dança do ombrinho. Quando o refrão se aproximou, Sophie e eu entramos em uma coreografia sincronizada que combinamos de última hora – e isso era notável por causa das constantes vezes em que eu saía do ritmo.

E assim continuamos até a música acabar, tendo como resultado uma Sophie ofegante com cabelos bagunçados e um Kurt Hummel consideravelmente morto.

“Espero que eu não tenha te traumatizado”. – Suspirei. – “Fizemos tudo no improviso, não deve ter sido tão ruim assim!”.

“Vocês foram ótimos!” – Charlie riu. – “Estão dentro. Claro que vou ter um pouco de trabalho por serem lerdos demais, mas acho que vale a pena. Por isso se esforcem, não costumo dar moleza pra novatos”.

E então um sorriso enorme cresceu nos lábios de Sophie e nos meus. Me virei para a garota, a abraçando com força.

“Ei, eu não ficaria tão feliz se fosse vocês. Daqui a alguns dias vocês vão chorar de tensões musculares iguais àquelas coitadas dali”. – Charlie apontou em um tom de desaprovação para duas cheerios que choravam sentadas em um banco, massageando suas pernas. Senti um arrepio percorrer meu corpo, mas tentei impedir que Charlie percebesse isso continuando a sorrir.

“Charlie, você vai estar muito ocupada depois do Glee Club?” – Sophie perguntou, ainda se recuperando da coreografia.

“Não... Eu pretendia organizar algumas coisas do Clube de Teatro, mas posso deixar isso pra mais tarde.” – Ela sorriu, e meus olhos se iluminaram no mesmo instante em que escutei as palavras “Clube” e “Teatro”.

“Ah, é que eu e o Kurt planejávamos ir no Breadstix, aí você pode vir com a gente!” – A loira sorriu simpaticamente.

“Brad Pitt? Aqui tem um lugar chamado Brad Pitt?” – Perguntei, confuso. Charlie não conseguiu segurar a risada e gargalhou como louca.

“Breadstix, Kurt. É um restaurante de comida italiana, mas que tem várias besteiras que adolescentes carentes e necessitados como nós comemos também.” – Sophie explicou, dando de ombros. – “Sempre vamos pra lá quando não temos nada pra fazer, mas é claro que agora que estamos nas cheerios vamos precisar maneirar na massa...”.

“Acho que vocês não precisam de uma dieta ainda, um pouco de bolo de chocolate ia fazer bem pra bunda de vocês.” – Charlie disse, com uma risada.

“Bolo de chocolate, acho esse um assunto melhor do que tensão musculares.” – Lambi os lábios ao imaginar toda aquela calda cremosa escorrer lentamente pela massa macia coberta de granulado. Charlie olhou para seu relógio, e, sem aviso prévio, gritou no megafone quase que matando eu e Sophie acidentalmente.

“DESOCUPADAS, EU FALEI CINCO MINUTOS! POR ACASO PRECISO AVISAR QUANDO O TEMPO PASSAR TAMBÉM OU VOCÊS NÃO TÊM RELÓGIO?” – Ela gritou ferozmente, e logo após o formigueiro de cheerios começou a popular toda a quadra.

“Acho que engoli um dente.” – Sophie sussurrou, enquanto eu olhava pasmo para o fundo do megafone, que ainda estava apontado para nós.

“Preciso ir agora, até mais!” – Charlie acenou, voltando para o lugar em que estava. Eu e Sophie fizemos o possível pra sair dali o quanto antes.

As outras aulas passaram arrastadas como as cheerios depois de um treino. Recolhi meus cadernos de cima da mesa e me levantei, saindo da sala logo após. O tempo seguinte era dedicado à atividades extracurriculares, ou seja, clubes. Minha vontade era de conversar com Charlie sobre o Clube de Teatro, mas eu estava preocupado de que ela ainda estava com aquela arma conhecida como megafone e então abandonei a ideia.

Atravessei os corredores vazio preguiçosamente à procura do meu armário para guardar os livros, quando vi uma pequena Rachel Berry correr apressadamente com várias partituras nos braços. E então, o que uma pessoa normal faria depois disso? Não sei, como não sou normal resolvi apenas segui-la.

Rachel entrou em uma sala rapidamente, se desculpando pelo atraso. Fiquei recostado à porta tentando desvendar que tipo de clube era aquele, tomando cuidado para que não me vissem. Será que isso tinha algo a ver com o “Glee Club” que a Sophie mencionou quando convidou a Sophie pra ir no Brad Pitt? Digo, Breadstix.

“Também vai fazer a audição, Kal El?” – Uma voz subitamente soou atrás de mim, me dando um leve susto. Apesar pelo apelido, já dava para saber que era Zach. Me virei, notando a presença de uma garota de longos cabelos castanhos ondulados e lindos olhos castanhos claros que estava com o garoto.

“Olá, Zach.” – Sorri simpaticamente. – “E, audição? Na verdade eu só queria saber o que a Rachel veio fazer nessa sala, já que sou um desocupado.”

“Esse é o Glee Club, o clube do coral. É bem legal pra pessoas que cantam bem. Ah, essa aqui é a Victoria, minha namorada.” – A garota ao seu lado sorriu timidamente.

“Prazer, Kurt Hummel”. – Apertei gentilmente a mão da garota.

“Victoria Memberg, e o prazer é meu Kurt!”. – Ela riu. Novamente mais uma pessoa para a lista dos que não notaram minhas mãos macias como bumbum de bebê...

“Vocês vão fazer uma audição pro Glee Club?” – Perguntei, e então Victoria assentiu.

“Sim, por que você não vem com a gente?” – Ela sugeriu simpaticamente. Era uma ideia tentadora, mas a ideia dos garotos dali rindo da minha voz de garota me amedrontava.

“É, Kurt! Sua voz é Super, deve cantar Super bem”. – Zach sorriu, tentando me convencer. Olhei de relance novamente o interior da sala. Tantas pessoas diferentes, uma Rachel Berry falando descontroladamente na frente, cheerios – incluindo a Charlie – espalhadas pela sala, Sophie tentando permanecer acordada, Arthur beijando uma das cheerios no fundo da sala, Finn Hudson aparentemente flertando com Rachel sem sucesso... Não faria diferença um garoto gay no meio deles, certo?

“Am... Ok, mas só por que vocês pediram.” – Voltei a fitar os dois, ainda um pouco inseguro. – “Por que não vão na frente pra me mostrar como se faz?”

“Por mim tudo bem.” – Victoria sorriu e entrou subitamente de mãos dadas com Zach, que aproveitou o impulso e me puxou pelo pulso com cuidado. Era isso, eu estava dentro da sala com vários olhares curiosos pairando sobre mim.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se acharem algum erro me avisem pra eu corrigir o quanto antes, eu revisei algumas vezes e não achei... Mas, enfim, estão gostando da história? *-* Unholy Fortinity está próximo, e Zart mais próximo ainda. Mereço reviews?



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