Sweet Like Cake. escrita por Porcelain


Capítulo 13
1x13.


Notas iniciais do capítulo

Ok, dessa vez eu demorei mesmo. Mas eu tô de volta!! *chuva de confetes*
Eu adorei esse capítulo, e eu queria agradecer à AnnieLopez por ter betado ele (se bem que ela deve adorar ser a primeira a ler os capítulos).
Espero que gostem desse capítulo! E agora vamos às músicas:
Fancy — Iggy Azalea ft. Charli XCX, cantada por Charlie, Santana, Kurt e Sophie.
Lego House — Ed Sheeran, cantada por Chelsey.
Boa leitura.



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E, antes que eu pudesse dar uma resposta, Charlie gritou “Aceita! Aceita!” e de repente todos do Breadstix a seguiam. Emily ergueu um cartaz escrito “CAMPANHA, ACEITA KURT”, que me fez dar uma risada. Mordi o lábio novamente após me virar para o rapaz, ainda ajoelhado à minha frente. Meu coração batia tão rápido que chegava a doer, mas eu não me importava. Minha felicidade conseguia ser maior do que qualquer outro incômodo. Com um movimento rápido, puxei Zach fazendo-o ficar de pé. Olhei-o nos olhos, aproveitando cada segundo de sua ânsia por uma resposta.

— Mas é claro que eu aceito! – Falei com um sorriso largo e, com um movimento impensado, passei os braços ao redor do pescoço dele. E o beijei. Os gritos e aplausos explodiram das pessoas presentes, mas eu não dei muita atenção. Estava ocupado demais aproveitando os lábios macios de Zach. Aproveitando sua boca quente. Aproveitando meu primeiro beijo.

Não era nada como eu havia imaginado. Primeiro porque eu imaginava que daria meu primeiro beijo em um jardim ao pôr do sol com o Chris Evans após ele dizer que meus olhos eram lindos. Eu não estava nos braços do Capitão América, mas estava nos do Super Z, e eram muito melhores.

Sorri entre o beijo ao ouvir um grito de Santana, e então o finalizei com diversos selinhos. Olhei Zach nos olhos, e era incrível o quão bonito ele parecia de perto. – Eu te amo, Super Z.

— Eu também te amo, Kal El.

— ISSO! FINALMENTE! – Emily gritou ao jogar os cartazes no ar e então prensou Charlie no balcão ao roubar um beijo selvagem e ardente da mesma.

Zach segurou minha mão e a ergueu no ar, como se estivesse exibindo o ganhador de alguma luta.

— Agora Zart é oficial. E já temos quatro madrinhas pro nosso super futuro casamento onde eu vou mandar fazer um terno do Superman. – Ele disse, olhando para mim enquanto todos gritavam e aplaudiam.

— Será um Super-Terno. – Dei uma risada alta e roubei mais um selinho do rapaz.

Descemos do palco e nos dirigimos até uma mesa, onde todos já haviam se sentado.

— Zach! Vai colocar a sementinha no Kurt? – Charlie perguntou com um sorriso malicioso, fazendo meu rosto voltar a corar.

Zach coçou a cabeça, confuso, enquanto pensava.

— Mas, Charlie, como eu vou colocar a sementinha no Kurt se ele não tem a casa do bebê dentro dele?

— Vocês podiam adotar! E chamar de Rachel! – Rachel falou com uma grande empolgação.

— Acho que ainda está muito cedo pra decidir isso, não? – Perguntei com o cenho franzido, dando uma risada baixa. – Eu quero adotar. Existem muitas crianças precisando de uma família lá fora, então pra quê fazer mais uma?

— Está falando como se pudesse engravidar. – Santana arqueou uma sobrancelha.

— Rachel Elizabeth Hummel Cooper. Ficou Super. – Zach disse com um sorriso.

— Eca. Chame de Eliza e a minha será Beth. – Charlie falou.

— Espera. Você está grávida? – Perguntei com os olhos arregalados encarando a loira.

— Sou estéril e lésbica, animal. – Charlie resmungou. – Mas a Quinn, minha irmã gêmea que por acaso não chega aos meus pés, está, e vai colocar o bebê em adoção. E é claro que eu e a Emily iremos adotá-la.

— Bom, pelo menos vocês já têm os padrinhos. – Sorri e olhei para Zach em seguida. – Aliás, Zach, você ainda está gripado. Que bom que ainda tem sopa em casa!

— Detesto sopa. – Ele resmungou do mesmo jeito que Charlie, quase me convencendo de que eram realmente mãe e filho.

— Mas vai tomar, para o seu próprio bem. E, depois, quem sabe, você possa comer bolo...

— Por favor, Kurt. Você sabe que ele quer comer outra coisa. – Santana sorriu enquanto passava a mão em seus cabelos.

Meu rosto voltou a corar imediatamente, enquanto Zach parecia não ter entendido o sentido em que ela falara.

— Falando assim, até parece que você é a mãe dele, e não o namorado. – Sophie assentiu com a cabeça e deu uma risada.

— Super! Tenho quatro mães e vários bolos. – Zach falou com um sorriso.

— E uma sopa. – O lembrei.

Ele suspirou e concordou com a cabeça.

— E uma sopa.

´

Depois de praticamente obrigar Zach a tomar a tal sopa, não demorou muito para subirmos até meu quarto, às cegas, enquanto nos beijávamos o mais silenciosamente possível. Arthur não estava em casa, mais uma vez, já que provavelmente sentia que a balada de Lima era mais hospitaleira do que eu e meu pai. Não queria pensar que ele estivesse afogando as mágoas em bebidas, e muito menos que estivesse traindo Santana com alguma vadia loira qualquer. De qualquer forma, Arthur sempre fora imprevisível. Era difícil imaginar o que ele estava pensando, e as minhas maiores hipóteses eram “sexo”, “futebol americano”, “sexo lésbico” e outras coisas que garotos costumam gostar nessa idade. Meu pai dormia em seu quarto, no andar de baixo, e este fora o principal motivo por eu e Zach não termos acendido todas as luzes quando chegamos do Breadstix.

Após muitos murmúrios baixinhos sobre tomar uma sopa que aumentaria a força do sistema imunológico de um super-herói em troca de um bolo de chocolate, finalmente nos sentimos livres para subirmos até meu quarto e aproveitarmos o resto da noite. As mãos de Zach desciam sobre meu corpo, parando firmemente em minha cintura enquanto eu pressionava as unhas contra suas costas por cima da camiseta. A este ponto já estávamos arfando, eu prensado contra a porta do meu quarto enquanto tentava encontrar a maçaneta no escuro.

— Espera. – Sussurrei contra os lábios do maior, me virando para a porta e por fim conseguindo a abrir. Puxei Zach para dentro e tranquei a porta logo em seguida, eliminando todas as possibilidades que tínhamos de sermos interrompidos por alguém.

Retiramos nossos sapatos de qualquer jeito e, no segundo seguinte, já estávamos deitados na cama. Arranquei a camiseta do corpo dele com urgência, puxando-o para mim como se fosse uma coisa de extrema necessidade. E, de fato, era. Eu estava na cama com meu primeiro namorado, e que até agora aparentava não ter defeito algum – além de sua teimosia no quesito de tomar sopas. É claro que eu estava desesperado para senti-lo cada vez mais. Não tive tempo de admirar o corpo de Zach; eu sabia que poderia fazer isso todos os dias daqui em diante.

Nunca odiei tanto o fato de usar roupas apertadas como naquele momento, a risada de Zach devido ao esforço que tinha de tirar a minha calça me fazendo corar imediatamente. E, ainda assim, ele continuava sexy.

— Ainda não sei como você consegue andar com essas calças, Kal El. – Ele sussurrou com uma voz rouca e grave, ainda mantendo o sorriso divertido nos lábios enquanto beijava meu pescoço. Pressionei minhas mãos contra as costas nuas e largas do rapaz, me contendo para não dar um gemido que soasse pornográfico aos seus ouvidos. – Sua pele é tão macia...

Zach mantinha-se com sua calça jeans e as meias, enquanto a única peça restante em meu corpo era a boxer preta que estava se tornando tão apertada quanto a calça que eu vestia anteriormente. O maior distribuía beijos e mordidas pelo meu pescoço conforme eu arranhava suas costas e arrancava suspiros de satisfação. Já sentia arrepios se espalharem pelo meu corpo e o som que prevalecia no quarto era o de nossas respirações ofegantes. Zach era incrivelmente quente.

Todo aquele contato corporal parecia o bastante para me enlouquecer, mas é claro que ele queria ir mais além. Zach retirou sua calça, afoito, enquanto mantinha seus olhos nos meus. Aquele olhar junto com o meio sorriso safado quase fora o suficiente para que eu tivesse um orgasmo bem ali, naquele exato momento. Foi uma sensação similar à primeira garfada de um pedaço de bolo de chocolate, só que muito mais gostosa.

Zach voltou a me beijar com urgência, sua língua invadindo minha boca sem pudor algum. Minha mão se enrolava nos fios de seus cabelos, enquanto a outra deslizava por suas costas e vez ou outra as arranhava. Apertei as pernas ao redor da cintura do maior, conforme ele se inclinava sobre mim e aprofundava o beijo. Zach mordeu meu lábio enquanto tentava retomar o seu fôlego, ofegando pesadamente, mas não demorou muito para que o beijo se prolongasse novamente. E nada nesse mundo se comparava aos beijos de Zach. Nem solos, nem bolos.

´

Acordei de manhã quando percebi que a claridade vinda da sacada era maior do que eu poderia suportar. Eu estava deitado sobre o peitoral de Zach, ambos embolados nos cobertores com cabelos igualmente bagunçados. Roupas estavam espalhadas pelo chão, e tive que conferir por baixo do edredom se ainda estávamos de cueca. E, para meu alívio, estávamos. Zach tinha uma marca de mordida em seu ombro, além de vários arranhõezinhos que se espalhavam por sua pele. Com aquela luz do sol sobre si, Zach parecia um anjo perfeito a ser pintado. Parecia tão sereno e tranquilo em seu sono que eu jamais me perdoaria na minha vida se o acordasse.

Depositei um beijo em seu rosto antes de me levantar. No segundo seguinte, ouvi a campainha tocar. Vesti a primeira camiseta que vi, coloquei o short do pijama e desci rapidamente para atender – é claro, tropeçando em um degrau da escada e tendo que pular de três em três para que não acabasse caindo ali mesmo. Olhei pelo olho mágico e lá estavam Sophie, Santana e Charlie. Abri a porta rapidamente e logo fui atingido por um olhar de desprezo vindo da latina assim que entraram.

— Meu Deus, como vocês são melosos. – Ela falou, revirando os olhos após olhar para a minha camiseta. Quando fui conferir, notei que era a de Superman que Zach estava vestindo. Isso fez meu rosto corar rapidamente.

— E essa marca roxa no seu pescoço? – Charlie perguntou com um sorriso malicioso. Assim como Santana, seus cabelos estavam soltos, diferente do costumeiro rabo-de-cavalo obrigatório nas Cheerios. – É, de fato o Zach é meu filho. Não perde tempo mesmo. Sua sorte é que tem muitos lenços coloridinhos no guarda-roupa.

— Kurt, hoje nós vamos ao shopping, lembra? Kenny também vai. Eu pediria pra você chamar o Zach e a Santana chamar o Arthur, se já não soubesse que eles terão treino de futebol hoje. – Sophie falou fazendo um biquinho enquanto me abraçava.

Santana olhou para as próprias unhas com desdém:

— O Arthur é um inútil.

— Mas são onze da manhã. – Falei olhando no relógio da parede, ainda sentindo sono. – Eu não comi nada ainda...

— Exatamente. É por isso que estamos com suéteres e cardigãs fofos ao invés de vestidos e botas de cano alto. – Charlie falou, jogando-se no sofá. – Hoje a reunião da Unholy Fortinity é aqui. Vamos assistir Sem Saída do Taylor Lautner, porque sei que vocês, héteras e gay, gostam dele. Eu só vou assistir mesmo por causa da Lily Collins, ela é uma linda.

— E também vamos tomar o café da manhã aqui, que por acaso você mesmo vai preparar. – Santana sorriu dando umas sacolas na minha mão. Revirei os olhos e assenti com a cabeça.

— Minha sorte é que meu pai já foi pra oficina. Se ele visse vocês aqui, iria achar que eu sou o líder de um harém de cheerleaders. – Falei enquanto me dirigia até a cozinha. Charlie virou-se no sofá para me ver, com o cenho franzido.

— Ainda não contou pra ele?

— Não. E pretendo não contar agora. – Falei enquanto separava os ingredientes para preparar um bolo. Na sacola de Santana havia um pacote de pão integral, presunto, mussarela e várias outras porcariazinhas que se podem comer em um café da manhã americano. – Tenho medo do que possa acontecer ao Zach.

— Mas seu pai adora ele, Porcelana. Aliás, mais do que você. – Santana afirmou assentindo com a cabeça, puxando uma cadeira e se sentando enquanto abria um pote de biscoitos que estava sobre o balcão. A latina vestia um cardigã azul claro, shorts e uma meia calça preta. – Deveria se preocupar com você mesmo primeiro.

— Eu vou ficar bem.

— Vai sim, porque nós vamos defender você de qualquer coisa. – Sophie falou com um sorriso. A loira estava deitada preguiçosamente sobre Charlie no sofá, enquanto ambas encaravam o filme pausado na TV. – Venham logo!

Santana estava se levantando para ir ao sofá, quando se deparou com a figura de Arthur descendo as escadas. O rapaz estava com os cabelos bagunçados, coçando os olhos enquanto bocejava. Sua roupa era basicamente um samba-canção azul e chinelos.

— Droga. Se soubesse que teríamos visita eu teria me vestido melhor. – Ele resmungou, se direcionando até a cozinha e pegando um pão da sacola. Me virei para ele assim que deixei a tigela com a massa de bolo sobre o balcão.

— Onde você estava ontem? Eu e o Zach ficamos preocupados!

— Desde quando a minha vida é da conta de vocês? – Ele puxou uma cadeira de frente para Santana e mordeu o pão, com sua expressão típica de desdém. A latina passou a mão nos cabelos e se levantou, jogando-se no sofá vago logo em seguida. Deixou um suspiro abafado escapar de sua boca contra a almofada.

— Enquanto você morar na minha casa, vai me dar todas as explicações que eu quiser. – Falei, ríspido, querendo mais do que tudo socá-lo no rosto. Arthur passou a mão nos cabelos e revirou os olhos.

— Não seja por isso. Posso encontrar outro lugar para morar. – Ele falou, seu olhar frio e sonolento me devorando lentamente. Respirei fundo e o encarei novamente.

— Como você vai ser pai sendo que nem consegue tomar conta de si mesmo?

— Não vou ser pai solteiro.

— E por acaso você acha que a Santana vai ajudá-lo a cuidar do filho dos outros? – Dei um sorriso sarcástico.

— A Elena vai me ajudar. A Elena é a mãe dele, não a Santana! – Arthur falou, irritado, aumentando seu tom de voz. – O que foi, hoje você acordou com vontade de ser mais irritante do que os outros dias?

— Você age como uma criança mimada e eu sou o irritante?! – Bufei, o rosto vermelho de raiva. Arthur jogou seu pão sobre a bancada e se levantou.

— Perdi a fome. – e então desapareceu pelas escadas.

Passei a mão nos cabelos e suspirei pesadamente. Charlie fez um sinal com a cabeça para Santana; esta assentiu e se levantou de novo, voltando ao seu lugar na cadeira da cozinha.

— Ok, posso saber o que está acontecendo com vocês? Por que estão ignorando um ao outro?

— Ele está com ciúmes do Kenny. Insiste que eu estou o traindo com ele, sendo que o Kenny agora... Você sabe. – Ela balançou a cabeça na direção de Sophie, que começara a cochilar contra o corpo de Charlie no sofá. – Mas, que eu me lembre, não fui eu que engravidei a Elena. O Arthur espera que eu aceite isso com a maior facilidade do mundo, e ainda age como um idiota a maior parte do tempo pra me fazer detestar ainda mais essa ideia.

— A Elena não tem um namorado não?

— Ela tinha. – Santana falou com um revirar de olhos. – Pedro, o amiguinho da Vic. Ela começou a namorar com ele depois de terminar com o Arthur. O Pedro até aceitou ajudar ela a criar o bebê como se fosse dele, e eles viviam tendo sessões de sexo selvagem antes mesmo de oficializarem um namoro. – Assentiu com a cabeça. – Aí de repente o Pedro traiu a Elena com a Pandora e, puff! Mais um relacionamento vai por água abaixo graças à destruidora de lares. E agora a Pandora está namorando com ele, Elena está grávida e sozinha, e o Arthur vai continuar sendo meu. – Santana falou com tanta ênfase que parecia uma leoa tentando proteger os seus filhotes.

Após assentir com a cabeça, voltei a preparar o bolo:

— Então vocês estão ignorando um ao outro porque estão com... Ciúmes? – Perguntei com o cenho franzido.

— Vocês, gays, amam caracterizar as coisas, não? Estamos apenas passando por uma fase onde não suportamos olhar pra cara um do outro. Não precisa de nome pra isso!

— Por que a Super S tá tão brava?

Eu e Santana olhamos para Zach ao mesmo tempo. Ele havia vestido uma camiseta e um short de dormir, provavelmente porque sabia que as meninas estavam aqui embaixo.

— Bom dia, ex-narniano. – A latina falou com um sorriso maldoso após se acalmar. Zach beijou-a no rosto com um sorriso enorme e em seguida foi até mim. Passou os braços ao redor do meu corpo e me deu beijo estalado na nuca, fazendo arrepios instantâneos se espalharem pela minha pele.

— Bom dia, Super S. Bom dia, Kal El. – Ele falou.

— Bom dia. – Sorri com o rosto levemente corado. Ele notou que eu estava usando sua camiseta, o que fez meu rosto corar mais ainda. Não queria parecer mais meloso do que a calda de chocolate que eu ainda estava preparando. Zach e todos sempre souberam que eu fazia o possível para fugir dos clichês.

— Minha camiseta ficou legal em você, Kal El. É alguma tendência de moda nova? – Ele perguntou, apertando os braços ao redor de meu corpo e mantendo seu sorriso.

— Se for... – Santana começou, pegando uma maçã na fruteira e mordendo-a logo em seguida. – ... eu nunca vou usar. – e então voltou ao seu lugar no sofá.

´

O shopping de Lima, Ohio, estava vencendo meu closet na lista de “meu lugar favorito na Terra”. Logo de início, Charlie pagou um sorvete para cada um dizendo que Sue Sylvester iria dar um jeito de queimar as gorduras produzidas por eles de algum jeito. Sophie e Kenny andavam de mãos dadas, por mais que este parecesse mais interessado nas coisas que Santana dizia. Preferi achar que era porque Santana era o mais próximo de um homem que tínhamos naquele momento, já que Charlie parecia ocupada demais elogiando o batom de Emily para que pudesse ocupar aquele posto. Naquele grupinho, eu e Sophie eram os que pareciam mais avulsos. Zach e Arthur foram para o treino de futebol, o que garantiu que Santana roubasse a atenção do namorado alheio e que me fizesse prestar mais atenção nas vitrines de roupas e menos atenção no valor de crédito que eu ainda tinha no meu cartão.

— O que vocês vão querer ver primeiro? – Charlie perguntou, balançando a mão de Emily pra lá e pra cá.

— Preciso de sapatos novos. – Falei, amassando meu guardanapo do sorvete e jogando-o em uma lixeira próxima dali.

— Preciso de livros novos. – Emily falou, olhando para Charlie. – Sabe como é, nosso filho gosta quando lemos para ele.

— Ai, pelo amor de Deus. Me digam que eu não fiquei chata assim quando comecei a namorar com o Arthur. – Santana falou revirando os olhos impacientemente.

— Você sempre foi chata. – Charlie ergueu seu polegar com um sorriso. – E você, Sophie, o que quer comprar? Sophie?

A loira parecia avoada, observando a movimentação de pessoas carregando diversas sacolas. Balançou a cabeça e virou-se para Charlie.

— Disse alguma coisa?

— Perguntei se você quer trabalhar no nosso cabaré. – Charlie a lançou um olhar de reprovação. – O que você quer comprar?

— Hm... Roupas, sapatos... O de sempre. – Ela sorriu levemente e deu de ombros. Apertou a mão de Kenny e este, interrompendo seus comentários com Santana, virou-se para ela e beijou sua testa. Com um sorriso sem graça, Sophie corou.

— Ai meu Deus. – Charlie se interrompeu, ouvindo a música que começara a sair dos alto-falantes espalhados pelo shopping. – Eu amo essa música. – e colocou seus óculos escuros.

[CHARLIE]

First thing, first, I'm the realest

[SANTANA]

(Realest)

[CHARLIE]
Drop this and let the whole world feel it

[SANTANA]

(Let them feel it)


[CHARLIE]

And I'm still in the Murda Bizness
I can hold you down, like I'm givin' lessons in physics

[KURT]
(Right, right?)

[SANTANA]
You should want a bad bitch like this
Drop it low and pick it up just like this
Cup of Ace, cup of Goose, cup of Cris
High heels, something worth a half ticket on my wrist


[CHARLIE]

(On my wrist)

[SANTANA]
Takin' all the liquor straight, never chase that
Rooftop like we bringin' '88 back
What?
Bring the hooks in, where the bass at?
Champagne spillin', you should taste that

[KURT & SOPHIE]
I'm so fancy
You already know
I'm in the fastlane
From L. A. to Tokyo
I'm so fancy
Can't you taste this gold?
Remember my name
'Bout to blow

[CHARLIE]
I said, "Baby, I do this, I thought that you knew this"
Can't stand no haters and honest, the truth is
And my flow retarded, they speaked it, depart it
Swagger on super, I can't shop at no department
Better get my money on time
If they not money, decline
And swear I meant that there so much
That they give that line a rewind
So get my money on time
If they not money, decline
I just can't worry 'bout no haters
Gotta stay on my grind

[SANTANA]
Now tell me, who that, who that?
That do that, do that
Put that paper over all
I thought you knew that, knew that
I be the S-N-I-X-X, put my name in bold
I been workin', I'm up in here
With some change to throw

[KURT & SOPHIE]
I'm so fancy
You already know
I'm in the fastlane
From L. A. to Tokyo
I'm so fancy
Can't you taste this gold?
Remember my name
'Bout to blow
Trashed the hotel
Let's get drunk on the mini bar
Make the phone call
Feels so good getting what I want
Yeah, keep on turning it up
Chadelier's swinging, we don't give a fuck
Film star, yeah, I'm deluxe
Classic, expensive, you don't get to touch
Aoh

[CHARLIE]
Still stunting how you love that?
Got the whole world asking
How I does that
Hot girl hands off, don't touch that
Look at it, I bet you wished you could clutch that
It's just the way you like, huh?
You're so good, he's just wishing he could bite it, huh?
Never turn down money
Slaying these hoes
Gold trigger on like

[KURT & SOPHIE]
I'm so fancy
You already know
I'm in the fastlane
From L. A. to Tokyo!
I'm so fancy
Can't you taste this gold?
Remember my name
'Bout to blow

[SANTANA]
Who that, who that?
S-N-I-X-X
That do that, do that?
S-N-I-X-X
Who that, who that?
S-N-I-X-X

[KURT & SOPHIE]
Blow

[SANTANA]
Who that, who that?
S-N-I-X-X

That do that, do that?
S-N-I-X-X

Who that, who that?
S-N-I-X-X

[KURT & SOPHIE]
Blow

Quando demos por si, estávamos fazendo pose sobre um dos bancos da praça de alimentação, com todos os olhares voltados para nós. Kenny olhou para os lados e, com um dar de ombros, começou a aplaudir. Emily o seguiu logo em seguida, e de repente todos estavam nos aplaudindo.

— Estou me sentindo um artista de circo. – Sussurrei para Santana, mantendo o sorriso para os que nos aplaudiam.

— Cale a boca e acene de volta. – Ela sussurrou com um largo sorriso, acenando como se fosse uma Miss Universo.

Charlie desceu do banco e nós, um por um, descemos também.

— Me sinto renovada depois desses aplausos. Acho que vou até comprar absorventes cor-de-rosa. – ela falou enquanto abraçava Emily. Kenny rodopiou Sophie no ar com um sorriso largo e, enquanto isso, Santana cruzou os braços e olhou para os lados.

´

Depois de uma tarde inteira de compras e comentários ácidos sobre as roupas das pessoas que passavam por nós, acabamos em uma lanchonete. Charlie e Emily dividiam um banana split, algo um pouco irônico para um casal de lésbicas. Elas davam colheradas e beijos intensos, intercalando o meu desconforto com o medo de que alguém notasse o espetáculo que elas estavam dando. Sophie comia uma torta de morango com um suco, enquanto Kenny obrigava Santana a aceitar uma colherada de seu sundae; mas a latina estava mais focada em seus nachos com queijo picante. Eu comia um pedaço de bolo de chocolate com um milkshake, e esperava a todo momento que um Zach imaginário pulasse em cima de mim pedindo um pouco do meu bolo. Chelsey e Finn estavam lá também. Nós nos encontramos com eles enquanto Charlie discutia com uma atendente em uma loja de sapatos por não ter números maiores de 37. Finn se devorava um hambúrguer duas vezes maior do que o tamanho de sua cabeça, enquanto Chelsey tomava um sorvete com cobertura de MM’s, aquelas bolinhas coloridas que muitas vezes misturo com os comprimidos do meu pai para que ele os coma sem perceber.

— Olha, aqui tem karaokê. – Sophie falou, na intenção de fazer Kenny e Santana calarem a boca.

— Estou com a boca ocupada. – Charlie murmurou enquanto beijava Emily e subia sua mão pela coxa da morena. Sophie fez uma cara de nojo e suspirou em seguida. Apertei sua mão por cima da mesa, e ela retribuiu com um sorriso. Chelsey se levantou.

— Aonde você vai? – Finn perguntou com a boca cheia, o rosto sujo de ketchup.

— Cantar. – Ela passou a mão nos cabelos, com um sorriso. – O que foi? Vocês mesmos disseram que nunca tinham me ouvido cantar. Quero mostrar que tenho o principal para ser a sucessora da Taylor Swift caso ela morra esquartejada por algum hater.

— O quê, uma lista imensa de ex-namorados? – Santana chutou, com um sorriso venenoso. Chelsey corou e balançou a cabeça.

— Talento, Santana. Talento. – Ela falou, e se dirigiu até o palco. Todos comentavam o quão Chelsey era bonita. E, de fato, era. Seus cabelos longos e loiros estavam arrumados em pequenos cachos na ponta, e ela usava um vestido marrom com botas escuras e um colete jeans. Chelsey escolheu a música e, após pegar o microfone, colocou uma das mãos na cintura e mirou exatamente para nossa mesa.

— Quero dedicar essa música ao meu namorado, Finn Hudson. Espero que ele me ame mais do que está amando aquele hambúrguer. – Ela disse com um sorriso e então todos olharam para Finn que, envergonhado, soltou o que sobrou de seu hambúrguer no prato.

A música começou a tocar, e sua letra surgiu no monitor. Chelsey nem se deu ao trabalho de olhar; já conhecia aquela música de cor. Ela respirou fundo. Queria que Finn gostasse de ouvi-la cantando tanto quanto ele gostava de ouvir Rachel cantando.

[CHELSEY]

I'm gonna pick up the pieces

And build a lego house

If things go wrong we can knock it down

And three words have

Two meanings

There's one thing on my mind

It's all for you

And it's dark in the cold December

But I've got you to keep me warm

If you're broke then I will mend ya

And keep you sheltered from the storm

That's raging on now

I'm out of touch

I'm out of love

I'll pick you up

When you're getting down

And out of all these things I've done

I think I love you better now

I'm out of sight

I'm out of mind

I'll do it all for you anytime

And out of all these things I've done

I think I love you better now

Now

I'm gonna paint you by numbers

And colour you in

If things go right

We could frame it

And put you on a wall

And it's so hard to say it

But I've been here before

Now I'll surrender up my heart

And swap it for yours

I'm out of touch

I'm out of love

I'll pick you up

When you're getting down

And out of all these things I've done

I think I love you better now

I'm out of sight

I'm out of mind

I'll do it all for you anytime

And out of all these things I've done

I think I love you better now

Don't hold me down

I think the braces are breaking

And it's more than I can take

And it's dark in the cold December

But I've got you to keep me warm

If you're broke then I will mend ya

And keep you sheltered from the storm

That's raging on now

I'm out of touch

I'm out of love

I'll pick you up

When you're getting down

And out of all these things I've done

I think I love you better now

I'm out of sight

I'm out of mind

I'll do it all for you anytime

And out of all these things I've done

I think I love you better now

I'm out of touch

I'm out of love

I'll pick you up

When you're getting down

And out of all these things I've done

I will love you better now

Chelsey foi aplaudida no instante em que a música parou. Ela sorriu e acenou, arrancando assobios e vários “eu amo você!” de pré-adolescentes entupidos de hormônios. Ela voltou à nossa mesa com um sorriso radiante e sentou-se em seu lugar.

— Como fui?

— Você está brincando? Estou com raiva por você ser loira, popular, bonita e ainda saber cantar. Só falta contrair AIDs pra arruinar isso tudo. – Santana falou. Sophie e Charlie se olharam e depois a encararam com raiva. – Ah, sim. Esqueci que Sophie e Charlie são assim também.

— Não. Assim eu estaria sendo uma cópia barata da Quinn. – Chelsey franziu o cenho e Charlie lhe deu um tapa no braço. – Ei!

— Minha irmã está grávida, e não com DST’s. – Ela disse, zangada. – Ok, talvez esteja com DST’s. Não duvido mais nada daquela criatura.

— Quando vamos conhecê-la? – Perguntei, já sentindo falta de fazer algum som sair da minha garganta. Charlie arqueou a sobrancelha.

— Em breve. Ela me deve um bebê.

— Será divertido ver o reencontro dela com a Rachel. Imagine só, a ex de Finn com a possível próxima namorada dele! – Emily falou com um sorriso maligno, olhando para Chelsey e tentando provocá-la. A loira perdeu a cor por alguns segundos, e revirou os olhos assim que o sangue voltou a circular pelo seu corpo.

— Finn pode ser idiota, mas não tanto a ponto de me trocar pela Hobbit com mãos de homem. – Ela protestou. Finn bufou e cruzou os braços sobre a mesa, irritado.

— Poderiam parar de conversar como se eu não estivesse aqui?

— Nem podemos fingir que você não está aqui. Estou preocupada demais pensando em quando esse andar inteiro irá ceder com o seu peso e levar tudo abaixo. – Santana falou levando um nacho à sua boca. Finn amassou um guardanapo e jogou em seu rosto.

— Nós somos tão vadias. – Charlie falou dando uma risada. – Aliás, falando em vadias, a reunião da Unholy Fortinity ainda não acabou. Vamos à balada hoje à noite.

— Nós temos aula amanhã. – Intervi, após terminar de tomar o meu milkshake.

— E...? – Charlie arqueou a sobrancelha, me olhando com um sorriso divertido. – Qual é, Kurt! Agora você tem um namorado, vão poder experimentar a sensação de transar no banheiro de uma boate.

— Isso deveria ser empolgante ou você queria me fazer vomitar?

— Não aja como uma velha. Somos Cheerios, precisamos aparecer em público várias vezes ao dia usando roupas que as nerds magricelas ou rappers obesas do nosso colégio não poderão usar sem parecer ridículas.

— É, Kurt! Vamos estar com você, então você não precisa se preocupar em acabar nu no meio da rua às duas da manhã. – Sophie deu uma risada baixa e assentiu com a cabeça. – Vai ser divertido.

Respirei fundo e assenti com a cabeça, olhando para meu prato vazio em seguida.

— Tudo bem. – Olhei para Charlie e sorri de canto. A loira arqueou lentamente a sobrancelha, como se estivesse analisado as minhas expressões minuciosamente. – Vamos mostrar às vadias de Lima como é o estilo da Unholy Fortinity.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Sugestões, elogios, críticas, xingamentos? Deixe nos reviews. Até mais, Sweeters! q



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