Linha Tênue escrita por Anne Laurentino


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoinhas! Aí está mais um capítulo! Espero que gostem e que comentem. Muito obrigada, pelo comentários anteriores. Eles fazem total diferença!

Desfrutem!



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“Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: "Calma, eu estou com você".". – Caio Fernando Abreu.

Um mês já havia se passado e tudo estava correndo perfeitamente bem. Até de mais eu diria. O processo judicial da separação de Fatinha e Arthur já estava correndo e eles já haviam participado da primeira audiência, que fora a de conciliação, esta que foi obviamente negada por ambas as partes. Vamos esclarecer umas coisinhas antes? Assim que Fatinha, Bruno e Antonio voltaram para o Brasil, uma semana depois Arthur veio também, pois havia recebido uma carta o intimando a vir para o país a fim de participar das audiências do divorcio e o médico que não era bobo nem nada de negar algo à justiça logo arrumou um apartamento temporário para ficar durante o período necessário. 

Voltando... O dia do chá de fraldas de Roberta tinha chegado e Juliana estava agora sim, uma pilha de nervosos. O evento se assim poderíamos chamar seria no próprio apartamento da morena. Lia, Fat e Rita já estavam lá arrumando tudo já que a mamãe do ano já estava com seus oitos meses e qualquer esforço era muito. Marta também estava ajudando com a parte das comidas, que foram encomendadas por um buffet que era conhecido pela família.

- Mãe cadê essa entrega que não chegou ainda, pelo amor de Deus. Se não tiver comida eu cancelo tudo. Juro! - Ju vociferou nervosa enquanto via o corre-corre das amigas a sua frente.

- Calma Juliana. Eles têm hora para entregar ainda, por que você não vai ser arrumar? Dormir? Descansar? Não sei, só sei que aqui você não esta ajudando muito filha, se acalma vai dar tudo certo. Nós já estamos terminando não é meninas? - Martha gritou pras meninas que estavam montando a mesa do outro lado da sala.

- Sim! - as três responderam em uníssono.

- Viu filha? Vai lá pra dentro e descansa. - Martha ajudou a filha a se levantar e a guiou até o quarto.

- Eu quero o Gil. - Ela resmungou enquanto deixava em sua cama.

- Vou ligar pra ele filha, agora dorme um pouco que quando você acordar já vai estar tudo pronto... - Quando Martha terminou de falar a filha já dormia.

Ela voltou para a sala e continuou ajudando as meninas. Uma enchia as bolas, outra arrumava a faixa que estava escrito “Chá de Fraldas da Beta”, outra arrumava a mesa e Martha ajudava a cada uma um pouco. Assim não ficaria pesado para ninguém, o buffet finalmente chegou, tinham encomendado cupcakes, brigadeiros, beijinhos de coco, os salgadinhos, além do bolo que estava lindo. 

No começo da tarde tudo já estava completamente arrumado, as lembrancinhas todas prontas e distribuídas pelo apartamento e outras dispostas em uma mesa. Fatinha, Lia e Rita haviam ido para as suas casas e voltariam arrumadas. Com seus namorados, sim, porque o chá ia ser aberto também para os rapazes.

- Que linda, que você esta Ju! - Gil disse ao ver a namorada chegar à sala arrumada em um vestido longo, soltou abaixo dos seios em um tom rosa - bebê de acordo com as cores da festa que eram rosa - bebê e cinza claro, uma sandália rasteira nude e os cabelos estavam soltos aos cachos. 

- Obrigada amor. Você esta lindo também. - sorriu e abraçou o namorado. - ficou tudo muito lindo, preciso agradecer as meninas.  - disse reparando na decoração.

- Verdade aquelas chatas arrasaram. - Gil riu a campainha tocou e ele foi até a porta, abriu e deu de cara com o corredor cheio. - Meu Deus, vocês vem em bando até em um evento infantil, cruzes. Entrem logo. - Gil fingiu estresse e recebeu uma tapa do cunhado, que entrou como os primeiros da fila em seguida entraram Fat, Lia, Vitor, Rita, Fera, Orelha, Morgana, Marina e Pilha.

- Chegamos amiga! - Fat gritou e foi abraçar a amiga.

- Estou vendo, baixou todo mundo de uma vez só. Obrigada. Cadê os presentes? - Ju perguntou mais preocupada em ver os embrulhos nas mãos dos amigos.

- Deus do céu, pouco interesseira em Juliana? - Lia brincou e foi cumprimentar a amiga.

Todos os convidados e os pais dos papais já estavam ali, Rasta e Nélio chegaram trazendo Mi e Kika. Assim a trupe estava completa e o que era um evento infantil se tronou uma bagunça completa. Tudo correu bem, Juliana trocou de roupa da hora dos presentes, pintou e foi pintada também. No final Martha e Marcela começaram a arrumar tudo e Gil junto com Bruno foram guardando os presentes que Roberta havia recebido. Com direito a carrinho da moranguinho dado pela tia Lia, foram enumero pacotes de fraldas, lenços umedecidos entre outras coisas. A noite já se fazia bastante presente e já restaram Lia, Vitor, Fat e Bruno, os casais conversavam enquanto Gil tocava e cantava uma música com o violão.

- Sabe cantar essa Lia? - ele perguntou e começou os acordes de “Bela Flor”.

- Sei sim, adoro a Maria Gadú. Tem um violão sobrando ai? - Ela perguntou começando a se empolgar.

- Tenho pega lá no quarto da Roberta! - Lia levantou correndo e foi buscar o violão. Voltou já com o mesmo nas mãos iniciando os acordes.

- Bela flor, pouco disse gêmea flor, que cresceu de um rio... - Lia cantou o refrão sendo seguida pelos amigos. Todos adoravam aquela cantora.

- Oh flor, se tu canta essa canção, todo o meu medo se vai pro vão. Pra longe, longe que eu não quero ir, mas deixe seu rastro pólen, flor pra eu poder seguir... - Gil seguiu cantando e logo terminaram sendo acompanhados por palmas.

- Precisamos de um show dela mais uma vez. O que acham? - Fat perguntou meio que dando uma idéia.

- Eu acho que uma criança precisa nascer primeiro, não? - Ju respondeu apontando para a barriga redonda.

- Ixe, é verdade vai demorar muito então... - Fat disse fingindo uma cara de impaciência.

- Cala a boca Maria, não reclame da minha filha! - Gil zombou da cara dela. - Em, me conta a quantas anda a sua separação?

- Anda indo. - riu – Não daqui a algumas semanas, nós vamos pra segunda audiência e eu espero que seja a ultima.

- E depois o casal de tortos vai se casar né? - Vitor perguntou.

- Infelizmente não, a Fat só vai poder se casar um ano depois a separação assinada. - Bruno entrou na conversa.

- Mentira, jura? Que merda hein! - Lia falou.

- Ah, mais pra quem tá esperando esse tempo todo, um pouco mais não faz mal né maninho? - Ju disse cutucando o irmão.

- E quem disse que eu quero casar com o seu irmão, Juliana? - Fat perguntou rindo.

- Ah, mais não casa não pra você ver. Eu te pego em Maria, chega de enrolar o meu maninho.  - Juliana brincou.

- Credo que medo, nem dormir eu vou Juliana. - Fat continuou a brincadeira.

- É bom mesmo! - Ju levantou e fez uma pose de super-heroína e logo bocejou estragando a brincadeira. - To morrendo de sono, droga eu estava tão bem.

- Oito meses de gravidez, você nem deveria estar fazendo toda essa estripulia Juliana. - Fatinha argumentou séria. - Vá descansar a gente já vai embora.

- Que saco, eu vou ter que ficar dentro de casa sem sair. Sem baladas sem trabalhar durante a licença maternidade, e você ainda quer que eu durma cedo? - olhou o relógio – não são nem dez da noite. - argumentou e novamente bocejou.

- Estou falando como médica, você já esta entrando no período que antecede o parto, precisa descansar amiga. Por favor!

- A Fat tem razão amor, vamos dormir! - Gil entrou na conversa.

- Esta bem, eu vou! Obrigada por terem vindo. Amo vocês! - Ela sorriu e foi cumprimentar um a um.

Juliana seguiu pro quarto com o namorado, e os demais ficaram na sala esperando o rapaz voltar. Gil voltou e os amigos os cumprimentaram.

- Galera valeu mesmo por hoje, obrigada. Vocês são muito especiais pra gente, não vou cansar de dizer isso nunca. - Gil agradeceu aos amigos.

- Imagina cara, eu que tenho que agradecer a você, por ter entrado na vida da minha irmã e por estar fazendo-a tão feliz.

- É irmão não precisa agradecer, estamos juntos. E todos ansiosos pela chegada da Beta! - Lia disse.

- Faço minhas as palavras dos dois. Obrigada você a Jujuba precisava disso, de você e da Betinha. - Fat falou e deu um abraço no amigo e se direcionou até a porta.

- Tchau Gil papai, boa sorte ai com a Juliana, de longe se vê que até a Roberta nascer não vai ser fácil. - Vitor falou e caminhou até a porta com Bruno e Lia.

Todos seguiram para suas respectivas casas, Fatinha e Bruno chegaram ao prédio e entraram pela garagem, nessa noite cada um dormiu em seu apartamento, pois o seguinte Fat ia pro hospital e pelo plantão do dia, ia precisar de uma boa e tranqüila noite de sono.

(…)

Duas semanas se passaram e o dia da segunda audiência com o juiz havia chegado, Fatinha chegou ao fórum com Antônio e Olavo que desde a primeira audiência estava acompanhando o caso de perto, para ajudar no que fosse necessário. Bruno não pode ir com ela naquele dia, pois era um dia importante pra ele na empresa e pela manhã estaria ocupado, porém havia dito que a buscaria e que mesmo de longe estava na torcida.

- Você esta nervosa Maria? - Olavo perguntou.

- Um pouco, tio. Não sei e se o Arthur não vier? Se ele faltar pode dar algum problema? Sim, porque essa seria a penúltima audiência e eu quero que acabe logo, e sim eu estou nervosa, estou desesperada. Quero o Bruno! - finalizou chorosa.

- Se acalma Fatinha, ele vai vir. Sabemos que não é louco de faltar, eu só peço que você fique calma! - Antônio interferiu.

- Esta bem, desculpe. - Ela bufou e sentou-se no banco que havia ali na recepção.

- Oi meu amor, olha quem chegou! - Fatinha que estava de cabeça baixa se levantou de pronto e quando viu quem era trancou os dentes e sorriu amarelo.

- Oi Arthur. Eu não sou seu amor. - respondeu seca e voltou a deitar a cabeça nos joelhos.

- Nossa amei a sua recepção calorosa. - Arthur como sempre debochou e foi cumprimentar os advogados da loira, acompanhado pelo seu.

Não tardou eles foram chamados para a sala do juiz, sentaram-se em lados opostos. E ali o clima ficou de batalha, o juiz Luís Fernando Andrade deu inicio aos trabalhos e foi pouco  a pouco dialogando com ambos, pediu que cada desse seu ponto de vista para que aquela separação fosse de fato concluída, já tinha quase uma hora só com um quase monologo do juiz, quando Fatinha indagou o fato dele tê-la difamado, injuriado e a agredido verbalmente de forma grave. Arthur alegou traição, desrespeito. Ela voltou a rebater sobre o fato morar em países distantes. E ali começaram uma discussão entre si, sendo rapidamente controlado pelo juiz e seus advogados.

- Daremos uma pausa, pois vejo que vocês estão muito exaltados. Por favor. Retomaremos daqui a três dias, já com o meu parecer. - Luis indagou e eles se retiraram da sala. Estressados cansados e exaltados.

- Droga, droga, eu não podia perder o controle. Que inferno! - a loira vociferou chorando e sendo aparada por Olavo.

- Calma Maria, se acalma. Não chora, se você se abater vai ser pior. - Olavo fazia carinho nos cabelos dela, ali não era advogado. Era o tio da infância e adolescência.

- Eu quero ligar pro Bruno, preciso dele tio. - fungou chorosa.

- Olha já vai ligar pro amiguinho e amante daqui? Não vai nem me esperar sair? - Arthur passou por ela e a vendo fragilizada resolveu implicar. - o juiz tinha que ver isso! - vociferou com deboche e riu.

- Sai daqui! Vai embora, seu merda. Te odeio! - Fatinha não agüentou e gritou com ele. - ele apenas deu de ombros e saiu cantando vitoria por tê-la deixado ainda mais frágil.

- Fatinha, para! Você não pode perder o controle, tá acabando, por favor, nos ajude e assim a gente vai poder te ajudar! - Antônio disse.

- Exatamente Maria, vamos eu te levo pra casa. - Olavo o ofereceu e ela aceitou, pois não tinha conseguido falar com Bruno.

Olavo deixou Fatinha em casa e seguiu para seu apartamento. Ela subiu ainda muito abalada, estava com medo do que o juiz fosse falar na ultima audiência. Entrou em seu apartamento jogando a bolsa no chão e tirando as sandálias, passou pelo telefone e o tirou base e o carregou pro quarto, estava precisando do colo de uma pessoa que  era a única que conseguia acalmá-la mesmo nos piores momentos. Discou e aquela voz que a atendeu fez com que a loira chorasse ainda mais.

- Mãe, que saudades!

- Maria de Fátima, o que foi minha filha? Por que esta chorando? – Vilma perguntou preocupada.

- O Arthur mãe, a penúltima audiência foi hoje e eu perdi o controle, gritei com ele. Eu estou com medo mãe, muito! – Ela falava e tentava controlar o choro.

- Minha filha se acalma, assim eu fico com o coração apertado. Eu vou ficar com você! – Vilma exclamou e Fatinha chorou ainda mais. – você esta comendo? Aposto que não, filha não pode ficar assim. Você tem cada plantão doido, não pode ficar muito tempo sem se alimentar ou só comendo fruta e congelado. Está decidido eu estou indo ficar com você! – Vilma morava no interior do estado Nova Friburgo, ela ia de carro e chegaria ao máximo em algumas horas a casa da filha.

- Vem mãe, eu estou precisando do seu colo. Estou com muitas saudades e do papai também. – Fatinha disse já mais calma. – Ei, dona Vilma, eu vou desligar preciso dormir, quero descansar e esquecer hoje.

- Esta bem filha, descanse e qualquer coisa liga. Eu vou resolver umas coisas aqui e no máximo amanhã à tarde já estarei a caminho. Fique com Deus!

- A senhora também, mãe e diz pro papai que eu mandei um beijo!

Ambas desligaram, a loira largou o telefone sobre a cama e entrou em um banho, queria conseguir dormir e relaxar. Assim que saiu do banheiro já vestido com um pijama confortável ela buscou a bolsa na sala e o celular dentro na mesma e começou a digitar uma mensagem para Bruno.

“Deu tudo errado, ou tudo certo. Não sei, estou confusa e quero você! Vem pra cá assim que puder. Te amo!”

Enviou, tomou uma aspirina para dor de cabeça e deitou sem antes esperar uma resposta do moreno.

Bruno pegou a mensagem quando já estava a caminho de casa, algumas horas mais tarde. Porque o celular havia ficado desligado. Leu atento a mensagem e se preocupou ela não se deixava abater dessa maneira e pelo que leu, percebeu que ela estava nervosa. Graças aos céus o transito estava bom e ele pode chegar logo. Subiu pelo elevador do estacionamento e foi direto pro andar da amiga. Bruno chegou até a porta da mesma e tocou a campainha, nada... Bateu uma vez, duas, três e nada, presumiu que ela estivesse dormindo. Não estava errado. Insistiu na campainha e tentou até ligar para o celular dela, em vão o mesmo dava desligado... Quando já estava quase desistindo a loira abriu a porta com uma cara de choro e um olhar baixo, e sem mais delongas pulou no colo dele envolvendo as pernas em volta de sua cintura.  Bruno entrou no apartamento carregando-a, fechando a porta com os pés.

- O que foi? Se acalma! – ele pediu, pois ela já chorava novamente.

- Eu... Perdi o controle, eu não podia. Mas, perdi o controle e agora eu estou morrendo de medo. – ela explicou e ele sentou-se no sofá com ela ainda agarrada a si e começou um carinho nos cabelos dela. – ele falou de você e eu disse que ele era um merda e droga, Bruno!  - deixou de olhá-lo e escondeu o rosto no vão no pescoço dele.

- Ok, vamos pensar em outra coisa. Vem me ajuda, levanta vamos pro quarto. Eu vou ficar com você!

Ela saiu do colo dele e ele levantou do sofá. Abraçando-a pela cintura, Fatinha deitou novamente na cama bagunçada e Bruno só tirou o tênis, a camisa e o relógio e fez o mesmo.

- Não sai daqui, não hoje, nem amanhã, nunca mais! Promete? – ela perguntou já de olhos fechados, abraçada ao corpo dele.

- Prometo! Agora dorme. Eu to aqui! – apertou-a mais entre seus braços e acabou dormindo também o dia havia sido cansativo para todos. 


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Espero de coração que sim! Criticas e sugestões são bem aceitas. Mandem mensagem ou peçam pelo comentário mesmo!

Beijos, até o próximo!



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