“Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.” – Pitágoras.

Bruno terminou de contar tudo para Ju e a mesma estava chocada, agora entendia o porquê de sempre que ela e Lia perguntavam da primeira vez de Fatinha a mesma desconversava. Ela abraçou forte o irmão que mantinha a cara de choro contida.

- Irmão, por favor, não fica assim. As coisas ainda podem se acertar, conta pra ela o que você sente e quem sabe ela não diz que sente o mesmo? – Juliana falou com o intuito de ajudar, mas recebeu um olhar de reprovação de Bruno.

- Está louca Juliana? É logico que eu não vou fazer isso, quem sou eu pra interferir na felicidade dela?

- É o cara que a ama, e que a conhece melhor do que ninguém nesse mundo, Bruno! Deixa de ser medroso. Enfrenta esse Arthur e vamos ver quem leva a melhor!

- Caramba Ju, você não entende que isso não é um jogo de futebol, que sai o vencedor no final de tempo? É a minha vida e a felicidade da Fatinha. – riu irônico.

- Está bem, Bruno! Ao inferno a sua felicidade então, eu não quero mais que você me chame aqui pra contar sobre essas coisas. – se levantou da cama bruscamente e voltou a encara-lo. – seja covarde e a deixe casar com o Arthur, morra sozinho ou case com alguma das piranhas que você as vezes pega por ai. Eu estou indo, cansei. – foi pisando fundo até a sala deixando o irmão atônito no quarto. Bruno percebeu que a irmã de fato tinha ido embora quando ouviu a porta da sala bater com força. Ignorou e continuou ali deitado, tentando ignorar o universo a sua volta.

Com Fatinha...

Ela estava conversando com a mãe, contanto como tudo aconteceu na Espanha quando ouviu o telefone tocar.

- Mamãe, vou ter que atender. É o Arthur! – ela sorriu e a dona Vilma revirou os olhos, não tinha conhecido o genro ainda e mesmo assim não gostava dele.

- Esse cara mal chegou e já quer te roubar de mim? E minha saudade onde fica? – Vilma reclamou e foi ignorada pela filha que saía da sala já com o celular no ouvido.

Ligação on...

- Amor! Desculpa a demora, estava com a dona Vilma. – ela ouviu uma risada dele. – como estão as coisas por ai com a sua mãe? Tudo bem?

- Se problemas, linda! Por aqui está tudo bem, acabei de contar pra minha mãe sobre o nosso desejo de casar, e ela ficou maravilhada e assustada também. – Fatinha gargalhou. A sogra dela adorou a ideia, já a dele.. Coitado se soubesse.

- Que bom, fofo! Quando você vem? Estou com saudades!

- Vou amanhã, assim que chegar te ligo. Vou lá ajudar a minha mãe com as compras. Dê um beijo na sogra e no sogro por mim.

- Graças a Deus, você me deixou mal acostumada... Não acredito que vai ajudar a arrumar as compras, é um milagre amor. – riu. – dou todos os beijos que você quiser, se você não tardar a chegar amanhã.

- Eu arrumo as compras sim, ok? Não me humilha senhorita dona da casa. Deixa eu ir lá antes que minha mãe grite comigo!

- Está bem, vai lá. Muitos beijos. – encerraram a ligação e Fatinha voltou a sala, onde sua mãe continuava no mesmo lugar.

Ligação off.

- Já acabou com o namoradinho? – Vilma perguntou irônica.

- Mãe, para! Eu não quero brigar com a senhora, eu já sou maior e sei o que fazer na minha vida. – Fatinha quis acabar com o assunto. – vou ligar pra Lia, quero marcar alguma coisa pra mais tarde estou com saudades das minhas amigas. – disse e saiu para o seu antigo quarto.

Juliana estava com Lia na casa da mesma conversando sobre o que tinha acontecido na casa de Bruno, apenas omitindo o fato de que seu irmão e Fatinha, já tiveram algo no passado.

- Cara, é sério que a superamiga vai casar com o médico bonitão e nem contou pra gente? – Juliana assentiu. – ok, estou apenas chateada! – elas riram e o telefone de Lia começou a tocar, ela viu no visor que era Fatinha e Ju pegou o aparelho das mãos da amiga e atendeu.

- Fala loira! É a senhora Gil, aqui! – riu.

- Oi maravilhosa, estou no Brasil. Vamos sair pra comemorar a minha volta, hoje? – Fatinha perguntou animada.

- Eu sei que você já está aqui. Meu irmão me disse! Por mim vamos claro, fala aqui com a Lia que eu vou ligar pro Gil pra avisar e depois te mando um sms, pra confirmar tudo!

- Está certo! Passa ai pra ela. – Juliana passou o celular pra Lia e foi ligar para Gil.

- Doutora! Saudades! – Lia falou com a amiga e sorriu.

- Marrenta, saudades também. Falei com a Ju, sobre sairmos hoje e ela concordou e você topa?

- Lógico que topo! Vou avisar ao Vitor e vamos todos.

- Ok, chama o Pilhote, Orelha e Fera também. Estou com saudades de todos! – suspirou. – avisa para Ju, chamar o Bruno também. Fui na casa dele hoje, e ele estava estranho.

- Eu chamo a galera, pode deixar! Mas ainda está cedo, vamos conversando por sms. Pra combinar a hora e o lugar.

- Aham. Vou dormir um pouco, porque desde que cheguei ainda não consegui descansar.

- Vai lá, e depois eu quero saber direito dessa história de casamento hein! 

- Ainda está cedo, mais eu explico tudo! Agora vou mesmo desligar. Beijos, e beijos na Ju!

- Beijos, lindona. – desligaram.

Fatinha passou o resto da manhã e da tarde na casa dos seus pais. E quando já estava no começo da noite, foi pro apartamento. Chegou tomou um banho e mandou uma mensagem pra Lia e Juliana.

“Gatonas,

Já estou no meu apartamento. Não faço ideia de que lugar podemos ir hoje. Vejam vocês e me avisem. Podemos sair as 23h? Por favor, não me deem bolo. Ou eu acabo com vocês! Amo muito. Beijos.”

Lia respondeu.

“Fati,

Vamos na melt, ok? Hoje vai ter um show lá de uma banda bem legal. Todo mundo confirmou que vai, hein. Não vamos dar bolo, às onze está ótimo. Vamos em dois carros, não precisar ir com o seu. Te ligo, quando estivermos chegando aí. Vou me adiantar. Beijos.”

Fatinha respondeu e foi procurar uma roupa pra ir, queria arrasar. Estar linda pra ver os amigos. Escolheu uma regata preta simples e uma saia mullet de oncinha, um pee toe vermelho. Linda! Ficou fazendo hora até que já passava das 21h e começou a se arrumar. Sabia que demoraria...

Lembrou de Bruno e de como ele estava estranho naquela manhã. Largou as coisas na cama, a saiu em direção a porta ia bater no apartamento do amigo, estava preocupada. Afinal ele nunca tinha ficado daquela maneira com ela. Pegou o elevador, desceu até o andar dele e bateu na porta. Demorou um pouco, mas a porta fora aberta por uma mulher de cabelos castanhos e pele morena. Ela vestia apenas uma camisa grande, que Fatinha pôde reconhecer facilmente que era de Bruno.

- Oi! É... O Bruno está? – perguntou sem jeito, não sabia que o amigo estava namorando.

- Está sim, pode entrar vou avisar que você está aqui. Seu nome é Fatinha, né? – Fatinha assentiu e a mulher deu espaço para ela entrar. – Vou chama-lo. – a morena saiu e foi em direção ao quarto. E Fatinha ficou sem entender, mas foi sentar no sofá pra esperar. Bruno apareceu com a morena no seu encalço, e sorriu para a amiga.

- Fati, o que faz aqui a essa hora? Você não vai mais na melt com o pessoal? – Bruno foi até ela e a cumprimentou com um beijo na testa.

- Eu vim saber como você está, desde hoje de manhã a gente não se fala. E você estava estranho. Bom, estou indo você vai? – Fatinha levantou e olhou disfarçadamente para a morena atrás de Bruno. Depois voltou a olha-lo.

- Ah, sim. Nós vamos, né Rebeca? – virou-se para olhar a morena.

- Vamos claro! – sorriu. – Fatinha, me dê licença vou me arrumar. Nos vemos daqui a pouco. – deu um selinho no Bruno e saiu pro quarto.

- Não sabia que você estava namorando! – Fatinha vociferou meio nervosa.

- E não estou mesmo. Rebeca é só uma amiga de faculdade que eu ficava... E estava com saudades. – falou de maneira relaxada.

- Hum. Ok, vou subir pra me arrumar. Nos vemos lá, tchau! – Caminhou até a porta e saiu indo para o seu apartamento.

Como assim o Bruno estava com uma colega de faculdade no apartamento e ainda com esses trajes. Sentiu-se traída, ele nunca foi até o apartamento dela encontrou um namorado, ficante ou qualquer um “diferente” lá. Resolveu esquecer pelo momento e começou a se arrumar... Dez e meia, Lia ligou dizendo que já estava chegando ao prédio. Ela já estava arrumada, só faltava finalizar a trança espinha de peixe que estava fazendo. Acabou no tempo certo, quando o porteiro ligou avisando que os amigos já estavam esperando. Desceu e foi até o carro de fera, o lugar dela era lá. Junto com o dono do carro, Lia e Vitor. No outro carro estavam Juliana, Gil, Pilha e Orelha.

- Que isso Fatinha, que isso! – Fera cantou ao ver a amiga entrar no veículo toda arrumada.

- Obrigada, Massafera. Eu também estava com saudades! – riu e cumprimentou os outros amigos. – oi casal! Está linda amiga, gostei desse cabelo! – Falou com Lia. E deu um beijo em sua bochecha. – bora Frederico, pé na taboa que hoje eu quero ferver naquela pista!

- Sim senhorita! Preparados? – os amigos entraram na pilha e responderam em uníssono.

- Sim!! – todos riram. E Fera deu a partida no carro, buzinando pra Gil segui-lo.