Anatomia do Amor escrita por whatsername, whatsernamebeta


Capítulo 6
You and I


Notas iniciais do capítulo

Oi, tudo certo? : )
—_
Meu Bayern de Munique só me faz feliz e resolvi postar hoje. Bem, obrigada a todas que estão comentando, fico muito feliz por estarem gostando disto aqui.
—_
Temos hentai também, não sei, ficou bem leve, muito diferente de tudo que já escrevi. Digam-me o que acharam no fim, certo?
—_
Boa leitura



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POV Bella


Exausta não era a palavra, mas era algo bem perto disto. Só não era pior porque Edward estava empenhado em correr a mão em meus braços e, hora ou outra, o carinho se estendia para minha barriga.


Ajeitei-me contra ele, sorrindo. Meu corpo protestou e eu senti cada músculo tensionando. Nada conseguiria ser mais cansativo que ajudar Grace a arrumar as malas. “Grace está levando seis biquínis.” Falei baixinho, pousando minha mão sobre a de Edward, cessando um carinho bom. “E nós vamos ficar apenas um fim de semana na Flórida.”


A risada dele morreu em minha nuca, Edward plantou um beijo na região, sendo inteiramente doce. “Estou levando dois pares de roupa, está bom assim?” Ele perguntou ainda sorrindo. “Grace costuma ser exagerada, não se preocupe.”


O sofá era pequeno para nós dois, sorri quando percebi que estávamos quase caindo dele. Grace dormia pesadamente no sofá maior, com os cabelos caindo pelo rosto. Era perto das sete e, infelizmente, teríamos que viajar em um voo pela madrugada. Dormir era necessário, mas o sono ainda não existia.


“Preciso ir.” Coloquei depois de um silêncio breve. Edward colou ainda mais nossos corpos e sair do abraço dele era uma tarefa impossível. “Amor, preciso terminar de arrumar minha mala, sua filha me roubou pela tarde inteira. Dormir um pouco também seria bom.”


Edward apenas voltou a me acarinhar, a mão boba, ou esperta demais espalmou em minha barriga, sob minha camisa. Ele sabia que eu gostava daquilo, então, não demorou para ele estar distribuindo toques na região. “Porque não fica aqui comigo?” Edward perguntou em uma voz rouquíssima, o timbre viciante estava lá também. “Eu pego sua mala e busco Kim também, isso fará de Shady um cachorro mais feliz.”


Permiti-me suspirar, fazendo Edward sorrir de um jeito gostoso. “Dormir na mesma cama que você?” Perguntei-lhe com presunção, sentindo meu rosto esquentar. “Só dormir?”


Tudo que Edward fez foi colar minhas costas no peito dele, uma encoxada sutil. “Eu tento ser comportado e você não deixa.” Ele falou enquanto beijava meu ombro, aproveitando o fato de eu usar uma camisa de alças finas. “Não me deixe com vontade, sim? Saber que vou passar um fim de semana com você usando biquínis também não ajuda.” Edward terminou a fala longa, a boca caminhou até atrás de minha orelha, chupando a pele sensível.


“Você é um pouco descarado, sabia?” Falei-lhe, abrindo distância entre nós. “Sua filha está bem aqui e você me assediando.” Minha voz saiu divertida, não consegui evitar minha risada. “E se Grace só estiver fingindo dormir?”


Edward me virou para ele, olhando-me com diversão e felicidade. “Olhe, Grace está com os pés cruzados, ela só dorme assim.” Ele disse enquanto depositávamos nossos olhares na garota loira e que vestia o uniforme do colégio. “É coisa de pai, não se preocupe.”


O discurso me fez beijá-lo, eu fui lenta e minhas mãos voaram para os cabelos dele. “Grace realmente tem todos os motivos para te adorar.” Confessei-lhe, beijando-o mais. “Sua filha é louca por você.”


Ganhei um sorriso e um beijo. “Você ainda não me respondeu. Fique aqui comigo? A gente dorme um pouco e depois vamos para o aeroporto.” Edward explicou com calma, meio sorridente. “Juro que não abusarei de você.”


Sorri contra sua boca. Era para Edward fazer exatamente o contrário, porque, sinceramente, era desperdício ter um homem daquele e não ter nenhum tipo de alívio. E me lembrar de como fora bom ter os dedos dele dentro de mim não ajudava em nada.


“Para sua felicidade e desespero, vou dormir com você, sim? Apenas saiba que durmo sem roupa.” Sabendo que eu estava sendo teatral, mordi meu lábio e o olhei sob os cílios. Uma tentativa ridícula de seduzi-lo.


Edward me buscou para um beijo, daqueles longos e molhados; nós terminamos ofegantes e ele não dispensou uma última mordida. “Apenas para sua felicidade e vontade, eu também durmo sem nada.”


Nossas risadas se misturaram, saí do sofá e puxei-o. “Certo.” Falei enquanto procurava meu chinelo. “Vamos dormir nus em sua cama, mas antes preciso buscar minha mala e minha cachorra grávida.”


Migrei meus olhos para Grace, ela ainda dormia e o rosto era absurdamente relaxado. “Você vai deixá-la sozinha aqui? Não parece certo atrapalhar-lhe o sono.”


Edward também adorou o sono de Grace. Ele, com delicadeza de outro mundo, penteou os cabelos dela. “Ela está cansada, não vai acordar tão cedo.”


Ele nos guiou para porta. O trajeto até minha casa não era longo, poderia ser feito a pé, mas, movido pela preguiça, Edward me sentar no banco do carona. Nossas falas eram aleatórias, conversávamos sobre nossos dias e o sol da Flórida. Edward parecia animado sobre conhecer o estado cheio de praias. Enquanto dirigia, ele brincava com minha coxa, passeando os dedos logo abaixo da barra de meu short. Apenas o barulho do rádio não me fazia adormecer.


Antes mesmo que eu abrisse a porta da sala, Kim latiu e fez outros barulhos caninos, ao meu lado, Edward apenas riu. “Princesinha, acalme-se!” Pedi a Kim, tentando entrar em casa. “Será só um fim de semana, sim?” Expliquei-lhe enquanto afagava as orelhas dela. “Você vai ficar com Shady, será bom para os filhinhos de vocês.”


Subi a escada com Edward atrás de mim. Minha mala já estava pronta, só averiguei se minha bolsa de mão estava completa. Tudo estava lá; os remédios para enjoos e para dor de cabeça. Eu não gostava de aviões e vomitar perto de Edward não estava entre meus planos. O voo seria no início da madrugada, o que significava que chegaríamos junto com o sol na Flórida. Sem medo de parecer desleixada, escolhi um short e uma camisa para eu viajar.


“Vou tomar banho.” Falei mais alto, roubando a atenção de Edward, ele estava concentrado em inspecionar cada canto de meu quarto. “Não demoro.”


Ele caminhou e me deixou um beijo rápido. Os olhos pararam nos meus e eu fiquei besta com a intensidade do verde. Fui obrigada a beijá-lo de verdade e, em troca, ganhei um par de mãos em minha cintura. Edward me enlaçou e correu uma mão por minha lateral, deixando-me meio mole e quente.


“Banho.” Falei baixinho, lembrando-me de minha ideia inicial. “Pode colocar minha mala lá em baixo. Uh, é bom levarmos algo para comermos? Grace sempre está com fome!”


Edward sorriu e me soltou, indo para perto da cama. “Grace realmente gosta de comida de avião.” A fala foi pausada, no fim, veio acompanhada de um sorriso. “Vá tomar seu banho, te espero.”


Cumprindo minha promessa, não demorei no banho. Eu sabia que Edward ainda estava em meu quarto, então me precavi e saí enrolada na toalha. Ele estava lá, sentado e encarando os próprios pés; fiz barulho para ser notada e ganhei um olhar brilhante, minha resposta foi corar de corpo inteiro.


“Você ainda está aqui.” Coloquei com displicência, tentando dissipar o calor.


Edward ergueu os lábios, ele me deixou uma piscadela. “Agora você pode se trocar, de preferência, em minha frente.”


O calor, que já estava indo embora, voltou com força. “Explique-me essa sua fixação em me ver nua.” Soltei entre risadas, fazendo Edward sair da posição sentada e ficar em pé em minha frente.


Quando ele me abraçou de toalha e tudo, soltei um gritinho. Edward manteve as mãos possessivas em meu quadril, olhando-me intensamente. “O fato de eu ser um quase virgem não te incomoda, certo?”


Fiquei na ponta dos pés para beijá-lo, fiz minhas mãos irem para os cabelos dele. “Não me importo.” Disse-lhe baixinho, roçando nossos lábios. “Isso me deixa com mais vontade ainda.” Minha voz saiu quente, meio arrastada. “Sua namorada louca vai te reiniciar sexualmente, tá?”


Nós dois sorrimos juntos, senti as mãos descendo para minha bunda, o apertar foi mal intencionado, levando-me de encontro ao quadril de Edward. “Isso não vai ser hoje, Edward.” Avisei-lhe e, em resposta, ganhei mais um apertar e um bufar. “Embora eu esteja morrendo de vontade.”


Ele me soltou contra vontade, eu vesti minhas roupas, tentando não dar muito alimento para a imaginação dele. Conferi se eu realmente estava levando tudo; por um milagre, tudo estava dentro da mala. Kim alegrou-se quando a peguei em meu colo. Ela ergueu as orelhinhas e piscou.


“Estou te dando um fim de semana com o pai de seus bebês, mas, por favor, nada de coitos, sim? Você não está em condições.” Enquanto eu a advertia, Edward só conseguia ri da situação. “Espero que seus filhotes estejam bem, que eles não nasçam enquanto eu estiver fora.”


“Vai demorar mais um mês, Bella.” Edward falou, ainda concentrado na pista cheia de automóveis. “Não sei se Shady vai conseguir se segurar. Kim é uma cadelinha bonita e atraente.”


Minha risada arrastou-se, fazendo Edward me acompanhar. “Deus!” Exclamei com energia. “É melhor trocarmos de assunto, discutir a vida sexual de nossos cachorros não está ajudando em nada.”


Edward concordou comigo e me olhou, derramando curiosidade. “O que planeja para nosso fim de semana na Flórida? Lembre-se que você será minha anfitriã.”


Minhas bochechas coraram sem motivos. “Edward, sério, não sou boa com essas coisas! Grace é melhor que eu em receber visitas; pode ter certeza. Só posso prometer praia e mais praia para nós.”


Uma mão correu até meu pescoço, subindo para meu rosto. Eu me aninhei a ela, querendo mais do carinho. “Praia está ótimo para mim, Grace vai ficar vermelha com tanto sol, mas não me importo.”


Não nos surpreendemos quando encontramos Grace ainda dormindo no sofá. Kim não estranhou o ambiente novo, apenas a visão de Shady já a confortou. Soltei-a sobre o tapete, vendo-a andar quase rebolando, tudo culpa da gravidez precoce.


Os passos de Edward foram apressados em direção ao sofá. Ele se abaixou e correu a mão sobre os cabelos de Grace, meio em dúvida sobre acordá-la ou não. “Filha.” Ele a chamou em voz entoada, segurando um sorriso. “Levante, vá para sua cama.”


Grace fez uma careta engraçada, cheia de sono e confusão. Apenas sorri para os olhos verdes e meio fechados por causa do sono. “Já é hora de viajar?” Ela perguntou em voz trêmula e falha. “Preciso me arrumar.” Grace findou a fala confusa, saindo do sofá e tropeçando nos próprios pés.


“Você parece um pouco bêbada, Grace.” Edward brincou com ela, usando uma voz absolutamente quente. “Ainda é cedo, você pode dormir mais. Só vá para sua cama.”


Eu realmente sorri como uma boba quando vi a cena mais fofa do dia. Grace, talvez movida pelo sono e pela confusão, ergueu os braços para Edward, pedindo colo como uma menininha de três anos. E aquilo foi mais bonito que tudo, pois Edward só sorriu e a pegou no colo, como se ela não fosse uma adolescente de treze anos e como se ela não pesasse mais que um bebê.


O rubor estava no rosto dele e aquilo me fez sorrir, só não o beijei porque decidi que não deveria estragar o momento deles. Edward subiu os degraus, carregando Grace sem dificuldades, eu os segui, quase babando. Era fofura demais!


Eu ajeitei os travesseiros de Grace, a cama era meio mole e eu me perguntei como ela conseguia dormir naquele colchão. Edward arqueou uma sobrancelha para mim, meio divertido. “Acredite, eu também não entendo. O colchão é mole demais.”


Depois que Grace pegou no sono novamente, Edward e eu caminhamos para fora do quarto. Edward pegou minha mão e beijou minha bochecha. “Muito sono?”


O corredor estava pouco iluminado, mas vi quando Edward me encurralou contra a porta do quarto dele. Eu, toda corada e cheia de expectativa, apenas sorri. “Só um pouco.” Confessei por fim, sentindo as mãos de Edward subirem por minhas laterais.


Ele deixou um beijo em minha boca, um beijinho rápido e sem maldade. Edward abriu a porta e constatei que aquela era a primeira vez que eu estava entrando naquele cômodo. Tudo me agradava, desde os tons discretos à cama grande. Edward pegou meu olhar e me deu uma piscadela. O homem era um poço de charme também.


“Vou tomar banho, veja se gosta de minha cama.” Edward falou enquanto puxava a camisa para fora do corpo. Deus, o que ele pretendia? Com certeza eu estava secando-o, vendo o quão definido ele era, sem músculos, mas firme e bom para mim.


Edward caminhou para o banheiro, deixando-me sentada na beirada da cama, ainda perdida com a beleza revelada dele. Deixei meus olhos varrerem cada pedaço do quarto, sorri quando vi muitas fotos. Era uma verdade, Grace fora uma bebê lindinha e que não dispensava o colo do pai.


Abusando do silêncio, Edward voltou para mim. Ergui meu olhar e encontrei-o dentro de uma calça de flanela, surrada demais. “Quer dormir agora?” A pergunta saiu em voz pausada e calma. Edward sentou-se ao meu lado, descansando a mão em minha coxa.


Pousei minha mão sobre a dele, subindo e descendo o toque em minha pele. “Dormir seria bom.” Falei no meio de um bocejo. “Nós vamos chegar à Flórida de manhã.” Informei-lhe, fazendo contas mentais. “Nós podemos cochilar e passar no resto do dia na praia.”


“Parece bom para mim.” Edward falou baixinho, perto de meu ouvido, a risadinha dele me fez arrepiar por completo. “Agora eu quero dormir com você.”


Minhas bochechas queimaram no instante em que ele nos deitou na cama. Edward abraçou minha cintura, deixando os lábios sobre os meus. “Onde está a parte em que você fica nua?”


O vermelho já se estendia para meu pescoço, minha risada saiu histérica e tudo que Edward fez foi piscar para mim. Eu biquei-lhe os lábios, sendo muito breve e risonha. “Onde está a parte em que dormimos? Vestidos e comportados?”

(...)

Era um sonho bom, pois estava muito perto de ser real. Os lábios macios de Edward salpicavam beijinhos em minha bochecha; corriqueiramente eu os sentia sobre minha boca. Também existia uma risadinha gostosa. “Acorde, Bella.” A voz também saiu divertida. “Você está sorrindo, nem tente dizer que está dormindo.”


Perguntei-me o porquê d’eu sorrir tanto para Edward, eu fazia aquilo até quando sonolenta. Abri meus olhos e encontrei um homem sem camisa em cima de mim, sorrindo como nunca. “Oi?” Falei baixinho, tentando me situar com o mundo real. “Por que me acordou?”


Edward apenas se abaixou e selou nossas bocas. “Ainda quero viajar, sim? Seria estranho se eu chegasse à Flórida sem você.”


A fala me fez saltar da cama. Aos poucos, entendi que estava no quarto de Edward, apenas descansando para encarar um voo da madrugada. Olhei para ele e pisquei, pois Edward já estava dentro de um jeans desbotado e uma camisa preta, o cabelo ainda estava bagunçado.


“Você é engraçada quando acorda.” Edward falou depois de colocar meus cabelos para trás de minha orelha. “Vou lá fazer outro milagre, me pergunto se Grace dorme ou desmaia todas as noites.”


Sorri enquanto bocejava. Meio descoordenada, peguei minhas coisas e caminhei para o banheiro. Eu tinha dormido por pouquíssimas horas, então tomar outro banho não era minha primeira necessidade. Ajeitei meu cabelo e minhas roupas, que estavam completamente tortas. O rosto de sono ficou do mesmo jeito, pedi para que Edward não se assustasse comigo.


Não demorou em Edward voltar para o quarto, o sorriso era tímido e ele não hesitou em ocupar o lugar ao meu lado em frente ao espelho. “Grace acordou irritada, está dizendo que o cabelo dela é um ninho. Por favor, vá lá acalmá-la.”


Só conseguir soltar uma risada arrastada. Olhei para o reflexo de Edward, me perguntando o que dizer para uma garota linda e loira que tinha um cabelo absolutamente bonito. “Meu cabelo também está um ninho, acalme-me.” Pedi por fim, abraçando-lhe a cintura e afundando meu rosto na curva do pescoço dele. “Estou com tanto sono, vamos voltar para a cama?”


Antes que Edward me respondesse, a porta abriu-se e nos revelou uma Grace tonta de sono. O cabelo estava longe de ser um ninho e eu sorri para a escolha de roupas dela. “Oi, Grace!” Falei com certa animação, caminhando pelo quarto e ajuntando minhas coisas. “Quem está mais com sono? Você ou eu?!”


“O que é isso que você está vestindo, filha?” Edward perguntou-lhe em voz curiosa. Os olhos estavam do mesmo jeito, ele realmente estava confuso.


Grace e eu sorrimos em sintonia. Ela deu uma voltinha, rindo abertamente. “É short-saia, pai.” Ela lhe explicou, abaixando a blusa estampada. “É, eu sei, é um pouco confuso mesmo.”



Ainda preguiçosos, descemos os degraus da escada. Shady e Kim dormiam no tapete, mas um barulho mínimo os acordou. Abaixei-me até estar na altura de minha cadelinha, olhei-a, sorrindo. “Princesinha, fique bem e nada de destruir a casa dos outro, sim?” Falei, tentando soar autoritária, mas minha voz saiu meio infantil. “Cuide de seus rebentos também.”


A resposta foi um latido agudo, Shady repetiu o ato e correu até a porta. “Não, cachorro safado, você não vai conosco!” Edward praticamente ralhou, fazendo Shady voltar para o tapete. “Cuide de Kim e de seus filhotes, ninguém pediu para você ser um tarado.”


Aquele discurso era de gente louca, então peguei a mão de Edward, levando-nos para fora da casa dele. Nossas malas estavam no carro e tudo o que carregávamos eram nossas bolsas de mão. A de Grace era uma particularidade, muito maior que ela e cheia de comida. A minha era discreta, embora fosse mais azul que uma caneta.


“Pode dormir, amor.” Edward falou baixinho, ainda concentrado na pista pouco movimentada. “Eu te acordo quando chegarmos ao aeroporto, Grace está dormindo já, faça-o também.”


“Você está com sono também. É melhor ficarmos conversando, não quero que você bata esse carro.” Falei no meio de um bocejo longo, sentindo os olhos dele em mim. “A gente dorme no avião, assim não vomito em você.”


Edward me deu um olhar engraçado. “Isso é sério, Bella?” Ele perguntou com evidente curiosidade. “Terei que controlar seu estômago e o de Grace? Serei obrigado a dopá-las.”


Apenas deitei meu rosto no ombro dele, inspirando um cheiro bom. Grace, no banco de trás, dormia profundamente, meio jogada no estofado. Quando chegamos ao aeroporto, fiz milagre e acordei Grace, ela soltou palavras indecifráveis e, com certeza, ela estava me xingando naquele dialeto confuso.


Sabendo que estava sendo folgada, deixei que Edward carregasse nossas malas. Grace se apoiava em mim, colocando todo o peso que conseguia. Eu realmente agradeci quando nos sentamos na sala de embarque e, aos poucos, Grace conseguia ficar mais acordada que dormindo.


“Quer que eu compre revistas para você?” Perguntei a Grace quando ela tirou o rosto de meu ombro, meio perdida. “Daquelas cheias de pôsteres e assuntos absurdamente adolescentes.”


Ela sorriu de um jeito engraçado, levando Edward junto. “Pode ser, obrigada.” Grace falou por fim, dando-me uma folga e descansando o rosto no ombro de Edward. “Meu pai morre der rir das coisas que essas revistas escrevem, não é, pai?”


“Oras, mas é claro!” Edward falou com efusão, uma mão veio acarinhar meus cabelos. “O povo que escreve essas coisas deveria tentar iludir menos. Já percebeu que tudo parece muito fácil nessas revistas?”


“Eu as lia, sim?” Confessei, sabendo que minhas bochechas estavam vermelhas. “Elas me ajudaram, ok?” Falei antes de caminhar para a loja cheia de revistas. Mesmo um pouco longe, pude ouvir duas risadas cantadas e sonolentas.


“Pai?” Grace usou uma voz arrastada, meio incerta. “Acho que não estou bem.”


Meus olhos, que estavam vidrados na pequena janela, correram para Grace. Eu não estava certa sobre vê-la vomitando. Edward fazia um carinho bom em meu cabelo, mas soltou um bufar depois da fala da filha.


“Respire fundo.” Edward falou em, talvez, uma voz profissional. “E tente manter suas últimas sete refeições em sua barriga, eu disse para você não comer tanto.”


Grace rolou os olhos e eu empenhei-me em acarinhá-la nos cabelos. “Só pense em outra coisa. É só impressão, seu estômago está ótimo.”


Ela sorriu e voltou atenção para as páginas da revista. “Quer ler também? Você me comprou várias!”


Aceitei a revista, a capa tinha um tanto de garotos, supus serem de uma banda famosa. Folhei-a com interesse, Edward, ao meu lado, apenas ria. “Pensei que você tinha vinte e três anos.” Ele falou perto de meu ouvido, baixinho e me fazendo arrepiar. “Você não precisa destes conselhos.”


A vontade louca me fez virar o rosto e depositar um beijo demorado nos lábios dele. “Não coloque toda responsabilidade em mim, por favor.” Falei ainda sobre a boca dele, tentando não chamar a atenção de Grace.


Ele sorriu e me deu um beijinho doce, mas que foi longo. “É difícil pensar o contrário quando eu tenho certeza que você é uma devoradora de homens.”


Engoli em seco e senti o calor fluindo com força para meu rosto. O que tinha dado em Edward para ele falar aquilo em um avião, com Grace sentada ao nosso lado? Eu lhe dei meu melhor sorriso, talvez, meio atrevido. “Sim, certamente.” Falei-lhe, sorrindo e beijando-o. “Tudo também me faz pensar que não terei descanso com você.”


Edward sorriu de um jeito muito gostoso, o beijo aprofundou e ele sorriu contra minha boca, sugando meu lábio depois. “Tenho um atraso de alguns anos, não vou parar enquanto não aniquilá-los.”


“Bella? Pai? Por favor, parem com isto!” A voz de Grace soou alta e quase irritada. “Eu ouvi tudo, sim? Não quero olhar estranho para vocês, então parem de falar essas coisas.”


Meus olhos saltaram e o rosto de Edward corou; tudo aquilo estava sendo embaraçoso demais e eu me restringi a encarar a janela, realmente ignorando a última fala de Grace e todas as de Edward. A viagem continuou em silêncio e me deliciei com o carinho que Edward deixava em meu cabelo. Tentei fazer alguma coisa por ele, então não pensei antes de deixar minha mão no joelho dele, traçando um padrão aleatório.


Ainda não eram seis quando pousamos em West Palm Beach. Grace abriu um sorriso alegre, meio infantil também. “Estamos perto de Orlando? O que pensam sobre irmos à Disney?”


Dei-lhe meu melhor sorriso complacente. “Não tão perto, Grace.” Informei em voz pausada, guiando-nos para os táxis. “Podemos voltar a qualquer hora. Realmente gosto daquele lugar.”


Edward entrelaçou nossas mãos, sorrindo de lado para mim. “Quando você vai parar de me surpreender?” Ele perguntou entre sorrisos, beijando minha bochecha. “Eu quero muito ir à Disney com você. Seria impagável.”


Só sorri para ele, sentando no banco de trás do táxi, com Grace ao meu lado. Ela mantinha os olhos na cidade recém-descoberta, nos prédios e no sol que ainda estava nascendo. O sono ainda existia em nós três, em mim também havia um pouco de ansiedade, pois eu não sabia o que esperar do encontro de Edward com meus pais.


Quando o motorista latino nos deixou na calçada de minha antiga casa, só puxei uma respiração pesada e hesitante. Edward percebeu minha mudança súbita e me estendeu a mão. “Era eu quem deveria estar nervoso.” Ele falou com a dose certa de afeto, deixando-me mais confiante. “E eu não estou.”


Antes de eu responder, ganhei um beijinho rápido. Grace sorriu para nós, colocando o cardigã dentro da bolsa. “Posso bater na porta?” A voz foi efusiva, o que me fez sorrir de canto a canto. “Posso?”


“Sim, você pode, Grace.” Falei-lhe com a mesma diversão. Nós três caminhamos pelo jardim meio sujo, a mão de Edward segurava a minha e eu me perguntei onde estava meu balanço.


Depois de Grace bater meio exageradamente contra a porta da sala, a mesma se abriu com delicadeza. O rosto de minha mãe se materializou, Renée também parecia cheia de sono, mas ainda conseguia sorrir para nós. O olhar alternou entre mim e Edward, depois, minha mãe sorriu.


“Oi, filha.” Ela falou com animação. “Oi, Edward.” Renée continuou, sorrindo demais para meu namorado. “Prazer!”


Tudo estava dando certo, então meu sorriso só cresceu. Renée, ainda sorrindo, levou os olhos para Grace. Aos poucos, o que era animação passou a ser uma curiosidade de outro mundo. Grace sorriu de lado, louca para ser anunciada.


“Quem é ela, Bella?” Minha mãe perguntou em uma voz estranha, curiosa e apreensiva.


Corri meus cabelos pelos cabelos de Grace, ela ainda sorria e parecia feliz com tudo aquilo. “Esta é Grace, a filha de Edward.”


O semblante de minha mãe se encheu de surpresa e ela não fez questão de esconder o sentimento novo. “Você não disse que seu namorado tinha uma filha.” A voz de Renée saiu com uma pitada da resignação e aquilo me deixou completamente sem reação.


Não foi difícil ver as reações de Grace. O rosto alvo corou, mas não era vergonha, era algo bem perto de se sentir inadequada. Os olhos verdes piscaram e eu quase pude ver lágrimas tímidas. Eu não sabia lidar com aquele tipo de situação, tudo que fiz foi segurar a mão de Grace, dizendo com o ato para ela ignorar tudo que minha mãe disse. Tinha plena consciência de meu rosto vermelho, eu não encararia Edward tão cedo, o comportamento de minha mãe realmente me envergonhara.


“Que seja.” Falei depois de muito silêncio. “Essa é Grace, a filha de Edward.” Fiz questão de repetir, soando chata e mal humorada. “Precisamos dormir um pouco. Onde está meu pai?”


Minha mãe nos deu passagem. Meu pai ocupava o lugar de sempre no sofá, ele sorriu para mim e se levantou. “Oi, filha sumida!” Ele exclamou enquanto me abraçava.


Retribui o carinho, também sorrindo. “Este é Edward, meu namorado.” Falei depois de voltar para minha posição original, Edward deu a mão para meu pai, tentando ser um bom genro.


 “Como está, Charlie?” A voz de Edward saiu calma e arrastada. “Prazer em conhecê-lo.”


“Oi, Charlie.” Grace falou baixinho, completamente em dúvida, ainda com os olhos vermelhos. “Prazer.”


Meu pai apenas correu os olhos para Grace, também surpreso. “Bella, quem é ela?” Ele também fez a fatídica pergunta. “O que essa menina faz aqui?”


Não consegui disfarçar meu choque. Que diabos meus pais tinham contra Grace? A garota loira não conseguiu disfarçar a semblante desolado, Edward passou o braço sobre os ombros dela, sem medo de ser paternal demais. “Ela é minha filha.” Ele falou com tom firme, cheio de certeza, como deveria ser.


Eu ainda tentava esconder meu rosto, ou, pelo menos, acreditar que aquilo só era uma brincadeira, pois eu poderia esperar tudo, menos cogitar que meus pais seriam tão estúpidos com Grace.


“Vou subir com nossas malas, depois conversamos.” Falei bem mais baixo, já subindo os degraus. “Edward, Grace, venham.” Chamei-lhes, sem ousar olhá-los nos olhos.


Quando Edward caminhou ao meu lado no segundo andar, olhei-o sob meus cílios. “Eu estou envergonhada, desculpe-me por eles. Nunca poderia imaginar que meus pais fossem tão idiotas.”


Grace manteve os olhos no chão, ou, talvez, no par de tênis. Edward pegou meu rosto, também meio decepcionado. “Pensei que você tinha falado de Grace com eles.”


“Eu me esqueci, mas pensei que eles iriam amá-la, é o que todos fazem.” Falei em um sussurro, inclinando-me para Grace. “Por favor, me perdoe por tudo isso, sim?” Pedi-lhe, meus dedos criaram vida e foram para os cabelos loiros e longos. “Façamos assim, vamos ignorar este começo estranho. A gente dorme um pouco e depois vamos para a praia, podemos ficar o dia inteiro lá.”


Ela me deu um sorriso não muito verdadeiro, mas foi o suficiente para mim. Antes que eu abrisse a porta de meu antigo quarto, minha mãe apareceu, com os olhos em Grace e em Edward.


“O quarto de hóspede está arrumado, ela pode ficar lá.” Minha mãe falou sem inflexão. “Edward e você podem ficar em seu antigo quarto, Bella.”


Tudo aquilo só me deixava pior, assenti com rapidez, procurando os olhos de Edward. “Vou ficar com Grace, sim?” Falei enquanto abria a porta de meu quarto, permiti-me sorrir um pouquinho. “Deite-se e descanse.” Minha voz saiu baixa e eu aproveitei para beijá-lo. “Desculpe por tudo isto, espero que goste de minha cama.”


Edward descansou a testa na minha, me olhando. “Bella, por favor, não se culpe.” Ele pediu antes de moldar os lábios nos meus. “Descanse também, Grace e eu ainda queremos torrar no sol daqui.”


Meu olhar migrou para Grace, que ainda teimava em encarar qualquer ponto do chão. “Durma o quanto quiser, porque eu realmente vou desmaiar.” Minha voz esquentou e eu sorri. “Venha desmaiar comigo, Grace.”


Abri a próxima porta do corredor. O quarto de hóspede era impessoal e a cama de casal estava com uma colcha amarela. Grace, sendo tímida e hesitante, deixou a mala no chão, ela caminhou para perto da cama, em dúvida sobre o que fazer. Eu também tinha os mesmos questionamentos.


Ainda não era possível mensurar minha vergonha, mas sentei-me ao lado de Grace, sem saber o que dizer, mas, talvez, nada merecesse ser dito. “É melhor deitarmos um pouco.”


“Sim, certamente.” Grace me devolveu em tom calmo e ainda cheio de tristeza. “Sua mãe não vai se importar se eu dormir aqui?”


Preferi deixá-la sem resposta, eu só precisava conversar com meus pais, deixá-los cientes que eles tinham acabado com meu fim de semana. Tirei meus sapatos e simplesmente deitei na cama. Grace sorriu e fez o mesmo, ocupando um espaço minúsculo.


O quarto estava um pouco claro, mas o sono era mais forte. Lentamente, deixei-me ser levada para a inconsciência, antes consegui ouvir algo perto de um chiado ou, talvez, um gemido cheio de pesar.


“Grace.” Chamei-a baixinho, virando-me para ela, apenas encontrei um rosto tristonho e sonolento. Eu não gostava quando os outros choravam. “O que houve? Não fique assim, por favor.”


Ela soltou um sorrisinho, mas fora sem vontade. Grace secou os olhos, piscando e ajeitando os cabelos. “Não é nada, Bella.” Ela falou depois de puxar uma respiração longa. “Eu devo ter algum problema, pois mãe nenhuma consegue gostar de mim.”


As palavras levaram a umidade para os meus olhos. Só pude fazer o certo, que era abraçá-la de verdade. Fui bem aceita e Grace afundou o rosto em meu pescoço. “Eu te adoro, Grace.” Falei baixinho, mas o tom era cheio de sinceridade. “Adoro muito.” Ratifiquei a ela. “Minha mãe só foi pega de surpresa, ela não esperava encontrar uma menina tão bonita e educada, você intimida as pessoas, sim?”


Grace me deu uma risadinha. “Você deve me achar louca, não é?” Ela me perguntou ainda em voz cortada. “Penso que devo ter algum problema mesmo, as pessoas gostam de me rejeitar.”


“Não fale isto, por favor.” Pedi-lhe, soando extremamente séria. “Você tem suas tias, Carlisle e Esme... Você tem Edward, ele te ama, ele é louco com você.” Meu tom tornava-se enérgico aos poucos. “Ninguém precisa de mãe quando se tem um pai como o seu. Agradeça todos os dias por tê-lo.”


“É o que faço.” Ela falou por fim, já sem lágrimas, mas com o rosto de choro.


Fiz carinho nos cabelos dela, sendo lenta e carinhosa. “Sabe, eu ficaria muito agradecida se meus filhos fossem uma cópia fiel sua.” Soltei com despretensão, intensificando meu cafuné. “Não há como existir filha melhor.”


“Bella, você está grávida?” Ela perguntou de supetão, sorrindo para mim. “Deus, eu não posso acreditar. Terei irmãozinhos?”


“Grace, não seja louca.” Falei com a mesma energia, sentindo meu rosto tingir-se de vermelho. “Nada de gravidez, nada de bebês.” Eu disse enquanto desfazia meu abraço em Grace. Perguntei-me se eu deveria acrescentar que também tinha nada de sexo com Edward.


Ela sorriu para mim, de canto a canto, bem mais contente. “Desculpe-me por meus ataques, acho que isto também é um pouco de saudade.” Ela usou muita displicência, mas foi fácil ver o rosto se enchendo de uma emoção diferente.


“Já está com saudade de Seattle?” Perguntei-lhe, sabendo que o ponto não era aquele.


Grace piscou para mim, transbordando timidez. “Oh, não. Não é de Seattle. Penso que seja de Marshall, ele está fazendo aniversário hoje.”


Meu sorriso saiu com facilidade, fazendo Grace repetir o ato. “Eu queria estar com ele. Tem festa e ele me convidou, mas é óbvio que seria muito estranho pedir para meu pai me deixar ir, então estar aqui não é tão ruim também.”


O discurso me surpreendeu de todas as formas, pois Grace sorria de um jeito diferente e realmente parecia pesarosa sobre não estar no aniversário do menino de cabelos escuros e sorriso contido. “Eu gosto dele, Bella.”


Certo. Grace tinha reservado o início da manhã para me surpreender por completo. Meu silêncio persistiu e aquela foi a única forma de eu dar-lhe mais espaço. “É fácil ser eu mesma com ele. Marshall tem o melhor abraço depois do de meu pai, ele sempre ri de tudo o que falo.” Grace falou com um sorriso enorme. “Ele me entende e penso que isso seja bom.”


“E é bom.” Falei por fim, feliz por Grace. Sorri para ela, bocejando. “Ainda está cedo, mas mande uma mensagem de feliz aniversário para Marshall, pode usar o telefone daqui também. Ele vai gostar. Fale que você está na praia, com sua madrasta louca.”


Ganhei uma risada cantada. “Não quero parecer muito desesperada.” Ela falou no meio de um bocejo longo. “Vamos dormir, depois converso com ele, de preferência enquanto torro no sol e me entupo de sorvete.”


Nós duas sorrimos no mesmo instante, mas Grace dormiu antes que eu. Meio sem sono, caminhei para fora do quarto, indo para o primeiro andar. Eu só precisava conversar com minha mãe e pedir uma resposta para aquele comportamento completamente deselegante.


Ela estava concentrada no fogão, com certeza, preparando alguma coisa para meu pai. “Te atrapalho?” Perguntei, tentando ser notada. “Isso tem um cheiro bom.”


Minha mãe se virou rapidamente, sorrindo para mim. “Oi, Bella! Pensei que estivesse dormindo.” Ela continuou enquanto mexia nas panelas. “Você parece cansada.”


“Preferi deixar a cama para Grace.” Respondi-lhe com rapidez também. “Eu realmente quero ver o que meu pai e você farão quando ao perceberem que Grace é a garota mais encantadora do mundo.”


Ouvi um bufar baixíssimo, Renée procurou meus olhos, meio incerta. “O que deu em você para namorar um homem que tem uma filha? A propósito, ela nasceu quando Edward tinha quatorze anos? Porque ele é jovem demais para ter uma filha! E ainda temos a mãe dessa menina, o que você sabe sobre ela?”


“Mãe, você está me irritando.” Soltei simplesmente, sentando-me na cadeira. “Edward tem trinta e um, ok? Ele faz de tudo para Grace, ela o adora. Nada é melhor que estar com eles. Grace é uma doçura, a ponto de me deixar encantada. Não me importa o fato de Edward ter uma filha, eu gosto dele e só isso que interessa.”


“Eu me preocupo com você, Bella.” A voz de minha mãe saiu pausada. “Não quero que se repita o que aconteceu com Jacob.”


“Não vai se repetir, mãe. Eu sei que não.” Falei incisiva, quase a desafiando. “Está tudo bem entre mim e Edward. Não quero apressar nada, só quero aproveitar isto tudo.”


“Nunca te vi desse jeito.” Renée falou depois de meu discurso. “Você defendendo alguém.”


Preferi encerrar aquele tópico e antes de voltar para o quarto, dei meu melhor olhar sério para minha mãe. “Por favor, seja legal com Grace, sim? Ela está se sentindo completamente inadequada e a culpa é só sua. Retrate-se.”


Também não esperei nenhuma resposta, voltei ao meu quarto e encontrei Grace dormindo, com os pés cruzados, fazendo-me sorrir. Deitei-me ao lado dela, puxando um pouco do lençol. Eu dormi rapidamente, sem me preocupar muito com meus pais, pensando apenas em como dar um bom fim de semana a Edward e à Grace.

(...)

Acordei com um par de olhos verdes sobre mim. Grace me deu um sorriso engraçado, eu gostei da trança que ela fizera. “Estava te esperando. Acho que não é muito prudente eu me encontrar com sua mãe, não sem você por perto.”


Espantei a sonolência e sorri também. “Esqueça meus pais.” Falei quase com deboche. “Não precisava me esperar, você podia ter descido. Deve ser traumático me ver dormindo.”


“Nem é.” Grace disse enquanto saía da cama, só assim percebi que ela vestia uma saia jeans e uma camisa fina demais. “Vamos para praia agora? Precisamos acordar meu pai.”


Joguei meus pés para fora da cama e aproveitei para ajuntar meus cabelos de qualquer jeito. Com Grace a um passo dos meus, caminhei para fora do quarto. Abri a outra porta, encontrando apenas uma cama perfeitamente arrumada e a mala de Edward perto da cama. Sem qualquer sinal de meu namorado.


Nós duas descemos a escada e, para nossa surpresa, Edward conversava com meus pais, com o semblante relaxado e calmo. Preferi acreditar que aquilo era bom, pois nada pior que meus pais criando aversão a Edward.


Sem fazermos escândalo, aproximamo-nos deles. Grace descansou a mão no ombro de Edward, dando-lhe um sorriso enorme. “Oi, pai!” Ela exclamou, procurando um espaço no braço do sofá. “Conseguiu descansar?”


Edward não poupou o sorriso, o verde dos olhos transbordou e ele me pegou pelo pulso. “Nem parece quer viagem por seis horas.” Ele falou com evidente diversão. “Você, Grace, parece ter dormindo por um dia.” Edward brincou com a filha, quase desfazendo a trança dela.


Sem aviso, Edward inclinou-se para mim, dando-me um beijinho rápido, daqueles de bom dia. “Oi?” A voz fora carinhosa, assim como o toque em minha bochecha. “Virei fã de seu pai, quero ser como ele.”


Minha risada morreu na boca dele. “Não vou deixar que você seja tão ciumento com Grace. Só eu sei o quanto foi horrível ter meu pai querendo rastrear cada passo meu.”


“Bem, temos um dilema, pois serei mil vezes pior com Grace.” Edward refutou baixinho, levando os olhos para Grace, que ainda permanecia calada ao lado dele. “Quer sair agora? O dia parece bom.”


Meus lábios deram-lhe um último beijo. “Não faço ideia de quantas horas são, podemos comer antes de irmos? Grace sempre está com fome.” Coloquei entre sorrisos. “Grace e eu precisamos nos arrumar também.”


Grace fez barulho ao meu lado, tentando ser notada, ela sorriu para minha mãe e meu pai. “O quarto de hóspede é ótimo, obrigada por ele.” A voz saiu extremamente cordial, Grace estava decidida a ser um amor com meus pais. “A casa também é tão bonita!”


Fiz questão de medir cada reação de minha mãe, ela nos deu um sorriso forçado, mas que satisfez Grace. “Certo, vou fazer alguma coisa para comermos.” Falei no momento em que saí do sofá. “Não quero perder nenhum segundo desse sol.”


Realmente não me importei em cozinhar para nós. Edward continuou conversando com meu pai, mesmo de longe, era fácil saber que eles discutiam sobre a profissão estranha de meu namorado. Ao meu lado, Grace me ajudava a torrar os pães. “Bella?” Ela me chamou baixinho, organizando as torradas no prato. “Sua mãe está me olhando torto!”


Deixei que meu olhar vagasse até minha mãe, ela me encarava, como se tentasse entender a relação entre mim e Grace. “Sério, ignore-a. Não se sinta estranha, tá? A culpa não é sua.”


Grace me deu um sorriso quente, comendo um biscoito. “Meu pai está apaixonado pelo seu. Penso que isso não seja bom.”


“E não é.” Assegurei-lhe. “Se Edward seguir os passos de Charlie, Marshall e você terão problemas.”


O rosto de Grace tingiu-se de vermelho, ela me olhou meio espantada. “Bella, fale baixo, por favor!” Ela pediu com seriedade. “Meu pai não pode nem imaginar que Marshall existe. Ele nos pegou aos beijos, será impossível fazer uma lavagem cerebral nele.”


Meus olhos estavam esbugalhados, eu não podia acreditar que Grace tinha uma vida tão emocionante. “Foi em meu aniversário. Péssimo dia, não?!” Ela continuou com displicência. “Marshall realmente acha isso tudo muito engraçado.”


“Ele não morre de medo de Edward?” Perguntei-lhe enquanto caminhava para mesa, vendo Edward sair do sofá. “Seu pai é meio ciumento, não?”


Meio?” Grace distribuiu diversão na resposta. Edward abraçou minha cintura, mas os olhos estavam em Grace, que só conseguiu sorrir abertamente. “Não é, pai? Você não é o pai mais chato do mundo?”


Eu amava a risada de Edward, era gostosa a sincera. “Claro que sim, Grace. É o mínimo que se pode esperar para o pai da menina mais insuportável do mundo.”


Os dois trocaram um olhar cúmplice, Edward veio para o meu lado, sorrindo estritamente para mim. “O que pensa sobre vestir seu biquíni e irmos à praia? Você me prometeu.”


Dei-lhe um beijo meio demorado, as mãos de Edward pararam em meu quadril, acariciando-me lentamente. “Muito animado, Edward?” Falei contra os lábios úmidos, tocando nossas bocas. “Vou lá colocar meu menor biquíni, sim?”


Quando Grace e eu entramos no quarto de hóspede, trocamos um olhar e fomos para nossas malas. Peguei o primeiro biquíni que vi, que por sinal era sem alças e absolutamente comportado. “Fico bem de preto?” Perguntei a Grace enquanto puxava minha camisa para fora.


A resposta foi um rolar de olhos, Grace não poupou uma risadinha. “Também estava querendo ir de preto. Vai ser muito ridículo se formos combinando?”


Também não deixei de sorrir. “Vai ser divertido!” Exclamei e aproveitei para pedir-lhe para amarrar a parte de cima de meu biquíni. “Bella, eu juro, meu pai vai ter problemas com você hoje. Olhe, seus peitos estão saltando!”


“Você fala como se não tivesse um corpo de dar inveja.” Falei-lhe sorrindo, pois Grace, apesar da pouca idade, tinha tudo para ficar maravilhosa. Não tinha como ser diferente sendo filha de Edward.


Grace jogou o celular dentro de minha bolsa, assim como os fones de ouvido. Eu não dispensaria tirar mil fotos, então saquei minha melhor câmera. Nós descemos os degraus e encontramos Edward sentado no sofá, usando uma regata branca. O escarlate veio para o meu rosto quando vi os olhos de Edward em mim, em minha saiu curta demais.


Ouvi o sorrisinho de Grace. “Vamos?” A efusão estava em cada letra. “Pai, você precisa pegar muito sol! Está branquelo!”


Edward piscou para Grace e pegou minha mão, levando-nos para a porta. “Se você fizer movimentos bruscos é bem provável que sua saia rasque. Não tinha uma que fosse um pouquinho maior não?”


Ergui-me na ponta dos pés, até ter meus lábios bem perto da orelha dele. “Sei que você gosta e eu gosto de te provocar.”


Ele me roubou um beijo, sem se importar com Grace ou com meus pais. “Você não vale nada, Bella.” Edward falou baixinho, beijando-me mais. “Nada mesmo, mas eu gosto de você. Muito mesmo.”


Perguntei-me aonde Edward queria chegar com aquela fala, como eu deveria interpretá-la, preferi em pensar em nada daquilo por enquanto. Grace realmente estava decidida em não perder nenhum detalhe daquela cidade. Ela caminhava olhando tudo, observando a orla, que já tinha muitos turistas. Pedi para não fosse um tormento encontrar um bom lugar na faixa de areia.


“Aqui parece bom.” Grace cantou para nós, sentando-se sobre a toalha laranja. “Tem sol, estamos perto do mar e de onde tem comida, só precisamos disto.”


A risada de Edward ecoou, ele tirou a camisa com naturalidade, deixando-me meio abismada. Era claro que estava secando-o, talvez existisse um pouco de baba também. Edward me fez sentar sobre a toalha, bem perto dele. “Eu quero te namorar.” Ele disse no instante em que acarinhou minha nuca, os dedos foram doces e eu suspirei. “Te namorar muito.”


Inclinei-me para ele, dando-lhe minha boca. “Aqui na praia, com todo mundo vendo?”


“Uhum.” Edward sussurrou para mim, beijando-me com delicadeza. “A gente pode começar agora?”


Meu sorriso cresceu e levei meus olhos para Grace, que dobrava as roupas e as colocava dentro de minha bolsa. Também tirei minha saia e minha camisa estampada, revelando meu biquíni da mesma cor que o de Grace. “Posso ficar um pouquinho bronzeada primeiro? Talvez eu dê sorte e não fique vermelha.” Coloquei com diversão, esticando-me sobre a toalha, com o corpo de Edward ao meu lado.


A mão dele parou em meu quadril, ela abaixava aos poucos e eu sempre estava censurando o toque, não daria certo tê-lo me apalpando no meio de uma praia. O sol estava quente e eu sentia minha bunda torrando. Grace também estava de bruços, ouvindo uma música qualquer; ela nos olhou com um sorriso, coisa típica dela. “Não quero atrapalhar nada, sim? Vou ficar aqui quietinha, ouvindo minha música e fixando cálcio em meus ossos. Não foi isso que você disse, pai? Qual é a vitamina mesmo?”


Perguntei-me que discussão era aquela, o assunto estava intelectual demais. Edward riu perto de mim. “25-hidroxicolecalciferol.” O tom foi profissional e eu me interessei por aquela conversa. “O sol ajuda na síntese.”


Eu realmente deveria agradecer por ter arrumado um médico só para mim. O homem era mesmo inteligente, sabia muito de tudo, a ponto de me deixar ultrajada. “Acho que preciso voltar a estudar, como consegue guardar tanta coisa?”


Ganhei um beijo em minha testa, doce e curto. “Inteligência não é saber tudo de tudo, é ter sabedoria, saber escolher. É diferente.”


“Certo.” Falei simplesmente, olhando sobre meus ombros e vendo que minha pele continuava branquíssima. “Queria ficar com a marca do biquíni pelo menos.” Falei quando abaixei a lateral de minha calcinha, apenas para saber se o sol já tinha feito efeito.


“Você está aqui há dez minutos, não peça um milagre.” Edward usou o timbre bom de sempre, a voz morreu perto de minha orelha e a mão traçou a lateral fina de minha calcinha. “Eu gosto de preto em você.”


Senti o calor típico em minhas bochechas, abracei as costas dele, parando minha mão perto do cós da bermuda. “E sua sunga? Qual é a cor?”


Ele me deu uma risada gostosa e bonita, o beijo foi apenas um selar de lábios. “Vou ficar de bermuda, sim? Seu corpo é bonito e por isso você deve mostrá-lo, eu sou branquelo e magro, é melhor ficar mais coberto.”


Só pisquei para ele, juntei nossos corpos e deixei meus olhos tempo demais nos dele. “Venha cá, amor.” Pedi-lhe e enrolei meus dedos nos cabelos dele. “Você é todo gostoso!” Exclamei contra os lábios entreabertos de Edward. “Que Grace não me ouça, mas você é uma delícia.” Falei por fim, acarinhando o tórax dele, sendo lentíssima. “Você é fortinho, não precisa ser só músculo. Eu gosto assim.”


Eu queria falar muito mais, dizer palavras que não pareciam existir, restringi-me àquelas e o beijei-o com demora, pedindo passagem com minha língua. Edward me aceitou sem relutar, o beijo tornou-se indecente e estar com poucas roupas não ajudava. Meu quadril recebeu um par de mãos fortes, elas me tocaram com certa ousadia, os dedos iam e vinham em minha coxa. A vontade só crescia e não pensei antes de colar ainda mais nossos corpos, dando espaço para as pernas de Edward entre as minhas.


Beijá-lo era uma experiência de outro mundo, porque, além de ser gostoso, nosso beijo sempre dava certo, combinávamos e aquilo me levava a crer que muita coisa daria certo também. O beijo sempre era um ótimo parâmetro.


Talvez eu fosse mesmo um pouco atrevida, pois minhas mordidas no lábio e língua de Edward se tornaram ininterruptas, deixando-nos ofegantes e cheios de vontade. Minhas investidas só fizeram com que os toques em meu quadril ficassem escancarados e ainda mais intensos.


“Bella.” Edward falou enquanto resfolegava. “Pare, por favor.” A voz, que saiu baixinha, morreu no instante em que ele chupou meu lábio. “Pare de me beijar assim, por favor.”


O beijo deu espaço para um sorriso, beijei-o com uma ousadia desconhecida por mim e só então percebi que estávamos em uma situação boa, engraçada e constrangedora. Em um movimento sutil, Edward moveu-se para mim, deixando muito claro o quão angustiado ele estava. Homens realmente não sabiam controlar uma ereção.


Ignorei o rubor em minhas bochechas. Afastei-me lentamente, contra minha vontade. “Ainda bem que meu biquíni é preto, se não, eu também ficaria em maus lençóis.”


“Esse é seu jeito delicado de falar que está toda molhada?” Edward perguntou baixinho, perto de meu ouvido. Eu tremi ligeiramente quando senti uma mordida forte em meu lóbulo. “Preciso sair daqui, não quero ser indiciado por atentado violento ao pudor.”


Dei-lhe um selinho demorado, levei meus olhos para a região abaixo do quadril dele, foi impossível não pensar besteira. Edward deveria quer ser rápido, porque seria difícil esconder toda aquela virilidade. “Vá lá, você precisa se refrescar um pouco.” Eu disse e aproveitei para dar uma olhada no mar, que estava calmo e cheio de banhistas. “Não faça nada que posso poluir a água, sim?”


“Não se preocupe.” Edward me respondeu com um sorriso, ficando em pé, mas ainda me medindo. “Vá lá me encontrar depois.”


Sem saber muito bem o motivo, corei. Em meu mundo aquele simples pedido fora a coisa mais quente, mais discreta e mais Edward. A resposta foi o meu sorriso. “Eu vou.” Falei por fim, vendo-o caminhar para o mar.


Espantei qualquer pensamento obsceno que me consumia, olhei para o lado e encontrei Grace de olhos fechados e com um sorriso. “Dormindo, Grace?”


Ela abriu com os olhos com preguiça, o verde brilhou por causa do sol. “Não, só estou pensando...” A evasão foi total e eu fui obrigada a encará-la, pedindo mais detalhes. “Acho que você pode me ajudar, interprete o que Marshall quis dizer com essas mensagens.”


Grace me deu o celular, corri o dedo sobre a tela, lendo uma infinidade de mensagens. Surpreendi-me com os textos trocados, os dois falavam de tudo. Do aniversário de quinze anos de Marshall, da falta que Grace estava fazendo na reunião de amigos, mas meu sorriso escapou quando ele escreveu que estava morrendo de saudades do sorriso de Grace. Era uma verdade, não existia fase melhor que aquela, a garota mais sorridente e bonita do mundo merecia tudo aquilo. Por um breve instante, acreditei que Marshall realmente a merecesse.


“Ele gosta de você, eu acho.” Soltei com displicência, analisando cada reação dela. “O menino realmente te queria na festa dele.” Falei o óbvio, lendo as últimas mensagens e percebendo que existia carinho em cada palavra. “Ele está fazendo quinze? Quer dizer que você prefere os mais velhos?”


“São só dois anos.” Grace me respondeu e rolou os olhos. “Pior é você, que está namorando um homem que tem uma filha.”


Sorri abertamente. “São só oito anos.” Usei as mesmas palavras, fazendo Grace abrir um sorriso de lado, ela se sentou e amarrou os cabelos, olhando para o mar. Aproveitei para analisá-la, os olhos verdes piscaram quando uma nova mensagem apareceu na tela do celular. “Pelo menos vocês não conversam nada muito suspeito, isso é bom.”


“Só de vez em quando.” A voz de Grace saiu divertida e meus olhos esbugalharam. Eu me empenharia a fazer de Grace uma menina mais recatada, porque ela era um perigo e Edward não ficaria feliz se fosse avô aos trinta e um. “Bella, só estava brincando!” Grace falou rapidamente, me fitando. “Não pense que sou assim, Marshall já entendeu que tem que me respeitar.”


Ela deveria saber que não é saudável fazer brincadeirinhas daquele tipo, porque eu costumava acreditar nelas. Grace ajeitou a parte de cima do biquíni, cerrando os olhos por causa do sol. “Sem contar que eu morreria de vergonha.” Ela disse com certa despretensão, deixando-me confusa. “Sério, é bem capaz de eu desmaiar.”


Meu ar foi embora quando entendi o que discutíamos. Mantive meus olhos nela, sem saber o que dizer, mas, por outro lado, cabia a mim deixá-la confortável com tudo aquilo. “Você é nova demais para ficar pensando nisto, tem muita coisa para aproveitar ainda, mas uma hora acontece, não precisa ficar envergonhada.”


“Como não ficar?” Ela devolveu com curiosidade, não me olhando diretamente. “Bella, isso envolve ficar sem roupa na frente de outra pessoa! Deve ser tão constrangedor.”


Eu ainda tinha um pouco de senso, então não induziria Grace a nada. Ele descobriria sozinha com quem ela quisesse, com quem ela desse a oportunidade. Não parecia certo informar-lhe que, mais cedo ou mais tarde, o corpo e mente dela iria querer bem mais que os beijos e, que quando essa hora chegasse, o que ela mais iria querer é que não existisse roupas.


Meu silêncio perdurou até eu encontrar uma boa resposta. “Não precisa desmaiar de vergonha, você vai gostar da pessoa, vai se sentir confortável, não tem com que se preocupar. Só espere alguém que realmente te mereça, vai ser mil vezes melhor, acredite.”


“Homens são idiotas.” Grace rolou os olhos e bufou, antes que eu concordasse com ela, a fala seguiu-se. “Ficam loucos para entrar nas calças de qualquer menina, mas tenho certeza que eles devem fazer nada direito.”


“E não fazem mesmo.” Dei-lhe a certeza e aproveitei para arrumar meus cabelos, que teimavam em cair em meus olhos. “Vocês vão descobrir juntos, essa é a graça.”


“Não faça trocadilhos com meu nome.” Grace usou todo estoque de diversão que tinha. “Meu pai adorava fazê-los, só parou quando brigamos.”


“Acho que seu pai morreu afogado, não o vejo.” Meu tom saiu dramático, mesmo que fosse falso. Ergui-me, a fim de ter uma visão mais ampla e então encontrei Edward no meio do mar, com a água na cintura, cortando uma onda baixa.


Grace piscou para mim, incentivando-me. “Vou lá ver se Edward está precisando de mim.” Falei, soando um pouco idiota. “Você vai ficar bem aqui? Cuidado com arrastões, sim? Vão querer te levar junto também.”


Antes que ela me respondesse, caminhei pela areia, sentindo meus pés esquentarem. Eu não estava muito certa sobre molhar meus cabelos e ficar com biquíni úmido também, mas sabia que nada poderia ser melhor que ficar com Edward dentro d’água.


Agradeci por eu ter intimidade com a água, ela não estava fria, mas longe de estar quente também. As marolas quebravam contra meu quadril e eu me assustava quando pisava em buracos. Edward não demorou a me notar, ele caminhou para mim sem deixar de sorrir.


Ele ficou a um passo de distância de mim e eu não pensei antes de anular a distância idiota. Envolvi-lhe o pescoço com minhas mãos, as dele vieram para minha cintura e eu iniciei um beijo caloroso, com muita língua e sons abafados. Edward me apertou contra ele e, sob a água morna, deixou uma boa apalpada em minha bunda, daquelas firmes e que diziam que ele não estava para brincadeira.


Meu gemido saiu baixinho, arrastado e contra a boca dele. “Edward.” Eu praticamente choraminguei. “Não faça assim, por favor.” Pedi-lhe, ondulando meu corpo e sentindo-o. “Não me faça querer abaixar suas calças.”


Edward sorriu enquanto mordia meu lábio. Eu ofeguei quando ele me ergueu, cruzando minhas pernas no próprio quadril, deixando-nos encaixados e sedentos. “Mulher, você está me deixando louco.”


Não me importei com meu rubor, trilhei beijos curtos até a orelha de Edward, minhas respirações fizeram-no tremer. “Estou com tesão, Edward.” Confessei por fim, baixinho e entre mordidinhas no lóbulo sensível dele. “Muito tesão.”


A resposta dele foi investir o quadril contra o meu, o atrito foi gostoso e meu corpo queimou, nem mesmo a água dissipava o calor que sentia. Edward, sem eu perceber, afastou-nos do aglomerado de pessoas, nós realmente precisávamos de privacidade.


Era engraçado o fato de nunca trocarmos palavras enquanto nos amassávamos. Edward desceu a mão para minha bunda, infiltrando-se em minha calcinha preta e apertando minha carne. “Tão gostosa.” Ele falou em voz cortada e rouca, fazendo meu rosto ficar roxo. Preferi beijá-lo, pois só assim para tê-lo calado.


Nossa movimentação era suspeita, pedi para que Grace não resolvesse vir ver o que fazíamos. Minha divagação findou quando senti a boca de Edward fazendo um trabalho incessante em meu pescoço. O toque era molhado e descia para minha clavícula, apesar de insano, não relutei quando Edward rolou a mão para minhas costas, tentando desamarrar meu biquíni.


É, eu era uma mulher fácil demais! Surpreendo-me, Edward desfez o laço com muita facilidade. O pedaço de tecido ainda me cobria, mas também dava espaço para que Edward brincasse com meus peitos, ora chupando, ora mordendo meus mamilos. Meu corpo arqueava e minha intimidade se enchia de lubrificação. A situação já estava no limite e eu percebi que ainda não tinha feito nada por Edward.


“Amor?” Chamei-o enquanto a boca dele permanecia no vão de meus peitos, fiz com que minha mão trilhasse entre nossos corpos, parei na parte baixa da barrigada dele, louca para descer mais. “Tire essa bermuda.”


Edward estava muito concentrado, com certeza ele não me escutara, então não pensei antes de desabotoar a bermuda preta, revelando-me uma sunga preta também. Tudo aquilo era loucura e gostoso demais, eu realmente não sabia dizer se Edward estava disposto a me ter dentro de um mar, em um lugar afastado, perto de rochedos. De certo nós precisávamos de alívio, então não hesitei em pegá-lo em minha mão. A água não me deixava ver, mas era certo que Edward era uma delícia. Ele vibrou em minha palma e eu pude ter a certeza que Edward tinha um pau grosso e louco para gozar.


Enquanto fazia meu trabalho, Edward apoiou a testa na minha, a mão brincava com meu peito, provocando-me com as pontas dos dedos. Meus olhos estavam nos dele, o verde iria transbordar a qualquer momento. Só existiam sussurros indecifráveis, beijos longos e dois corpos ondulando como cobras.


Quando Edward veio, só consegui sorrir. Beijei-o delicadamente, apenas um roçar de lábios. “Melhor agora?” Perguntei-lhe, dando-lhe tempo para se recompor. O homem ofegava como um sedentário.


“Mais um motivo para eu amar suas mãos.” Ele falou simplesmente, colando nossos lábios “Não fomos muito óbvios, certo?” Edward perguntou enquanto acariciava minhas costas nuas. “Obrigado por ter realizado uma fantasia minha.”


Apenas arqueei minha sobrancelha e coloquei meus pés no chão. “De médico quietinho você não tem nada, não é?” Falei enquanto caminhávamos para fora d’água. “Foi ingenuidade minha pensar que você fosse comportado.”


“Realmente, Bella, você parece muito indignada com tudo isso.” A voz de Edward saiu com o timbre que eu gostava, levando um sorriso para meu rosto. Ele me abraçou por trás, controlando meus passos. “Você consegue ver minha filha? Tem muita gente loira aqui, penso que ela esteja camuflada.”


Olhei para a areia, não foi difícil ver Grace sentada na toalha laranja e tomando sorvete. “Não se preocupe, não a raptaram.”


Nós caminhamos para perto dela, desviando dos outros banhistas. Quando Grace nos viu, ela deu um sorrisinho de canto, meio presunçoso. “O que vocês tanto faziam? Demoraram uma eternidade! Deu tempo para eu tomar quatro sorvetes.”


“Estávamos mergulhando.” Falei rapidamente, Edward riu de mim e eu não pude entender nada.


Grace rolou os olhos para mim, com um sorriso de outro mundo. “Certo. Mergulhando, Bella? E seu cabelo sem nenhuma gotinha de água?”


Eu estava certa sobre enfiar minha cabeça na areia, era uma verdade, eu precisava de argumentos mais convincentes. “Ah, seu pai estava mergulhando e eu só assistia.”


Ela sorriu de novo, Edward e eu nos sentamos, dividindo a mesma toalha. “O sol está bom para algumas fotos, você podem, por obséquio, serem meus modelos?” Troquei de assunto e, de qualquer modo, eu queria muitas fotos de nós três.


Dois sorrisos foram a resposta. O resto da tarde encheu-se de sorrisos e caretas, Grace era um ultraje de tão fotogênica, Edward não ficava atrás. O pôr do sol veio com preguiça, deixando o céu laranja, tornando as fotos ainda mais bonitas. Eu gostava da luz natural, de como estávamos bronzeados e felizes nas imagens.


Chegamos à casa de meus pais quando o sol já não nos aquecia, apesar da noite continuar quente. Grace e eu discutimos sobre quem tomaria banho primeiro. Em uma disputa desleal de par e ímpar, ela me venceu.


“Um dia de praia e água salgada e meu cabelo fica desse jeito.” Grace falou com deboche, encarando as pontas dos cabelos loiros. “Está todo ressecado, não sei o que vou fazer.”


“Grace, está tudo certo com seu cabelo, bonito como sempre.” Assegurei-lhe enquanto ela caminhava para o banheiro. “Demore o tempo que quiser, sim? Você está cheia de areia.”


“Sim, mamãe!” Ela cantou para mim, sorrindo. As bochechas dela coraram rapidamente, os olhos de Grace se encheram de diversão e alegria. “Acho que é a primeira vez que falo isso. Foi engraçado.”


Meus lábios subiram em um sorriso muito sincero, eu a adorava muito, muito mesmo. Nós não falamos mais nada, apenas a deixei ir tomar banho, aproveitei o tempo sozinha para ver as fotos tiradas e, por incrível que pareça, nenhuma seria descartada. Grace não demorou a sair do banheiro, ela já vestia um pijama e prendera os cabelos no alto.


“Por que praia nos deixa tão cansada? Parece que corri por um dia inteiro.” Ela falou já se sentando na cama e pegando o celular. “Cada célula minha está pedindo para eu dormir.”


“Faça isso. Só vou tomar banho, daqui a pouco volto.” Eu disse antes de entrar no banheiro. Deixei minhas roupas sobre a bancada da pia e percebi que Grace não era uma menina bagunceira, não na casa dos outros pelo menos.


Voltei para o quarto já dentro de meu pijama velho, Grace estava vidrada na tela do celular, sorrindo bobamente. “Vou lá dar um beijo de boa noite em seu pai, não demoro.”


Ela tirou os olhos do celular e sorriu para mim. “Pode dormir com ele, acho que sua mãe não vai querer me matar enquanto durmo.” Grace usou muita ironia e deboche. “Marshall me fará companhia até eu dormir. Boa noite, Bella.”


Eu não desperdiçaria a oportunidade. Dei a volta na cama e beijei a testa de Grace. “Boa noite também. Tenha juízo e nada de conversas proibidas com esse garoto.”


“Juízo também, Bella.” Ela falou com um sorriso, puxando o lençol sobre o corpo. “Muito juízo.”


Abri a porta de meu antigo quarto e surpreendi-me quando não encontrei Edward. O barulho do chuveiro me fez entender que ele ainda estava no banho. Sentei-me na cama, aguardando-o. Apenas por causa da saudade, deitei-me no colchão, quase quicando sobre ele. Realmente foi constrangedor quando Edward saiu do banheiro e me viu pulando na cama.


“Oi, Bella!” Ele soltou com um sorriso imenso, secando os cabelos com a toalha. Edward deu passos para mim, olhando-me dentro dos olhos. “Me esperando na cama?”


Meu sorriso aumentou na mesma proporção em que senti minhas bochechas queimando. Sorri-lhe e sentei-me na cama. “Essa cama continua sendo minha.”


Edward não hesitou em deitar-se ao meu lado, ele abraçou minha cintura e eu descansei meu rosto no peito dele. O silêncio imperou, mas não era ruim. Ajeitei-me contra ele, a ponto de ouvir as batidas calmas de seu coração.



“Você está cheirosa.” A voz soou baixinho, meio tímida. “Eu gosto.” Edward continuou enquanto acarinhava minha cintura.


Procurei os olhos dele, minha felicidade aumentou quando encontrei o par de olhos verdíssimos. “E não queria que esse final de semana fosse tão estranho.” Coloquei quase inaudível, realmente pesarosa.


“Não se culpe. Grace nem está tão triste assim, se estivesse realmente chateada, ela teria me pedido para voltarmos para casa. Penso que ela esteja bem, só em uma situação diferente.”


“Pelo menos eu acho que meus pais te aprovaram e mesmo que não o tivessem feito, eu continuaria com você.” Falei antes de beijá-lo, sendo doce e lenta. “Não há ninguém melhor que você.”


Edward me deu um olhar diferente, doce também. “Idem.”


Soltei uma risadinha. “Começamos a namorar agora, estamos na fase em que não se enxerga os defeitos.” Filosofei ainda com meus lábios pressionados aos dele. “Daqui a pouco você vai perceber que sou descontrolada e chata...”


O toque em minha cintura tornou-se enérgico, infiltrando-se sob minha camisa de pijama. Eu amoleci e joguei minhas pernas sobre as de Edward, sendo completamente bem aceita. “Bella?” Edward me chamou enquanto fazia uma degustação perfeita de meus lábios.


“Hmm?” Sussurrei meio desinteressada, concentrada apenas no roçar quente.


Edward acarinhou minha bochecha, o que me fez abrir os olhos. “Você merece saber que te amo.” Ele falou com os olhos meus, quentes e vívidos. “Eu só falo isso para Grace, mas prometo te dizer em todas as oportunidades possíveis.”


Minha boca estava aberta e eu queria gritar de felicidade, talvez existissem lágrimas bobas em meus olhos. Senti meu corpo tremulando e as palavras teimaram em não sair. Encarei Edward pelo o que pareceu ser uma eternidade, o verde só transmitia felicidade. Delicadamente, beijei-o, de um jeito que eu nunca tinha beijado ninguém. “Amo também, Edward.”


O beijo perdurou, mas não existia pressa, nós só queríamos aproveitar aquilo, a nuvem de sentimento bom. “Estou feliz.” Admiti por fim, sorrindo como uma boba. “Muito.”


Edward colou nossos corpos, deixando meu rosto pertinho do dele. “Tudo isso está sendo tão bom. É muito fácil ser feliz perto de você, Bella. Você me contagia.”


“É absolutamente viciante dividir meu tempo com Grace e você. E isso não é sobre você ser médio, ser rico, ter um carro do ano. É porque eu te admiro muito, mais do que você pode compreender.”


Ele me deu uma piscadela e uma risadinha, nosso abraço ficou mais aperto e tudo que fiz foi me afundar meu rosto na curva do pescoço dele. “Rico não é a palavra.”


“Rico é exatamente a palavra.” Falei de volta, distribuindo beijinhos na pele alva e com barba crescida. “Grace e você são a cara da riqueza.”


“Só não tenho com que gastar meu dinheiro. Grace nem é louca com as roupas mais caras, nunca me pede nada. Só pago nossas contas, o colégio e deixo a geladeira cheia. Deixo o dinheiro acumular.” Edward explicou-se em uma fala longa demais. Apenas sorri e beijei-o mais, subindo até a boca dele.


O sorriso de Edward só crescia na medida em que eu selava nossos lábios. O que começou como brincadeira, deu espaço para um beijo ousado e diferente. Edward nos girou e parou com o corpo sobre o meu; praticamente me fazendo abrir as pernas.


Amor, meus pais.” Adverti-o sem a menor intenção de nos frear. Meus sentidos foram para o espaço quando Edward travou meu quadril e me deu uma investida certeira, que me atingiu no ponto certo.


O ato repetiu e eu já estava ficando quente demais, Edward mordeu meu lábio, sorrindo e piscando de lado. “Penso que seus pais não virão me dar boa noite.”


Eu ri baixinho e beijei-o com volúpia, porque, ratificando as palavras de Grace, beijar dava vontade. A língua de Edward provocou a minha, dando batidinhas e fazendo coisas de outro mundo. O tremor de meu corpo intensificou-se quando a mão dele ergueu minha camisa, alisando minha barriga.


Edward dedicou tempo demais em meu umbigo, o dedo fazia o contorno e, esporadicamente, descia para o cós de meu short, apenas me provocando. “Sua barriga é lisinha, eu gosto.”


“Meu sonho era colocar um piercing, mas meu pai não deixou.” Soltei a fala mais desnecessária do universo enquanto Edward levava o toque para dentro de meu short. “Eu também queria uma tatuagem na nuca.”


Ele sorriu em meu pescoço e aproveitou para deixar uma mordida na região, quase indolor. Edward colocou o peso sobre meu corpo, deixando claro o nível de excitação dele. Meu gemido saiu débil, porque eu realmente queria muito, mas não sabia se era um bom plano gritar e gemer com meus pais no quarto ao lado e, Deus, ainda existia Grace.


Edward trouxe os olhos para os meus, existia muita súplica e malícia. “Prometa que vai ficar caladinha?” Ele sussurrou contra meus lábios, chupando o inferior. “Eu não aguento esperar mais.”


Tudo que fiz foi enlaçar minhas pernas no quadril dele, trazendo-o para meu centro quente. Era uma promessa difícil demais, mas eu poderia tentar. “Não me peça o impossível, Edward!”


A risada dele não aconteceu, tudo que tive foi um olhar penetrante, verde além do limite. Agradeci por aquilo estar sendo amplamente descomplicado, eu preferi não dar espaço para vergonha e para todas aquelas lamentações de mulher. Era claro que meus peitos não eram os maiores do mundo, minha bunda estava lá, meio empinada e bronzeada. Também não me ative ao fato de Edward já ter visto centenas de mulheres nuas, mas, pelo menos, eu tinha algum diferencial. Eu não estava gelada e rígida. Eu estava viva, quente e mole como uma gelatina.


“Rindo de quê?” A voz de Edward soou em meu ouvido, bem perto do inaudível.


Deixei-o sem resposta e decidi fazer aquela noite acontecer. Fiz milagre e nos girei, eu fiquei sobre o corpo dele, praticamente sentada no quadril de Edward. Meu sorriso escapuliu quando ele sorriu para mim, eu me abaixei, trilhando beijos que iam desde o pescoço até a boca, não me contive e fui até a orelha também. Minha respiração o fez tremer e eu não dispensei uma boa lambidela na região sensível. “Tire a roupa, Edward.”


Juro, o homem praticamente convulsionou sob mim! Eu pisquei para ele, levando meus dedos para a barra da camisa dele. Eu a ergui com lentidão, apreciando o abdômen de Edward, a barriga tinha algumas pintinhas e eu sorri para elas. As mãos de Edward subiram por minhas coxas, apertando-me contra a ereção dolorida que ele carregava.


Nós dois sorrimos quando lhe ataquei nos lábios. O beijo ditou o ritmo com o qual nossas roupas se amontoaram no canto da cama, minha pele queimou quando se encontrou com a de Edward. O homem era lindo de qualquer jeito, a nudez fora completamente bem vinda, eu babei e também preferi não disfarçar.


Não vi quando Edward me tombou ao lado dele e sorriu para mim, olhando para qualquer ponto abaixo de meu pescoço. “Você é linda e eu preciso de cada pedaço seu.”


Por incrível que pareça, não me senti como uma pizza. Edward desceu os lábios até minha clavícula, mordiscando e lambendo, as mãos brincavam em minha barriga e eu ofeguei quando o toque desceu demais, indo para onde eu mais precisava. Em resposta, também o acarinhei, ora beijando, ora arranhando-o nas costas e, em um ato de ousadia e vontade, envolvi-o em minha palma, tocando-o com firmeza, fazendo Edward ofegar e investir mais um dedo em mim.


O ritmo era cadenciado, queríamos prolongar ao máximo. Edward tremia e eu ia de encontro ao toque dele, porque era insano o jeito com o qual os dedos dele me tomavam. Era forte e diferente, me causava arrepios e eu só não gritava porque estava decidida a marcar o pescoço de Edward com meus dentes.


Minha visão nublou no mesmo instante em que ele ergueu minha perna, conseguindo assim uma boa posição. A penetração fora rude, intensa e quente, minha entrada queimou e contraiu, fazendo Edward entrar e sair de mim. Sim, o homem era bom naquilo também. Muito bom.


O barulho se nossos corpos se chocando era um mero detalhe, Edward trouxe a mão para meus peitos, me apalpando sem pudor, deixando meus mamilos ainda mais intumescidos e minha entrada, pingando lubrificação e querendo cada vez mais.


Quando levei minha boca para a dele, meu gemido saiu, daqueles baixinhos e que eram de quem estava morrendo de prazer. Edward estocou mais, atingindo-me em um ponto desconhecido, mas que me fez gritar. “Se continuar gritando, eu paro, Bella!” Edward falou antes de investir mais uma vez. A voz prepotente me fez choramingar. “Quer que pare, Bella?” A pergunta irritante foi feita no mesmo instante me que ele meteu mais dentro de mim e levou os dedos para o meu ponto sensível. Edward me estimulou como se dependesse daquilo para viver, me levando ao céu.


Minha resposta foi rebolar nele, sem qualquer inibição. “Fique calado, amor.” Falei em um sussurro, senti-o tremer dentro de mim. “Só continue fazendo gostoso.”


E ele o fez, me estimulando, chupando meus peitos, indo cada vez mais fundo. Dando-me um orgasmo surreal e longo, daqueles que faziam o corpo chicotear e os sorrisos ficarem constantes.


Edward me abraçou enquanto terminava em mim, eu o mordia, pois meu corpo inteiro estava sensível e a vontade de gritar ainda existia. Nada tinha sido tão bom como fora os últimos minutos. Ele me olhou em dúvida quando não o deixei tocar em minha entrada que ainda pulsava. “Você é uma delícia e ainda estou gozando, não encoste.” Falei em voz grogue, levando o sorriso para o rosto dele. “Me dê cinco minutos, eu quero muito mais.” Continue falando sem parar, correndo minhas mãos pelo peitoral de Edward.


“Delícia é pouco para você.” Edward disse antes de me beijar com vontade, nossas línguas brincaram fora de nossas bocas. “Eu nem comecei, Bella.“ Ele me deu a boa notícia com ajuda de uma piscadela. “Ainda quero sentir seu gosto, fazer tudo com você.”


Meu corpo tremeu e eu me aconcheguei ao corpo de Edward, o suor existia e eu lambi o pescoço dele, causando duas risadas ritmadas. “Sinta-se à vontade, Edward. Faça tudo.”

(...)

Quando acordei e vi os olhos de Edward sobre mim, só consegui corar e sorrir bobamente. Ele repetiu todos meus atos e adicionou um beijo a lista. “Bom dia.” Edward desejou antes de tirar os lábios dos meus. “Se sente bem?”


Eu sabia sobre o que ele falava. Claro que o desconforto existia, afinal tínhamos praticado muito e eu descobrira que Edward não gostava da mesmice, o que era ótimo. “Ainda consigo andar, fique tranquilo.” Assegurei-lhe e rolei para ficar sobre o peito dele. “Já disse umas 63441458 vezes, mas preciso dizer que você é incrível.”


Ganhei um beijo em minha testa, Edward tirou os fios de cabelo que estava sobre meus olhos e só então me dei conta que eu estava horrorosa, com cara de sono e sem escovar os dentes. Edward não parecia se importar com aquela intimidade. “Você vai precisar de remédio?”


Neguei com a cabeça. “Tomo pílula.” Disse no meio de um bocejo. “Quero dormir mais, quais são as chances de Grace descobrir o que fizemos?”


Edward sorriu de um jeito muito bonito. “Não é como se eu fosse falar isto para ela, mas minha filha é esperta e vai perceber que estamos de ótimo humor.” Ele falou em pausas, depositando beijos em meus cabelos.


Lembrei-me de Grace e todo aquele discurso sobre ficar sem roupa na frente de outra pessoa; olhei para Edward e decidi que ele não deveria saber nada daquilo, porque, se não, ficaria traumatizado. “Grace só é adolescente demais, você é pai, precisa ajudá-la.”


“Bella, sério, não tente dizer que Grace já pensa nisto, por favor.” Edward disse em voz meio alterada. “Juro, vou enlouquecer quando eu tiver qualquer indício de alguma coisa.”


“Acalme-se.” Falei por fim, fazendo carinho na mandíbula dele. “Sua filha é inteligente e responsável, fique feliz por ela ser assim. Não precisa dar palestras, é só orientá-la.”


“Por isso que agradeço por você ter aparecido em minha vida.” A voz de Edward saiu em tom de confidência. “Eu ainda te acho uma louca, mas não me vejo ao lado de mais ninguém.”


Meus lábios subiram em um sorriso muito sincero. “Ainda me pergunto como consegui pensar que você era um mafioso.”


Ele também sorriu, até os olhos transbordarem felicidade. “Você realmente me deprecia desse jeito. Apesar de eu achar que Grace e eu somos um tanto estranhos, ainda não somos traficantes.”


Dei-lhe um beijo rápido e saí da cama, entrando em meu pijama. “Vou lá ver se Grace acordou, viajaremos no meio da tarde. Precisamos comprar mil presentes ainda.”


Saí do quarto e deixei Edward arrumando os cabelos. A cama do quarto de hóspede estava arrumada e eu ouvi barulhos vindos do banheiro. Grace saiu de lá com um secador na mão, o cabelo brilhava de tão loiro. “Bom dia, garota!” Minha fala estava cheia de efusão. “Dormiu bem?”


Grace sorriu para mim e sentou-se na cama, me olhando de um jeito engraçado. “Sim, tudo certo!” Ela me respondeu com animação também. “Só me pergunto o que houve com você. Há mil marcas roxas em seu pescoço e, bem, posso deduzir que a noite foi boa para você também.” Grace continuou com naturalidade, com uma voz que supus ser completamente atrevida e petulante. Meu rosto queimou e eu não soube o que dizer. Apenas corri para o banheiro, para tentar tirar aquela cara de quem tinha dado de mim.


“Bella, quantos anos você tem mesmo? Quatorze?!” Ouvi-a a dizer entre risadas. “Não se preocupe, prometo não fazer nenhum comentário.”


“Sim, é um trato então. Você não fala nada e eu não falo para seu pai que Marshall está louco para pegar em seus peitos.” Praticamente gritei, sorrindo e perguntando quantos anos eu tinha de fato.


Mesmo com o barulho da água, ouvi a risada dela; então percebi o porquê de eu adorar tanto aquela menina. De algum modo torto, nós pensávamos igual, só me perguntei onde estava a contradição daquilo tudo. Se Grace era uma menina madura e sabida demais, ou se eu era uma mulher que tinha uma mente adolescente. Eu sorri, sabendo que não tinha resposta para nenhum daqueles questionamentos. Sabendo apenas que Grace era um presente e que o pai dela era tudo o que eu precisava 


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Falem tudo nos reviews, sim?
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Anatomia do Amor está quase no final, só mais dois capítulos e um bônus. Hora de todos comentarem e recomendarem.
—_
Bem, agora uma sugestão irrecusável, é minha obrigação indicar a nova fanfiction da Arline, A Outra Face. Confiram lá também e façam aquilo que deixa qualquer autora muito feliz. Comentem!
http://fanfiction.com.br/historia/361374/A_Outra_Face/
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Beijos, até