–Vamos, Phillip! – Falo, estávamos quase á nossa primeira área de descanso: o vale das cachoeiras.

Meu rosto ainda doida por causa das lágrimas e não conseguia olhar para o corpo de Josh, então meu rosto estava sempre para frente. Phillip havia estava atrás e eu na frente, deixamos o corpo dele encostado perto de uma arvore e procuramos algum lugar para dormir:

–Sophie, achei um lugar, um ótimo lugar...- Phillip diz, meio roco. Ele estava perto de uma das cachoeiras, a principal e a mais bela.

Me aproximo e vejo que, atrás dela, havia um caverna. Dou um sorriso de alegria e entramos lá, junto com Josh. Sei que é uma coisa estranha carregar o corpo dele pra lá e pra cá, mas não temos escolha, não temos nenhum meio de transporte para leva-lo onde queremos. Pego uma manta e o cubro, deito no peito de Phillip e durmo, é claro que tenho pesadelos. A morte de Phillip e a de Josh, uma já se completou, mas e Phillip? Ele ira morrer?

Acordo com um beijo do Phillip e isso me deixa feliz, mas ao olhar no canto da caverna lágrimas saem dos meus olhos. Percebo um desespero no rosto de Phillip, ele me abraça e tenta me consolar, mas nada ira tirar essa tristeza de mim:

–Sophie, não foi culpa sua, você sabe disso. Acho que você esqueceu onde estamos, isso aqui é a Arena. Ontem você não quis ver os mortos, mas a partir de hoje você vai ver, para te lembrar onde estamos. Agora somos apenas 12 agora, e nós temos que chegar no fim! – Phillip diz e olha no fundo dos meus olhos – Vamos nos livrar do corpo dele, isso só ira deixa-la triste...

–Não! Nós temos que fazer isso! – Falo com autoridade.

–Sophie, fazer o que? Você ainda não me disse o que! Eu quero saber! – Ele diz.

–Você vai saber na hora certa, agora venha comigo, vamos ir para a praia.

Phillip me encara por um minuto, mas depois sede, ele me ajuda a pegar o corpo de Josh e nós descemos o morro em silêncio. Fico pensando no que ele disse, somos apenas 12 agora, já passou uma semana, como tudo passou rápido. Estamos cada vez mais perto da nossa morte, sinto isso nos meus ossos. Queria saber onde estaria Annie e Finnick, a Mags, será que eles estariam chorando agora? Acho que sim, eles amavam muito o Josh, Mags o tratava como um filho, será que Mags já se apaixonou?

Nossa como eu viajei, uma caminhada em silêncio pode fazer muitas coisas.

Depois de andar duas horas sem parar começo ver um brilho azul ao fundo, parecia que eu estava em casa. Começo a andar mais rapidamente e quase que Phillip não consegue me acompanhar, ao chegar lá eu começo a trabalhar. Observo o local e tento ver o que vou fazer, vejo que tem uns bambuzal perto da montanha da cornucópia, então pego o machado do Hazelo que estava na mochila de Phillip e começo a contar uns bambus.

Phillip no começo fica apenas me observando, confuso, sem saber o que eu estava fazendo, mas logo ele começa a me ajudar. Depois de uma hora e meia tínhamos uma barca prontinha, então colocamos Josh nela e faço algo que Phillip e nem você esperava: coloco fogo nela.

–Sophie! O que você está fazendo?! – Ele grita.

–A Capital não terá o Josh, ele será enterrado com o que ele mais ama: o fogo e o mar. Agora me ajude!

Phillip me ajuda a empurrar a barca até o alto mar, depois ficamos nos observando a barca indo embora, com o fogo e o Josh, mas no meio de tudo, Phillip começa a mudar de fisionomia e expressão :

–O que foi, Phillip? –Pergunto.

–Eu tive uma ideia, Sophie....uma grande ideia..

–Qual? –Pergunto novamente, um pouco de esperança me contagia.

–Sophie... – Ele diz colocando suas mãos em meus ombros – Nós vamos sair daqui!