Quatro Elementos: O Começo escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 12
Batalha


Notas iniciais do capítulo

Mais logo, logo gente.
bjs



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Rick
Vi quando a Jullya se movimentou e bateu com os pés na Bia fazendo o corpo dela ir contra uma pedra. Consegui escutar o estalo de sua coluna e sua respiração um pouco falha. Ela se levantou meio confusa e antes mesmo que pudesse respirar novamente a Jullya a acertou mais uma vez e seu corpo novamente bateu fazendo um estalo.
Desta vez em que ela se levantou estava estranha. Não era dor, nem medo, nem mesmo confusão por causa da força com que bateu na pedra que parecia ter rachado. Seu rosto tinha uma expressão de fúria e ela respirou uma única vez para não fazer mais isso e com um passo leve e as mãos se movendo numa rapidez que meus olhos quase não conseguiam acompanhar ela formou uma bolha de água e atirou contra a Jullya que parecia desprevenida.
A água que flutuava pelo ambiente acertou uma das mãos da Jullya que para sorte não estava dominando seu poder ou levaria um choque. Fiquei um pouco perdido quando a Bianca se moveu e girou no ar acertando sua oponente com facilidade, ela não esperou que a Jullya  se levantasse e avançou de novo se movendo numa rapidez sobre-humana. Suas mãos estavam em punhos e as pernas se levantavam em chutes ameaçadores enquanto a Jullya tentava revidar e desviar dos seus golpes mortais.
Eu e todos ali acompanhávamos a luta com atenção para tentar ver tudo o que acontecia e meus ouvidos estavam mais atentos do que nunca e graças aos meus dons eu poderia ouvir uma pessoa a alguns quilômetros de mim e podia sentir seu coração batendo e a respiração.Podia ate mesmo ver algumas coisas que estão longe e que humanos não viam.
Neste pequeno momento de reflexão minha ficha caiu, concentrei um pouco na figura que lutava ali a Bianca poderosa, e gelei um pouco ao perceber que ela não respirava, nenhuma brecha e que seu coração estava paralisado, sim ele estava eu podia ter certeza. Me concentrei mais um pouco para tentar ouvir direito e nada saia dela a não ser o coração acelerado da sua oponente que desviava inutilmente dos seus golpes.
Olhei por um instante o João que parecia nem piscar ao ver a luta, e de certa forma eu estava incomodado com o fato da Bia estar daquele jeito, o que estava acontecendo? O que ela tinha?
As duas giravam como uma dança rápida e por uma fração de segundo a Bia girou os braços em volta do próprio corpo e a água surgiu ali com uma força incomum. Ela atirou acertando a Jullya em cheio fazendo seu corpo voar e bater nas pedras causando um barulho enorme.
Não deu tempo de ninguém entrar só o que eu vi foi a Bia a pegando pelo pescoço logo fazendo um barulho de algo se congelando e em seguida, um grito que fez meus tímpanos tremerem saiu da garganta da Jullya.
Eu não tinha mais escolhas, Pulei a proteção que se abaixava para João entrar e corri em direção a elas. Parei a uma distancia segura da Bia e minhas mãos esquentaram e logo a chama se formou nelas, levantei e atirei acertando nas costas da Bia que deixou a Jullya cair quase sem respirar. Ela se virou  e agora eu tinha certeza, aquela não era a Bianca, era a fúria da natureza.
Seu coração estava sem batimentos, sem respiração e os olhos castanhos não estavam ali tinham sido tomados pelo um tom azulado e trincavam como o próprio gelo. Eu conseguia ver nitidamente mesmo estando um pouco longe que me pareceu por pouco tempo, assim que ela começou a dar passos rápidos em minha direção.
A última coisa que eu queria era brigar com ela, mais se fosse preciso eu faria...
Ela mal tinha me alcançado quando deu um pulo no ar e girou antes de levantar os pés que vinham com toda força em minha direção, eu desviei não sei como mais meu corpo estava inteiro.
Ela se movia com tanta rapidez que eu não via direito e seus golpes me acertavam sempre, eu tinha que admitir que ela lutava muito melhor do que eu, mais uma coisa ela tinha esquecido, fogo derrete gelo.
Antes de mais um golpe eu esquentei as mãos e segurei seu braço direito e girei nossos corpos e soltei o seu fazendo ele bater em uma das árvores.
Ela ficou ali por um tempo e depois se levantou, mais antes de me atacar de novo, arrancou um galho da árvore e vi ela congela-lo transformando num certo tipo de lança com uma ponta afiada.
Eu pisquei os olhos uma vez e quando vi ela tinha jogado a lança em minha direção, foi só o tempo de que me curvasse vendo a lamina passar perto do meu rosto. Me levantei ainda perdido e ouvi a Claudia gritar algo como: " Ela está sem controle!"
Não dei muita importância eu o sabia o que tinha que fazer, corri em sua direção e com um só chute eu a acertei e me deitei sobre ela e olhei os olhos azulados e esbranquiçados. A chama estava de volta a minhas mãos e eu encostei na sua barriga. Ela soltou um grito de dor e vi seus olhos trincarem com força e ela se debater em baixo de mim.
- Bia sou eu, o Rick, tenta me ouvir por favor! - falei perto dela e os olhos assumiram a cor natural, castanhos de novo e logo se fecharam.
Levantei devagar e a peguei no colo, o coração tinha voltado e a respiração também, suspirei aliviado e o João vinham em nossa direção enquanto a Claudia ajudava a Jullya.
- Não foi uma boa idéia! - ele falou assim que chegou.
- Ela vai ficar bem? - perguntei.
- Vai sim! Deve ter desmaiado porque causa da força do controle, realmente eu pensei que a Bianca tinha conseguido controlar essa parte, mais parece que a raiva a traz de volta.
Assenti olhando o seu rosto preocupado revelando algumas rugas.
- Pode traze-la por favor? - ele perguntou apontando para uma porta branca que estava no fundo da quadra que eu nem tinha percebido que estava normal de novo.
- Claro! - respondi e o segui.
A sala era toda branca apenas com uns detalhes em bege, parecia mais um laboratório, com alguns aparelhos, coloquei a Bia sobre uma cama que pra mim era de hospital.
Sai rapidamente e fui ate a Jullya que ainda estava sentada no chão tentando respirar.
- Como você está? - eu sabia que era meio óbviu.
- Não muito bem! - sua voz estava falha.
- Desculpa tá! Eu devia ter vindo aqui antes.
- Não foi culpa sua Rick, eu insisti para ela vir,não se preocupe! - ela me olhava de modo carinhoso.
- Fica bem tá! - falei dando um beijo na sua testa e ela sorriu.
Eu tinha um certo medo de perder o controle também e machucar alguém, por isso evitava ficar muito irritado ou brigar.
Olhei a marca leve no meu braço esquerdo, lembrava chamas e eu sabia que aquilo era só para confirmar quem eu realmente era.
 


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Notas finais do capítulo

:)



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