Faz uma semana, exatamente, que meu pai deixou-me ficar perto de Lucas e, depois de nossa conversa tensa de que somos pai e filha; tio e sobrinha; namorado e namorada; amigo e amiga, etc; nossas conversas estão diferentes...

- Lucky-kun!

- Ah! Yo Ally-chan! – ele falou passando a mão em seus cabelos louros; percebi que cortara o cabelo

- Wa! Seu cabelo, você cortou! Está muito bonito!

- O-Obrigado! – ele estava vermelho

Estávamos indo em direção à escola quando ouço uma voz perto de nós, era a Cristina.

- Olha, eu não lhe devo satisfações. Não tente chegar mais perto de mim, avisado?! Entendo que, pela morte de Murilo estou tendo de fugir, mas vocês não devem mais me seguir! Porra! Ele morreu, você o mataram! A dívida dele eu NÃO irei pegar! Que se foda tudo! – ela estava exaltada conversando com um cara... medonho.

- Nossa, que ousada... – falou Lucas, ri forçado.

- Não devia falar dessa forma. Vamos, tenho que perguntar algo ao Rafael.

- Ok. – fomos um pouco mais rápido e chegamos à escola. Fui falar com Rafael.

- Rafael-nii-san! – pulei em suas costas, o mesmo bufou

- O que houve? – mudei meu semblante para séria, ele percebeu

- Conte-me sobre Murilo e Cristina.

- Como você... – ele pausou – Está bem. Venha na minha casa a tarde, não é coisa que se possa falar na escola, as paredes têm ouvidos... – olhei pelo canto de olho, Amanda parecia vidrada em nossa conversa

- Está bem. – sorri.

A aula passou correndo... nenhum sinal de Sofia e Matheus... Soyen estava me irritando ao lado.

- Unnie! Unnie!

- Porra Soyen! Já entendi, te darei um celular novo! – o dela eu quebrei uns dias atrás

- Kyaaah! Saranghae unnie! (te amo em coreano ‘-‘ )

O tempo passou novamente, fui para casa, almocei e depois a caminha da casa de Rafael eu fui.

*Ding Dong*

- Rafael-nii-san! – ele apareceu, abriu a porta e foos em direõ ao seu quarto

- Então... por onde quer que eu comece?!

- Sobre Murilo primeiro...

- Ok. Murilo ERA meu irmão mais velho. Ele morreu a 2 anos atrás basicamente. Por culpa minha... Ele era um bom garoto, mas se juntou a traficantes, ele não usava, mas se juntou a eles. Por uma dívida, quiseram matar nossa família. Na escola eu e Cristina estávamos lanchando e apareceu um dos caras que andavam com ele... Naquele momento eu quis fugir, percebi que ia dar merda, porém fiquei paralisado, o cara sequestrou a mim e a Cristina. Nos levando a sua “base”. Lá apareceu Murilo depois de um tempo e, chocado perguntou por que estávamos lá, eu não consegui dizer nada. Eles começaram a discutir, eu queria fugir. Tentaram atirar em mim, Cristina gritava, mas... – ele pausou – Murilo se atirou na frente... a bala não tinha sido profunda, mas quando chegamos no hospital infeccionou e, infelizmente ele não aguentou e morreu. Isso tudo pois eu não pude fazer nada! – ele estava chorando aos prantos – depois disso eu e Cristina estávamos sendo ainda perseguidos pelos traficantes, porém agora eles cessaram.

- Entendo, mas... sinto informá-lo, Cristina estava conversando... não, brigando com um desses na rua hoje, por isso vim te perguntar sobre Murilo.

- Ah não pode ser! – ele estava em choque – Tudo irá se repetir... – ele respirou fundo – Bem, você também perguntou sobre Cristina, não?! Ela era namorada de Murilo e era como uma irmão mais nova, mesmo sendo mais velha, para mim. Depois da morte de Murilo ela ficou 1 ano em depressão sem poder sair de casa. 1 ano atrás ela se recuperou e voltou a escola, logo após tendo de sair novamente e voltando só agora.

- Entendo. Só para avisá-lo realmente, a forma com que ela falou com o cara na rua, se ele for mesmo um traficante, ela está em grande perigo.

- Eu sei, mas... mas... eu não posso e nem sei o que fazer... – ele voltou a chorar

Ouvi um barulho da porta da frente da casa dele. Logo depois passos da pessoa em direção ao quarto que, ao abrir a porta revelou-se Amanda.

- Rafael... sinto muito, eu ouvi a conversa... – ela foi em direção ao lado dele, olhei para o relógio e estava tarde, devia deixá-los a sós.

- Rafael irei te deixar sobre os cuidados de Amanda, tenho que ir para casa, já está tarde e andar sozinha pela rua é uma má ideia. Amanda cuide bem dele!

- Tchau Alícia... por favor ajude Cristina!

- Tentarei...

- Tchau Ally! Irei cuidar dele.

- Tchau!

Fui para casa, estava escuro, deserto e silencioso. Até que ouço a voz de Cristina em minha mente: “Vocês o mataram! Não tente chegar mais perto de mim...” O que será que se passa pela mente dessas pessoas... Coitada da Cristina.

“Se você quer ser adulta, primeiro cuide de sua vida para depois cuidar dos outros.” – Verdade mãe, mas sabe... não poderei obedecê-la agora, sinto muito!