Não sei realmente se estou bem, mas nesse momento em que agora acordei estou animada para sair correndo... motivo?! Já faz uma semana que recebi a ligação de meus pais falando que voltariam! E é hoje que eles voltam! Avisei para Soyen depois de me recuperar, ou seja, no dia seguinte, pois para eu recuperar feridas do coração é simples... não, minto... mas foi até que fácil... por que será...?!

Me levantei e fui fazer a higiene. Lucas chegou logo depois e, novamente estou usando uma roupa nada apropriada para visitas... isso está parecendo macumba...

- Yoo, Lucky-kun!

- Yoo, Ally-chan! Ãhn... suas roupas...

- Dane-se minhas roupas! Estou tão animada que nem ligaria se estivesse nua agora! – ele olhou para baixo e apenas respondeu com um “É...” baixinho... – Ih! Acordou com o pé esquerdo?

- Não, foi com o direito mesmo.

- Ah, ah... engraçadinho~~

- Muito. Estou pensando até em virar palhaço.

- Então que vire... suas piadas são piores do que a do Nathaniel~~ - sussurrei a última parte, afinal ele  não sabe quem é Nathaniel e caros leitores tenho quase certeza que nem vocês sabem... (N:A//É um personagem do jogo Amor Doce, isso mesmo. Lembram dele? Falei dele alguns cap. Atrás...)

- Falou algo?

- Não, nada de mais. Venha. – ele entrou e foi direto jogar videogame enquanto eu fora arrumar a casa e, trocar de roupa. Voltei usando uma camiseta branca, um moletom amarelo da GAP e uma calça jeans simples. “Agora é só esperar meus pais chegarem... ah. E Soyen!” – pensei

Ouço a campainha tocar.

- Lucky-kun poderia atende? Estou fazendo o almoço...

- Hai! – ele foi em direção a porta e era Soyen com... Douglas... Lucas pediu para entrarem e eles foram em direção a cozinha...

- Unnie! Unnie! Unnie!

- Fale Soyen!

- Honey disse que quer conhecer nossos pais! Isso não é ótimo?

- “Honey”?! Quem é? Um cachorro? – ela começou a rir igual a uma desesperada, bati em sua cabeça e ela respondeu

- É o Douglas.

- Nossa~~ que apelido ganhou hein Douglas. Meus pêsames. – ri. Ele apenas deu um sorriso de canto.

Depois Lucas chegou logo apertando a orelha de Douglas, levando-o pela sala... se Sofia estivesse aqui falaria com os olhos brilhando: YAOI!

Francamente...

- Então... unnie...

- Huh?!

- Você realmente já superou? – ela falou com a cabeça baixa, olhei para ela tipo: “Are you kidding me?!” e ela apenas voltou a rir.

- Superei. Aish, que irritante a barulheira que eles fazem lá na sala.

- Verdade! HONEY! – Douglas apareceu logo depois, como se fosse um cachorro obedecendo sua dona, olhei para ele e não me contive... comecei a rir...

Terminada de fazer a comida, levei a mesa. Cheguei perto do videogame em que Douglas e Lucas jogavam e desliguei o mesmo sem nem ao menos dar satisfações.

- Vocês realmente se apoderaram de minha casa, não?! Francamente...

- Unnie... unnie... unnie...

- Garota, se tu me chamar novamente com essa voz irritante eu juro que te jogo molho de tomate nos cabelos! – exaltei. A voz dela era muito irritante ao falar “unnie”.

- Nossa Alícia! Fale de forma menos vulgar com sua irmã menor.

- PAI! – corri para abraça-lo. Era bom tê-lo novamente ao meu lado! – E a mamãe? – o semblante dele e de Soyen mudaram drasticamente... – O que foi? – ele não respondia nada – Pai?

- Alícia. Sobre isso... temos que conversar...

- Fale, por favor. – nos sentamos na mesa e ele nem se importou com a presença de Lucas e Douglas em minha casa e logo prosseguiu

- Sua mãe... foi descoberto que ela estava com câncer no útero... fizeram exames e retiraram o útero dela... isso foi a um ano atrás e nem contamos para você. Logo depois de tempos, ela e eu adotamos a Julia e tudo mais... no entanto a três semanas atrás descobrimos que ela voltou a ter câncer, no entanto dois tipos de câncer ao mesmo tempo, isso foi um choque para mim e obviamente para Julia quando contei a ela.

- Que tipo de câncer?

- Câncer de mama e, câncer nos rins... É grave, é.

- Mas... como ela está? – não conseguia processar tantas informações, se depender... mamãe...

- Então, a três dias atrás enquanto arrumávamos as malas para voltarmos... ela estava bem, a doença não estava se manifestando e poderia viajar... a três dias atrás ela acabou desmaiando repentinamente. Levei-a para o hospital, ao chegarmos lá... ela... ela... – ele não conseguia dizer... Soyen interferiu

- Ela morreu. Não conseguiu resistir à doença e não tinha solução segundo os médicos. Papa me avisou disto a dois dias e disse para eu não contar a você, por que ele que deveria contar isso. – comecei a chorar... Lucas que até agora estava ao meu lado no sofá, veio até mim e me abraçou... novamente... ensopando a camiseta dele...

- Não pode ser... mas, mamãe... ela... não...

- Acalme-se filha... – ele também chorava

- Mamãe era forte... como isso pode acontecer... como?!

- Alícia, acalme-se um pouco... respire fundo... você deve ficar bem, por ela... – falou Lucas em meu ouvido... engoli o choro, como ela diria para eu fazer... respirei fundo, como ele disse... e voltei ao “normal”... com uma dor enorme no meu peito... como se meu coração fosse explodir...

- Pai. Coma. Não sei se está bom realmente, mas fiz para nós. Soyen, Douglas sentem-se também. – sorri forçado...

Almoçamos em um grande silêncio. Ninguém ousava falar algo, no entanto conversavam pelos olhares. E acredito eu, que meu pai olhava torto para Lucas, mas por quê realmente?!

O dia passou com nós conversando normal, Soyen tentava me alegrar, Douglas fazia piadas e Lucas ficou o tempo inteiro abraçado a mim, aquilo me deixou bem... me senti aliviada... mas ainda doía... e muito... perder... perder alguém importante... alguém que amo... é impossível suportar... tenho vontade de me deitar e chorar muito, muito mesmo... para depois dormir e quando acordar, não acordar... essa é a dor realmente... que sinto...

Mamãe era uma mulher angelical. Podia em certos momentos me irritar, mas... ela era ela... não tinha como mudá-la... ou odiá-la pelo que fazia... não tinha como...

Depois quando já era tarde Soyen, Douglas e meu pai foram embora. Claro que notei na hora em que meu pai foi embora de que ele mandou um olhar feio para Lucas, que apenas abaixou a cabeça em rendição. Contive a risada. Não estava muito bem para rir e, se eu risse notariam isso.

O motivo de Lucas não ter ido embora junto deles era porque tínhamos feito um trato no dia seguinte em que descobri o caso de Soyen e Douglas... o trato era que sempre que eu estivesse pra baixo, triste e tivesse tido uma notícia ruim recentemente, ele iria ficar comigo até eu melhorar e, obviamente como parte do trato ele iria dormir na minha casa. Sei que esse trato parece muito malicioso... mas... é a verdade...

- Nee, Lucky-kun... por que meu pai não parava de olhar feio para ti hoje?

- Ãhn... err... huhn... como posso dizer... logo descobrirá...

- Ah não! Mais segredos não! Por favor! Lucky-kun! – olhei para ele implorando para que contasse... por um momento parecia que iria ceder, mas logo tomou de volta sua postura e repetiu

- Logo descobrirá. Agora vá dormir, já está tarde!

- Ah, verdade! – olhei para o relógio e já era muito tarde. Arrumei a cama e fui me deitar, ele deitou ao meu lado e dormimos...

“Comigo chorando novamente ao seu lado, em seus braços... até quando ficaremos assim, Lucky-kun?!” – pensei....