Contos Da Legião Da Fama Urbana escrita por Allann Sousa


Capítulo 1
Eduardo e Mônica parte 1


Notas iniciais do capítulo

Amem meus amigos! Amem! Quem ler esta história, peço que cada um ame as pessoas que te querem bem, por isso usei a rosa, o símbolo do amor.
Amar é ser feliz, e a pessoa que está esperando para nos trazer essa felicidade pode estar em qualquer lugar.
Eu falo como alguém que já sofreu de desilusão, entre outras coisinhas, e que não se perdeu, não desistiu de tentar fazer feliz a pessoa que quer me fazer feliz.
Preste atenção nessa história, pode acontecer com você, se você acreditar que pode.
amo olhos verdes *--*



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Eduardo abriu os olhos, com a vista embaçada procurou à direita, encontrando um mostrador digital anunciando seis horas. Ele sentiu-se preso à cama naquela manhã de segunda-feira, como toda boa segunda fazia com o ser humano.

Do outro lado da cidade as últimas gotas de um Henessy desceram até os lábios carnudos e cheios de batom de uma mulher ruiva e atraente que parecia estar nas últimas etapas de tristeza que antecediam a depressão.

— Mônica, você não precisa se martirizar por uma coisa tão boba — argumentou outra mulher, sentada ao lado dela.

Essa amiga de Mônica era muito menos atraente que a própria. Seus cabelos salpicados de loiro nem chegavam aos seus ombros espadaúdos e magros, sua magreza era tal que seu busto era reduzido e seu rosto era coberto de maquiagem para tentar dar algum volume na sua quase inexistente beleza.

Essa vadia nem me ouve. Pensou a falsa, esfregando a borda de sua taça contendo um vinho tinto muito mais leve do que a bebida que sua “amiga” mandava pra dentro, copo após copo, na tentativa de aliviar as mágoas do sofrido coração. Bem feito para ela estar sofrendo deste jeito, eu avisei que aquele homem era um cretino e ela não quis me ouvir, talvez depois de alguns chifres minha amiga se toque.

— Olha, ele não era o homem certo para você — falou ela ao perceber que mais lágrimas poderiam rolar. — Vocês não se davam bem, ele escondia muitos segredos de você. Bem que eu te falei que aquela história de sempre haver futebol na quinta à noite era uma lorota. Você merece muito mais, amiga. Vê o Armandinho, nós estamos juntos há dois anos, por quê? Por que ele me respeita, respeita meus limites, nós nos entendemos e por que eu soube definir que ele  me merecia e vice-versa, um dia você também vai encontrar um homem que...

Mônica não tinha nem meio ouvido na conversa, Acácia não era uma das suas melhores amigas. Apenas postara no facebook que rompera com o namorado e a vadia viera feito um cão farejando filé procurar saber os motivos do término, depois de uma breve explicação a mulher a chamara para a boate.

— Mas eu mal terminei com ele — Mônica dissera.

— E daí amiga? Vai esperar ele aparecer com uma vadia e jogá-la na sua cara pra mostrar que você não valia nada pra ele? Você tem que ter iniciativa e provar que você o superou.

E agora estavam ali, na boate que estava prestes a fechar. Acácia passara a noite dançando e se agarrando com vários homens enquanto Mônica chorava no banheiro e retocava a maquiagem por mais de dez vezes.

Tenho que escolher melhor o que fazer da vida daqui pra frente. Pensou ela tristemente.

— Vamos Acácia! A boate já vai fechar, ainda pretendo dar uma passada na biblioteca municipal hoje pela manhã.

— Pra quê? — perguntou Acácia.

— Pra pegar alguns livros. Por que eu ainda tento manter um pouco de cultura e dignidade — Mônica pagou a conta enquanto mandou a indireta que a bêbada Acácia pareceu nem perceber.

— Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? — Acácia gritou de repente, fazendo Mônica se aproximar dela com medo de que a amiga desmaiasse devido à embriaguês.

Eduardo tinha aula. Era vergonhoso ainda estar no terceiro ano do ensino médio com quase vinte anos. Mas quando zoavam com ele por causa desse fato ele declarava querer imitar Albert Einstein, pois também repetiu estranhamente o oitavo ano três vezes.

Ele planejava passar na biblioteca municipal depois das aulas para pegar alguns livros, pois já havia devorado todos os que eram seus e esperou o final de semana por isso, por que tinha preguiça de ir na sexta-feira.

— Você é idiota? — um dos amigos preferidos de Eduardo perguntou, virando-se pra ele no meio da aula. — Segunda-feira é o dia que dá mais preguiça de fazer qualquer coisa — Riu-se ele.

— Pode ser, mas já adiei pra hoje, preciso pegar o livro de The walking dead.

— Eduardo, quer responder a pergunta do quadro? ­— a professora perguntou, fazendo Eduardo ficar constrangido ao ver a sala inteira rir, pois ele não fazia ideia de como responder.

Ao sair da escola Eduardo começou a correr até a parada tentando pegar o ônibus que já ia embora, planejando evitar a preguiça, então se sentou ao lado de uma senhora.

 Pouco depois um grupo de garotos correu até Eduardo e jogaram-lhe ovos podres. Enquanto Eduardo se perguntava o porquê daquilo a senhora saiu correndo com medo de que se tratasse de uma gangue.

— Não é meu aniversário seus filhos da puta! — foi a única coisa que Eduardo conseguiu pensar.

Ele pensou em desistir, mas um ônibus que passava em frente à biblioteca parou sem que ele pedisse parada e abriu a porta da frente.

Deve ser um sinal. Eduardo não era supersticioso, mas tinha que admitira que aquilo foi estranho.

Ao entrar no ônibus o motorista e a cobradora torceram o nariz, mas ele não se importou, já havia passado por maior humilhação na vida. Sentou-se em uma cadeira sozinho e tirou um pano, que sempre trazia por precaução devido à sinusite, da mochila e limpou o rosto e os cabelos.

Mônica escolhia muito bem seus livros, pegou alguns livros em inglês para melhorar sua fluência com o idioma e também alguns romances macabros na esperança de tirar as ideias de contos de fadas da cabeça permanentemente.

Ela pensou em levar os livros até o caixa, mas logo se lembrou de que a biblioteca havia adquirido o livro sobre uma série nova que a encantara na televisão e voltou para pegá-lo.

Eduardo gostava muito de ficção, de todo tipo, mas principalmente as mais fantasiosas e com o maior enredo imaginado possível. Porém também tinha uma atenção especial com história, esses dois gostos combinavam-se na mania dele de ler livros de ficção junto a livros de história e procurar encontrar o contexto histórico citado quase que subliminarmente nos livros de fantasia.

No entanto ele tinha ido à biblioteca em busca de um livro especial, para locá-lo antes que acabassem as cópias.

 Mônica colocou a mão sobre a última cópia do livro que procurava na prateleira e um segundo depois uma mão quente e estranhamente suave a envolveu.

— Desculpe, você quer este livro? — uma voz mais formal do que deveria ser saiu da boca do garoto que Mônica julgava apenas como simpático.

— Por quê? Por acaso uma garota é frágil demais para ler um livro tão violento? — perguntou Mônica, as palavras disparando de sua boca, por um momento temeu ter sido áspera demais.

Essa tensão logo passou quando o garoto sorriu e falou novamente, no mesmo tom.

— Não, apenas estava louco para ler esse livro e tinha esperança de que talvez você tivesse colocado a mão sem querer ou talvez apenas olhando, pensando se queria ou não... — ele gaguejava um pouco. — Mas você o pegou, nem há como eu mentir, então o livro é seu.

Ele sorria demais, era educado demais e parecia nervoso demais para uma conversa comum sem interesses sexuais. Assim fora o antigo namorado de Mônica, mas ela o pegara em flagrante beijando outra mulher.

— É, parece justo... — Mônica esticou a mão para ele.

— Eduardo — o garoto esticou mão para apertar a dela.

— O quê?

— Nada.

— Muito obrigada, nada — a garota passou por ele com um pequeno sorriso, sentindo raiva ao lembrar-se do cara com quem acabara de terminar.

Eduardo ficou parado por um momento, atônito, sem saber o que planejava fazer a seguir, até ver um colega seu do cursinho de inglês sorrindo para ele do outro lado da biblioteca.

— Tá fazendo o que aqui Breno? — perguntou ao aproximar-se dele.

— Vendo se encontrava um livro que tava procurando... mas não desdobra, eu te vi conversando com a Mônica, ela é uma gata, a maior gata do curso de medicina.

— Você faz medicina? — ele indagou de repente, honestamente espantado.

— Sim, mas não muda de assunto! Você quer pegar ela? — perguntou o garoto astucioso.

Eduardo olhou na direção do caixa por alguns segundos, quando a garota se virou ele desviou o olhar para a porta e depois voltou a encarar seu colega.

— Quer, não quer?

Mônica estava tentando se concentrar na leitura do livro “Divórcio Sangrento” em seu quarto, mas chegavam tantas mensagens em seu celular que ela pensava em jogar na parede, mas afastava o desejo da mente, pois era um iphone.

Então ela recebeu uma ligação, olhou a tela do celular e com um suspiro percebeu que tinha de atender, era sua bff.

— Tá se isolando garota? ­— perguntou uma voz agitada do outro lado da linha.

— Não, só estou a fim de ficar um pouco parada e pensar.

— Pois nós estamos nos divertindo na casa da Alexandra, tá uma loucura na piscina dela.

— É sério Andreia, eu estou legal.

— Então você não vai se incomodar de ir à festa do Carlos hoje à noite.

Mônica sorriu, era bom ter uma amiga como aquela. Companheira nas horas difíceis e com a vantagem de saber que Mônica gostava muito de sair, e se estava recusando convites para sair de casa é por que estava mal e se estava mal só havia uma cura, sair.

Eduardo sentiu um lápis dando uma pontada nas suas costelas.

— Retardado! Se quiser falar alguma coisa é só chamar.

— Mas eu gosto de ver sua reação de garota, sabia que só mulher que sente essa arrelia na cintura? — Breno falou com um sorriso maldoso.

— Dá pra falar logo?

— Fiquei sabendo que um amigo meu vai dar uma festa.

— E daí?

— Daí que sua gata vai estar lá.

— E? — Eduardo tentou desmotivar o colega.

— E que ele é meu amigo e também me convidou, então estou convidando você.

— Não vou numa festa que não fui convidado.

— Larga se ser Zé ruela, fresco. O negócio é ser cara de pau, é uma chance de pegar a garota bêbada, você vai perder?

Eduardo considerou a opção.

Mônica chegou à festa meio desanimada com sua fiel escudeira ao seu lado direito. Ela estava com uma maquiagem mal feita e com um vestidinho simples aberto atrás, enquanto sua amiga estava exuberante ao seu lado, loira e com a maquiagem disfarçando todas as imperfeições de seu rosto.

— Môn, por que você não se vestiu melhor? — a garota parou e se virou para ela pra perguntar.

— Não estou tentando impressionar ninguém.

— Escuta mulher! Não vou te deixar ficar deprimida e isolada por causa de um sujeitinho insignificante como aquele, eu devia ter dito algo antes para você terminar com ele. Você não tem culpa de ele ter te traído, ele que é o safado, gente assim não consegue ser feliz, mas você consegue! Você não é assim, você é alegre e espontânea! Você sempre foi a alma das festas e eu não vou deixar que essa alma te deixe! — depois do discurso que algumas xeretas pararam para ouvir, Andreia ficou sem fôlego. Depois de ofegar um pouco puxou Mônica pelo braço. — Vamos!

— Vamos, pra onde? — ela gaguejou.

— É hoje que você encontra o homem da sua vida.

Afinal as palavras têm poder.

Eduardo estava meio sem jeito em frente ao dono da festa, um homem com os músculos, efeitos dos anabolizantes, esticando a camisa quase até rasgar.

— Carlos, esse é meu amigo Eduardo. Convidei ele pra festa, tem problema não? — Breno apresentou-o.

— Claro que não. Eu disse que quanto mais gente melhor, mas é claro que você tem que pagar pelo que consumir. Eu tenho que ganhar meu lucro — Carlos fez um famoso sinal com os dedos, esfregando o polegar e o indicador. — Vamos agitar galera! Hoje eu vou ser o DJ! — Gritou para o povo, erguendo os braços e indo embora.

Breno e Eduardo saíram andando entre as pessoas que dançavam. Aquela festa era estranha para Eduardo e as pessoas que dançavam eram esquisitas. Mas, pensou ele. Por que eu conheço apenas festa de aniversário, nunca estive numa festa que a galera chama de resenha e apenas em alguns poucos shows.

— Você para um tímido filho da puta — comentou Breno, para desagrado de Eduardo. — Então é melhor tomarmos alguma coisa antes de dançar.

— Que coisa?

Breno não conteve a gargalhada.

— Vem cara! Como sou seu amigo não vou te zoar.

Mônica dançou com um garoto que Andreia havia escolhido a dedo, mas depois de alguns passos ela começou a desanimar. Quando ele perguntou se havia algo errado com ela berrou pra ele se tinha algum problema em seu estilo de dança, atraindo a atenção de várias pessoas.

— Mônica, tenta se divertir! — Andreia suplicou quando viu a garota se afastar da área de dança.

— Tudo bem, só vou beber um pouquinho para animar.

— Môn, você tem fígado de boi, nunca fica solta.

— Hoje eu vou ficar, nem que tenha de beber uma garrafa de uísque sozinha — retorquiu ela, forçando uma risada.

— Promete?

— Prometo — Andreia voltou a dançar e Mônica largou-se em um banco em frente ao bar pedindo um copo de uísque.

— Bebe isso! — falou Breno empurrando um pequeno copo com um líquido transparente nas mãos de Eduardo.

— O que é?

— Bebe!

Eduardo obedeceu e com uma careta engoliu.

— Que droga é essa? — perguntou, engasgando.

— Parabéns amigo! Você conseguiu beber sua primeira Ypióca sem cuspir — comemorou Breno entre gargalhadas.

— Estou me sentindo meio tonto, mas tenho vontade de dançar — Eduardo ergueu os braços e se levantou. — Vou falar com aquela garota.

— Espera! Você já tá bêbado? — Breno perguntou sorrindo.

Eduardo saiu andando.

— Não! Você não pode falar com ela desse jeito! — Breno gritou correndo atrás dele.

Mônica já estava na metade de um copo de Red Label quando Eduardo se aproximou.

— Garçom, pode me servir uma dose do uísque que esta bela moça está tomando? — Eduardo pediu ao barman.

— Viu essa em um filme? — perguntou Mônica entediada.

— O quê? Falou comigo? — Eduardo perguntou, fingindo-se de desentendido.

— Não era isso que você queria? Que eu falasse com você? Não foi por isso que me seguiu até aqui? — perguntou Mônica exaltando-se e fazendo com que Breno estacasse a uma distância segura, roendo as unhas.

— Perdão garota, mas não sei quem você é e nem sei do que você está falando — Eduardo retorquiu com um sorrisinho imperceptível.

O barman entregou a dose de uísque a Eduardo que tomou metade em um gole e começou a tossir, fazendo Breno dar um tapa no próprio rosto e se afastar procurando uma mulher pra dançar.

Mônica riu impetuosamente.

— E me chama de garota? Nem aguenta uma dose de uísque — ela balançou a cabeça em desaprovação.

— Tem razão, não sou de beber. Por isso pedi a mesma bebida que você, não por outro motivo — Eduardo respondeu.

— Então você é um filhinho de mamãe?

— Eu amo muito minha mãe, então acho que sim. Você não ama sua mãe?

— Minha mãe está morta — Mônica fez o queixo de Eduardo cair.

— Sinto muito.

— Tudo bem — ela encarou o cara com o pior papo da história. — Olha, me perdoa por hoje. Você estava tentando me cumprimentar e eu fui rude — Ela foi falando de repente —, então... eu sou Mônica.

Eduardo puxou a mão dela e beijou-a.

— É... você deve viver de filmes mesmo — Mônica comentou, puxando a mão de volta e examinando-a como se tivesse sido contaminada.

— Sim, é visível que eu não saio muito, e que eu não bebo. Mas você deve estar passando por um grande perrengue, pra estar desse jeito.

— Quem fala “perrengue”? — perguntou Mônica pra si mesma.

— O quê?

— Nada. Então, você vai me convidar pra dançar ou vai querer falar dos meus problemas?

— Se eu convidasse, você aceitaria?

Mônica riu.

— Nunca vai saber se não tentar.

— Então Mônica, profissional em beber e em perceber os defeitos dos outros, quer dançar comigo ao som desse repertório do DJ que faz tudo, menos pegar mulher?

Mônica riu mais.

— Olha! Seu safadinho, também gosta de falar dos defeitos dos outros? — ela fingiu pensar. — Ah, vamos! Ninguém mais nessa festa tem coragem de me chamar mesmo, eu estou um caco.

— Você sempre estará linda — Eduardo comentou.

— Sempre que você estiver bêbado eu estarei linda.

Eduardo não soube o que fazer então se deixou sorrir o sorriso dela e navegar em seus belos olhos verdes.

Sorrindo e dançando do jeito que sabia, Eduardo acabou encantando Mônica sem perceber, e ela sem perceber acabou gostando daquele cara bobo que não tentava fingir, ele apenas era.

Eduardo se sacudia e Mônica ria, algumas pessoas ficaram encarando eles espantadas ao som da música eletrônica. Andreia sorriu de felicidade ao ver que a sua amiga encontrara um par, mesmo que com um esgar ao ver Eduardo dançar como um macaco.

 Mônica tentava impressionar Eduardo com seus melhores passos e tentava descobrir um pouco sobre a vida do boyzinho, o que ele fazia e do que gostava.

Eduardo já muito louco pelo efeito do álcool, sentiu-se meio tonto quando olhou no seu Casio.

Droga, já são duas horas, eu vou me ferrar.

— Escuta Mônica — ele começou o assunto difícil.

— O quê? — ela gritou para sobrepor o som da música.

— Se lembra da minha mamãezinha? — ele também gritou.

— O quê?

Ele se preparou para gritar mais alto.

— Se lembra da minha mamãezinha? — no momento que ele gritou a música parou e o DJ gritou blackout.

— Sim Eduardo, eu me lembro da sua mamãezinha — Mônica concordou às gargalhadas.

No outro dia Eduardo só pensava em Mônica, a aula de química foi um borrão em meio à ressaca. Sua mãe o obrigou a ir à escola, eles tiveram uma discussão no meio da madrugada. Eduardo tentou entrar silenciosamente, mas sua mãe o esperava acordada sentada no sofá da sala. Ela gritou para todos os vizinhos ouvirem por onde “seu Eduardo andava”, ele não viu saída senão admitir que estava numa festa e que havia bebido muito.

 Em choque dona Ana proibiu Eduardo de sair até se formar no ensino médio, ele argumentou que já era maior de idade, mas ela utilizou a famosa frase: “minha casa, minhas regras”.

Eduardo não se importava muito com isso, ele trocava mensagens com Mônica que estava ansiosa para se reencontrar com ele.

Ao chegar a casa ele ligou para ela. Eduardo não sabia onde levá-la então pensou em uma lanchonete que gostava, mas ela sugeriu um tal de Godard.

— O parque da cidade! — eles falaram quase juntos depois de várias sugestões de cada um.

Mônica desligou o celular e voltou a ensinar a garotinha dos dedinhos pequenos a fazer sua cândida pintura da vida em tons de azul. Sobre aquele teto mofado do prédio do orfanato várias pessoas da faculdade de Mônica também ajudavam os sonhos das crianças a excederem os limites das barreiras criadas pelas problemáticas precoces.

Ao chegar ao parque de árvores com copas verdes enormes e com um laguinho no centro, Mônica sorriu na sua BIZ ao ver Eduardo chegando de camelo com um capacete na cabeça.

Eduardo ficou surpreso ao ver Mônica em uma BIZ enquanto ele ainda andava na sua velha bike.

Eles se sentaram à sombra de uma das maiores árvores do parque, vendo as pessoas passarem alegres, Eduardo pegou seu tablet e começou a mostrar para Mônica suas poesias e pequenas historias que fazia por hobby.

Mônica não olhava fixamente para a tela como Eduardo pensava, ela ficava admirando os lábios dele mexerem e suas mãos gesticulando sobre sua nova inspiração.

Eduardo esperava Mônica olhar os textos para admirar o perfil de seu rosto contra o sol e o brilho dos seus olhos refletindo a natureza.

Eles conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer o mais possível.

Lá longe, em um dos bancos de pedra do parque, um mendigo cantava.

— E quem um dia irá dizer que não existe razão?


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Notas finais do capítulo

Pois é, o amor está no ar..
E aqueles momentos em q apreciamos o rosto e cada gesto de uma pessoa, antes de ter coragem de beijar, isso é q prova q estamos amando..
Pode até me insultar e dizer q o que eu falo é mentira, mas beijo no primeiro encontro e sexo no segundo não provam amor..
Amor a primeira vista.. ACORDE quem ainda acreditar nisso! Isso não existe, amor vem do convívio, da necessidade de estar junto, do conhecimento um do outro, e só então a confirmação, sexo.. mas antes vem os beijos e amassos ^^



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