O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 24
Quando a chama brilhou sobre a estrela


Notas iniciais do capítulo

ai está comentem.



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Loki parecia sentir minha pressa e meu nervosismo, eu podia sentir seus músculos contraídos de tensão embaixo de mim. Será que ele também seria morto se eu não conseguisse? Zeus também estava falando dos meus animais? Naquelas semanas Loki fora o melhor cão do mundo! E sempre quis ter um cão e ganhei o mais legal, Zeus mataria algo tão bom?  Falcon era o maior chato da terra, mas eu também o amava, era divertido discutir com ele à noite quando ele piava e eu respondia. Eles só estavam recebendo ordens... Minhas ordens, e eu era um idiota! 

Ele voou sobre as nuvens de chuva e acelerou o máximo que podia. Falcon ficou para trás, para levar minha carta para Hermes, mas logo devia estar comigo.

A pista devia estar literalmente na chama da tocha, mas eu não duvidava que houvesse algo de errado lá. Nix devia saber que chegar à chama da Estatua da Liberdade era fácil para mim, então não era um desafio de verdade, e realmente desejei saber o que ela estava planejando.

­– Isso é estranho – comentei com Loki, sim, eu tomei o costume de falar com o cachorro – Isso aqui devia estar cheio! – lá embaixo eu esperei ver as pessoas correndo, tirando fotos do símbolo do seu país, comendo se divertindo, afinal aquele era um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados do mundo. Mas estava completamente vazio!

Nix era mesmo poderosa! Devia ter afastado todos para ter privacidade com meu teste. Resolvi ignorar aquilo, era melhor assim, sabiam lá os deuses o que ela tinha planejado para mim, com que monstro eu teria que lutar, era melhor não ter ninguém mesmo, eu não iria me distrair para proteger as pessoas e não teria ninguém para me atrapalhar!

Fiz Loki voar em volta da chama a pista era bem especifica quanto a isso, tinha uma porta aberta bem na frente, que lavava para uma sala circular e... Meu coração pulou uma batida, que diabos era aquilo? Fiz Loki parar bem na frente da porta e encarei o animal lá dentro: ele era gigantesco, maior até que minha montaria, seus olhos amarelos e astutos como os de uma águia, mas sua cabeça era de leão com algumas exceções, os dentes a juba o jeito de quem não queria brincadeira, mas percebi que tinha alguns pelos brancos ali, como a águia que era o símbolo dos EUA; desci os olhos por seu corpo, seu peito peludo de felino era amarelado e largo, suas patas enormes eram enfeitadas por garras negras de pássaro, o resto de seu corpo era idêntico a um leão africano normal, dos pelos bonitos ao jeito nobre de ser, mas as asas de mais de oito metros de envergadura com certeza não eram dele. As penas tinham um tom mais escuro que os pelos, um marrom neutro e grave lindo, como se fosse realmente uma águia.

Seu ninho era feito de grandes galhos de arvores, até pequenas arvores mesmo e estava cheio de todo o tipo de jóia e pedra preciosa, reluzindo com os raios de sol que conseguiam entrar lá. Mas também tinham coisas não tão glamorosas como carcaças de animais grandes e ossadas e corpos humanos em decomposição. Imaginei quantas daquelas pessoas não estavam na lista de desaparecidos da policia de NY.

– Maldito seja – sussurrei. 

O grifo abriu as asas praticamente me ameaçando com elas, ele parecia me reconhecer, assim como Píton quando colocou os olhos em mim pela primeira vez, com as asas abertas parecia simplesmente maior e mais poderoso. Então abriu a boca, me mostrando os dentes afiados.

Isso não vai acabar bem, pensei engolindo em seco.

Acionei Kroboros e fiz Loki recuar, eu teria mais vantagem no ar, onde podia contar com Loki, do que lá embaixo, ao alcance de suas garras. Ele se levantou, era um pouco maior que meu cão, e possivelmente mais poderoso, Loki latiu e rosnou, como se desafiasse o grifo a desafiá-lo, ergui Kroboros, pronto para matar aquela coisa, mas ele não avançou, só ficou nos olhando, como se analisasse o jantar

– Venha, seu monstrengo grotesco, ser desprezível! – gritei e brandi a espada – Anda, me ataca, seu fracote, mestiço, aberração! – não eram meus melhores insultos, não que ele fosse me entender, mas é vergonhoso saber que, quando você está sob pressão, fala como um conde inglês – Vamos! – Loki latiu comigo e o grifo rugiu e avançou.

Eu achava que ele pularia em Loki, me dando espaço para matá-lo, mas quando ele saltou sobre nós, as garras de suas quatro patas estavam apontadas para meu peito. Minha única reação foi erguer minha espada e esperar a dor, mas Loki foi mais rápido, ele partiu para m mergulho, passando por baixo do monstro, aproveitei e tentei cortar a barriga do bicho, mas ele fez uma curva rápida e passou a nos perseguir.

Loki era rápido, mas não o bastante, o grifo estava bem atrás de nós, tentando abocanhar a cauda do meu cachorro, vi que teria que dar um jeito de tirar Loki do perigo. Posicionei meus pés em cima da sela e me preparei para saltar. Loki pareceu perceber o que eu faria e aproveitou para subir um pouco, ao mesmo tempo perdendo velocidade, facilitando meu trabalho.

Esperei ele estar em baixo de nós, e pulei. Por dois segundos senti como se não houvesse nada para impedir a morte certa, mas logo cai em cima do grifo e me agarrei em seus pelos, puxando-os tentando desestabilizar seu vôo, talvez assim conseguisse que Loki o matasse.

– Vamos lá, eu quero a pista.

Ele deu uma guinada para frente, iniciando uma queda livre, senti minhas pernas no ar e soube que ficaria para trás, mas me segurei na primeira coisa que senti sobre meus dedos. Soltei o maior grito da minha vida (até aquele dia) e apertei aquele fiozinho extremamente resistente que me agüentou. Kroboros iniciou sua queda livre para o chão, me deixando sem armas

Quando ele percebeu que o chão estava chegando perigosamente perto, voltou a subir, girei aquele fio na minha mão, algo tão resistente só podia ser uma coisa. Sim! O pequeno frasco de vidro cintilou na minha mão quando o grifo fez uma curva para atacar Loki.

Fechei aquilo em minha mão, e gritei para Loki deixá-lo ocupado. E peguei a pequena moto em meu bolso, pensei na faca mais afiada e poderosa do mundo, mas nem isso conseguiu cortar o fio que prendia o frasco ao monstro. Devia ter alguma magia ali, alguma coisa que impedia. Tentei me lembrar da pista: lutar e vencer sobre a capital do mundo. Eu tinha que vencer o grifo, tinha que matá-lo.

Ergui a faca, mirando nas costelas do monstro, onde devia estar o coração, mas acredito que ele tenha visto, pois virou de cabeça para baixo, me fazendo também derrubar a faca para me segurar no fio. Percebi que ele completaria o loop e me pegaria entre suas mandíbulas se eu não fizesse nada.

Murmurei uma rápida prece e soltei o fio. Loki me pegou mais rápido que eu pensei ser possível. Agora minha única arma era meu cachorro. Isso poderia matá-lo, mas eu não tinha outra escolha, tinha que dar um jeito de protegê-lo enquanto ele matava o leão voador.

– Loki, preciso que destroce a jugular dele! – o cão rosnou e avançou para o monstro.

Os dois monstros se atracaram, Loki mordia, arranhava e se sacudia enquanto eu socara chutava e usava meus dentes para causar algum dano. Então o grifo se distanciou, algumas áreas do seu pelo estavam vermelhas, mas não o bastante para morrer.

Fiz Loki avançar, louco para aproveitar sua debandada, mas algo deu muito errado. Tudo aconteceu muito rápido, em um segundo estávamos voando na direção do grifo no outro ele estava com as patas dianteiras no meu peito, transformando minha camiseta em trapos e Loki estava com suas patas traseiras na boca, tirando seu sangue.

O grifo soltou um chiado de dor e se voltou completamente para meu cão, me jogando fora dele e cravando as garras nas costas de Loki. Nem me importei com a queda para a morte ou com o pouco de sangue que saia do meu peito, a única coisa que ocupava espaço na minha mente era a luta brutal de Loki pela vida.

– Loki! – gritei por ele, mas ele estava ocupado demais enfiando as garras nos ombros do grifo enquanto esse tinha as patas envolvendo sua cabeça – Não!

– Jack! – gritaram duas vozes perto de mim, levei três segundo para interpretar o que aquilo queria dizer. Então minha queda foi interrompida. Tudo que eu vi foram os cascos pégasos brancos acima de mim e quatro mãos que seguram meus tornozelos.

Marcus e Lya me colocaram no chão, e pousaram seus cavalos, aos pés da Estatua, mas eu não tinha tempo para gritar com eles, nem para olhar para eles, podia fazer isso depois. Corri até Kroboros e procurei os dois no céu.

Estavam sob o braço de Liberdade pude ver mais sangue no pelo do grifo, mas o pelo negro de Loki não me permitia isso. Os dois lutavam com unhas e dentes, ambos procurando o pescoço do inimigo. Transformei a espada em arco ao mesmo tempo em que o monstro bateu as costas do cão na primeira emenda constitucional dos EUA.

Mirei bem, não podia errar, não podia acertar em Loki.

– Por favor, mamãe, uma ajudinha viria a calhar.

E soltei a flecha. Passou a centímetros da cabeça do grifo. Seus olhos amarelos pararam em mim me odiando. Se libertou de Loki e avançou para minha garganta, mirei dentro de sua boca pronto para acabar com aquilo, mas Loki não estava pronto para deixar a luta de lado, ele surgiu do nada jogando seu corpo no do monstro, abocanhando seu ombro, proto para tirar alguns pedaços e os dois caíram na água.

– Não – sussurrei, e corri para a beirada – Vamos lá! Vamos lá! – senti Marcus e Lya se juntarem a mim, mas não ousei desviar os olhos da água borbulhante, segundos se transformaram em minutos e o silencio começou a me dizer que algo muito ruim tinha acontecido com ele.

Então o enorme grifo saltou da água e o tempo desacelerou, pude ver com detalhes seus olhos amarelos, as garras minado meu corpo, o pelo molhado vertendo sangue e os dentes vermelhos com o sangue de Loki. Transformei o arco em espada e deixei seu peso matá-lo. Mal senti as duas toneladas de carne de leão em cima de mim, apenas sentindo o prazer de sentir seu sangue quente escorrer por entre meus dedos, as vibrações de seu coração pararem, o ar sair completamente de seu corpo morto, então virou pó cobrindo a mim e a meus irmãos.

Não me importei com a sujeira, pulei a grade de proteção e pousei na estreita praia que ainda restou após a construção. Loki estava lá, respirando com dificuldade, pelo negro brilhando com a água e com um pouco de sangue.

Envolvi seu pescoço em um abraço.

– Eu matei ele, amigo, eu matei aquele desgraçado! Loki, você consegue ficar de pé? – sés olhos caíram nos meus e eu soube que não. Percebi que sua pata dianteira estava com um corte profundo e as asas direita estava quebrada. Fechei bem os olhos, tentando evitar as lágrimas – Hades, pai, por favor, não deixe que ele morra, não permita, ele salvou minha vida. Leve ele daqui, cuide dele. Por favor, leve-o para casa – A temperatura caiu vários graus, um vento forte jogou meu cabelo em me rosto e Loki foi ficando transparente até que desapareceu – Obrigado.

Me levantei, coloquei meu anel para que meu peito parasse de sangrar e subi, apenas para encontrar Lya com os olhos cheios de lagrimas e Marcus com o frasco de vidro no chão. Quase tinha me esquecido dele.

– Me dá aqui – ele colocou em minha mão, e eu peguei o pedaço de pergaminho.

Que ótimo! Zeus não precisaria se incomodar em me matar no final da semana.


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Notas finais do capítulo

comentem, prox tem outro desafio.



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