Hopeless escrita por Anne Avlis


Capítulo 6
Declaração


Notas iniciais do capítulo

Hey, postei rapidinho dessa vez ;)
Um abraço especial para SaGaúcha pela recomendação *-*, agora que eu vi, devido a minha lerdeza



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— Sabe quantas horas são? Eu já programei milhares de coisas pra hoje!

Annabeth já se acostumara com as entradas abruptas de Percy pela janela e já não se assustava como antigamente. Fazia duas semanas desde a escolha do garoto e não havia uma noite ou um dia que o moreno não visitava a loira e preparava suas refeições. Desse modo, fazia duas semanas que Annabeth não tinha uma recaída, embora estivesse preocupada que estivesse engordando demais. Durante esse processo os dois se tornaram inseparáveis apesar das brigas.

A garota se virou na cama e pressionou o abdômen quando a dor se manifestou.

— Percy, está parecendo que eu tenho câncer e você quer fazer minha vida valer a pena. Relaxa, é só cólica.

O garoto olhou para ela de modo culpado, como se essa tivesse falado algo que era verdade. E era. Embora não com Annabeth e o câncer não era a doença em questão. Depois deu de ombros e se deitou na cama ao lado da amiga.

— Pode ficar para outro dia — ele suspirou — então, qual é o problema?

— Me sinto indisposta por cinco dias num ciclo de 28.

O garoto corou:

— Informação demais.

— Foi você que perguntou — disse ela dando de ombros.

— Por favor, me diga que a TPM é um mito.

— Você não teria tanta sorte — ela disse gemendo.

Ele se levantou, atravessou o quarto correndo e saiu pela porta que dava para o resto da sala. Annabeth estava mal-humorada o suficiente para não achar graça. Ela revirou os olhos e abraçou a barriga enquanto enterrava a cabeça no travesseiro.

Percy conhecia a rotina da casa o suficiente para saber que Freddie não estava em casa. Ele preparou rapidamente um chocolate quente e voltou ao quarto, encontrando Annabeth deitada de bruços com o traseiro empinado.

Ele balançou a cabeça rindo e entregou a caneca para a garota:

— Toma, vai melhorar — em seguida se sentou na ponta da cama e procurou um jogo com multiplayer.

Annabeth imediatamente se sentou e agarrou o outro controle, Percy reprimiu uma risada, ele sabia que a garota acordaria de um coma para disputar uma partida de vídeo game com ele.

— O que vamos apostar dessa vez? — perguntou ela animada

— Um beijo — disse Percy sem pensar, mas se arrependeu logo em seguida

— Em quem? Freddie?

O garoto revirou os olhos:

— Se você perder vai ter que me beijar.

Annabeth corou e deixou os braços que seguravam o controle cair em cima das pernas.

— Pegou pesado agora, ninguém merece isso. A exceção de Rachel é claro.

— Está com medo de perder? — provocou ele

— Claro que não. Mas se você perder…

A loira refletiu, ela queria algo duro o suficiente.

— Oh — ela abriu um sorriso malicioso que fez Percy estremecer, coisa boa não viria — eu tive uma ótima idéia.

...

Percy está ganhando, Percy está ganhando! Preciso fazer algo. Agora!

Num gesto de desespero Annabeth se jogou contra o garoto sem tirar os olhos da tela. Percy se desequilibrou caindo da cama e levando a garota junto.

Annabeth ignorou o tombo e completou a ultima curva da corrida. Os dois, estatelados no chão, observaram paralisados o resultado aparecer na tela.

— Há! Há! Ganhei, ganhei, ganhei — Annabeth se levantou fazendo uma dancinha histérica em cima da cama.

— Voce trapaceou! Eu teria ganhado!

— Você teria. — A loira ria tanto que a barriga doía, antegozando o momento que Percy teria que enfrentar a aposta.

— Vai contra as regras — o garoto subiu na cama também, colocando as mãos na cintura.

— Nós não temos regras — Annabeth pulou uma ultima vez na cama, enquanto caia ela flexionou as pernas e caiu com o traseiro na cama se deitando logo em seguida, segurando a barriga.

Percy observou a cena, hipnotizado, os movimentos do cabelo dela, a risada, o sorriso, parecia uma musica na qual ele não poderia perder uma única nota. O garoto percebeu que faria qualquer coisa para ouvir aquela risada e ver aquele sorriso novamente.

— Devemos anular a aposta então — disse ele saindo do transe.

— Não senhor, trato é trato, nós nunca anulamos as outras.

Percy praguejou, ele morreria um mês antes do esperado.

...

—Vou esperar no carro — Annabeth ainda ria.

— Ah você não vai não! Vai observar de perto e garantir que nada aconteça com a minha pele.

A garota suspirou, ela não se arrependia nem um pouco da idéia, mas estava começando a temer pela própria vida.

Os dois desceram do carro e andaram em direção ao playground, onde os dois sabiam que a gangue se encontrava.

Annabeth parou e se sentou em um balaço encoberto pelas sombras onde poderia observar, Percy olhou para ela suplicante, a garota sorriu e fez um gesto com a mão para que o moreno continuasse.

Ele respirou fundo e saiu correndo até a clareira iluminada pelo poste de luz, o garoto caiu de joelhos, chamando a atenção da gangue parado perto das gangorras.

— Clarisse! — gritou o moreno — Clarisse!

— Você conhece esse idiota? — perguntou uma voz

— É a Perciana — a garota dos cabelos castanhos o olhou com curiosidade.

Os olhos de Percy se focaram na garota ele forçou lagrimas.

— Clarisse! Eu amo você! Quando você me toca eu vejo as estrelas, quando você me beija eu me sinto derreter, Clarisse, lembra daquela vez que dividimos o espaguete assistindo Romeu e Julieta e acabamos como a Dama e o Vagabundo? Ou que você me carregou depois que eu cai da bicicleta?— o garoto gritava histericamente as situações ridículas que certamente membros de gangues não passam, Annabeth começava a ficar vermelha, reprimindo uma gargalhada — Clarisse, Oh Clarisse, você é a azeitona da minha empada, a tampa da minha panela.

Os outros membros da gangue riam, rolando no chão, Clarisse observava parada, o rosto vermelho de raiva.

— Clarisse eu… — a voz do garoto foi morrendo ao observar, de olhos arregalados, a garota avançar correndo para ele com um olhar assassino.

Annabeth arregalou os olhos também enquanto Percy se virava e desatava a correr em sua direção, a loira se levantou e correu também, ultrapassando o amigo.

Fujam para as colinas!

Os dois alcançaram a Mercedes dos Jackson, o garoto fora inteligente o bastante para disponibilizar um carro veloz.

O moreno ligou o carro e arrancou para a frente, dirigindo loucamente para longe daquele playground. Seus olhos se encontraram por um momento e então os dois desataram a rir, Annabeth já chorava e Percy tinha o rosto vermelho.

A risada se tornara muito freqüente naquelas ultimas duas semanas, Annabeth rira mais naquele pequeno espaço do que na vida inteira.

— Onde estamos… — Annabeth visualisou a cara de Clarisse de novo e começou a rir novamente, levando algum tempo para se recuperar — indo

— É surpresa.

A garota ergueu uma sobrancelha

— Odeio surpresas

— Eu sei.

— Sabe, ela nunca vai te deixar em paz. Clarisse.

Ele fez biquinho enquanto estacionava o carro.

— Chegamos.


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Notas finais do capítulo

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