POV Annabeth Chase

　

　

— Acho melhor comprarmos a passagem para amanhã. — falo, olhando para todos que pareciam completamente exaustos. — O que você acha, Thalia? — afinal, ela era a líder da missão.

　

　

— É melhor mesmo… — diz com uma voz completamente cansada.

　

　

Era um pouco estranho, afinal, pensava que filhos de Zeus não se cansariam tanto assim numa viajem de avião. Mas decido não comentar nada.

　

　

Dividimos em duas duplas. Eu e o Nico alugamos um quarto de hotel para nós quatro, e Percy e Thalia compraram as passagens. Quando eles voltam, entramos no quarto.

　

　

Ele era bem simples. Tinha quatro camas cor tabaco com lençóis brancos, uma televisão antiga colada na parede e apenas uma suíte.

　

　

Logo quando entramos, Nico se esparrama na cama.

　

　

— Cara, preciso dormir! — exclama.

　

　

Enquanto isso, Thalia vai tomar banho e Percy fica no mundo da lua, olhando para a única janela do quarto.

　

　

— Nico. — chamo, e ele olha imediatamente. — Você poderia fazer um favor para mim? — suplico, e ele me olha um pouco curioso.

　

　

POV Nico Di Angelo

　

　

— Nico. — Annabeth me chama e olho para ela. — Você poderia fazer um favor para mim? — ela parecia um pouco ansiosa.

　

　

— Claro, Annabeth. — ultimamente não estava falando muito com ela por causa de Percy, mas como os dois estavam acertados, não via problema algum. Ela era legal. — O que é? — pergunto um pouco curioso.

　

　

Ela olha para mim com um semblante sério.

　

　

— Eu ainda gosto dele. — sussurra, indicando o Percy disfarçadamente, embora ele não esteja prestando a atenção.

　

　

Olho para ela um pouco assustado. Ela não estava com o Luke a pouco tempo?

　

　

— Certo. — digo sem saber o que falar. Não era muito bom em conversar com as pessoas em geral.

　

　

— E eu não sei se ele… Bem… Ainda sente o mesmo por mim. — ela parecia apreensiva. — Você pode me ajudar a descobrir?

　

　

— Tá, mas como?

　

　

— Bom… Vamos fazer…

　

　

　

POV Thalia Grace

　

　

Saio do chuveiro e vejo Nico e Annabeth conversando animadamente sobre algo. Percy me encara ainda chateado por eu ter ignorado ele. Sinto uma pontada de culpa, afinal, ele não tinha nada comigo e mesmo se estivesse não tinha feito nada de errado

　

　

— Parece estar no mundo da lua, cabeça de alga. — digo em tom divertido e ele sorri para mim.

　

　

Sinto uma aura assassina no quarto. Provavelmente Annabeth, por me ver chamando Percy assim.

　

　

Começo a conversar com Percy, que de repente faz uma cara fechada.

　

　

— O que foi? — pergunto.

　

　

— Hã, nada. — diz.

　

　

Olho para Annabeth e Nico e vejo os dois rindo juntos, e depois a loira o abraça. Percy fecha o punho, aparentemente irritado.

　

　

Olho para Percy enfurecida novamente. Era isso? Então ele ainda gostava de Annabeth? E me beijou atoa, só pelo momento?

　

　

— Acho que a Claire não vai gostar muito disso, Nico. — Percy comenta com um rosto sem expressão.

　

　

Annabeth sorri de canto, e Nico fica bastante sem graça.

　

　

— Eu… Er… — babulcia Nico.

　

　

Levanto da cama e saio do quarto batendo a porta. Eu sei que fiz uma aposta com Annabeth, que era para disputarmos ele. Mas fiquei muito tempo sem nem ao menos pensar em homens, e agora que estava gostando de Percy, estava com os sentimentos muito mais intensos e descontrolados que o normal. Sinto os meus olhos arderem e olho para cima.

　

　

Thalia Grace chorando por causa de uma cena de ciúmes? Pelas cuecas de Zeus, estou ficando cada dia mais patética. Lady Ártemis teria vergonha de mim.

　

　

Desço as escadas do hotel e quando estou saindo dele escuto passos atrás de mim.

　

　

— Ei, Thalia, espere! — escuto a voz de Percy e aperto os passos.

　

　

— O que foi?! — pergunto com a voz cheia de veneno.

　

　

— E se um monstro aparecer? Você está sozinha…

　

　

Olho para ele enfurecida. Por mais que esteja chateada com ele, pensava que se fosse para ir atrás de mim seria para desculpar, para falar que não tinha nada com Annabeth… Mas eram apenas esperanças vazias.

　

　

— Francamente Perseu! — exclamo de cara fechada, sempre piscando muito os olhos para não chorar — Você realmente acha que não dou conta de alguns monstros idiotas? — olho para ele o fuzilando com os olhos — Quem você acha que eu sou?

　

　

— Calma, Thalia… Eu só estava — mas o interrompo.

　

　

— Não me interessa! Nesse momento seria ÓTIMO aparecer alguns monstros por aqui, eu poderia muito bem descontar toda a minha raiva neles! — falo ainda andando, mas o filho de Poseidon teimava em continuar a me seguir.

　

　

— Raiva? — ele me olha meio confuso. — Raiva do quê?

　

　

Olho para ele ainda mais estressada do que antes, se é que era possível. Tive que me apaixonar por um cara lerdo assim? Porra, Afrodite!

　

　

— CABEÇA DE ALGAS! — grito estressada. — SUA CULPA. Você é um idiota, sabia?

　

　

Ele me olha meio assustado, sem entender direito o motivo da minha ira, apenas me deixando mais chateada. Se ele realmente sentisse ao menos algo, ele saberia do que estava falando.

　

　

— Mas o que eu fiz? — ele pergunta chateado.

　

　

— Você me… Você me beija, e depois age como se nunca tivesse acontecido! — céus, o que eu estava falando?! — E depois ainda fica se matando de ciúmes da Annabeth! Se ainda morre de amores por ela então por — mas antes que eu termine de falar, Percy me puxa forte para si e me dá um beijo de tirar o fôlego.

　

　

Durante o beijo, parece que tudo a minha volta e em meus pensamentos somem. Foi como se nunca estivesse irritada com Percy, e nunca paramos de nos beijar desde a festa. As mãos de Percy estavam respeitosamente na minha cintura e as minhas em sua nuca.

　

Após alguns (ok, vários) beijos, finalmente paramos. Ele me encara e depois começa a rir, e fico completamente vermelha e sem graça por ter beijado ele depois de toda a raiva que acabei de descontar.

　

　

— Puxa. — ele comenta admirado. — Descobri a melhor maneira de fazer a menina que eu gosto parar de brigar comigo. — diz com um sorriso sarcástico típico dele. — Eu sou um gênio. — completa ainda com o mesmo sorriso.

　

　

Normalmente, o mandaria ir ao Tártaro, mas como ele havia acabado de dizer que gostava de mim, fiquei feliz demais para ser cruel.

　

　

— Argh, cabeça de algas imbecil! — dou um tapa nas costas “elétrico” nele e o seu sorriso sarcástico aumenta.

　

　

— Estou perdoado? — ele me pergunta.

　

　

— Nunca! — digo e ele apenas ri, pegando a minha mão.

　

　　

Voltamos para o quarto de mãos dadas.