Em uma sala nas masmorras um casal se encontrava aos cochichos. Mas não era um casal romântico e sim uma dupla pronta para acabar com a felicidade de certo maroto e de certa monitora. A sala estava escura e os adolescentes ali presentes tinham medo de serem descobertos de outra forma.

– Nosso plano não pode ter falhas, me escutou? - sussurrou a voz feminina.

– Eu não sou burro... - resmungou o garoto, irritado.

Um som no corredor ao lado da porta lhes chamou a atenção. Parecia que alguém estava prestes a entrar na sala.

– Será que nos descobriram? - o murmúrio assustado do garoto foi calado quando a menina deu-lhe um belo soco no estomago.

– Quieto. - sibilou pegando sua varinha.

A porta começou a se abrir lentamente e a luz invadiu o lugar. O menino tinha se escondido atrás de várias mesas, tentando ficar invisível sem sucesso, enquanto a garota atirou um feitiço certeiro no intruso. O monitor da Lufa-Lufa, pego no susto, foi atingido por um Expelliarmos, seguido de um Obliviate.

– Ouse contar isso para alguém e eu usarei umas imperdoáveis em você. - chiou a garota para seu parceiro, que ainda estava encolhido atrás das mesas.

Em seguida, a menina saiu da sala rebolando e com os saltos finos fazendo um barulho estranho.

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O dia de Lily tinha passado calmo. Os marotos, nem mesmo as meninas, desesperam-se com a pequena, pois a mesma não sumira de suas vistas. A visita no vilarejo fora calma. A mini-monitora ficou com medo de alguns moradores do lugar e sempre colava em seus amigos, principalmente em James.

A menina fizera todos comprarem muitos doces, muitos artigos para traquinagens e ainda algumas coroas de princesa que vira em uma loja. Encontravam-se naquele momento dentro do Três Vassouras, em uma mesa nos fundos do lugar.

Sirius bebia seu Whisky de Fogo, assim como Marlene. Dorcas, Remus e James ficaram na cerveja amanteigada, enquanto Lily bebia um delicioso chocolate quente. Alice e Frank estavam em algum outro lugar e Peter continuava sumido desde aquela manhã.

– Podemos ir naquela casa assomblada? - perguntou a ruivinha após tomar mais um gole de sua bebida, deixando um bigode de chocolate em sua boca.

– Claro que sim, princesinha. - sorriu James limpando sua boca com um guardanapo.

– Eba! - bateu palmas animada, chamando atenção de algumas pessoas da mesa ao lado.

Lilian corou fortemente e escondeu o rosto com as mãos, arrancando risadas de todos. O tempo ali no Três Vassouras continuou calmo e distraído, com brincadeiras e risadas em todo lugar. Quando finalmente saíram dali, Marlene e Sirius sumiram de vistas, com toda certeza para se curtirem um pouco. Dorcas arrastou Remus para uma loja qualquer, usando uma desculpa bem boba, deixando, assim, James sozinho com Lily.

Aquilo teria sido bem mais lucrativo se Lily não fosse uma criança de cinco anos, no momento. Com um suspiro cansado, Pontas pegou a ruivinha no colo e colocou um grande sorriso no rosto, ao ver o rostinho rosado pelo frio, alegre e cheio de expectativa.

– Vamos para a casa dos glitos? - perguntou enquanto começava a andar em direção a pequena estrada de terra que levava ao casarão abandonado.

– Ouvi fala que tem fantasmas lá... É verdade? - questionou toda curiosa.

– Eu acredito seriamente que não. Se você quiser, qualquer dia posso te levar lá dentro. - brincou piscando um olho.

A garota soltou risadinhas alegres e continuou a fazer perguntas aleatórias sobre a casa, enquanto James as respondia calmamente. Ao atingirem a casa, Lily praticamente saltou dos braços do maroto e correu até a cerca que envolvia o terreno. Espiou curiosa a casa, gravando cada detalhe da mesma. Podia jurar que já tinha estado ali.

Imagens de uma garota ruiva, com os mesmo olhos de esmeralda que os seus, surgiu em sua mente. A menina deveria ter quinze, talvez dezesseis anos. Ela brigava com uma cópia mais nova de James e parecia irritada, até o momento em que o menino roubou-lhe um beijo. A garota ficou branca, em choque, antes de ficar BEM vermelha e explodir em gritos raivosos. As imagens logo sumiram e a pequena Lily balançou a cabeça confusa.

"Quem será que é aquela menina?"

A pergunta rodou em sua mente e logo perdeu seu lugar de importância, pois sua alma infantil assumiu seu corpo. Pegou um pouco de neve, fez uma bola e tacou no maroto que estava distraído, perdido em memórias de sua ruivinha grande e todos os beijos que roubara da mesma. Um sorriso apaixonado cobria seu rosto, antes de tomar um susto ao ser acertado por algo gelado.

Virando o rosto para a mini-monitora, permaneceu chocado ao vê-la com duas outras bolas de neve em suas mãos. A menina atacou-lhe, acertando no braço do garoto e outra em seu rosto.

– Sua... Sua... - sussurrou atordoado.

– Sua plincesa anjo ruiva linda e pefeita. - gabou-se risonha tacando-lhe outra bola de neve.

– Não! Sua pestinha! Quer guerra? Guerra terá! - exclamou James com um sorriso maroto.

Em poucos minutos uma guerra estava travada. Bolas de neve iam para todos os lugares. Lily conseguia desviar as que lhe acertariam, às vezes com magia involuntária, o que a deixava em vantagem contra Pontas. Com rapidez, preparou um pequeno forte e muita munição e partiu para o ataque conta James. O maroto ria animado, revidando com bolas pequenas e rápidas, errando a pequena de propósito, às vezes, e deixando-se ser acertado quase todas as vezes.

– Cansei! Ganhei! - gritou Lily jogando-se no chão cansada e com a respiração rápida.

James riu e jogou-se ao seu lado.

– Somos dois então. - sussurrou olhando para o céu.

– Vamo faze anjinhos na neve? - a voz infantil da garota saiu esperançosa e animada.

– Você não tem botão de desligar? - James perguntou divertido.

– Não! - gritou risonha já fazendo seu anjinho.

James seguiu seu exemplo e logo um pequeno e um grande anjo estavam presentes no chão. A menina bateu palmas e riu divertida, antes de ser pega por James e colocada sobre seus ombros.

– Pala o castelo, cavalinho. - falou fingindo empunhar uma espada a ruivinha.

O maroto riu enquanto corria para o destino estipulado pela pequenina. Sua pequenina. Esperava realmente que ela se lembrasse de tudo o que aconteceu enquanto ela estava assim.

O que ninguém esperava era que a menina começava a lembrar de cenas que tinha vivido e não lembrava-se antes. Ela ficava confusa, mas logo passava a ignorá-las e prestar maior atenção em outras coisas, rindo animada.

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Depois daquele dia em Hogsmeade, as próximas semanas passaram com certa calmaria. Lily sumia com menor frequência e suas memórias surgiram mais vezes. Ninguém percebia quando a menina lembrava-se de algo, já que a mesma sempre inventava algo logo em seguida, disfarçando ao máximo.

A lua cheia já estava próxima, seria no dia seguinte, e os meninos já estavam prontos. Sirius e Peter acompanhariam Remus e James ficaria para trás, certificando-se que nada de errado aconteceria.

A ruivinha estava sentada sonolenta na mesa, comendo cereal e bebendo um grande copo de achocolatado, as meninas conversavam sobre a próxima prova de feitiços, que seria naquela semana, Peter estava sumido, para variar, e James e Sirius falavam sobre quadribol. Remus estava de cama, pois ao que parece os efeitos da lua estavam mais fortes naquele dia.

A ruivinha terminou seu café e aguardou para que os outros terminassem, e seguiu James, quando o moreno foi para a sala de aula. Como as duas primeiras aulas eram de feitiços, e estava liberada para a prática, a garota dormiu.

O dia passou-se preguiçoso enquanto a última aula do dia chegou foi um grande alívio para a menina, que recusou o jantar e preferiu ir para sua cama mais cedo. Dormiu assim que entrou em contato com o colchão macio. Seus amigos estranharam a atitude da pequena, mas nada comentaram.

As lembranças tinham atormentado a ruivinha por toda a noite não lhe permitindo bons sonhos e, portando, estragando sua noite de sono. Acordara cansada e não via a hora de poder tentar dormir novamente. Não sabia se fora pelo cansaço, ou qualquer outra coisa, somente sabia que dormira como pedra, sem sonhar com nada.

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Enquanto todos curtiam o jantar, Peter esgueirou-se indo para uma sala escura nos fundos das masmorras. A menina já lhe esperava, impaciente.

– Então? Qual era a notícia tão importante? - sussurrou raivosa.

– Eu ia dizer-lhe que amanhã a noite seria o momento perfeito, porém os planos mudaram. - sussurrou olhando assustado para a porta, como se alguém fosse entrar por ali a qualquer momento.

– Como mudaram? - perguntou áspera.

– Mudando. Ela está sozinha no dormitório agora, é sua chance. - e com essa frase Peter correu para fora daquele lugar. Agradecia a Merlin pelo mapa do Maroto ter sido tomado por Filch algumas semanas atrás.

A menina abriu um sorriso diabólico enquanto saia da sala com os saltos clicando contra o piso escorregadio das masmorras. A misteriosa garota, com o rosto coberto por uma capa, tratou de correr para a torre da Grifinória e logo se viu no dormitório feminino, observando a pequenina dormindo em uma cama, com um rosto exausto.

A garota da capa tirou um vidrinho do bolso e despejou o conteúdo na boca da garota. A poção duraria tempo suficiente para fazer a mini-monitora dormir por longas horas. Pegou-as no colo e correu para fora do lugar.

– Etapa um, completa. - riu a garota diabolicamente seguindo para seu destino.