Passarinho

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Poema único

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Era uma vez um passarinho,

De penas muito brancas,

Olhos amarelos pequeninos,

E um canto agudo e agradável.

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Todo dia de manhã o passarinho voava,

Seu rasante voo matinal,

Abria as asas e flutuava,

Sentia o ar.

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Era um filhotinho fofo e novo,

Ainda inexperiente.

Às vezes voava bem baixinho,

E sua voz falhava a nota mais alta.

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Bobo, tentava se superar,

Subia em um galho mais alto e tomava impulso,

Se jogava e ia, ia direto ao chão.

E choramingava sua falta de precisão.

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Ao anoitecer resmungava do frio,

Enfiava a cabecinha por entre os pelos e dormia,

Sonhando com um alto voo,

Por entre as fofas nuvens.

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Era só mais um passarinho.

Branquinho, bonitinho, fofinho.

Várias vezes voou e caiu,

Várias vezes cantou, mas ninguém o ouviu.

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Não passava de outro passarinho.

No meio de vários outros passarinhos.

Cantando e voando e cantando e voando,

Vivendo.

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Apenas um passarinho.

Nada mais que isso.

Sentindo o anoitecer,

Vivendo o amanhecer.