Olá, eu sou um stalker escrita por Dariks


Capítulo 4
Part 4




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  Você deve estar questionando como se deve perseguir alguém em meio à multidão, e criando suas próprias maneiras e teorias de como seria a melhor forma.

   Acertei? Não importa.

  Eu, baseado em minhas experiências e observações, desenvolvi uma maneira segura e prática de perseguir alguém no meio da multidão – esqueci-me de citar infalível. Descreverei como foi que fiz para perseguir a tal mulher:

  Após ela adentrar na multidão, eu fui atrás – obviamente, logo de cara vi uma ou duas pessoas conhecidas, que não me conheciam.

  É muito inseguro seguir por trás, já que um aglomerado de pessoas pode impedir o seu caminho tempo o suficiente para que você perca a vítima de vista. “Seguir à frente dela!” você deve ter pensado. Se sim, então você errou!... Não é aconselhável seguir à frente da vítima também, já que ela pode mudar de direção a qualquer momento e quando dar-te por ti já não saberás aonde ela foi. Ficar alternando também não é aconselhável, já que você passa a correr o risco das duas maneiras, ao mesmo tempo.

  Então.

  Então, então, então... Eu deduzi que o melhor a ser feito é seguir lado-a-lado a vítima, com um espaço entre você de duas pessoas, para que não haja desconfiança da perseguição e nem ocorra de esbarrar na vítima e fazer com que ela note sua presença. Porque senão seria possivelmente o fim do disfarce.

  Perfeito, não? Pode dizer, eu sou um gênio da perseguição, não sou? Bem...

  Assim mantive-me perseguindo ela, de forma astuta. Ela andou normalmente pelo meio de todas aquelas cabeças agitadas. Ora parava em uma loja só para observar a vitrine, ora entrava rapidamente em outra. Mas, de todas, só comprou uma cartela de adesivos – da Betty Boop - numa papelaria.

  Own, que meigo. Isso me fez rir, ela parecia ser uma pessoa séria, isso realmente me surpreendeu.

  Continuamos, após a compra, repetindo a ação de olhar vitrines e entrar em lojas sem efetuar compras, por mais alguns minutos. Até que, por um momento, ela desapareceu.

  Esvaneceu. Sumiu, evaporou!

  Não sei o que houve... Num momento ela estava diante dos meus olhos, e noutro não estava mais. Era como uma mágica fajuta, de um mágico vigarista, que mesmo assim me surpreendia.

  Procurei-a desesperadamente. Não a podia perder. Corri mais adiante e nada; voltei um pouco, entrei e sai de algumas lojas. Mas os resultados foram nulos. Ela havia desaparecido, mas eu não podia me convencer disto. Nunca perdi uma vítima em uma perseguição: é a minha especialidade! Como eu poderia me olhar no espelho, ou hackear um perfil no Instagram de alguém, novamente?

  Continuei a procurar, mesmo cabisbaixo porque sabia que tinha perdido ela. Foi quando aqueles olhos vermelhos inundaram os meus.

  Dizer que eram vermelhos é um pouco poético e irreal demais – tive trauma de poesias depois de passar um longo tempo stalkeando um blog de um cara que só postava poesias insanas que me faziam vomitar. Os olhos dela não eram vermelhos. Eram castanhos, mas contra os raios de sol tomavam um efeito castanho-avermelhado.

  De todas as formas, o tempo parou naquele momento. A mulher (sim, a que trajava o sobretudo e eu estava a seguir ante) olhou bem dentro dos meus olhos. Meu coração disparou e eu não parava de pensar que: “Ela me descobriu, ela me descobriu, ela me descobriu...”.

  Por distração não percebi que ela estava vindo do lado oposto ao meu, e acabamos trocando olhares. Tive vontade de sair correndo. Ela havia me descoberto!... Bem... Não foi exatamente assim.

  Ela olhou dentro dos meus olhos indiferentemente. Apenas um olhar casual, mas demorei até o final desse momento para perceber que ela não havia me descoberto.

  Foram apenas segundos, segundos que mantiveram inerte sem respirar. Após a passagem dela expirei bruscamente, aliviado. Logo, tirei meus óculos e tentei dar uma ajeitada rápida no cabelo. Tinha que mudar um pouco a aparência, ela poderia ter notado meu rosto. Fiz isso, e, ainda um pouco apreensivo, respirei mais uma vez.

  Agora teria que manter-me mais cauteloso.

  Estava 93% convencido que ela realmente não me percebera realmente e aquele olhar tinha sido algo normal. Porém aqueles 7% me gritavam à orelha dizendo para eu ter cuidado e parar por ali.

  Contudo, meu orgulho de stalker é infalível.

  Virei-me e me pus a seguir ela novamente. 


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