Olá, eu sou um stalker escrita por Dariks


Capítulo 2
Part 2




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Em uma sexta-feira de feriado, à tarde, resolvi stalkear a amiga de um amigo meu. Conheci-a na semana anterior, no sábado, quando fomos, eu e mais um pessoal, a uma pizzaria. E dentre nós estava ela. Em meio a diversos diálogos animados, acabamos trocando algumas palavras sobre música.

O nome dela é Angelin, tem 19 anos. Cursa o segundo período da faculdade de artes visuais e seu RG é 26.524.229-1.

Angelin publicara em seu perfil no Facebook que iria aproveitar o dia de feriado para ir ao salão de beleza, o que achei estranho já que ela tinha feito uma escova progressiva em si na tarde anterior, antes de voltar pra casa.

Investiguei mais um pouco e descobri que ela iria encontrar certo alguém, um homem provavelmente, pelo menos foi o que deduzi pelas respostas que ela deu no Ask. De manhã li o horóscopo dela, em uma revista que a vi comprando na quinta-feira – dia anterior -, e dizia algo como “sorte no amor” e “Cor do dia: azul piscina”.

Naquela sexta-feira ela saiu com um vestido longo de cor azul piscina, e carregava uma bolsa de um tom azulado mais escuro. Seu batom de coloração suave rosa indicava de forma oculta que ela estava saindo para capturar sua presa. Se eu fosse a tal presa, sem dúvida que cairia nas suas garras sedutoras.

Ela pegou um táxi; corri até próximo ao carro, cautelosamente para não ser descoberto, e consegui ouvi-la dizer o nome do lugar, ao motorista, aonde planejara ir. Não era muito longe, conhecia um atalho, chegaria lá antes dela. Como eu estava de bicicleta segui rapidamente o percurso e fiquei esperando que ela chegasse.

A rua era bastante deserta, mas podiam-se ver algumas poucas pessoas comuns passando de lá para cá, refleti que algum dia eu poderia vir a stalkear algum deles.

Fiquei pensando, também, nos possíveis pretendentes que Angelin encontraria lá. Não entendi exatamente o porquê de ela querer encontrar alguém num local afastado de comércios e qualquer estabelecimento em que se possa executar um encontro.

Alguns poucos minutos se passaram, e do outro lado da rua o táxi dela parou. Ela desceu do carro, carregando consigo a pequena bolsa. Afastei-me um pouco do local; fui até uma banca de jornal caindo aos pedaços daquela mesma rua, e fingi estar lendo as revistas que estavam jogadas por toda a bancada de ofertas.

Angelin ficou parada no mesmo lugar por cerca de meia hora, o que me deixou bastante entediado, e comecei a stalkear um dos ex-namorados da minha ex-namorada, no Twitter. O qual que dispensou ela por ser gay. Ela nunca me contou isso, mas eu sabia mesmo antes de nós nos relacionarmos.

Nenhuma das minhas vítimas consegue esconder de mim quaisquer informações. Um exemplo é minha namorada iludindo-se pensando que não sei que ela tem um amante há 3 meses e 12 dias. O nome dele é Walter; ele trabalha na mesma empresa que ela. Seus pais são divorciados desde sua infância. Walter jogava rugby na adolescência, mas por causa de certo acidente de carro, viu-se impossibilitado de exercer atividades físicas que exigissem muito.

Mas isso não vem ao caso agora... Devo continuar contando o que aconteceu naquela sexta-feira de feriado.

Quando achei que o tal encontro tinha terminado de ir por água a baixo, que Angelin tinha levado um furo, uma moça de cabelos longos e negros parou perto dela. Não vi de onde ela veio. A tal moça, que não pude ver de prima seu rosto, trajava um sobretudo marrom. Ela parou e disse algumas palavras, não consegui fazer leitura labial devido a distância. Não poderia me aproximar também, senão meu feito iria ser em vão caso eu fosse descoberto.

Angelin e ela conversaram por pouco tempo. Até que, de dentro da bolsa, Angelin tirou um envelope e entregou à mulher, que pegou e colocou-o dentro de um dos bolsos do sobretudo. Depois disso a tal mulher saiu andando. Eu foquei em decorar o rosto dela que não era muito incomum, mas muito bonito por sinal.

Por um momento, tive a impressão de que ela tinha me percebido. Mas deixei essa suspeita de lado.

O que me intrigava agora era que eu não conhecia quem era a tal mulher.

Quem ela seria?

Logo um táxi chegou, e Angelin entrou. Não me importava mais Angelin. Meu orgulho de stalker estava abalado. Eu tinha que descobrir quem aquela mulher era de qualquer forma. Era uma questão de honra. Naquele momento o ex-namorado gay da minha ex-namorada retweetou algo de um perfil sobre signos. Coincidentemente ele tem o mesmo signo que eu.

O retweet dizia: “Deixe seu orgulho de lado, ele pode acabar destruindo coisas importantes para você #Capricórnio”.

Não acredito muito nessas coisas de signo. Mas talvez aquele retweet fosse uma manifestação do universo querendo entregar-me um aviso. Quem vai saber? Só sei que era melhor eu ter esquecido meu orgulho e ter mantido minhas atividades normais de stalker de sempre. Porém, naquele momento, tudo o que eu queria saber é quem era a tal mulher. Então comecei a stalkeá-la imediatamente.


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