It Was Always You. escrita por Whiskey princess


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Eu não tenho uma ideia da diferença de idade deles então, não sei se tá certo, me desculpem. Assim como eu não achei quantos anos Stiles tinha quando a mãe morreu, mas eu decidi usar seis anos. É mesmo bem levinha e a intenção era que fosse bem fofinha.



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                    O xerife deixou a casa com pressa assim que o maior chegou. O maior mantinha aquela pose de tédio como sempre ficava quando entrava na casa dos Stilinski para poder ficar de babá do filho único deles. Maldito seja aquele que concordou que ele teria que arranjar seu próprio dinheiro se quisesse um carro quando completasse os dezesseis anos. Derek tinha apenas quatorze e o emprego de babá não tinha soado tão ruim quando falaram. Lógico, haviam deixado bem claro que a criança poderia ser um pouco... Difícil de lidar. Mas eles pagavam bem exatamente por isso! Quarenta e cinco dólares a hora! Não era qualquer um que pagaria tanto para um adolescente ficar de olho no seu filho. Bem, mas era o que foi preciso para que alguém ficasse de olho no menino Stiles.

                    Stiles estava com seus oito anos, mas a mentalidade parecia ter parado aos cinco. Não que fosse burro. Na verdade chegava a ser irritante como uma criança podia ser tão inteligente. O menino entendia tudo e ainda fingia para o pai não saber o que acontecia, mas Derek tinha certeza que ele sabia sim do que se tratava. Ele podia ser bem maduro quando queria. E ai estava o problema número um. Quando ele queria. Não o tempo todo. E principalmente não sozinho com Derek.

                    Ele sabia que o menino sabia sim agir como se fosse mais velho. Faziam dois anos que a mãe do mesmo havia falecido e o xerife nunca chegou a reclamar do mal comportamento do filho. Ao pai, ele obedecia quase sempre. Pelo menos mais vezes do que algum dia chegou a fazer com Derek. Com o pai, o menino chegava a ser quase doce! Nunca essa peste que Derek tinha que aguentar praticamente todo dia e no mínimo três horas por dia! E o menino tirava proveito disso. O menino o irritava de qualquer maneira possível. E esse era o problema número dois.

                    Stiles era irritante. Não conseguia ficar parado por muito tempo. Seria muito mais fácil para Derek chegar na casa do xerife, dar algo para o menino comer e o colocar assistindo televisão até a hora de coloca-lo para dormir ou até a hora do pai do menor chegar. Mas o problema era que Stiles não conseguia ficar muito tempo na frente da televisão. E sempre que o menor estava muito quieto, bem, era certeza que estava aprontando. E Derek sempre caia em seja lá o que o menino fez. Porque o pequeno desgraçado sabia ser discreto a ponto de ele nem sequer notar. Afinal, era quase um alívio que houvesse o silêncio na casa. Porque mais irritante que a inquietação do menino, era a sua voz.

                    Stiles não ficava quieto por mais de dois minutos. Derek tinha vontade de ver um dia em que o menino tivesse tanta dor de garganta que não iria nem ao menos conseguir falar, mas nada é como ele deseja e Stiles estava quase cem por cento de saúde. O que podia ser bom porque, quando doente, o menino ficava ainda mais irritante. Choramingava por tudo e às vezes chamava pelo pai. Mesmo sabendo que o pai não poderia vir para casa pelo simples fato de o nariz do menino estar escorrendo. E se gritasse para que Stiles parasse de ficar choramingando, bem, a coisa piorava. Porque a partir desse ponto vinha o choro de verdade. Alto para que qualquer um da rua pudesse escutar. E todos achariam que ele estava torturando o menino sendo que o torturado na verdade era Derek por ter que passar tanto tempo trancado em uma casa com o maldito menino. O salário é bom, era o que repetia para si mesmo todo o tempo.

                    Tudo isso passou pela cabeça de Derek assim que ele avistou o menino. Para a sua surpresa, Stiles estava quieto quando o pai saiu. Sentado no chão, apoiado na mesa de centro onde estavam várias folhas de papéis e algumas caixas de giz de cera. O maior revirou os olhos. Que tipo de garoto com oito anos ainda perdia seu tempo com giz de cera? Tinha certeza de que, quando tinha a idade do menor, estava bem a frente da fase giz de cera. Por isso uma risada incrédula escapou pelos lábios do mais velho enquanto ele se jogava no sofá. O rosto marcado branco e marcado por uma série de pintas desviou sua atenção do desenho e voltou-se para o mais velho. Os olhos escuros do menino continham uma interrogação que não havia sido feita verbalmente.

                    “Você está mesmo desenhando com giz de cera?” Derek perguntou com leve tom de piada.

                    Para a sua surpresa, não veio uma resposta mal-educada como sempre acontecia. Ou resposta alguma. Stiles se limitou a dar de ombros e voltar sua atenção para o papel. Certo, tinha algo muito errado com o menino. Stiles nunca se limitava a “dar de ombros” e ficar quieto. Derek arqueou as sobrancelhas e se manteve observando as costas do menino que parecia muito entretido em pintar alguma coisa de preto. O maior bufou antes de perguntar aquilo que ele não sabia se deveria.

                    “Está tudo bem aí, Stiles?”

                    E mais uma vez o dar de ombros sem que uma palavra fosse pronunciada. Derek arqueou as sobrancelhas e permaneceu encarando as costas do menor. Mas que diabos estava acontecendo com ele? Stiles nunca ficava só quieto e desenhando. Nem uma vez em todo o tempo que se ocupou cuidando do menino! Nem mesmo quando estava doente. Derek se levantou e se aproximou do menor, parando ao seu lado. Seu olhar caiu na folha de papel. No centro, estavam pintados dois pontos azuis claros. Ao redor, Stiles rabiscava com quase raiva, pintando o resto da folha de preto. Não era comum isso e ele sabia, mas o que poderia fazer? Arrancar o giz de cera da criança e esconder? Não era como se ele fosse ter algum tipo de paz se fizesse isso. Sem falar o quão irritante o pequeno podia ser quando contrariado e ele sabia muito bem.

                    No lugar, Derek se limitou a suspirar e voltar a se jogar no sofá. Permaneceu algum tempo dividindo sua atenção entre a televisão e o menino pintando com raiva. Derek sempre reclamava quando o menino não ficava quieto, mas ele descobriu algo pior. O menino em silêncio chegava a ser ainda mais perturbador. Porque ele sabia que tinha algo de errado. Só não sabia se queria saber o que estava errado. Bufou antes de se levantar mais uma vez. Dessa vez, caminhou até o menor e sentou ao seu lado enquanto ele parecia estar tentando quebrar o giz de cera preto com tanta força que ele usava para cobrir a folha branca.

                    “O que é isso, hm?” Perguntou, tentando animar o menino. Ele poderia levar a culpa se fosse algo sério e ele tivesse simplesmente deixado passar. E, na pior das hipóteses, ele poderia perder o emprego! E ai seria um adeus para o seu carro dos sonhos ao completar os dezesseis.

                    “Você não vai acreditar em mim.” Stiles respondeu de maneira baixa formando involuntariamente um bico nos lábios finos e levemente rosados. Derek se perguntou se deveria insistir. O menino já havia respondido! Era um sinal de que ele estava bem, não era? Então por que estava genuinamente curioso para saber o que ele estava desenhando?

                    “Tenta ver se eu acredito.” Derek respondeu após de um tempo, recebendo os dois olhos escuros e brilhantes do menor voltados para si. Stiles parecia quase emocionado pelo maior demonstrar pelo menos um pouco de interesse. Achava que o maior iria simplesmente o deixar pintando quieto porque estaria dando o sossego que ele sempre reclamava de não ter.

                    “Ontem, quando eu fui dormir, tinha uma coisa preta de olhos azuis na minha janela. Do jeito que eu desenhei. Mas quando eu chamei meu pai para ver, ele disse que eu estava inventando. Eu não estava! Estava lá, eu vi!” Stiles parecia quase empolgado contando e Derek se limitou a arregalar os olhos.

                    “E por que você está desenhando isso?”

                    “Porque eu sei o que eu vi e eu vou desenhar para mostrar para o meu pai que eu estou falando sério. Que tem um monstro morando do lado de fora da nossa casa e que fica que observando pela janela.” Derek demorou um tempo para entender do que o menor estava falando e teve que conter um sorriso quando entendeu. Derek balançou a cabeça em negação e deu um sorriso de canto para o menor.

                    “Não tem monstro nenhum que fica te observando pela janela. Não precisa ser um bebezão e ficar morrendo de medo.” Stiles formou um bico nos lábios e cruzou os braços, irritado. Derek achava cada vez mais difícil conter a risada.

                    “Eu não sou um bebezão! E tem sim. E eu não tenho medo! Só não gosto que fiquem me olhando dormir.”

                    “Aposto que deixa a janela fechada só porque você tem medo que ele entre e te ataque enquanto você dorme.” Derek continuou atiçando o menor. Stiles bufou e voltou a pegar o giz de cera preto.

                    “Eu posso dormir com a janela aberta. Eu só não quero!” Stiles resmungou em resposta fazendo outro soltar uma gargalhada.

                    “Para de ser bobo, seu bebezão. Vamos jantar. Você não precisa ter medo de dois pontos azuis da sua janela. E outra, esqueceu que seu pai é o xerife? Ele vai te proteger de tudo, não precisa ficar com medo. E nem ficar todo estranho rabiscando com giz de cera que você nem gosta por causa disso. Não vai acontecer nada com você.” Derek falou, fazendo com que o garoto olhasse espantado para o maior. Fazia sentido. Fazia muito sentido tudo que ele havia dito. Ele não precisava ter surtado desse jeito.  “Agora vamos comer! Aposto que você ficou sendo turrão o dia inteiro e não comeu absolutamente nada.”

                    “Não é verdade!”

                    Os dois levantaram e seguiram até a cozinha discutindo. Internamente, Derek estava relaxado. Porque se o que havia deixado o pequeno estranho era o medo, ele podia relaxar completamente. O menor não precisava ter medo. Nem ao menos dos pontos azuis que havia visto pela janela. Porque ele sabia o que eram e sabia que não iriam machucar o pequeno. Até o deixava mais tranquilo saber que Stiles havia visto, porque era ele quem estava lá.

                    Ele quem estava do lado de fora na janela do mais novo, velando o seu sono durante a noite de lua cheia. Porque por mais irritante que Stiles era, não podia negar o carinho que tinha pelo menino. Por mais problemático que ele fosse, não suportaria a ideia do menor machucado. E ele tinha que se assegurar de que isso não aconteceria. Ele seria sempre o protetor do menor, mesmo que ele levasse muito tempo para descobrir que era ele.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem leu! E desculpem qualquer erro gramatical que passou.