Reincarnated escrita por dannie


Capítulo 2
Capítulo 1




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Capitulo 1 

As lembranças são os dons mais preciosos que a vida nos dá. 


- Nem adianta fazer essa cara. Viajamos em uma hora, senhorita. 

Viagem. Viagem. Maldita viagem. Não se falava mais nada em casa. Não sei o que minha mãe via nessa tal cidade. Há, claro. O emprego. Era melhor lá. Cidade pequena. E frio. Muito frio. Eu não gostava de frio. Era pedir muito se continuássemos ali até eu completar 18 anos? Mas pelo jeito um ano era muito!

-Bellieeeeeeee – e num susto a Priscilla, minha irmãzinha de 9 anos entra no quarto. Privacidade? Zero. Tirei os fones de ouvido ao ver que ela gesticulava muito. O que podia aperriar uma garotinha de 9 anos?

- Que foi, Pri? 

Ele fez cara de choro e se deitou na minha cama.
- O chato do Brian.

Brian era irmão gêmeo da Priscilla. Tinha nascido dois minutos na frente dela e se considerava o mais velho, acabando dando ordens demais a Pri.

- O que ele fez dessa vez, Pri?

Ela me olhou com aqueles enormes olhos azuis e meu peito se apertou. Apesar da minha família louca, eu os amava. Demais. E era simplesmente inconcebível viver sem eles. Eu tinha uma mãe professora e um pai delegado.

E esse era o motivo da nossa viagem. O motivo principal, como minha mãe bem falou na última conversa, quando eu quase enlouqueci por ir a uma cidade tão longe...e pequena.

- Bellie, porque você não pode ser mais compreensiva? Seu pai recebeu essa proposta de emprego! Sabe o que isso significa para ele. Tudo mudou tão de repente depois daquele acidente.

Certo. Eu estava me sentindo menos que um nada. Uma formiga
. Eu estava sendo um pouco egoísta mesmo. E a partir dali nunca mais falei em não ir na tal viagem. Mas eu pensava. Pensava muito. Isso ainda não era proibido.

 

- E então, Pri? Não acredito que o Brian tenha feito de propósito.

- Ele quer mandar em mim.

- Mandar em você? O Brian?

 

O pequeno Brian? Há dois anos que ele não pronunciava uma única palavra. Ele foi testemunha do acidente com papai e desde então, ele não fala, nem sorri. Acho que todos nos acostumamos com o silêncio do Brian, com a rabugice do papai. Mas, em compensação a Pri não se abalava com nada. E ela descontava. Fazia excessos demais até para a sua idade.

 

Eu estaria mentindo se não dissesse que eu não pensava nisso. E se...e se nada daquilo tivesse acontecido? E se papai não estivesse lá? E se alguém tivesse parado por apenas um segundo? E se a garota da loja demorasse para entregar o embrulho? E se a moça que pegou o táxi tivesse esperado? E se o garoto que passasse na rua não tivesse perdido a bola?

 

E se...e se... Tudo podia ter siso diferente se apenas um...um único evento tivesse demorado um segundo a mais.

 

Mais nada disso aconteceu. E meu pai acabou passando por lá, simplesmente porque nada mudou. E num segundo tudo mudou. A nossa vida mudou...e continuava mudando. Eu só não entendia o porquê.

 

- Só porque ele não fala não quer dizer que não seja chato.

 

“Priscilla! Venha cá”

 

- Oh, oh, é a mamãe. Aposto que vou ficar de castigo.

- O que você fez dessa vez? – perguntei, desconfiada. Não vai me dizer que foi confusão com o Toby de novo.

 

“Priscillaaaaaaaaa”

 

Ela olhou para mim, indecisa e disparou para fora do quarto.  Não sei se foi fome ou fraqueza. Só sei que ao me levantar da cama, senti uma tontura se apoderando de mim. E de repente, tudo era negro. E frio.

 

- Alice, você prometeu lembra?

 

A casa era esplêndida. E Alice também. Tinha algo mágico. Parecia que ela não andava. Flutuava. Mas, apesar de seguro, eu me sentia apreensiva. Algo ia acontecer.

 

- Pára com isso. E aproveite meu presente!

- Presente! Você e seus presentes... Eu acho...

- Espera! Ele está chegando...

 

A reação da garota foi instantânea. Um leve rubor cobria as suas faces. E tremia. Ela sentia os joelhos bambos.

 

- Algum dia você vai aceitar tudo isso normalmente?

 

- Depende do que é normal para você.

 

Ela tentava sorrir, mas seu coração teimava em querer quase sair pelo peito.

 

- Eu vou sentir falta de tudo isso – Era a voz dele. Estava nas suas costas. Mas sentia frio. E por incrível que pudesse parecer, era um frio...quente. E ela amava isso.

 

- Bellieeeeeee... – Abri os olhos e encontrei minha mãe me encarando. Ela parecia preocupada. – Você está bem?

- Acho que sim...

-Você comeu hoje?

- Um pouco. Hoje foi muito corrido.

- Eu preciso sair...Resolver umas coisas antes da viagem. E seu pai não chegou ainda – Ela falava, frustrada.

 

Sim.

Era muita coisa para uma pessoa só. Sorri e me levantei.

-Não se prenda por mim.

-Você está bem mesmo?

-Claro – me afastei, ficando de costas para ela. Minha mão tremia levemente ao arrumar as coisas na mala.

- Então, eu vou. E por favor, não deixem que o Brian e Priscilla se matem, certo?

- Cla..ro.  – Ela passou pela porta e fechei os olhos. Aquele sonho era tão vívido. Como se fosse real. E antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, ouvi o grito da Priscilla na cozinha.

 

É, pelo jeito, não me deixariam em paz.

 

- Eu não sei por que te conto essas coisas...

Ele sorriu e perdi o ar.

- Você está fazendo aquilo novamente... – falei, como se acusasse ele de algo.

- O que?

-Deixe pra lá. Você simplesmente não consegue... Evitar.

-E isso é bom ou ruim?

- Ainda não sei.

-Promete que me conta quando souber?

 

A garota evitar olhar diretamente nos olhos e quando o fez levou um susto.

 

-Seus olhos...

- O que têm eles?

- Ainda não sei. Estão apenas diferentes.

 

Ele sorriu. De novo. Não debochava. E por incrível que pareça, ele não debochar de mim, me irritava.

 

Senti um solavanco no carro e abri os olhos sonolenta.

 

- O que...o que houve?

- Nada. – minha mãe falou no banco da frente.-  Acho que passamos por algum animal morto.

- Matamos um animal mamãe? – Priscilla falou, numa voz quase estridente.

-Há, parem com isso. Claro que não.

 

-Vamos voltar. – eu falei, resoluta. Olhei para o lado e o Brian parecia que ia chorar a qualquer momento.

- Não vamos não.

- Mas papai... e se tivermos matado um animal mesmo? Vamos abandonar ele a própria sorte?

 

Ele me olhou pelo retrovisor do carro e foi como se os seus olhos estivessem... Diferentes? O que eu estou dizendo? Esses sonhos estão me fazendo ver coisas demais. Mas porque eu dizia que eram diferentes? O que era diferente nos olhos deles? Céus, eu ia enlouquecer a qualquer momento. Charlie suspirou e deu ré.

 

Ele deu ré no carro e descemos. Nada.

 

- Satisfeita, Isabellie? – Meu pai estava realmente nervoso.

- Então em que batemos? Se não foi um animal...o que foi?

- Sei lá...Qualquer coisa! Pod...

 

Desviei meus olhos da bronca do meu pai e segui para a floresta. Tinha visto algo. Estranho. Eu corri. Nem mesmo os gritos de Charlie e Nathalia me fizeram parar. Era quase como eu tivesse sendo puxada.

 

E de repente, já estava cercada. E não ouvia mais os gritos de meus pais. E eu estava dentro de uma selva fechada. Perdida?

 

Bellie não ligava para isso. Essa força era muito mais poderosa que qualquer razão que ainda ela pudesse ter. Andando um pouco mais rápida, ela tropeçou na raiz de uma grande árvore. E então o inesperado aconteceu. Ela rolou num barranco e caia desacordada num lugar onde dificilmente alguém a acharia. E ela estava só. Sozinha mesma?

 

- Porque você está fugindo de mim?

 

O garoto de cor pálida olhava para ela como se tivesse tentando se conter. E era algo que ele não estava acostumado a fazer.

- Como seu algum dia eu pudesse fugir de você.

-Então...porque...porque...

 

Bella sentia uma tensão no peito. E corou com o pensamento. Edward chegou mais perto e alisou seu rosto.

 

- Eu nunca vou fugir de você. Nunca poderia.

- Nem quando eu faço bobagens?

- Você não faz bobagens.

 

Bella riu e abraçou Edward pela cintura, suspirando.

 

- Algum dia estaremos juntos?

- Estamos juntos.

 

Bella o encarou, com os olhos marejados.

 

- Eu falo...Verdadeiramente juntos.

- Não é suficiente estarmos juntos?

- Por ora é. Mas você não se cansa de me resgatar?

 

 


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