small bump

— James, você vai falar com a barriga. — A ruiva disse firmemente sentando-se numa cadeira em frente ao belo jardim da casa dos Potter.

— Mas é uma barriga! — Ele argumentou.

— E nessa barriga está o seu filho! Vamos lá, Potter, fale com a barriga!

O moreno bufou e se sentou ao lado da cadeira onde Lily estava sentada. Eles haviam acabado de chegar de uma sessão muito estranha de terapia trouxa que Dorcas os indicara e a tal doutora dissera que os pais deveriam falar com o filho para irem conhecendo ele melhor antes mesmo que ele saísse do ventre.

Mas que diabos?!

Ele olhou para a barriga inchada e esticada da esposa e começou a sussurrar.

— Hm... oi. Harry, não é? Eu sou seu pai, James. E aí? — Lily riu baixinho e continuou a escutar o marido, que bufou. — Eu não sei fazer isso, Lily!

A ruiva riu e segurou as mãos do marido. Olhou fundo em seus olhos e falou baixinho.

— Apenas fale, James. Se você conseguiu me conquistar, você consegue falar com uma barriga.

O moreno suspirou e se virou para a barriga novamente.

— Você consegue me escutar aí dentro, pequeno? Porque agora você é só uma pequena coisinha não nascida... se bem que, em quatro meses você vai chegar. — James piscou. — Quatro meses... é tão pouco tempo. E eu mal posso esperar para que esses quatro meses passem. Eu sei tudo o que vai acontecer...

Ele sorriu e passou a mão por cima da barriga.

— Seu cabelo vai ser igual ao meu, mas seus olhos... ah. Você terá os olhos da sua mãe. — Lily sorriu. — Verdes como pedras preciosas. E seu pequeno corpinho recém-nascido será tão frágil quanto ela e eu vou tentar ser o mais gentil possível quando eu te segurar, ok? Ok. Super frágil. Como uma fada. — Lily soltou algumas risadas. — Eu não sei como você vai ser exatamente, mas... — Ele aproximou o rosto do umbigo da ruiva. — você vai ser perfeito, não importa como você seja.

Lily pôs a mão nos cabelos de James, fazendo carinho em seu couro cabeludo, orgulhosa do esposo. Pediu silenciosamente que ele continuasse.

— Você, meu primeiro e único filho — “assim eu espero”, Lily sussurrou, fazendo James rir. — vai ser maravilhoso. Você vai poder agarrar meu dedão com seus dedinhos e apertá-lo. Sim, eu penso em tudo isso apesar de você ser apenas uma coisinha pequena que nem nasceu ainda. Eu imagino você, crescendo dentro da sua pele, que será branca como a neve — Lily riu com a menção do conto de fadas trouxa favorito de James. — Você vai ter lábios vermelhos que terão um sorriso tão maravilhoso quanto o da sua mãe. E uma covinha no queixo. — Ele pôs o dedo na covinha da ruiva, que deu um tapa em sua mão e mandou ele continuar falando. — Terá as unhas tão pequenas que serão menores que um grão de arroz, suas pálpebras vão se abrir lentamente... em quatro meses...

A voz de James estava embargada e Lily sentia um nó em sua garganta. Ela não imaginava que o marido pensava em todas aquelas coisas. E era tudo tão bonito.

— Você poderá deitar no meu peito e esfregar seus pezinhos gelados na minha barriga. E eu vou apenas te observar... — James sussurrava. Agora ele literalmente falava com a barriga e apenas com a barriga. — por semanas, talvez. E eu vou te proteger de todo o mal desse mundo, Harry. Não importa o que aconteça, eu sempre vou estar lá pra te proteger. Até o fim. E eu não estou lhe dizendo nada além da verdade. Eu te amo, Harry. Mesmo você sendo apenas essa coisinha pequena que vai abrir os olhos daqui a quatro meses... eu te amo.

Lily olhou para James, orgulhosa. Ele sorriu de lado, encarando a esposa.

— E aí, fui bem?

Ela apenas riu e abraçou a cabeça dele contra sua barriga.

— Você foi perfeito.

James acariciou a barriga da esposa com carinho. Ele cuidaria daquela criança com a sua vida até o fim.